quarta-feira, janeiro 31, 2018

Sugestão de Leitura

Devo dizer, antes de mais, que gosto muito do estilo de escrita de Bill Bryson.
Dele já tinha lido "Breve História de Quase Tudo", "Crónicas de uma pequena ilha" e "Notas sobre um país grande" e por isso foi com muita curiosidade que li este "Made in América" originalmente publicado em 1994 mas que só recentemente chegou a Portugal.
É uma escrita divertida, culta, cheia de humor e que se torna viciante quando nos embrenhamos na leitura dos livros.
Nesta obra Bryson conta-nos uma História informal dos Estados Unidos desde a chegada dos peregrinos no "Mayflower" até à exploração do espaço pela NASA.
Explica-nos a língua, os usos e costumes, os hábitos alimentares, as questões religiosas , as grandes invenções, as marcas automóveis, o cinema de Hollywood, a educação e cultura entre muitos outros assuntos que ajudam a compreender os Estados Unidos e os americanos.
Um livro que se lê com imenso prazer.
Depois Falamos.

P.S. Nada tem a ver com o livro mas registo a curiosidade de esta ser a postagem número 8000 neste blogue. 

Barcelona


Lago


Javalis


terça-feira, janeiro 30, 2018

Esperanças

Bem contra minha vontade mas a verdade é que nos últimos tempos tenho visto muito poucos jogos do Vitória B.
Por isto ou por aquilo, mas também pelos dias/horas em que alguns se realizam, não me tem sido possível a assiduidade que gostaria e por isso quase me tenho limitado a acompanha-los pelas noticias de jornal , redes sociais e testemunho de quem a eles pode assistir com mais regularidade.
Quis o acaso que nas últimas semanas tenho podido assistir a dois jogos (ontem com o Sporting da Covilhã foi um deles) e não quis deixar de manifestar aqui o meu testemunho perante duas agradáveis realidades.
Uma equipa que joga bom futebol e alguns jogadores que certamente terão como destino próximo a equipa A.
As equipas B, e a do Vitória é exemplar nisso, normalmente fazem uma segunda volta melhor do que a primeira porque são equipas muito específicas em que todas as épocas saem e entram muitos jogadores e por isso os treinadores precisam de tempo para consolidarem uma equipa base e respectivos processos de jogo.
Com o Vitória isso tem acontecido todas as épocas e nesta também.
A equipa joga bem.
Em ataque continuado com jogadas a toda a largura do terreno,em contra ataque com transições muito rápidas e bem apoiadas , na sua organização defensiva com boa entreajuda entre os sectores.
Tem lacunas?
Claro que sim. É uma equipa B, com jogadores jovens e que ainda estão numa fase final dos processos de aprendizagem, a quem é preciso dar uma compreensão acima da que se dá à primeira equipa do clube.
Mas num campeonato tão difícil como o da II liga, com adversários recheados de jogadores muito experientes,os jovens vitorianos tem sabido ano após ano dar boa conta do recado e estou certo que este ano o farão uma vez mais.
Enorme mérito de Vítor Campelos e da sua equipa técnica que tem respondido com trabalho e resultados a alguma ignorância e má vontade que por vezes grassa em volta da equipa B.
Quanto aos jogadores há ali muito boa matéria prima a merecer aproveitamento na equipa A.
Alguns destaques:
Kiko e Estupinan que já andaram pela equipa A e que certamente a ela voltarão para lá se fixarem porque são dois jovens de imenso potencial.
Dois centrais de boa qualidade (Dénis Duarte e Ricardo Carvalho) com o primeiro a revelar mais experiência e a deixar no ar uma interrogação sobre as razões pelas quais Pedro Martins não lhe deu até agora uma única oportunidade em jogos oficiais.
Tiago Castro tem um pé esquerdo que não engana, qualidade técnica, precisa apenas de ganhar mais experiência porque ainda comete algumas ingenuidades que prejudicam o seu desempenho global.
Gostei também do luso-luxemburguês Artur Abreu, um extremo rápido e com bons pés, que está num processo de habituação a um futebol muito diferente daquele a que estava habituado mas que me parece ter talento para singrar.
Mas quem me entusiasmou mesmo foram Joseph e David Luís.
O médio é um jogador feito, com belíssimos pés e leitura de jogo evoluída, que não entendo como também ele ainda não mereceu uma oportunidade a sério na principal equipa. Há ali muito talento a merecer outro palco.
E o lateral esquerdo David Luís.
Rápido, forte nos duelos individuais, um pé esquerdo notável que faz cruzamentos que são meio golo, todo um jogador de alta competição que o Vitória fará bem mal se não souber aproveitar.
E depois outros que jogaram menos nestes dois jogos ou que tiveram menos oportunidades de brilhar como Miguel Oliveira (que será o guarda redes que quiser ser...) Domingo, Rui Gomes ou João Correia e são também eles fortes candidatos a integrarem no curto/médio prazo a equipa A do Vitória.
Como certamente outros que não tive oportunidade de ver mas de que tenho boas referências como Haman, Bence Biró, André Almeida a titulo de exemplo.
Em suma uma equipa B que continua a cumprir muito bem o seu papel de preparar jogadores para a equipa A.
Se esta os aproveita ou não isso já são outros "contos".
Depois Falamos.

Regionalização: Sim ou Não?

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Neste Portugal do século XXI permanecem ainda alguns resquícios do passado não muito distante,alguns tabus e preconceitos que há muito perderam não só a razão de ser como o seu tempo histórico.
Um desses preconceitos é a fúria anti regionalização que atravessa transversalmente a sociedade portuguesa.
Recordemos,embora ás vezes seja incómodo,que a regionalização faz parte não só da Constituição da República como também dos programas de PSD,PS e PCP entre outros, o que se suporia como fundamental para que há muito estivesses instituída.
Mas não está.
Por falta de vontade política de PSD e PS por um lado,mas essencialmente pelos tiques centralistas de grande parte da nossa classe política.
Em 1998,aquando do referendo sobre a mesma,tudo foi feito ao contrário.
Começou-se a discussão pelo mapa,pelas partilhas de território,pelos interesses dos barões socialistas (especialmente a Norte) e o povo,que de estúpido nada tem,começou a perceber que lhe queriam vender negócios sobre a forma de reordenamento do território.
Disse claramente não !
E fez bem.
O problema,o verdadeiro problema,é que já nessa altura era tarde para efectivar uma verdadeira regionalização.
De lá para cá nada foi feito.
O PSD,quando no governo,embarcou naquela verdadeira tragicomédia chamada descentralização sobre a forma de áreas metropolitanas,comunidades urbanas e comunidades intermunicipais.
Criou dúzias de novos orgãos,retalhou distritos,dividiu populações,criou problemas onde eles não existiam.
Espantosamente,numa altura em que o PS está no governo e hesita á volta da regionalização,o PSD em vez de erguer as bandeira dessa verdadeira e estrutural reforma,insiste na via  da tal descentralização com o argumento de que o povo não compreenderia a mudança de posição nessa matéria !!!
Meu Deus o povo já compreendeu tantas mudanças de posição noutras matérias,que neste caso não só compreenderia como até premiará eleitoralmente o partido que tiver a coragem de a levar avante.
Mas o conservadorismo tem destas coisas; o medo de ousar,de arriscar ,de ser reformista na boa tradição social democrata que vem de Francisco Sá Carneiro,tolhe a quase totalidade da classe dirigente do partido.
E transmite-se para as bases.
E por isso considero que há alturas em que os lideres políticos devem assumir as suas responsabilidades.
E existem assuntos que por mais que desagradem não podem ser metidos debaixo da carpete como se de pó se tratassem.
É o caso da Regionalização.
Na qual o PSD anda a deitar "bolas fora" desde há muito muito tempo a esta parte.
O PSD é na sua essência um partido regionalista.
Faz a regionalização parte da sua matriz ideológica,do seu programa,de sucessivas propostas eleitorais.
Foi assim desde Sá Carneiro,foi assim com Cavaco Silva que enquanto primeiro ministro fez aprovar a lei quadro das regiões administrativas.
Mas,por razões tácticas da altura, o partido então liderado por Marcelo Rebelo de Sousa foi pelo não no referendo de 1998 (passaram 20 anos !) posição que viria a obter a concordância maioritária dos portugueses.
Muito por força,é bom recordá-lo,da gestão desastrada que o governo de António Guterres e o PS fizeram de todo o processo.
Passou muito tempo. Demasiado tempo!
E por isso mesmo o PSD não pode deixar cair a bandeira da regionalização.
Porque ela vai fazer-se, mais dia menos dia mais ano menos ano, e não podem ser outros a estarem na primeira linha dessa reforma estrutural.
Esta é uma matéria demasiado importante, para o PSD e essencialmente para Portugal,para poder ficar dependente das convicções ou estados de alma do líder do partido seja ele quem for.
É uma questão em que todo o partido deve pronunciar-se.
Os militantes devem ser ouvidos, em referendo interno, numa questão tão importante para que o partido possa definir de uma vez por todas se quer a regionalização e caso a queira se ela fará parte das promessas para cumprir do seu próximo programa de governo.
Se o partido, por força da opinião expressa dos militantes, quiser deixar cair a regionalização dos seus princípios programáticos então isso será mais um forte motivo para que seja convocado um congresso extraordinário para discutir especificamente programa e estatutos.
Não fazer nada nesta matéria será sempre e em qualquer dos casos a pior das opções.

Icebergue


Iguanas


Castelo de Frontenac, Canadá


segunda-feira, janeiro 29, 2018

Um Futuro Incerto

O meu artigo desta semana no zerozero.

A propósito de um excelente artigo publicado aqui no zerozero ( Por onde passa o futuro das equipas B? ) em que se analisam as perspectivas do futuro próximo das equipas B, face às conclusões de um grupo de trabalho constituído no seio da Liga , aproveito para aqui deixar algumas reflexões sobre o assunto.
Como é sabido as equipas B não são um exclusivo do nosso futebol antes pelo contrário são uma realidade há muito existente nos mais variados países europeus com especial destaque para Espanha e Inglaterra onde existem há muito e há muito que se revelam um sucesso.
Em Portugal, depois de algumas tímidas tentativas que se revelaram como um fracasso, a Liga conseguiu em 2012 criar um quadro competitivo em que as equipas B dos clubes que as quisessem criar teriam entrada directa nos campeonatos profissionais e portanto começariam a competir num escalão de evidente interesse para os clubes.
Nessa época foram seis aqueles que quiseram criar as suas equipas B.
Vitória, Sporting, Benfica,Braga e Porto criaram-nas de origem (embora alguns deles já as tivessem tido no tal passado sem sucesso) e o Marítimo manteve a equipa que já tinha e que era a única que tinha restado dessas experiências anteriores que não vingaram.
Seis anos decorridos, e com excepção do Marítimo B que desceu de divisão e não voltou a subir até agora, todas as outras equipas B se mantém no segundo escalão (a do Vitória desceu no primeiro ano mas subiu na época seguinte)e com resultados bastante proveitosos em termos de aproveitamento de jogadores que completaram nas equipas B o seu período de formação e subiram às equipas principais registando-se,até, casos de jogadores que já foram transferidos para o estrangeiro como são os casos de João Pedro e Cafu (Vitória) , Bernardo Silva e Nelson Semedo(Benfica) André Silva (Porto) Bruma (Sporting) ou Xeka (Braga) entre outros.
E até as selecções nacionais, como e muito bem refere o artigo atrás citado, tem beneficiado muito da existência das equipas B porque nos escalões abaixo da selecção A os resultados das diversas equipas tem beneficiado bastante de sucessivas “fornadas” de jovens talentosos que  depois de abandonarem os escalões de formação continuam a competir num escalão (II liga) que lhe permite uma evolução continua ao invés de irem jogar para escalões inferiores nas condição de emprestados ou aquecerem o banco das equipas principais dos seus clubes.
Acredito que esta experiência extremamente positiva da existência das equipas B, com proveito para o futebol português em geral , devia ser um estimulo à sua continuidade ainda que na sua regulamentação se torne evidente que são necessárias algumas correcções nomeadamente quanto a uma maior restrição à inscrição de estrangeiros e uma maior flexibilidade no trânsito entre equipas A e equipas B dentro dos clubes.
Mas estamos no futebol português onde tudo que corre bem faz “impressão” a alguns.
E por isso quando a Liga, dentro de uma perspectiva que se entende, cria um grupo de trabalho para estudar mudanças no segundo escalão o que resulta desse grupo de trabalho é um conjunto de propostas que levadas a bom (leia-se péssimo) termo dificilmente representarão outra realidade que não o fim das equipas B.
"Repesco" do referido artigo as principais propostas desse grupo:
  • Redução do número de equipas secundárias na competição: em 2018/19 e 2019/20, as equipas B que obtiverem a pior classificação, descem automaticamente, independentemente da posição obtida. O objetivo é chegar a 2020/21 com três equipas B, num total de 18 equipas;
  • Aumento do custo da inscrição das formações secundárias, anteriormente de 50 mil euros para todos os clubes, cujo valor seria distribuído, de forma equitativa, pelos restantes emblemas do segundo escalão:
    -Equipas com orçamentos inferiores a 15 milhões de euros, como Braga ou Vitória SC, vão ter de pagar 200 mil euros;
    -Equipas com orçamentos entre 15 e 25 milhões de euros, vão ter de pagar 300 mil euros;
    -Equipas com orçamentos superiores a 25 milhões de euros, como Benfica, FC Porto e Sporting, vão ter de pagar 500 mil euros;
  • Impedimento da inscrição de jogadores com mais de 23 anos nas equipas B. Isto anula, por exemplo, a possibilidade da integração de um futebolista nas equipas secundárias, com o objetivo de ter minutos de jogo.
  • Os clubes «devem identificar um plantel até 27 jogadores, aptos a competir na categoria sénior, com idades compreendidas entre os 16 e os 23 anos», permitindo apenas a passagem de jogadores da equipa B para a equipa principal. Isto altera a atual lei, que permite a inscrição de um máximo de 55 jogadores (28 têm de ser Sub-23) numa lista única.
É evidente que neste cenário não acredito que algum dirigente de Vitória, Sporting, Porto, Benfica e Braga aceitará, por um momento que seja, manter a sua equipa B a competir num quadro competitivo absurdo como este.
E deixo aqui três questões:
Como é possível a Liga criar um grupo de trabalho para estudar alterações à segunda Liga, ainda por cima tão radicais quanto às equipas B, sem que os clubes que tem equipas B estejam nele representados?
Não é por demais evidente que esse  grupo de trabalho  tem como objectivo acabar com as equipas B para depois os clubes da II liga poderem beneficiar de mais jogadores jovens formados nesses clubes (os cinco que tem equipas B na II liga) para empréstimos?
Poderão, no futuro, os clubes que tem equipas B manterem um relacionamento “normal” com uma II Liga que os quer manifestamente prejudicar com a eventual aprovação destas aberrantes propostas?
Espera-se que o bom senso prevaleça e as propostas de alteração à II liga sirvam para melhorar a sua funcionalidade sem por em causa a participação das equipas B.
Espera-se...mas duvida-se!
Estamos em Portugal e, mais do que isso, no futebol português...
  

sábado, janeiro 27, 2018

Um Belo Filme

Pode um filme dirigido por Steven Spielberg e que tem como principais actores Meryl Streep e Tom Hanks deixar de ser um excelente filme?
Não. Não pode!
E este "The Post" , baseado em facto reais ocorridos durante o primeiro mandato presidencial de Richard Nixon, é um excelente filme sob qualquer prisma.
Para quem gosta de política, se interessa pelo fenómeno da comunicação social, preza os direitos civis e gosta de analisar as ligações entre política e imprensa  tem aqui um filme de referência e que embora "datado" ao início dos anos setenta do século passado nunca perde actualidade.
Bastará atentar no que se passa hoje nos Estados Unidos com a presidência de Donald Trump ou o que se passou "ontem" em Portugal com José Sócrates e os que o ajudavam no PS e no governo (e muitos ainda andam por lá a começar por António Costa) para constatar que a questão da liberdade de imprensa continua a ser um assunto central das sociedades democráticas em que ciclicamente aparecem tentativas de controle da comunicação social e da sua subordinação ao poder político.
Um excelente filme que deve ser visto.
E reflectido!
Depois Falamos

terça-feira, janeiro 23, 2018

Rio & Costa

Não é objectivo deste texto comentar de forma concordante ou discordante a estratégia com que Rui Rio ganhou a liderança do PSD.
Podemos discordar dela e eu discordo muito.
Porque não gosto de ver um líder ser eleito a falar em derrotas, a oferecer-se para ajudar o PS, a por-se à disposição para o que for preciso.
Menos ainda gosto de ver apoiantes seus, no suposto apoio à sua estratégia, fazerem declarações diabólicas sobre o que deve ser o posicionamento do PSD para afastar o PS dos seus actuais companheiros de percurso ao invés de se preocuparem com o PSD ganhar eleições e afastar o PS (e os tais companheiros) do poder.
Gostando-se ou não se gostando a verdade é que essa estratégia mereceu o apoio de 54% dos militantes que votaram e portanto passou a ser essa a estratégia do partido.
Para o bem e para o mal.
Acontece que sendo evidente, ao longo da campanha das directas, que Rui Rio era o candidato preferido dos socialistas (da Impresa aos comentadores próximos do PS tudo foi muito clarinho) mal o apanharam onde queriam logo a direcção do PS tratou de deixar ainda mais clarinho que nunca darão qualquer abertura a que essa estratégia possa ter qualquer sucesso.
Basta ver sucessivas declarações de dirigentes do PS, do grande empregador (de familiares) Carlos César ao "caloteiro" político (" não se paga a dívida") Pedro Nuno Santos, culminadas ontem por António Costa nas jornadas parlamentares reiterando que quer continuar aliado ao PCP e ao BE.
Não defendo a estratégia de Rio, porque não me passa pela cabeça que o PSD não jogue sempre para ganhar, mas reconheço-lhe a legitimidade de a ter especialmente depois de a maioria dos militantes a ter ratificado.
Acontece que essa estratégia, além de outros atrás referidos, enferma de um erro fundamental.
O PS ,hoje, não é dirigido por Mário Soares, Vítor Constâncio, António Guterres ou António José Seguro lideres socialistas com quem era possível uma negociação séria e que nunca abririam a porta do poder a partidos radicais de esquerda defensores de totalitarismos.
O PS é dirigido por António Costa.
Um individuo sem vergonha, sem escrúpulos ,sem pudor e sem coerência.
Capaz de tudo e do seu contrário para manter o poder.
E com esse não há entendimento possível para quem queira negociar, como estou certo que Rui Rio quer, na base da seriedade, do compromisso, de respeitar a palavra dada.
E por isso a Rui Rio resta lutar pela vitória nas legislativas de 2019 sabendo que se não a conseguir a sua liderança deixará de fazer qualquer sentido.
Porque se terá enganado na estratégia e avaliado mal os parceiros com quem a queria implementar.
E isso são erros a mais para um líder do PSD.
Depois Falamos.

Trinta e Sete

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Agora que o PSD vai realizar o 37º congresso da sua História, daqui por um mês, recordo alguns dos 23 em que estive presente ao longo dos anos
O primeiro em que estive presente,como delegado da JSD, foi o de 1983 em Albufeira.
Foi o congresso da "troika" dirigente que liderada formalmente por Nuno Rodrigues dos Santos era-o, na verdade,por Mota Pinto.
Os delegados do distrito de Braga foram, na sua esmagadora maioria, num autocarro fretado pela distrital que saiu de Braga ás seis e tal da manhã e chegou a Albufeira ás cinco da tarde.
Os trabalhos decorreram numa sala do Hotel Montechoro longe do gigantismo dos espaços onde agora decorrem os congressos.
Outros tempos.
No ano seguinte (nesse tempo a periodicidade era anual) o congresso foi em Braga no Teatro Circo.
Estive presente como delegado da JSD distrital apoiando a moção da "Nova Esperança" liderada por Marcelo Rebelo de Sousa e da qual faziam parte Pedro Santana Lopes, José Miguel Júdice, José Manuel Durão Barroso, etc.
Guardo a memória de um congresso bem animado.
Não estive em 1985 num dos mais mediáticos congressos de sempre do PSD.
O que elegeu Cavaco Silva como líder.
Uma "falha" que só não é imperdoável porque se deveu a muito boas razões.
Em 1986 lá estive no Coliseu de Lisboa na consagração de Cavaco que tinha acabado de vencer as eleições. Um ambiente de pura apoteose.
Do congresso de 1988 (tinham passado a ser de dois em dois anos) novamente no Coliseu, não guardo nenhuma memória especial a não ser o facto de os delegados de Guimarães terem arranjado quartos numa residencial que então existia em frente ao edifício. Recordo-me que da varanda se via perfeitamente a entrada principal do edifício,quem entrava e quem saía.
Em 1990, com o PSD a governar em maioria absoluta, o congresso foi no pavilhão Carlos Lopes (Lisboa) e foi daqueles sem história.
Em 1992 não estive no congresso do Porto no pavilhão Rosa Mota.
Mas em 1995 estive no Coliseu.
No mais mediático congresso do PSD de sempre.
Aquele em que Fernando Nogueira e Durão Barroso disputaram arduamente a liderança.
Um conclave histórico.
Nele iniciei um ciclo de 18 presenças consecutivas em congressos!
Em 1996 em Vila da Feira o congresso elegeu Marcelo como líder e eu fui, pela primeira vez, eleito para o Conselho Nacional na lista do novo líder.
Foi um congresso cheio de peripécias a maior das quais terá sido a apoteótica recepção a Cavaco Silva na sessão de encerramento.
Sob a liderança de Marcelo realizaram-se três congressos em volta de questões estatutárias e programáticas.
No Coliseu de Lisboa ainda em 1996, em Tavira em 1998 onde se dá a ruptura entre Marcelo e Durão Barroso e no Coliseu do Porto já em 1999 com uma enorme polémica por causa dos dois terços na aprovação das alterações estatutárias.
Ainda em 1999 Marcelo sai e Durão Barroso é eleito líder no congresso de Coimbra sem oposição e num congresso sem história.
Em 2000 em Viseu a liderança é disputada a Barroso por Marques Mendes (com Passos Coelho como candidato a secretário-geral) e Santana Lopes tendo o líder renovado o mandato com um resultado ligeiramente acima dos 50%.
Foi o congresso em que Durão Barroso me convidou para secretário-geral adjunto cargo que exerceria nos dois anos seguintes.
Em 2002 o PSD voltou ao Coliseu de Lisboa.
Com Durão Barroso já primeiro-ministro foi outro congresso sem história e do qual não guardo memória especial.
O mesmo se pode dizer do congresso seguinte, em 2004 realizado em Oliveira de Azeméis, que seria o ultimo de Barroso como líder visto já estar a fazer as malas para Bruxelas embora isso na altura fosse segredo de Estado.
Ainda em 2004, mas já em Novembro, o congresso foi em Barcelos e destinou-se, essencialmente, a ratificar a liderança de Pedro Santana Lopes que sucedera a Barroso no partido e no governo.
Um congresso em que apesar do aparente clima de unidade já se pressentiam alguns "posicionamentos" para o que aconteceria meses depois.
Do congresso de 2005, em Pombal, as memórias que tenho (do antes e do durante) davam para um...livro.
Foi o ultimo em que o líder foi eleito em congresso e ficará para a história como um combate épico entre Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes que o primeiro venceria à tangente naquilo que depois se perceberia ser uma vitória de Pirro.
 Em 2006, na sala Tejo do pavilhão Atlântico, decorreria um congresso estatutário em que seriam aprovadas as eleições directas do líder sob proposta de Luís Filipe Menezes e que seriam o primeiro passo para a sua ascensão à liderança.
Ainda em 2006, e realizadas as primeira "directas" a que Marques Mendes concorreu sozinho depois de chumbada a candidatura de José Alberto Pereira Coelho, realizou-se um congresso electivo na Póvoa de Varzim e que foi mais um passo em frente na estratégia de Menezes conquistar a liderança.
A melhor memória que tenho é a da auto caravana que os apoiantes de Menezes estacionaram em frente ao pavilhão e onde funcionava o gabinete de apoio às candidaturas apresentadas aos vários orgãos.
Passei lá dois dias de intenso trabalho e só de lá saí para as refeições (quando havia tempo...) e para ir dormir. No congresso...mal entrei.
O congresso seguinte foi em 2007, em Torres Vedras,  foi o da consagração de Luís Filipe Menezes que tinha acabado de derrotar em "directas" o anterior líder e iniciava uma liderança que não se estendeu por muito tempo.
Recordo bem que no dia de encerramento do congresso fui jantar com alguns amigos e "profetizei" sem prazer e com alguma tristeza que a liderança não duraria mais de seis meses.
Infelizmente tive razão.
Para quem tinha estado sempre presente ao lado de Menezes entre 2005 e 2007 (outro período que dava um ...livro) era fácil perceber que os indícios saídos das escolhas feitas não podiam dar noutra coisa senão naquilo que deram.
O congresso de 2008 foi no Multiusos de Guimarães.
A líder eleita era Manuela Ferreira Leite que tinha vencido Pedro Passos Coelho e Santana Lopes mas por resultados tão aproximados que o partido ficou "partido" em três.
Tendo apoiado de perto a campanha de Santana Lopes ainda hoje acho que se ele tem arrancado mais cedo tinha vencido.
Não foi possível e infelizmente o PSD não ganhou nada com isso.
Do congresso recordo algumas peripécias engraçadas a melhor das quais foi depois de ter sido recusada ás candidaturas de Passos e Santana instalações próprias no pavilhão ter sido possível arranjar por portas travessas (leia-se gentileza do Amadeu Portilha) um gabinete para a candidatura de Santana Lopes bem melhor que aquele atribuído à líder eleita.
Desse congresso guardo, apesar da derrota nas directas, muito boas memórias pessoais.
O congresso de Mafra, em 2010, com Manuela Ferreira Leite de saída foi um contar de espingardas entre Passos Coelho,Paulo Rangel e Aguiar Branco que daí a dias disputariam a liderança em novas eleições directas.
Ainda em 2010 , em Carcavelos (Cascais), seria entronizado Passos Coelho que entretanto vencera as directas e iniciava o seu caminho para o poder num congresso sem grande história.
Finalmente em 2012, novamente na sala Tejo do Pavilhão Atlântico, com o PSD no poder e Passos Coelho a primeiro-ministro estive presente no meu 18ºcongresso consecutivo que seria o último dessa longa série iniciada em 1995 no Coliseu de Lisboa.
Um congresso sem grande história também.
Não estive no 35º, no Coliseu de Lisboa, que ficará mais para a história como aquele em que Marcelo foi provar que tinha o "povo laranja" com ele do que por qualquer outra razão politicamente susceptível de merecer recordação.
Também não fui a  Espinho ao seu 36º congresso.
E também não irei ao trigésimo sétimo ,em Lisboa, que consagrará Rui Rio e dará início a um período da vida do PSD sobre o qual tenho as maiores interrogações.
E preocupações...

Banho de Elefantes


Árvore


segunda-feira, janeiro 22, 2018

O Desafio de Crescer

O meu artigo desta semana no zerozero.

É de todos bem conhecido o quadro em que se move o nosso desporto em geral mas muito particularmente o futebol como a modalidade que a larga distância merece o interesse de uma esmagadora maioria dos portugueses.
Há três clubes a que de forma mais ou menos se parola se chama os “grandes” e depois todos os outros com dimensões diferentes mas que se encontram em patamares competitivos que só quando o “rei faz anos” lhe permite incomodarem os tais três que são “donos disto tudo”.
É certo que nalgumas modalidades, como o voleibol com o Sporting de Espinho ou o andebol com o ABC, existem clubes que conseguem de forma eficaz contrariar o predomínio dos três do costume e ganharem de forma consequente campeonatos e taças mas são de alguma forma a excepção que confirma a regra.
Regra que no futebol tem pouquíssimas excepções.
Em títulos apenas Belenenses e Boavista (e apenas por uma vez) conseguiram até hoje quebrar o monopólio embora clubes como os dois Vitórias, o Braga e a a Académica tenham andado lá perto enquanto em Taças de Portugal (uma competição apesar de tudo muito mais...democrática) já diversos clubes as conseguiram ganhar embora sem quebrarem o claro predomínio dos três clubes que já sabemos.
Em Portugal há hoje, abaixo de Benfica,Porto e Sporting, muito pouco clubes que tenham possibilidades de ambicionarem um salto qualitativo que os projecte para patamares próximos desses três colocando-os em posição de com eles discutirem títulos (mais difícil) e apuramentos para a Liga dos Campeões (menos difícil) de forma a equilibrarem um futebol cronicamente desequilibrado e transmitirem mais emoção e competitividade às competições nacionais.
Com Belenenses e Boavista longe de tempos de glória que dificilmente voltarão, com o Vitória de Setúbal mergulhado em crónicos problemas financeiros que tem inegável repercussão na valia das suas equipas, com a Académica a jogar no segundo escalão e sem uma correspondência em termos de adeptos ao seu historial, restam apenas dois clubes cujo potencial de crescimento lhes permite ambicionar darem o tal salto para o patamar acima.
Vitória Sport Clube, de Guimarães, e o Sporting Clube de Braga.
Os dois velhos rivais minhotos cuja rivalidade vai muito para lá da mera rivalidade entre dois clubes desportivos porque é nos tempos correntes a face mais visível de uma rivalidade milenar entre duas comunidades vizinhas.
Ambos tem, de há muito, essa pretensão de crescerem e disputarem com os “donos disto tudo” os lugares cimeiros das provas nacionais, de conquistarem títulos e troféus, de serem primeiras figuras das nossas competições.
Sendo verdade que ambos já conseguiram de quando em vez  incomodar os tais três (ainda em tempos recentes o Vitória ganhou uma Taça ao Benfica e o Braga outra ao Porto), que ambos já disputaram em tempos diferentes o titulo quase o vencendo, é igualmente verdade que quer um quer outro estão ainda bastante longe de poderem de forma consolidada serem outsiders constantes desses três clubes.
É certo que nesta última década o Braga fez bastante mais por isso do que o Vitória, como o provam as classificações na Liga e os percursos europeus de um e de outro, restando aos vitorianos a parca (mas importante apesar de tudo) consolação de em termos de envolvimento afectivo com a comunidade e em termos de número de adeptos continuar claramente à frente do seu velho rival.
Mas o percurso ascensional do Braga nesta década e o extraordinário apoio popular em torno do Vitória (que permite aos vitorianos dizerem que no D.Afonso Henriques todos são pequenos excepto o Vitória) sendo importantes são ainda assim insuficientes para garantirem o tal salto para o patamar acima.
É preciso mais.
E esse mais terá de passar inevitavelmente por alguns parâmetros.
Reforçar a influência nos orgãos dirigentes do futebol como a Liga e a Federação para que dessa forma possam contrariar aquilo que de há muito existe a criar desequilibrios no nosso futebol a favor dos tais três.
Conquista de posições na comunicação social que permitam que esses clubes também tenham opinião nos espaços de comentários das televisões que estão actualmente (e desde sempre aliás) entregues a comentadores “vermelhos”, “azuis” e “verdes” que na fiel interpretação das cartilhas condicionam muita coisa.
Parcerias internacionais que lhes permitam dispor nas suas equipas, em termos quantitativos e qualitativos, de jogadores a que de outra forma nunca poderão chegar.
Galvanização das suas massas adeptas em torno de projectos desportivos sólidos, ambiciosos e ganhadores,por etapas, que lhes permitam aumentar o número de adeptos assim contrabalançando os desequilíbrios actualmente existentes.
E exigindo, juntamente com todos os outros desfavorecidos, uma distribuição muito mais justa dos dinheiros da televisão a exemplo do que acontece noutros países.
Por esse caminho acredito que Vitória e Braga conseguirão, mais dia menos dia, contribuir para uma “democratização” do nosso futebol e para que este se torne,consequentemente, mais competitivo, mais verdadeiro e mais atractivo.

Por do Sol


Yokoama,Japão


Urso Polar

Foto: National Geographic

domingo, janeiro 21, 2018

43 Anos

Todos os anos nesta data tenho por hábito recordar neste espaço a minha já remota filiação na JSD, em 21 de Janeiro de 1975, poucos dias antes de o PPD realizar o seu primeiro comício em Guimarães presidido por Francisco Sá Carneiro.
Num tempo de acentuadas clivagens ideológicas na sociedade portuguesa, poucos meses depois do 25 de Abril, e em que na JSD se discutia política com a mesma paixão com que se fazia segurança aos comícios, se vendia na rua o "Povo Livre" ou se passavam as noites a colar cartazes e às vezes a pintar paredes.
Foi há muito tempo.
Mas nestes quarenta e três anos, quase a idade da própria JSD e do PPD, a juventude social democrata soube sempre manter uma imagem de irreverência, de desassombro, de vanguarda política do partido que embora nem sempre seja bem aceite por todos(especialmente nalguns temas fracturantes) não deixa nem assim de corresponder à matriz que levou à sua fundação em 1974.
E quantas vezes, como neste cartaz das legislativas de 2005,essa irreverência e esse desassombro não se vem a revelar profeticamente acertados pese embora o ter razão antes do tempo pague sempre um preço como todos sabemos por experiência própria.
Foram quarenta e três anos que passaram depressa.
Mas valeram a pena.
E hoje, afastado da JSD há quase trinta anos, continuo a olhar para a organização de juventude do PSD como um dos principiais motores da modernização do partido, um garante de fidelidade à social democracia e a vanguarda da saudável irreverência que fazem o PSD/JSD diferentes de todas as outras organizações políticas portuguesas.
Depois Falamos

quinta-feira, janeiro 18, 2018

O PPD Morreu?

Morreu!
No passado sábado com a vitória de Rui Rio sobre Pedro Santana Lopes.
Não há razões para fazer dramas em volta do sucedido porque o PSD continua vivo,e bem vivo, com mais de setenta mil militantes com cotas pagas, dos quais votaram nas directas mais de quarenta mil, o que dá bem a imagem de uma certa vitalidade que o põe ao abrigo de qualquer risco de desaparecimento como poderiam supor alguns que o conhecem mal.
Agora o PPD morreu mesmo.
Em boa verdade já tinha começado a morrer, em 4 de Dezembro de 1980 quando Francisco Sá Carneiro desapareceu em Camarate, mas ainda existiam alguns que preservavam as memórias desse tempo e de uma certa forma de o partido ser e agir.
Um partido de lideres carismáticos, irreverentes no melhor sentido do termo, desassombrados e corajosos, capazes de enfrentarem o conformismo, o "establishment", o politicamente correcto, interpretes fieis do sentir profundo daquele partido que "nasceu contra o vento" como tão bem o definiu um dia Leonor Beleza.
Lideres como foram, com tudo que os diferencia, Francisco Sá Carneiro, Aníbal Cavaco Silva ou Pedro Passos Coelho.
Pedro Santana Lopes era o "Ultimo Moicano" desse PPD.
O último que trabalhara com Sá Carneiro, o ultimo que conhecia em profundidade o seu pensamento político, o ultimo que interpretava na plenitude alguns dos seus conceitos estratégicos fundamentais como a clarificação, a bipolarização , a recusa do bloco central de interesses.
Com a sua derrota, e não sendo provável que volte a candidatar-se à liderança, é seguro afirmar que o PSD não voltará a ter um líder realmente "Sá Carneirista" embora seja igualmente provável que o actual e próximos lideres se continuem a reivindicar como herdeiros de uma herança que em boa verdade nem conhecem e muito menos praticam.
Pedro Santana Lopes, como Francisco Sá Carneiro, idealizava um PPD líder de um bloco político, ganhador de eleições, capaz de reformar o país e aproximar Portugal dos índices económicos e de desenvolvimento dos melhores países europeus.
Defendia um partido verdadeiramente social democrata, fiel aos seus princípios e valores, orgulhoso de uma identidade de que não prescindiria fossem quais fossem as tentações de poder que lhe aparecessem no percurso.
Pedro Santana Lopes, como Francisco Sá Carneiro, não tinha como ambição ajudar o PS a governar, não admitia o PPD como um dos vários concorrentes a "bengalinha" do PS, não admitiria nunca "vender a alma ao diabo" em troca de ser parceiro menor de uma coligação governamental que a História já provou não fazer sentido.
Tinha como ambição, isso sim,  derrotar a Frente de Esquerda e não substituir as peças vermelhas da geringonça por uma peça laranja!
Os militantes do PSD, soberanos numa decisão que merece o respeito de todos mesmo dos que em nada concordam com ela (como é o meu caso), não quiseram um PSD mais PPD e preferiram "matar" o PPD e seguir em frente só com o PSD.
Um dia uma das grandes referências do PSD, o eng. Eurico de Melo, disse num congresso-e foi ovacionado de pé- uma frase que ficou para a História pela simplicidade com que dizia tudo que nós social democratas pensávamos ao tempo sobre o PSD :
"É tão bonito o nosso partido".
O PSD continua a ser o "meu" partido.
Mas no sábado, com a "morte" do PPD, deixou de ser tão bonito!
Depois Falamos.

P.S: Tal como já disse noutro espaço daqui em diante cumprirei o meu mandato na assembleia municipal de Guimarães ajudando o PSD a combater a maioria socialista, pagarei a minha cota pontualmente e como não me chamo Morais Sarmento votarei no PSD nas legislativas de 2019.
Considero ser o mínimo que posso fazer como militante com quase 43 anos de "casa".
E também o máximo no actual contexto!

terça-feira, janeiro 16, 2018

Pedro Passos Coelho

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Conheci Pedro Passos Coelho há muitos anos atrás.
Diria que há trinta anos, mais coisa menos coisa, era eu vogal da comissão política do PSD Guimarães e ele membro da direcção nacional da JSD presidida então pelo hoje eurodeputado Carlos Coelho.
Já não sei a que propósito nem porque motivo, nem interessa minimamente, um dia realizando-se um plenário da secção de Guimarães foi convidado a nela participar Carlos Coelho que se fez acompanhar por Pedro Passos Coelho então um jovem de vinte e poucos anos e a dar os seus primeiros passos na política nacional.
Recordo-me bem do jovem franzino que ficou sentado ao meu lado e que me fez ,durante o decorrer do plenário, imensas perguntas sobre a política local,sobre a política distrital e sobre outros assuntos revelando uma enorme curiosidade e vontade de ter informação sobre a política nesta região do país.
Confesso que me impressionou bem, desde logo, e que doravante fiquei atento ao seu percurso político por me parecer ( e eu ao tempo conhecia muito bem a JSD) de um nível claramente superior ao que era habitual nos seus dirigentes.
Em 1995 , já como presidente da JSD, recordo a coragem com que confrontava posições com o então líder do PSD –Aníbal Cavaco Silva- em termos de políticas de juventude e depois  forma desassombrada e corajosa como apoiou Durão Barroso contra Fernando Nogueira no célebre congresso do Coliseu em que se disputava a sucessão de Cavaco Silva e onde o jovem Passos não revelou qualquer temor em afrontar os “barões” do partido.
Depois de alguns anos como deputado desapareceu da vida política para ir concluir o seu curso superior e iniciar uma vida profissional fora da política quando lhe teria sido fácil eternizar-se como deputado a exemplo de alguns dos seus contemporâneos que fizeram do parlamento profissão.
Em 2000, no congresso de Viseu, foi candidato a secretário-geral na lista de Marques Mendes que perderia para o então líder-Durão Barroso-num congresso com algumas histórias engraçadas mas que não cabem no teor do texto de hoje.
Voltou para a vida profissional e reapareceu em 2005 no congresso de Pombal,em que Marques Mendes derrotou à justa Luís Filipe Menezes, de lá saindo como vice presidente do partido cargo que não ocupou muito tempo por divergências com Marques Mendes que o levaram a bater com a porta.
Regressou em 2008, numas directas extremamente disputadas entre ele, Pedro Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite (com Rui Rio como primeiro vice presidente)que sairia vencedora e prontamente tomaria uma decisão sectária e incompreensível excluindo Passos Coelho das listas de deputados pese embora para ela ter sido indicado pela distrital de Vila Real.
Uma atitude sectária, que em nada ajudou a unir o partido fraccionado em três partes por três candidaturas que obtiveram resultados muito próximos, e que lhe viria a sair cara porque nunca mais conseguiu ter o partido unido em volta da sua breve e nada saudosa liderança.
Um ensinamento da História do PSD que não deve ser esquecido...
Não o apoiei nessa directas mas recordarei sempre o simpático convite que então me fez para colaborar na sua campanha e tive sincera pena de a ele não poder corresponder afirmativamente mas tinha feito outra opção de que aliás nunca me arrependi que fique claro.
Em 2010, depois da saída inevitável de Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho venceu as directas e deu inicio à mais longa liderança do PSD depois da de Cavaco Silva.
Nessa directas dei um pequeno apoio à sua campanha mas nada que mereça sequer qualquer destaque.
Dando logo de entrada um claro sinal de união ao convidar o seu principal adversário nas directas acabadas de disputar-Paulo Rangel-para encabeçar a lista ao Conselho Nacional provando que a unidade se constrói com atitudes e não com palavras de mera circunstância.
Venceu as legislativas de 2011.
Governou durante quatro anos num aterrador clima de crise económica, ultrapassando dificuldades de toda a ordem, resolvendo os terríveis problemas que herdara do governo socialista de José Sócrates, conseguindo uma saída limpa do programa de assistência e dispensando os serviços da troika que ainda no tempo de Sócrates impusera a Portugal um duro programa de recuperação financeira.
Pelo meio enfrentando crises na coligação, problemas no governo(saída de ministros como Vítor Gaspar,Miguel Relvas e Miguel Macedo), ataques pessoais como nenhum líder do PSD sofrera desde Sá Carneiro, criticas várias de companheiros de partido que enquanto comentadores e não só eram por vezes mais virulentos contra o governo do que a própria esquerda, conseguiu levar a nau a bom porto dando provas de uma coragem, uma resistência e um sentido de Estado a que a História fará justiça.
Venceu as legislativas de 2015 em coligação com o CDS.
Uma vitória que parecia impossível mas que ele, mais que todos, tornou possível.
A formação de uma Frente de Esquerda, contra natura com a História de 40 anos democracia,tornou
impossível a governação de quem tinha ganho as eleições e Passos Coelho viu-se obrigado a ir para o Parlamento liderar a oposição o que fez com notável dignidade e a coragem que é a imagem de marca da sua postura política.
Depois de um mau resultado nas autárquicas, mas não tão mau como alguns querem fazer crer, decidiu não se recandidatar à liderança do PSD embora fosse certo que voltaria a vencer as directas fossem quem fossem as alternativas.
Sendo certo que Pedro Santana Lopes nunca seria candidato contra Passos Coelho como o próprio fez questão de afirmar por várias vezes.
Pedro Passos Coelho sai, assim, no final do seu mandato, por vontade própria e perante o reconhecimento quase geral do partido que vê nele um homem de Estado que prestou relevantes serviços ao PSD e especialmente a Portugal.
Sai com dignidade inatacável.
Não tomando posição sobre o sucessor, assistindo calado ao facto de vários membros dos seus governos aparecerem na campanha de Rui Rio ao lado de personagens que tanto o tinham atacado, mantendo até ao fim o seu papel de líder de todo o partido.
Sai com 53 anos e um capital político e de experiência consolidada que lhe permitem poder ser candidato a tudo aquilo que quiser porque ainda tem um largo futuro pela frente.
Se quiser...o futuro poderá voltar a ser dele!

Glaciar,Patagónia


Elefante Marinho

Foto: National Geographic

segunda-feira, janeiro 15, 2018

Curtas Notas

O meu artigo desta semana no zerozero.

Hoje, e para variar no estilo de artigo, vou deixar aqui alinhavadas quatro curtas notas sobre assuntos de relevo dos últimos dias do futebol nacional e internacional.
Começando por cá:
1)Com o campeonato a meio, e bastante disputado ao contrário do que acontece por exemplo em Espanha e Inglaterra onde já se pode quase falar de campeões anunciados, o futebol português vive a centésima quadragésima sétima polémica desta época  desta vez centrada nas parecenças entre um boneco (pertencente ao filho do treinador do Porto) e o treinador do Benfica na mais que suspeita opinião de Sérgio Conceição.
Devo dizer duas coisas sobre isto.
Uma para referir que são polémicas que em nada engrandecem o futebol , os clubes e os próprios protagonistas mas que por cá são uma quase constante quando os campeonatos caminham para a fase de decisões.
A outra que conhecendo Rui Vitória, um homem de educação esmerada, jamais uma polémica destas poderia partir dele e se algum erro nela cometeu foi em dar troco ao seu oponente porque bem melhor seria deixá-lo a falar sozinho.
Mas percebo que não sendo de ferro Rui Vitória não resistiu a defender-se.
2)Outro assunto que merece destaque no nosso futebol, mas desta vez pela positiva, é a disputa acesa pelo titulo que envolve os candidatos do costume (é pena o leque não estar mais alargado) e que no inicio da segunda volta torna completamente impossível prever quem chegará em primeiro lugar ao fim da competição.
Um Porto muito forte, muito por força do seu demolidor ataque africano (Aboubakar,Marega e Brahimi), um Sporting de alto rendimento com um banco bem melhor que na época passada e um Benfica que tem sabido resistir a  alguns contratempos e se mantém na disputa do titulo.
Esperemos por uma segunda volta de grande qualidade, com menos polémicas se possível, e que no fim seja campeão aquele que com respeito total pela verdade desportiva seja o melhor.
3) Em pleno mês de Janeiro, sempre agitado em termos de mexidas nos planteis, vive-se uma estranha acalmia em termos nacionais e internacionais no que à movimentação de jogadores concerne.
É certo que estamos em meados do mês,e as coisas normalmente conhecem maior movimentação nos últimos dias por força das movimentações de ultima hora, mas mesmo assim não deixa de ser algo estranho ver o mercado tão calmo.
Aqui contratou-se um jogador, ali emprestou-se outro, fala-se de possibilidades diversas mas a regra parece apontar para um Janeiro menos movimentado do que nos últimos anos o que não deixa de ser uma boa notícia para um futebol em que já se cometeram e ainda cometem “loucuras” financeiras mais que suficientes.
4) E nessas verdadeiras loucuras insere-se a renovação do contrato de Leonel Messi com o Barcelona.
Não está em causa o valor do genial jogador, a importância que nesta última década ele teve em tantos e tantos sucessos do seu clube nem tão pouco a importância que previsivelmente terá ainda durante os próximos quatro ou cinco anos a manter o seu rendimento e se as lesões o pouparem.
Não vou sequer evocar, como suporte deste raciocínio, a idade do jogador que lhe permitindo ainda jogar ao mais alto nível nos próximos anos em nada indicia que ainda possa render mais do que rendeu até agora.
As coisas são o que são.
Mas em qualquer cenário, em qualquer idade, um salário a ultrapassar os 100 milhões de euros brutos por época é uma monstruosidade que atira o futebol em geral , e o Barcelona em particular, para caminhos muito perigosos e dos quais pode não haver retorno.
Já para nem falar, mas isso é problema exclusivo do clube, do que pensará um balneário em que tem assento um jogador que representa sozinho quase 50% da massa salarial do clube.

terça-feira, janeiro 09, 2018

Eu Voto Santana Lopes

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Depois de uma longa campanha eleitoral interna o PSD vai escolher, no próximo sábado, o seu novo líder que terá a responsabilidade de defrontar António Costa nas legislativas do próximo ano.
Avesso que sou a tacticismos, a falta de clareza, a esperar para tentar perceber quem ganha para depois o apoiar decidi dar o meu apoio desde a primeira hora à candidatura de Pedro Santana Lopes.
Não por uma questão de amizade pessoal, que é importante mas não deve interferir neste tipo de opções, mas por reconhecer nele o social democrata mais bem preparado para liderar o partido no combate eleitoral de 2019 e levar o PSD a uma nova vitória que lhe permita, desta vez, governar o país e não ser arredado do poder por uma Frente de Esquerda sem outro “cimento” que não afastar o PSD e Passos Coelho do governo como aconteceu em 2015.
Conheço Pedro Santana Lopes há muitos anos.
E mesmo antes de o conhecer já acompanhava o seu percurso político, iniciado ao lado de Francisco Sá Carneiro, no qual teve vitórias e derrotas, sucessos e inêxitos mas sempre ao serviço do seu partido e nunca contra ele mesmo em fases da vida do PSD em que não estava em convergência com os líderes de então.
E mesmo nesses períodos, em que entendia que o rumo seguido pelos líderes não era o mais adequado, nunca se furtou a combater pelo partido e assim obteve triunfos históricos na Figueira da Foz em 1997 e Lisboa em 2001 quando lhe teria sido bem mais fácil resguardar-se, não dar a cara, e esperar que o futuro lhe trouxesse os sucessos que por vezes ele,futuro, guarda para os tacticistas.
Em 2008, nas directas em que defrontou Pedro Passos Coelho e Manuel Ferreira Leite, apoiei Pedro Santana Lopes.
Já nessa altura o considerava a melhor opção para liderar o partido.
A opinião dos militantes foi outra-elegeram Manuela F.Leite- e aceitei de bom grado sem jamais pensar que o partido corria o risco de desaparecer e sem a menor tentação de nas legislativas seguintes votar no PS.
Hoje volto a apoiar Pedro Santana Lopes.
Conheço-o melhor do que  em 2008 e por isso tenho ainda mais razões para o apoiar.
É um político experiente, conhecedor, com um carisma pessoal enorme  e que soube ao longo da sua irrepreensível vida pública aprender com os erros , não se deslumbrar com os sucessos e ter a humildade de reconhecer que não é o centro do mundo nem o supra sumo das virtudes.
É um homem com “mundo”.
Que conhece muito bem o país, que estudou no estrangeiro, que viaja por deveres profissionais mas também pela curiosidade de conhecer, de estudar, de aprender novas realidades.
Conhece Portugal e os portugueses.
Em quarenta anos de vida pública foi deputado, membro do governo, primeiro-ministro e presidente de duas câmaras municipais, sendo uma delas a maior do país e outra uma média câmara da região centro, o que lhe deu uma profunda experiência de governação nos seus vários patamares.
Conhece a política internacional.
Como membro do governo em várias ocasiões mas também como eurodeputado em Bruxelas.
Conhece o mundo da cultura (foi o secretário de estado que mais tempo esteve nessas funções), do desporto (como presidente do Sporting), da acção social onde levou a cabo relevante acção nos seis anos em que foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Mas também conhece uma vida profissional própria, liderando uma conhecida sociedade de advogados , com a experiência essencial que essa actividade fora da política sempre traz e é essencial a quem desempenha cargos públicos.
É hoje um homem muito bem preparado, com uma maturidade política e pessoal que apenas a experiência de vida traz, para voltar a desempenhar cargos tão relevantes como o de presidente do PSD e essencialmente primeiro-ministro de Portugal.
Lidera uma candidatura com ideias e projectos que foi capaz de apresentar um programa sólido e estruturado para Portugal.
Um programa consubstanciado em mais de duzentas ideias para o país, abrangendo todos as áreas e sectores, que recolheu contributos de relevantes especialistas que quiseram contribuir para um documento inovador e que é representa a sustentação programática da candidatura.
Uma candidatura que teve a preocupação de realizar uma Convenção Nacional, no passado sábado, em que durante cerca de cinco horas foi possível assistir a painéis temáticos,a intervenções de grande qualidade de reputadas personalidades da vida política, social e económica do país, ao apresentar de um vasto conjunto de ideias para Portugal.
E que teve no seu encerramento um notável discurso de Pedro Santana Lopes falando para Portugal e para os portugueses, deixando de lado as questões partidárias e preocupando-se exclusivamente em apresentar as linhas mestras do programa com que depois de ganhar o PSD pretende ganhar Portugal.
No próximo sábado espero que os militantes do PSD reconheçam tudo isto e deem a Pedro Santana Lopes uma clara vitória nas directas para depois o partido começar a construir uma alternativa mobilizadora, carismática e ganhadora para as legislativas de 2019 .
Portugal precisa do PSD.
E o PSD precisa de um líder como Pedro Santana Lopes.
Em quem votarei.
Pelo PSD e por Portugal.

quinta-feira, janeiro 04, 2018

Clarificador

Findo o primeiro debate entre os candidatos à liderança do PSD, com uma esmagadora vitória de Pedro Santana Lopes, ficaram definitivamente claras algumas coisas.
Santana Lopes tem ideias para o partido, tem ideias para o país, tem uma visão de Estado e uma visão sobre o país que a sua longa experiência em áreas tão diversas como as autarquias,o parlamento, o governo, a área social, o mundo do desporto e uma vida profissional na área privada lhe permitem.
Tem respeito pelo partido, valoriza a sua História, defende o legados dos seus governos.
Vem para unir o PSD e a seguir ganhar o país.
Sem alianças contra natura, sem admitir o "Bloco Central" seja em que circunstância for, privilegiando uma ida às urnas do PSD sozinho.
Rui Rio tem pouca estima pelo partido, nunca se importou de alinhar ao lado dos adversários nas criticas ao PSD, não é em nada solidário com a governação recente de Pedro Passos Coelho e quando saiu de ideias banais sobre economia,justiça ou desenvolvimento foi para reincidir nos ataques rasteiros a Santana Lopes o que, aliás, tem sido uma constante da sua campanha.
Com a nuance de admitir ir a votos sozinho, em aliança com o CDS ou até com o PS.
Aceitando o "Bloco Central" e uma coligação com o PS de António Costa o mesmo PS que governa sem ter ganho eleições.
Para quem duvidas tivesse creio que este debate as desfez.
Mas para quem ao longo do debate ainda alimentasse alguma duvida,por pequena que fosse, o minuto final de cada candidato te-las-à dissipado em definitivo.
Pedro Santana Lopes falou do partido , do país, de expectativas projectos e esperança.
Rui Rio falou de...Pedro Santana Lopes.
Outra vez com os ataques rasteiros, outra vez com a obsessão  de criticar o oponente usando argumentos de Sócrates e Sampaio, sem nada para dizer aos militantes social democratas e aos portugueses.
Um minuto final que marcou a diferença que faz toda a diferença.
Pedro Santana Lopes merece ser líder do PSD e voltar a ser primeiro-ministro.
Porque tem ideias e projectos para o partido e para o país.
Rui Rio mostrou não ter dimensão para nenhum dos cargos.
Porque quem faz um minuto final daqueles sentencia o seu destino político.
Depois Falamos.

P.S. Hoje quem ainda não soubesse ficou a saber porque fugia Rio dos debates como o diabo da cruz!

Deserto


Castelo de Chenonceaux, França


Camaleão


terça-feira, janeiro 02, 2018

Liga Europa

Para um clube da dimensão do Vitória, que à partida não é candidato a vencer a prova, a participação na Liga Europa (e por maioria de razões na Liga dos Campeões) tem essencialmente duas razões fundamentais a justificar todos os esforços nesse sentido.
Um são as receitas passíveis de serem arrecadadas quer com o apuramento, quer com os pontos obtidos, quer com  a passagem da fase de grupos que dá um prémio substancial.
A outra é poder mostrar os seus jogadores em grandes palcos, atrair para eles a atenção de clubes de outro poderio financeiro e fazer bons negócios no verdadeiro sentido do termo.
Depois há razões menos importantes mas que não merecem ser subestimadas.
O prestigio, o palmarés, o merchandising, a atracção de novos adeptos, a negociação da publicidade nas camisolas, os contratos televisivos entre outras que tornam muito importante o clube estar todos os anos nas competições europeias.
Face ao mau desempenho das equipas portuguesas (incluindo o Vitória) nas competições europeias dos últimos anos acontece que em 2018/2019 Portugal terá apenas duas equipas na Liga dos Campeões (e apenas o campeão com entrada directa na fase de grupos), cabendo ao vencedor da Taça de Portugal a entrada directa na fase de grupos da liga Europa e "sobrando" para os terceiro e quarto classificados do campeonato a participação na terceira pré eliminatória da Liga Europa.
Um panorama preocupante na óptica vitoriana.
Porque por este andar , e face ao panorama da Taça de Portugal, o quinto lugar pode não dar direito à participação europeia dependendo dos finalistas da taça e dos dois primeiros do campeonato.
Arredado da Taça, e vendo por um canudo o  quarto lugar, resta ao Vitória tentar ficar em quinto e depois esperar por uma conjugação favorável que lhe permita manter-se nas competições europeias na próxima época.
Não é impossível mas convenhamos que parece bastante difícil.
Acontece que isto se sabe desde 2016 pelo que é incompreensível a leviandade com que esta época foi preparada e que resultou, até agora, na perda da supertaça e na eliminação prematura da taça de Portugal, da taça ctt ( num gripo facílimo) e da liga Europa.
A que acresce, e não é pouco, o provável não apuramento para as competições europeias de 2018/2019.
Espero bem estar enganado, e se estiver assumi-lo-ei com muito gosto, mas infelizmente não me parece que esteja.
Depois Falamos.

P.S. O possível empréstimo de Mattheus Oliveira por quatro meses parece-me bem pouco para justificar o "pé dentro pé fora" com que o Vitória está no G-15.
Enfim...