Um golo limpo anulado ao Vitória, um golo do Feirense em fora de jogo, dois lances mais que suspeitos de penálti na área dos visitados ("obrigado" Sport-tv pela "excelência" das repetições e pela "coragem" dos comentadores), uma dualidade de critérios gritante em termos disciplinares,em suma mais um tarefeiro que ia com missão atribuída.
Mas o Vitória não luta por nada,cumpre (penosamente) calendário, e por isso agora pouco ou nada interessa a arbitragem pelo que não vou perder mais tempo a comentá-la.
Prefiro falar de duas outras realidades deste jogo.
A dignificação da camisola e a preparação do futuro.
Quanto ao primeiro item pouco há a dizer.
Os jogadores esforçaram-se, procuraram o triunfo, jogaram o que está actualmente ao seu alcance e se mais não fizeram foi porque não puderam ou não souberam dentro daquele contexto que todos conhecemos desde Agosto do ano passado.
Quanto à preparação do futuro,aí sim, há algumas coisas a dizer.
Com a equipa sem objectivos e a equipa B sem jogo neste fim de semana seria normal que fosse dada oportunidade a alguns dos jogadores da formação secundária, que mais se tem destacado, para serem chamados à equipa principal de molde a Peseiro ter a chance de os ver em acção.
Estou a pensar em Estupinan, Domingo, Joseph, Kiko, Dénis Duarte, Marcos Valente, David Luís, Tiago Castro a titulo de exemplo.
Não todos,como é evidente, mas dois ou três deles.
Mas isso não aconteceu a não ser com Estupinan que pese embora os muitos golos que tem marcado pela B ficou, mais uma vez, os noventa minutos sentado no banco a ver actuar alguns colegas que para o ano provavelmente nem cá estarão.
No banco ao lado de Moreno, que certamente não será opção como jogador na próxima época, que foi chamado e até acabou por jogar enquanto João Afonso, Dénis Duarte e Marcos Valente ficaram em casa ou na bancada a ver o jogo.
E bem gostava de perceber qual foi o critério para chamar Moreno e deixar de fora os outros três centrais.
Que papel terá Moreno a desempenhar no futuro desta equipa enquanto jogador?
Creio que todos estaremos de acordo que nenhum!
Depois o mistério Sturgeon.
Que quer Pedro Martins quer José Peseiro insistem em colocar a jogar, ora como titular ora como suplente utilizado, sem que alguma vez as suas exibições tenham correspondido ao exigível para quem veste a camisola do Vitória.
Hoje, mais uma vez, foram 67 minutos completamente desperdiçados.
Mas mais do que o não perceber as opções por Moreno e Sturgeon( já para nem falar dos emprestados que se vão embora nada justifica que continuem a jogar) ou da falta de oportunidades aos jovens da B há outro factor que me preocupou muito neste jogo de Vila da Feira.
Tem a ver com ambição.
Jogando em casa do último classificado que actuou sobre "brasas" porque os pontos eram fundamentais, e sem nada a perder, o Vitória não arriscou rigorosamente nada para tentar ganhar o jogo e corresponder ao apoio incessantes dos seus adeptos que mais uma vez não falharam com a sua presença.
Alinhou com a equipa habitual (apenas Hurtado esteve ausente mas isso nem é grande novidade...) mas na hora das substituições a que assistimos?
Saiu o ponta de lança Rafael Martins para entrar o ponta de lança Junior Tallo,ou seja, risco zero.
E depois saiu o teoricamente avançado Sturgeon para entrar o trinco Wakaso!
Para quê? Para defender o pontinho? É que se foi nem nisso teve sucesso.
É certo que a terceira substituição teve de ser "queimada" com a saída do lesionado Jubal e entrada de Moreno (assim impedindo a eventual aposta em Estupinan ou Rincon mas mais provavelmente em Vigário...) mas as duas anteriores demonstram bem a falta de ambição em querer ganhar um jogo no qual, insisto, nada havia a perder.
Defendi, e continuo a defender, a contratação de José Peseiro.
É um bom treinador, sabe muito de futebol, coloca as suas equipas a jogar bem.
Não tem .como é evidente, qualquer responsabilidade na formação deste plantel e no insucesso desportivo de uma época que se transformou num pesadelo para todos nós com os objectivos a serem sucessivamente falhados.
Mas acredito que deve fazer uma reflexão serena sobre o futuro e perceber que nestes três jogos que faltam tem de começar a "ganhar" a próxima época em termos de crédito junto da massa associativa e de união entre ela, a equipa e ele próprio.
E isso faz-se com boas decisões, boas apostas, demonstração de ambição.
Estes três jogos que faltam não contando para nada no que a esta época concerne podem ser muito importantes para ganhar o futuro.
E é disso que Peseiro, a SAD e a toda a estrutura se devem capacitar.
Depois Falamos.
7 comentários:
O nosso é dirigido de modo amador, temos o clube que os sócios decidiram. H.M.
Continuo a dizer o mesmo, somos dirigidos por pessoas arrogantes e amadoras. Mas os sócios gostam. H.M.
Caro H.M.:
Houve eleições o mês passado e os associados escolheram livremente quem queriam a dirigir o clube.
Esperemos que o resultado eleitoral, na sua expressão,sirva para quem ganhou gerir de forma diferente.
Não esquecer, também para a próxima época, de fazer barulho para acabar com o cancro instalado na Liga. Nomeadamente no cancro dos favores dos árbitros para não descerem de categoria, a mando de determinados clubes, e de clubes que aprovam os maiores disparates nas assembleias para receberem umas migalhas que lhes garantem a sobrevivência na 1ª Liga; pois que esta lhes dá muito mais dinheiro que a segunda...
Além disso onde pára o grupo de reflexão sobre a organização da prova? Foi só para calar o G15 e ganhar mais uns trocos de prestação de serviços.
E o G15 que só serviu para criar uma terceira força na Liga para o Braga tentar influenciar a Liga a seu favor...? Quem acredita que este grupinho serve para resolver problemas?
O primeiro, e maior problema a resolver, é a escandalosa questão dos direitos centralizados de publicidade e transmissão televisiva. Um autêntico escândalo a mostrar o nível de má gestão e desorientação total em que se encontra esta direção da Liga. Ou então, a avaliar pelos sorrizinho permanente do presidente, talvez até seja de propósito que assim está. A política é deixar isto rolar para garantir que se chega ao fim da época. Nem uma palavra sobre a suspeita de corrupção que afasta patrocinadores, adeptos, e jogadores do nosso campeonato... e nem se fala muito de não haver nenhum árbitro português convocado para o mundial; pois assim ninguém se questiona porque é que não vai nenhum... É que o tempo da dupla Blatter/Platini já lá vai.
Por outro lado se não se consegue equilibrar orçamentos dentro de cada quadro competitivo, por falta de distribuição justa de dividendos que deveriam vir dos direitos centralizados, o campeonato deveria mudar. Era fazer uma prova com o formato parecido com o da Taça da Liga. Ou então fazer grupos, de acordo com o orçamento, jogarem entre sí por rondas e no fim fazer uma fase final também com vários jogos entre sí. Que isto de ver clubes com orçamentos acima dos 150 milhões a jogarem com outros que mal conseguem ter 10 milhões - quem sabe com que sacrifício para manterem o clube na competição - é para continuar a ver 6 ou mais clubes todas as épocas a jogar para não descer e a apanhar as migalhas dos ricos para conseguirem sobreviver.
Este ambiente realmente só favorece a corrupção e os esquemas de favor. E a avaliar pelos programas de televisão o árbitro é que é o verdadeiro jogador e é quem faz o espetáculo.
Miguel Leite
Caro Miguel Leite:
O futebol português está podre.
E creio ser legítimo dizer isso depois de mais uma época de poucas vergonhas, talvez a pior dos ultimos anos, em termos de favorecimento a um clube chamado Benfica que foi positivamente levado ao colo por árbitros, VAR e disciplina.
Neste caso da disciplina é inacreditável que com repetidas cenas de arremesso de engenhos pirotécnicos e petardos para os recintos de jogo continuem sem uma punição à altura (só multas) enquanto o Vitória, por exemplo, já jogou à porta fechada por muito menos do que isso.
Por outro lado com tudo que tem vindo a público a partir da denúncia dos e-mails e tudo que tem sido descoberto sobre os planos desse clube para controlar o nosso futebol é uma violência os restantes clubes serem obrigados a continuarem a competir (???) com ele ao invés d eo verem justamente despromovido.
Como sabe a questão que põe, com toda a lógica, da centralização da negociação dos direitos televisivos foi inviabilizada precisamente por manobras desse clube que convenceu alguns "subditos" a alinharem em negócios de treta para que se mantivesse anegociação individual.
Claro que tudo isso, toda alama em que o futebol está mergulhado, afasta adeptos e patrocinadores e se nada for feito trará no médio prazo brutais problemas de subsistência à maioria dos clubes.
Quanto À reformulação dos quadros competitivos é evidente que é necessária mas não acredito que seja feita. Pela simples razão de que há um "dono disto tudo" mais dois que com ele repartem poder e daí para baixo é a pobreza que se sabe. Pobreza em vários sentidos. E aos três estarolas não interessa mexer nas coisas porque dá-lhes jeito que seja assim.
Pessoalmente,e apesar de tudo, tenho alguma esperança no G-!5.
Mas para ele ter sucesso o Vitória tem de ser um dos clubes liderantes.
Entre outras coisas nomeadamente a boa fé de todos os participantes.
Só hoje li a sua resposta. No mesmo dia da reunião da Liga, que quase terminou à pancada, devido à presença de Paulo Gonçalves em representação do Benfica - depois do que ficamos a saber nos últimos meses como foi possível aparecer como legítimo representante de um clube!? Entre outras coisas o presidente do Braga saiu em defesa de Paulo Gonçalves e do Benfica. Um sinal que pode indicar de que o Braga pretende ser o próximo a beneficiar desta podridão. É que para ser campeão, como pretende, é preciso ter um Paulo Gonçalves na equipa. Como prova o título do Boavista em 2001.
Caro Miguel Leite:
Apenas lhe digo que o futebol português não tem ponta por onde se lhe pegue.
E a ultima AG da Liga é um exemplo perfeito disso.
Quando se chega ao ponto a que se chegou,com ameaças de agressões entre os presentes, é transformar o futebol profissional num reduto de arruaceiros e foras da lei.
Isto vai acabar tudo muito mas muito mal. É uma questão de tempo
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