terça-feira, outubro 31, 2017

Arrumar a Casa

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

 O PSD  está numa fase, normal na vida dos partidos democráticos, de arrumar a casa depois da saída de um líder e quando se trata de escolher outro e a respectiva equipa dirigente.
Ao contrário de outros partidos, com uma legitimidade que não me compete discutir, que chamam a esses processos de escolha cidadãos não filiados no partido (já para não falar dos que ainda escolhem o líder por votações de braço no ar numa indisfarçável nostalgia dos sovietes) no PSD a escolha é feita por todos os militantes com as respectivas cotas pagas.
É e espero que continue a ser.
Como é sabido a disputa pela liderança faz-se entre dois notáveis militantes .Pedro Santana Lopes e Rui Rio- que estão agora em plena campanha interna percorrendo o país e apresentando as suas ideias aos militantes e com eles as debatendo naquilo que se pretende seja um contributo para o enriquecimento dos respectivos programas.
Apoio, desde o primeiro minuto, Pedro Santana Lopes que considero o mais adequado para liderar o partido nos próximos anos mas não é disso que quero tratar neste texto.
Mas sim do que vem a seguir ganhe quem ganhar.
Porque a seguir a arrumação da casa continua, quer com as escolhas para a equipa dirigente do partido e para os restantes orgãos quer com as reformas estatutárias e regulamentares de que o partido precisa como de pão para a boca.
E por isso a importância de que se reveste o congresso a realizar em Lisboa cerca de um mês depois das directas.
Um congresso extremamente importante, de que o partido não pode fazer um ritual que se cumpre monotonamente, um desfile de personalidades em busca de minutos de fama oriundo do momento em que estão no púlpito ou apenas a inevitável (???) luta pela consolidação de poderes internos que pouco servem ao partido nos seus desafios externos.
É preciso que o congresso seja mais do que isso.
Que abra caminhos sólidos para o futuro através da reorganização interna do partido, da reforma séria e profunda de estatutos e regulamentos, da adopção de  uma estratégia que permita ao PSD dar a Portugal aquilo que tem de melhor em termos de quadros politicos e de protagonistas para o futuro.
Para mim isso é muito mais importante do que discutir moções de estratégia que ninguém lê e de que ninguém se lembra passados cinco minutos de terem sido apresentadas.
É evidente que também será importante a consagração do novo líder (espero que Santana Lopes) esperando-se que este não perca a oportunidade de renovar significativamente os orgãos dirigentes , dando descanso a caras cansadas, e juntando em torno de si aquilo que o partido tem de melhor em termos de quadro politicos.
Mas é preciso mais do que isso.
São precisas as tais reformas estatutárias e regulamentares que modernizem o PSD e lhe atribuam um novo folêgo na relação com os portugueses nomeadamente aqueles que desacreditando da politica ,dos politicos e dos partidos se tem refugiado na abstenção.
Deixarei meia dúzia de sugestões que para serem implementadas não precisarão de revisões constitucionais, da reforma de leis eleitorais da Republica, ou de qualquer outra medida que ultrapasse as competências própria do partido.
Por exemplo entendo que devia ser consagrado nos estatutos e regulamentos:
- Impossibilidade de exercício de funções governativas e de mandatos de deputado com ocupação de qualquer cargo no partido. São funções que merecem por parte dos titulares uma dedicação exclusiva.
A única excepção será o presidente do partido quando for também primeiro-ministro.
- Proibição de incluir nas listas de futura eleição os deputados com três mandatos completos. Um pouco como acontece com os presidentes de câmara. Ao fim de três mandatos é tempo de os deputados voltarem ás suas profissões sem prejuízo de no futuro poderem voltar a sê-lo. Só em casos muito excepcionais esta regra não seria considerada.
-Impossibilidade de acumulação de cargos executivos em vários níveis do partido. Quem está numa concelhia não pode estar numa distrital e quem estiver numa distrital não pode estar na CPN.
-Presidentes das comissões politicas de secção não podem ser candidatos a presidentes de câmara.
-Presidentes das distritais não podem ser candidatos a deputados.
-Estender estas propostas, onde foram aplicáveis,aos TSD e aos ASD.
São apenas alguns dos exemplos possíveis e que naturalmente merecem a discussão adequada porque o PSD nunca foi nem será um partido de dogmas ou de verdades absolutas.
Mas que visam democratizar o partido, dar oportunidades a mais militantes de exercerem cargos dirigentes, renovar periodicamente as estruturas , impedir que muitos sejam juízes em causa própria, acabar com a profissionalização de cargos e funções que devem ser temporários.
E dar sinais importantes de abertura e modernização a uma sociedade que exige, cada vez mais, a regeneração dos partidos políticos e do seu seu posicionamento face à comunidade.
Haja vontade.


segunda-feira, outubro 30, 2017

O Nosso 14

Era um jogo "manhoso".
Em que o triunfo seria encarado como obrigatório,pese embora a época muito abaixo do normal que o clube está a fazer, mas um empate e por maioria de razões uma derrota agravariam a crise de resultados e não só.
Felizmente verificou-se o triunfo.
Que trouxe três pontos, reforço da confiança da equipa nela própria e alguma tranquilidade face às dificuldades dos próximos jogos no plano interno e na Liga Europa.
Individualmente:
Miguel Silva: Menos trabalho do que esperaria mas registo para duas excelentes defesas a negarem claras ocasiões de golo. No resto sempre tranquilo e seguro.
Vítor Garcia: Uma primeira parte de muitas dificuldades face ao flanco esquerdo avense. Um pénalti que pareceu algo ingénuo e uma segunda parte mais tranquila.
Jubal: Um jogo sem especiais aflições em que foi resolvendo o que lhe aparecia.
Marcos Valente: Um jogo tranquilo.
Konan: Ainda longe do que já se lhe viu mas denotando alguma evolução em termos fisícos.
Rafael Miranda: Um jogo intenso face ao bom meio campo adversário. Deu ideia de estar num bom momento em termos físicos o que poderá ser muito importante para os próximos jogos dado ser o médio defensivo com melhores pés de todo o plantel.
Célis: Muita raça, muita combatividade mas com a bola nos pés esteve em nível apenas discreto.
Tallo: Um mistério porque nunca se percebeu qual a sua verdadeira função em campo. Pareceu destinado a jogar entre linhas no apoio ao ataque mas apenas evidenciou muita entrega porque quanto a discernimento não esteve nada bem.
Héldon: Concluída a pré temporada, que tal como outros fez fora de horas, tem vindo a assumir cada vez mais importância na equipa e começa a deixar pena que seja emprestado. Um golo, uma assistência espectacular e várias jogadas de bom nível.
Rafael Martins: Está de volta o goleador que se conhecia de épocas passadas. Quarto jogo seguido a marcar, boas movimentações e uma entrega ao jogo simplesmente extraordinária. Agora que obteve do treinador a continuidade na aposta tem correspondido em pleno.
Raphinha: É o talento mais exuberante da equipa e tem exprimido isso em golos e nalgumas,nem todas, exibições. Em Vila das Aves marcou cedo mas depois enveredou por uma exibição poupadinha.
Foram suplentes utilizados:
Hurtado:  Ajudou a circular a bola quando importava manter o resultado
Francisco Ramos:  Rendeu Héldon mas não teve tempo para intervir no jogo
João Aurélio:  Entrou para "queimar" tempo
Não foram utilizados:
Miguel Oliveira, Moreno, Wakaso e Texeira.

Melhor em campo: Rafael Martins

Conquistados os três pontos com base numa exibição apenas aceitável, em que a equipa soube ser mais concretizadora mas foi dominada pelo adversário durante largos períodos de tempo, vai o Vitória agora entrar num ciclo de equipas mais difíceis.
Marselha, Benfica, Rio Ave e Vitória FC.
E deste jogo de Vila das Aves  a conclusão mais positiva que se pode tirar prende-se com o empenho e profissionalismo dos jogadores que foram inexcedíveis, porque os problemas de fundo, esses, continuam lá.
Depois Falamos.

Lagarto


Colónia


Uma Noite Feliz

Creio que Pedro Martins definiu na perfeição este jogo quando em declarações à imprensa referiu que "...foi uma noite em que tudo nos correu de feição..." (sic).
Porque foi mesmo.
As quatro minutos um passe genial de Héldon isolou Raphinha para o primeiro golo numa altura em que ainda havia espectadores a sentarem-se e as duas equipas a tentarem perceber como se iam encaixar no jogo e entre elas.
Depois o Aves dominou o jogo, criou várias oportunidades, empatou num penálti e quando já se perspectivava o intervalo o Vitória voltou a marcar num lance de insistência de Rafael Martins a que Héldon deu o melhor seguimento.
Ou seja depois de uma primeira parte dominada pelo Aves, a que apenas duas excelentes defesas de Miguel Silva negaram o golo que lhes daria vantagem, foi o Vitória a regressar às cabines em vantagem no marcador.
No segundo tempo e pese embora o Aves continuar a ter a maior posse de bola a verdade é que foi o Vitória que controlou o jogo, manteve a bola longe da sua baliza e em alguns lances de contra ataque foi criando situações de possível golo.
E quando Rafael Martins, numa conclusão à ponta de lança, fez o terceiro golo (quarto jogo consecutivo a marcar) percebeu-se que o destino do jogo estava sentenciado e que o Vitória sairia de Vila das Aves com os três pontos.
Como acabou por acontecer num jogo em que tudo correu bem de princípio a fim.
Luís Ferreira fez uma arbitragem de excelente nível.
Fossem todas assim e o nosso futebol seria bem mais verdadeiro.
Depois Falamos

Inovações

O meu artigo desta semana no zerozero.
Periodicamente, já todos o sabemos, o futebol vai introduzindo nas suas regras e regulamentos algumas novidades que visam melhorar a qualidade do espectáculo mas também adequar a modalidade à realidade actual dos seus praticantes.
O jogador de hoje é mais forte, mais resistente e mais rápido do que o jogador de à cinquenta ou sessenta anos atrás (haverá excepções mas apenas confirmam a regra), tem métodos de treino incomparavelmente melhores e actua em relvados que regra geral são de uma qualidade incomparável com os do passado.
E por isso o futebol tem procurado adaptar-se a isso dentro e fora do campo.
Comecemos pelo que se passa nos relvados:
A terceira substituição ( a quarta nos jogos com prolongamento), a proibição do atraso de bola ao guarda redes,os sete suplentes, o spray com que o árbitro marca a distância da barreira nos pontapés livre, a defesa do atacante em lances de duvida quanto ao fora de jogo, as interrupções do jogo para ingestão de líquidos em dias de muito calor são apenas alguns dos exemplos de como o futebol tem procurado adequar-se à evolução dos tempos.
Sempre sobre a vigilância dos critérios, felizmente conservadores do “International Board”,que tem sabido resistir a algumas indesejáveis modernices que os clubes e selecções mais ricos procuram de quando em vez introduzir como o aumento do número de substituições, a mudança da lei do fora de jogo (há até quem queira acabar com ele…), o aumento das balizas, a suspensão temporária por alguns minutos fruto da exibição de um cartão azul,a introdução de mais intervalos para permitir a publicidade televisiva, a diminuição do número de jogadores e outras tolices que nem vale a pena referir.
Felizmente essas tentativas não tem tido sucesso.
E digo felizmente porque uma das maiores riquezas do futebol é precisamente a simplicidade das suas dezassete regras que sendo de fácil compreensão para todos permitem que o futebol atinja (também porque é fácil de praticar) uma dimensão planetária incomparável com qualquer outra modalidade.
Numa opinião muito pessoal, e face ao que tem sido a evolução do futebol, penso que há mais alguns aperfeiçoamentos que podiam ser feitos sem descaracterizar minimamente o que é o futebol na sua essência.
Darei três exemplos:
Ser criado o chamado “time out”, um por cada parte do jogo,em que os treinadores pudessem juntar a equipa para lhe darem instruções durante um minuto ou,no máximo, dois.
Isso significaria que em cada parte do jogo existiram duas curtas paragens, é certo, mas o espectáculo seguramente beneficiaria disso e em boa verdade não se perderia mais tempo do que nas consultas ao vídeo-árbitro.
Permitir a substituição do guarda redes ,independentemente das três substituições permitidas, para evitar ao máximo a ida de um jogador de campo para a baliza com tudo que isso significa em termos de enfraquecimento de uma equipa.
E a obrigatoriedade de quando um jogador tem de ser retirado do campo por força de uma falta mais rude de um adversário o autor da falta ter também de sair só podendo reentrar quando o lesionado recuperasse ou fosse substituído.
Creio que são três alterações fáceis de introduzir e que contribuiriam para a melhoria do espectáculo.
Quanto ao que se passa fora, em termos de inovação, citaria apenas dois exemplos:
O vídeo-árbitro e os árbitros de baliza.
No que concerne aos meios tecnológicos como auxiliares da verdade desportiva das competições de há muito que os defendo porque sendo correctamente utilizados permitem uma maior justiça nas decisões arbitrais e assim atenuam as diferenças que por esse meio existem entre clubes mais fortes e clubes mais fracos.
Quer o vídeo-árbitro quer a tecnologia do “olho de falcão”,esta ultima absolutamente essencial num momento decisivo como o é o saber-se se a bola entrou ou não na baliza, desde que postas ao serviço da verdade desportiva constituem auxiliares preciosos do futebol.
Naturalmente que falo em termos gerais e não em relação a Portugal porque cá, como se temia, o vídeo-árbitro apenas tem servido para acentuar as diferenças de tratamento e as desigualdades que já existiam.
Sempre favorecendo os que sempre foram favorecidos.
Quanto aos árbitros de baliza, e ao contrário do quarto árbitro que tem um papel importante no auxilio ao trio de arbitragem,creio que não servem para nada e a sua movimentação ao longo das linhas é mais digna de uma qualquer série de “apanhados” do que da seriedade que se pretende para uma equipa de arbitragem.
Poderão ter interesse para outras coisas como por exemplo ter mais árbitros a viajarem, a receberem ajudas de custo, a estarem em jogos e campeonatos diminuindo assim o descontentamento que sempre existe quando se escolhem uns e preterem outros.
Para o futebol propriamente dito é que não tem qualquer interesse.

sábado, outubro 28, 2017

A Liga Estarola?

Semana a semana os habituais erros dos árbitros a favor dos três clubes do "sistema", que são habituais desde que em Portugal há campeonatos nacionais de futebol, vão-se repetindo como sempre mas desta vez com um reforço de peso.
O erros , omissões e avarias do vídeo-árbitro!
Introduzido pela FPF com a melhor das intenções-reforçar a verdade desportiva das competições- rapidamente o "sistema" se apropriou do vídeo-árbitro e o tornou em mais um instrumento para favorecer quem já era largamente favorecido e para prejudicar quem já era largamente prejudicado.
Tive oportunidade logo aos primeiros indícios (final da taça no Jamor entre Vitória e Benfica, curiosamente o mais prejudicado dos prejudicados face ao mais favorecido dos favorecidos) de escrever que era impossível o vídeo-árbitro ter sucesso se fosse entregue a árbitros no activo e portanto sujeitos a classificações, promoções e despromoções, subidas a internacional, etc pela simples razão de não acreditar que os que de apito na boca ,condicionados por esses factores, inclinam semanalmente os relvados a favor de Benfica,Porto e Sporting se tornassem,por um qualquer passe de mágica, isentos e imparciais atrás dos ecrans de televisão.
A realidade tem comprovado isso.
E os erros e omissões dos vídeo-árbitros tem sido tantos e tão chocantes, de golos mal anulados a adversários dos estarolas a foras de jogo que não veem e que valem golos a esses clubes passando por agressões que ficam impunes, que já só acreditam nesse auxiliar de arbitragem aqueles que acreditam no Pai Natal.
Excepto, é claro, os adeptos fanáticos de Benfica,Porto e Sporting para os quais vale tudo desde que os seus clubes ganhem.
E por isso em Portugal temos cada vez mais um campeonato disputado pelos três estarolas e por quinze figurantes que infelizmente aceitam este estado de coisas em nome sabe-se lá de quê e que com essa postura não sabem defender condignamente os interesses dos clubes que foram mandatados para dirigir.
É uma pouca vergonha cada vez maior!
E se mais provas fossem necessárias disso, e quanto ao papel nocivo que o vídeo-arbitro está a assumir, basta constatar que esta semana e em apenas dois dias os treinadores Rui Vitória, Sérgio Conceição e Jorge Jesus vieram fazer uma defesa empenhada do vídeo-árbitro e da sua importância como auxiliar dos árbitros.
E fizeram-no porque o vídeo-árbitro de facto auxilia os árbitros.
A darem colinho aos seus clubes!
Depois Falamos

Castelo de Eltz, Alemanha


Estocolmo


Desavenças Domésticas...


Complicado

Amanhã o Vitória joga na Vila das Aves uma partida complicada.
Complicada, desde logo, porque a equipa está a fazer uma época muito abaixo do exigível quer na maioria das exibições quer nos resultados semeando uma profunda decepção na esmagadora maioria dos adeptos que não aceitam outro "ano zero" depois de uma época em que parecia que o Vitória poderia arrancar para um ciclo condigno com a sua História.
Mas complicada também pela simples razão de que os jogos em Vila das Aves nunca foram fáceis para o Vitória.
Recordarei três casos.
Em 1985, primeiro Aves-Vitória na divisão principal por força da primeira subida dos avenses a esse escalão, numa tarde de domingo em que muitos milhares de vitorianos rumaram às Aves (houve carros estacionados a quilómetros do estádio !) , o resultado final foi de 1-0 com o golo vitoriano a sr apontado por Paulinho Cascavel naquele que foi o seu primeiro golo oficial com a camisola vitoriana.
Em 2001 numa época que corre bem mal ao Vitória (e pior ainda ao Aves que desceu) as duas equipas encontraram-se na segunda volta em Vila das Aves com ambas a tentarem fugir aos últimos lugares da tabela classificativa.
Foi um jogo muito tenso, desagradável até, em que o Vitória acabou por vencer por três a zero com os golos a serem marcados no ultimo quarto de hora o que nada ajudou em termos de "azia" dos dirigentes e adeptos do clube da casa e que teve reflexo numa saída algo conturbada da comitiva vitoriana.
Ao tempo era secretário-geral do Vitória , estive nos balneários no fim do jogo (já depois de nos camarotes eu e outros colegas de direcção termos ouvido algumas coisas dispensáveis...) e lembro-me bem do que por lá se passou.
Em 2012 estive pela última vez no estádio do Aves acompanhando, enquanto vice presidente do clube, a equipa B que lá fora jogar para a II liga.
Outra vez um mau ambiente, outra vez as provocações ao banco do Vitória (o treinador Luiz Felipe passou o jogo a ser provocado e insultado por um sujeito que ao que parece era o director de campo e se posicionou atrás do banco vitoriano) e uma derrota por 0-1 muito com base numa arbitragem muito "caseirinha" valha-lhe Deus.
Duas coisas são certas: Uma é que o Aves nunca ganhou em jogos da primeira divisão ao Vitória.
A outra é que os jogos em Vila das Aves nunca foram fáceis mesmo quando os resultados parecem indiciar isso.
E para manter, como se deseja, a primeira regra(nunca ter perdido) é importante que treinador e jogadores se capacitem da segunda (nunca houve jogos fáceis nas Aves) porque caso contrário as coisas podem não correr nada bem.
E, face ao calendário interno e externo, as coisas amanhã tem de correr mesmo bem.
Depois Falamos

As "Lapas"

Nos dois meses e meio de campanha interna que o PSD tem pela frente não faltarão, seguramente, oportunidades para escrever sobre os candidatos, candidaturas, programas e o que mais se oferecer sobre o assunto.
Para já gostaria ,apenas, de referir algo que sinceramente me está a divertir.
Já anteriormente referi que o PSD tem o privilégio de ter a disputar a sua liderança dois candidatos com as qualidades, o percurso e o currículo de Pedro Santana Lopes e Rui Rio que são seguramente dois dos melhores quadros políticos de que o nosso país dispõe.
E é aí que está a piada.
Porque fora, mas muito especialmente dentro do partido, toda a gente conhece Pedro Santana Lopes e Rui Rio.
As qualidades e os defeitos, as ideias e princípios, o currículo políticos e profissional, os cargos que ocuparam no partido e em sua representação para lá dos seus percursos de vida fora do palco político em que foram ao longo dos anos sobejamente escrutinados pelos cidadãos e pela comunicação social.
Com o relevante facto de a nenhum deles poder ser apontado seja o que for em termos de honestidade no exercício de funções ou que ponha em causa uma inatacável seriedade pessoal.
E por isso dá-me franca vontade de rir quando vejo vips, pseudo vips, candidatos a vips e afins a dizerem que estão à espera dos debates entre eles, da apresentação dos seus programas para depois decidirem qual vão apoiar apontando, nalguns casos, apenas o mês de Dezembro como a data da "importante" decisão.
É para rir  e nada mais.
Porque estão à espera ,isso sim, de tentarem perceber qual vai ganhar para depois se colarem como as tais "lapas" de que já se ouviu falar nestas directas.
E por isso não posso deixar de manifestar o mais profundo respeito por todos aqueles que ao longo destas semanas tem assumido, sem floreados nem tabus, o apoio a Pedro Santana Lopes ou a Rio Rio como deve ser norma entre pessoas que militando num partido democrático agem sem qualquer condicionalismo ou interesse pessoal.
É com esses, com os que tem opções e as manifestam alheios ao resultado das directas, que o futuro líder do PSD deve contar para construir uma alternativa forte e ganhadora ao actual poder socialista e da extrema esquerda.
Mais que não seja porque as "lapas" ajudaram, e muito, a chegarmos à situação em que estamos...
Depois Falamos.

quinta-feira, outubro 26, 2017

Belver

Há muito que tinha vontade de conhecer o castelo de Belver.
Pela sua profunda ligação à História de Portugal, pelo facto de ter chegado a ser local de depósito do tesouro nacional no tempo de D.Sancho I, pelo interesse paisagístico de que se reveste face à sua localização numa colina sobranceira ao Tejo.
Visitado há que dizer que em nada desiludiu a expectativa.
Paisagens admiráveis (pese embora a tristeza de enegrecidas pelos incêndios que castigaram duramente a zona), uma conservação excelente que torna todo o edifício visitável e um centro de interpretação onde é possível conhecer toda a história do castelo e da vila de Belver.
Na qual, já agora, se deve aproveitar a visita para conhecer o original "Museu do Sabão"dedicado à industria do mesmo e de que Belver foi até meados do século passado uma zona de grande actividade produtiva.
Em suma uma visita, aos castelo e a Belver, que vale bem a pena.
Depois Falamos

terça-feira, outubro 24, 2017

O Nosso 14

Pedro Martins tem o seu modelo de jogo e dele não abdica independentemente de quem seja o adversário e o terreno no qual joga.
Passa por um duplo pivot defensivo, um médio de ligação,dois extremos e um ponta de lança quer jogue em Marselha ou em Guimarães frente ao Portimonense.
O problema é que esta época o modelo tem resultado mal e o treinador tem-se visto obrigado no decorrer do jogo a altera-lo para outras versões mais ofensivas e que permitam à equipa ser mais pressionante sobre o ultimo reduto adversário.
Ontem,uma vez mais, assim foi.
Individualmente:
Miguel Silva: Sem culpas nos golos evitou a derrota com uma grande defesa nos instantes finais.
Vítor Garcia: Melhor a atacar do que a defender.
Jubal: Muito inseguro e com responsabilidades em dois golos.
Marcos Valente: Procurou não complicar mas nem sempre as coisas saíram bem.
Konan: Discreto a atacar e bem a defender o que é um progresso.
Wakaso: Foi o primeiro a sair.  Sem até lá ter motivos de destaque.
Célis: Muito impetuoso mas com pouco discernimento.Cometeu falta desnecessárias
Hurtado: Foi "capitão" e foi substituído. Nada mais de relevante há a dizer.
Héldon: Algo discreto salientou-se na assistência para o terceiro golo.
Rafael Martins: Está de volta o jogador que conhecemos com outros emblemas. Um golo válido,dois anulados (um pareceu-me que mal) e uma atitude de permanente entrega ao jogo. A sua melhor exibição com a nossa camisola no terceiro jogo seguido a marcar.
Raphinha: É o jogador de maior valia da equipa e aquele que provoca mais desequilíbrios. Dois golos, algumas jogadas de bom recorte e uma preocupação cada vez maior em relação a...Janeiro.
Foram suplentes utilizados:
Tallo: Primeira opção para a tentativa de mudar o curso do jogo revelou-se esforçado mas pouco mais.
Vigário: Uma boa prestação trazendo dinamismo à equipa e ajudando a empurrar o adversário para a sua defensiva.
Francisco Ramos: Substituiu Hurtado mas sem influência no jogo.
Não foram utilizados:
Miguel Oliveira,Moreno, Rafael Miranda e Hélder Ferreira

Melhor em campo: Raphinha

Agora que a questão do ponta de lança titular parece estar resolvida com Rafael Martins a corresponder em golos e exibição será tempo de resolver outras questões que tem atrapalhado o rendimento da equipa.
O lateral esquerdo, o médio ofensivo(que será feito de Kiko que tão boas indicações deixou?) , o sistema de duplo pivot que me parece desajustado em muitos jogos e a recusa em entrar de início com dois pontas de lança quando isso é de caras a melhor solução face a alguns adversários.
Vamos ao Aves, recebemos o Benfica  temos depois dois jogos fora consecutivos (Vila do Conde e Setúbal)e nesses quatro encontros joga-se muito do que vai ser a nossa época em termos classificativos.
Depois Falamos.

Mau

Foi um mau resultado e quanto a isso não há volta a dar-lhe!
Um adversário que joga para a manutenção, o conhecimento dos resultados noutros estádios(derrota do Marítimo e triunfo do Braga) a exigir os três pontos, uma época a correr mal tudo contribuía para que a fasquia fosse apenas e só o triunfo.
Mas o outro lado também existe.
E do outro lado estava uma equipa que sabe jogar, com alguns jogadores de muito boa qualidade (Paulinho e Fabrício à cabeça) e um treinador com imensa experiência e que sabe perfeitamente do que se "gasta" em Guimarães em termos de exigência à equipa.
Especialmente numa época em que as coisas não estão a correr nada bem e em que os adeptos são fáceis de enervar e por consequência enervarem eles próprios a equipa.
A verdade é que o Portimonense enervou, e de que maneira, os adeptos e os jogadores vitorianos quer pela forma organizada e ambiciosa em que entrou no jogo como pelos três golos que marcou em meia hora e que deixaram a "nação" vitoriana em perfeito estado de choque.
É certo que nesse período também o Vitória introduziu a bola por duas vezes na baliza algarvia mas o árbitro, com ajuda do famigerado VAR, não considerou que fossem golo num dos casos com toda a razão mas no outro de forma algo discutível.
Valeu ao Vitória o golo válido antes do intervalo a deixar alguma esperança para uma segunda parte em que fosse possível alterar o rumo dos acontecimentos porque o adversário embora de boa valia estava longe de ser inultrapassável.
No segundo tempo o Vitória esteve francamente melhor.
Mais rápido, mais pressionante, jogando a toda a largura do relvado foi empurrando o adversário para trás e os algarvios foram denotando progressivas dificuldades em acompanharem o ritmo de jogo adivinhando-se que a qualquer momento surgiriam golos.
Assim sucedeu aos 82 e 88 minutos restabelecendo a igualdade e dando justiça ao marcador no computo do que se viu ao longo dos 90 minutos.
Curiosamente numa reacção final à supremacia vitoriana o Portimonense viria a dispor de duas flagrantes oportunidades já nos instantes finais valendo ao Vitória a má pontaria de Fabrício numa delas e uma enorme defesa de Miguel Silva na outra para manter  igualdade que se tem de aceitar como justa.
Justiça à parte foram mais dois pontos perdidos e o quarto lugar cada vez mais distante, ao fim de apenas nove jogos, o que não indicia nada de bom quanto à conquista dessa posição.
Nas próximas quatro jornadas com três jogos fora(Aves, Rio Ave e Vitória FC)e recebendo pelo meio o Benfica se ficará a saber seguramente para que joga o Vitória nesta Liga 2017/2018.
Depois Falamos

Castelo de Nápoles


Guaxinim


Outono


Assembleia Municipal

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.
Na próxima sexta feira, com a eleição da respectiva mesa, a assembleia municipal inicia o seu mandato de quatro anos no respeito absoluto do mandato recebido dos eleitores nas eleições autárquicas de um de Outubro.
Pela parte que me toca será o sexto mandato que vou cumprir depois de ter sido eleito em 1989-1993-1997-2009-2013 e não tendo sido candidato em 2001 e 2005 por razões menores, intrínsecas à vida dos partidos, que não ficarão para a História nem num rodapé de página.
Com a “reforma” de António Magalhães e António Mota Prego, dois históricos da Assembleia (o primeiro esteve lá 24 anos como presidente de câmara e 4 como presidente da assembleia enquanto o segundo esteve sempre como deputado sendo provavelmente o cidadão que mais anos cumpriu no parlamento municipal), são já muito poucos os autarcas com uma “antiguidade” idêntica à minha e apenas me lembro do Cândido Capela Dias que quer como vereador quer como deputado municipal também está no orgãos autárquicos praticamente desde o 25 de Abril.
No PSD, isso sim, tenho a certeza que sou o mais antigo em termos de primeira eleição para aquele orgão.
Em vinte e oito anos de memórias é fácil constatar que mudou muita coisa, outras nem tanto e algumas não mudaram mesmo nada.
Mudaram muito os elencos de deputados municipais ao longo destes anos, como é natural e desejável, chegando à assembleia novas gerações, novas formas de intervir, novas perspectivas do que é a vida política e o papel da própria assembleia.
Mudaram alguma os locais de realização da assembleia que em 1989 se reunia no bar dos empregados no edifício da câmara mas depois andou nalgumas (poucas) sessões pelo salão nobre da sociedade Martins Sarmento, pelo centro cultural de Vila Flor  e pela Plataformas das Artes antes de se fixar (assim se espera pelo menos) no auditório da Universidade do Minho que é o local onde ela terá reunido mais vezes nestes últimos vinte e oito anos.
Mudaram pouco os presidentes da assembleia e ainda menos os da câmara!
Em 1989 António Magalhães estreava-se no executivo como seu presidente e nele se manteve até 2013 altura em que deu o lugar a Domingos Bragança que está agora no seu segundo mandato enquanto que em termos de Assembleia em 1989 era eleito António Mota Prego ( sucedendo a João Gomes Alves)que a ela presidiu até 2009-cinco mandatos- altura em que foi substituído por Remísio de Castro que teve apenas um mandato como presidente dando o lugar a António Magalhães que também ele cumpriria apenas um mandato decidindo no seu termo afastar-se da política activa pelo que em 2017 será eleito novo presidente.
Mas o que não mudou mesmo nada, desde esse longínquo 1989, foi a força liderante da câmara municipal que foi sempre o Partido Socialista que vai para o seu oitavo mandato consecutivo e sempre com maioria absoluta depois de nas primeiras quatro eleições autárquicas ter alternado no poder com o PSD.
Veremos o que o futuro nesta matéria nos reserva.
Para já o que se sabe é que sexta feira será eleita uma nova mesa e ,ao que tudo indica, a assembleia municipal terá um novo presidente na pessoa do socialista José João Torrinha que encabeçou a lista do PS a esse orgão e será o mais jovem presidente de sempre da assembleia.
Também o primeiro, ao que creio mas sem poder garantir, que transita directamente do cargo de líder parlamentar da sua bancada para presidente da assembleia o que implicará “despir” uma camisola de “jogador” que envergou de forma muito activa e “vestir” a de árbitro que obriga a um tipo de actuação extremamente diferente para que os trabalhos parlamentares decorram da melhor maneira.
António Magalhães fez o mesmo, no seu caso passando do mais activo de todos os “jogadores” do parlamento municipal-o presidente de câmara- para o de árbitro , e conseguindo um mandato brilhante em que foi sempre um presidente de todos os deputados e não apenas daqueles que pertenciam ao seu partido ao ponto de depois de anunciar a sua saída ter merecido sinceros elogios de todas as bancadas como reconhecimento à forma inteligente, sensata e isenta como soube dirigir os trabalhos durante todo o mandato.
Sexta feira com novo presidente, nova mesa, novos lideres parlamentares nalguns partidos (no PSD, e bem, Daniel Rodrigues continuará a ser o líder) e muitos novos deputados a Assembleia Municipal dará início a mais um ciclo da sua vida democrática.
Esperemos que produtivo para Guimarães.

segunda-feira, outubro 23, 2017

Lince Ibérico


Monte Cook, Nova Zelândia


Mesquita de Malaca, Malásia


Ganhar!

Pedro Martins é um optimista e ninguém lhe pode levar isso a mal!
Considerar que basta um triunfo frente ao Portimonense é o suficiente para tudo voltar à normalidade é de uma candura e um optimismo que não surpreendem mas deixam,isso sim, bastas razões de preocupação.
O Vitória em catorze jogos oficiais já disputados perdeu metade,
Perdeu a supertaça, está com pé e meio fora da Liga Europa, começou mal a taça CTT, está em décimo primeiro na Liga (embora hoje um triunfo o faça subir a um "magnífico" nono lugar) com mais quatro pontos que o último e mais seis que o quarto classificado.
Na Taça de Portugal,aí sim, começou muito bem com uma goleada ao Vasco da Gama da Vidigueira,da distrital de Beja, marcando seis golos e sofrendo um que é provavelmente o facto mais relevante do jogo.
Mas Pedro Martins acha que um triunfo branqueia este sombrio panorama.
Que é aliás agravado pela quase sempre fraca qualidade exibicional, pelos pontas de lança que não marcam golos (ok, marcaram ao Vasco da Gama da Vidigueira), pelas convocatórias em constante mutação e por substituições difíceis de entender como Marselha foi uma vez mais exemplo.
É evidente que hoje temos de ganhar.
Mas infelizmente não consigo partilhar do optimismo de Pedro Martins quanto aos efeitos regeneradores do eventual triunfo.
É preciso muito mais e muito melhor para que tudo volte à normalidade.
Porque a nossa normalidade é ganhar e não perder ou empatar.
Depois Falamos

Cinco

O meu artigo desta semana no zerozero.

O futebol português vive, e dá-se bem, num “microclima” criado pelos seus adeptos, dirigentes e poderosamente estimulado pela comunicação social e por largas décadas de habituação segundo o qual o futebol é uma espécie de centro do mundo e três dos seus clubes mais a selecção e alguns jogadores excepcionais (Eusébio, Futre, Figo e Ronaldo os mais destacados de todos) são o que mais importa e tudo o resto é secundário e pouco ou nada importa.
E por isso televisões ,rádios e jornais dão o espaço que se sabe a essas realidades, fazem programas em que apenas tem assento adeptos desses três clubes, tem colaboradores na imprensa escrita que comentam esses clubes defendendo o seu e atacando os outros dois e vive-se no aparentemente melhor dos mundo com as nossas polemicazinhas semanais, as discussões em torno de árbitros e vídeo-árbitros (nunca com a preocupação da verdade desportiva mas sempre com a ansiedade de saber que os outros não são mais beneficiados que o “nosso”), as revelações de e-mails que mostram o estado a que isto chegou.
Claro que para amenizar as agruras desse “microclima” há sempre o recurso aos feitos da selecção (que felizmente para ela pouco tem a ver com a realidade do futebol que representa…), aos golos e recordes do Ronaldo, à carreira vitoriosa de José Mourinho, à ascensão de Marco Silva e Leonardo Jardim e às carreiras de Bernardo Silva, André Gomes, Nelson Semedo, João Moutinho e mais um ou outro jogador português que se destaque na sua carreira ao serviço de clubes da primeira divisão do futebol europeu.
E depois há a realidade.
A dura e crua realidade de que esta semana tivemos mais uma brutal evidência nos jogos europeus dos clubes portugueses.
Cinco jogos e cinco derrotas!
O Benfica, tetra campeão em título, recebeu um Manchester United que sendo uma equipa forte não é hoje tão poderosa como há meia dúzia de anos, e apenas o caricato golo sofrido por um jovem guarda redes talentoso lhe permitiu desviar as atenções de uma realidade que entra pelos olhos dentro.
A equipa de ano para ano está mais fraca graças à má gestão desportiva do seu presidente, que vende os melhores jogadores sem cuidar de contratar substitutos à altura, e neste jogo com os ingleses não só não fez um remate de jeito à baliza de De Gea como deu provas de uma fraqueza competitiva bem espelhada em três jogos e três derrotas na Liga dos Campeões.
O Sporting em Turim, face a uma Juventus que é vice campeã europeia mas está mais fraca que na época passada, conseguiu equilibrar o jogo em largos períodos (e na segunda parte até esteve por cima durante bastante tempo) mas tal como no ano passado em Madrid os últimos minutos foram-lhe fatais.
E desta vez Jorge Jesus estava no banco…
A verdade é que a tentação tão portuguesa de defender resultados nos últimos minutos saiu mais uma vez mal aos “leões” que agora andam de calculadora na mão a fazerem contas à passagem à fase seguinte.
Em Leipzig um Porto que tinha vencido em Mónaco na jornada anterior, de forma convincente, deu-se mal com uma típica equipa alemã de futebol atlético assente em forte compleição física e bons índices técnicos, recheada de bons jogadores, que venceu com mérito indiscutível.
A isso se juntou o “mistério” Casillas (cujos efeitos ainda estarão por conhecer na plenitude) e uma gestão do jogo e das substituições por Sérgio Conceição que foi francamente errada e em nada melhorou a equipa.
Com dois jogo em casa o Porto tem francas hipóteses de passar mas o aviso ficou dado.
Em Braga o Sporting local recebeu os búlgaros do Ludogorets e a expectativa, face à boa carreira na prova, ia no sentido de que com maior ou menor dificuldade os bracarenses acabassem por vencer o jogo e consolidarem a liderança do seu grupo.
Puro engano.
Os visitantes foram sempre superiores, venceram com mérito, e para o Braga nada estando perdido foi ,ainda assim, um duro encontro com a realidade.
Finalmente o “meu” Vitória.
Que jogando em Marselha, face a um Olímpico que não é nada do que foi no passado e num “Velódromo” longe de ser o inferno de outros tempos (apenas 14.000 espectadores num recinto com capacidade para 65.000 e com 2000 a serem apoiantes vitorianos), sabia que precisava de pontuar para continuar a depender de si próprio quanto ao apuramento.
A equipa até começou bem , jogando desinibida e procurando o golo, conseguiu adiantar-se no marcador na sua melhor jogada de todo o jogo e depois sofrendo o empate e assistindo a ligeira supremacia marselhesa conseguiu ir para intervalo com tudo em aberto.
Na segunda parte...desapareceu.
E por isso o segundo golo dos franceses não só sentenciou a partida como tornou a continuidade vitoriana na Liga Europa algo que apenas a Fé permite continuar a ter como possível.
Uma derrota evitável, face a um adversário ao alcance do Vitória, explicável em grande parte pelas lacunas do plantel vitoriano e em pequena parte pelas substituições desastradas feitas por Pedro Martins no decorrer do jogo.
Em suma cinco jogos e cinco derrotas!
Vitória e Benfica “arrumados” , Sporting com futuro muito incerto e Porto e Braga com boas hipóteses de continuarem em prova mas com avisos claros que tem de fazer mais e melhor.
Uma safra pouco animadora convenhamos para esta fase das competições europeias.
E é sobre esta realidade que dirigentes, comentadores, cronistas e adeptos devem meditar.

quinta-feira, outubro 19, 2017

Fim de Linha?

Sabia-se que era um jogo difícil mesmo depois de se constatar que o Marselha, que no fim de semana defronta o PSG, resolvera poupar alguns titulares no seu onze inicial a pensar nesse compromisso de campeonato.
Sabia-se também que para o Vitória poder manter um mínimo de aspirações ao apuramento teria de pontuar neste jogo sob pena  de remeter para a calculadora as suas hipóteses de continuar na Liga Europa já que em termos de lógica elas ficariam arredadas.
Sabendo tudo isso o Vitória até entrou bem no jogo, procurando jogar a toda a extensão e largura do relvado e sendo de sua autoria os primeiros lances ofensivos da partida o que parecia traduzir uma ambição de discutir taco a taco o resultado.
É certo que com o resultado em 0-0 Miguel Silva fez uma monumental defesa, quando os franceses já gritavam golo, o que terá (?) servido de alerta aos vitorianos para o perigo das mudanças de velocidade do Marselha muito e especial nos lances pelo seu flanco direito.
Mas depois, numa excelente (e infelizmente única...) jogada de contra ataque, o Vitória chegou ao golo num lance em que João Aurélio acelerou pelo seu flanco, serviu Héldon e este fez um cruzamento perfeito ( infelizmente também único...) daqueles que os pontas de lança agradecem e foi isso mesmo que Rafael Martins fez com um desvio pleno de oportunidade.
Naturalmente que o Marselha reagiu mas Miguel Silva e a defesa foram resolvendo os problemas até ao lance em que um marselhês apareceu sozinho no coração da área a restabelecer a igualdade o que tem bom rigor tem de se considerar como justo.
Ao intervalo o resultado de 1-1 não era injusto e a exibição do Vitória tinha de se considerar como sendo de bom plano e deixando boas perspectivas para o segundo período.
Infelizmente na segunda parte o Vitória quase desapareceu do jogo limitando-se a defender e dando todo o espaço de construção ao adversário que não se fazendo rogado foi construindo sucessivas jogas de perigo perante uma defensiva vitoriana em que o atabalhoamento parecia ser cada vez mais a palavra de ordem.
E foi então que se entrou em pleno mistério das substituições.
Quando aos 63 minutos com o empate  vigorar (um resultado que nos servia) saiu Francisco Ramos, depois de uma exibição discreta, foi com surpresa que se viu entrar Hélder Ferreira-um extremo a juntar aos dois que já estavam em campo- em de Célis que dotaria o meio campo de mais "músculo",mais combatividade e mais capacidade de ter bola.
Inexplicável.
Até porque Hélder Ferreira andou perdido no campo sem saber muito bem onde se posicionar.
E logo a seguir outra substituição difícil de perceber.
Sai Rafael Martins, que não denotava problemas fisícos, para entrar ...Texeira.
Ponta de lança por ponta de lança vá-se lá saber porquê quando o que faria sentido era entrar Célis para o tal reforço da intermediária mesmo que isso implicasse (caso se mantivesse a saída de Rafael Martins) jogar sem ponta de lança fixo e ter três homens -Hélder,Raphinha,Héldon- a jogarem soltos na frente.
Entretanto o Marselha faz o segundo golo, num lance em que a defesa vitoriana foi apanhada "distraída", e que faz Pedro Martins em desvantagem no marcador e sabendo que precisava desesperadamente de pontuar?
Mete Célis e tira Rafael Miranda, trinco por trinco, não arrisca nada e deixa no banco Rincón que bem podia ter refrescado o ataque no lugar de um discreto Raphinha ou um "desaparecido" Héldon que mal se viu em todo o segundo período.
Completamente inexplicável esta gestão da equipa por parte do treinador.
É certo que o Vitória no único remate digno desse nome no segundo período-por Wakaso- quase chegava ao golo mas convenhamos que isso daria ao marcador uma expressão que seria completamente injusta face ao que foi o jogo na segunda parte.
Em suma uma muito má segunda parte do Vitória que somada aos erros de Pedro Martins valeu uma derrota e o quase inevitável adeus à Liga Europa num grupo em que tínhamos todas as hipóteses de ficar apurados se a nossa equipa fosse uma das melhores da última década como às vezes se ouve dizer por aí.
Depois Falamos

quarta-feira, outubro 18, 2017

Pôr do Sol


Comboio


Tigre


Desastre

A terceira ronda da Liga dos Campeões foi um perfeito desastre para as equipas portuguesas!
Três jogos equivaleram a três derrotas e a verem seriamente complicadas as possibilidades de passagem à fase seguinte da prova.
Em bom rigor creio que apenas o Porto ainda poderá aspirar a isso porque o Sporting tem a sua situação complicada, embora ainda possa sonhar com o apuramento,enquanto o Benfica terá de tentar ser repescado para a Liga Europa mas nem isso é garantido face ao calendário que tem pela frente.
Na Liga dos Campeões é que não continuará depois das três derrotas averbadas.
Ontem em Leipzig, perante um adversário forte e possuidor das características tipícas das formações alemãs, o Porto nunca conseguiu ultrapassar as invenções do seu treinador (trocar Casillas por José Sá num jogo daquela importância só lembrava a Sérgio Conceição...) e a forma como este não soube mexer na equipa durante o jogo mantendo em campo jogadores em sub rendimento e não dando entrada aqueles que podiam de facto dar uma sapatada no jogo.
Ainda assim, e com dois jogos a fazer no Dragão, o Porto pode perfeitamente apurar-se.
Hoje em Turim, face ao vice campeão europeu, o Sporting bateu-se muito bem e discutiu o resultado até ao fim contra um adversário poderoso e com grande traquejo europeu que fez uso dessa experiência para conseguir vencer com um golo perto do fim.
Tendo também dois jogos em casa o Sporting ainda pode aspirar à passagem mas para isso terá de começar por daqui a duas semanas vencer esta mesma Juventus em Alvalade.
Sem isso nada feito.
Finalmente o Benfica.
Com três jogos e três derrotas resta-lhe tentar jogar a Liga Europa, e nem isso vai ser fácil, porque a sua actual equipa é muito "curta" para poder aspirar à continuidade numa prova com a qualidade da Liga dos Campeões.
Hoje face a um Manchester United que se limitou a jogar em ritmo quase de passeio o Benfica foi de uma impotência confrangedora não conseguindo um único remate enquadrado com a baliza e permitindo 65% de posse de bola ao adversário.
É certo que sofreu o golo num lance infeliz do seu guarda redes (que não deve ser "crucificado" por isso porque parece um jovem de excelente futuro) mas se não fosse aquele golo seria outro porque bastava ao MU acelerar o jogo que a estrutura defensiva do Benfica abanava por todo o lado.
Em suma uma semana infeliz para as equipas portuguesas na Liga dos Campeões que se espera não seja seguida pelas que amanhã jogam para a Liga Europa.
Depois Falamos.

Responsáveis!

Não há "spin", "focus group" ou "fake news" que consigam disfarçar a realidade de o governo da geringonça, liderado por António Costa, ter pesadíssimas responsabilidades no facto de este ano terem morrido em Portugal mais de cem portugueses devido a fogos florestais.
Depois de Pedrogão, em que falhou tudo desde a prevenção à coordenação do combate aos fogos, sem que o governo tirasse consequências do seu falhanço e dos 65 mortos então registados o pais assistiu incrédulo à repetição da tragédia no passado fim de semana.
Com a agravante de a tragédia de Pedrogão em nada ter servido para, ao menos, se aprender com o então sucedido.
Já se sabia que em Maio o governo alterara toda a estrutura da protecção civil afastando gente experiente e preenchendo os lugares com "boys" do PS sem qualquer habilitação ou experiência que os recomendasse para o lugar.
Também se sabia que na mesma altura a agora tardiamente demissionária ministra tinha afirmado no Parlamento que estavam tomadas todas as medidas necessárias a enfrentar a tradicional época de fogos sem sobressaltos de maior.
Era igualmente sabido, mas pouco recordado, que o actual primeiro-ministro no tempo em que fora ministro da administração interna acabara com a Guarda Florestal seguramente uma das razões pelas quais a floresta está menos vigiada do que devia.
E embora ele não goste de o recordar foi também António Costa, nesses tempos do MAI, quem contratou o SIRESP (por um valor cinco vezes superior ao valor real) e quem montou o actual sistema de protecção civil que falhou estrepitosamente este verão.
Sabia-se tudo isto.
E aconteceu Pedrogão.
Em que o relatório da comissão técnica independente aponta erros, falhas ,omissões gravíssimas da responsabilidade da protecção civil, ou seja, do próprio Estado cuja primeira missão é defender as populações.
Que se fez então depois da tragédia de Pedrogão de molde a evitar-se a repetição da mesma?
Nada de positivo.
No orçamento de estado para o próximo ano as verbas para a protecção civil diminuíram em cerca de 10%. O que não deixa de ser espantoso face às recentes declarações de António Costa segundo as quais estes fenómenos "é inevitável que se repitam nos próximos anos"(sic)! Então são inevitáveis e diminuem-se as verbas destinadas ao seu combate? Há aqui qualquer coisa que não bate certo
Não se compraram dois aviões "Canadair" próprios para o combate a fogos cuja negociação tinha sido deixada pronta pelo anterior governo. 
Deixaram-se caducar os contratos de aluguer de alguns dos aviões que operavam no combate aos fogos o que significa que em plena tragédia esses aviões deixaram de operar!
Isto quando a protecçao civil reconhece que faltaram meios aéreos no passado fim de semana.
E caberá aqui recordar que foi o actual governo que impediu a Força Aérea de participar no combate aos fogos florestais.
De forma perfeitamente irresponsável o governo manteve as fases de combate aos fogos (que definem o empenhamento de meio no combate aos mesmos) em função do calendário e  não do clima quanto todos os alertas metereológicos apontavam para condições de risco nos primeiros dias de Outubro.
Assim terminaram a fase "Charlie" a 30 de Setembro, o que implicou desmobilizar cerca de 40% dos efectivos, absolutamente insensíveis a todos os alertas e o secretário de estado ainda afirmou no Parlamento que o fim dessa fase tinha os riscos devidamente calculados!!!
Viu-se...
Acresce a isto que o final da fase "Charlie", que podia ter sido adiado por algumas semanas como acontecera em anos anteriores, implicou o encerramento de mais de 230 posto de vigilância florestal com as consequências fáceis de perceber em termos de vigilância da floresta.
São demasiados erros, e bem graves, para um governo que ao longo destas duas tragédias deu sempre uma imagem de incapacidade, incompetência e inexperiência para fazer frente a situações de calamidade publica.
O que não deixa de ser curioso porque o PS esteve no governo em seis dos últimos dez anos e em treze dos últimos vinte e em boa parte deles com António Costa a fazer parte do elenco governativo e em funções directamente ligadas a estas matérias.
O governo, António Costa, Constança Urbano de Sousa (teve de ser o Presidente da República a pô-la na rua mas lá saiu...) e toda a estrutura ligada à protecção civil tem pesadas responsabilidades em tudo que sucedeu e mais cedo ou mais tarde responderão por isso.
Eles e quem os apoia em termos parlamentares bem entendido.
Mais de cem mortos, dezenas de feridos, famílias desfeitas, muitos milhões de euros de prejuízos, a floresta devastada, as empresas destruídas, as pessoas que perderam casas e bens e ainda não viram um cêntimo de indemnizações exigem que desta vez a culpa não morra solteira!
E não é a demissão forçada de uma ministra insensível e incompetente que expia a culpa dos responsáveis!
Depois Falamos.

P.S. Como se tudo isto já não fosse suficientemente mau o país ainda teve de ouvir, incrédulo e indignado, declarações estúpidas do primeiro ministro sobre "vontade de rir" , infantilidade de demissões", "inevitabilidade de estas situações se repetirem" , da ministra sobre as "férias que não teve" e sobre a "resiliência das populações" não faltando a este lote o secretário de estado com a espantosa tese de que as populações "não podem esperar pelos bombeiros e pelos aviões tem é que se organizar" !!!
Infelizmente a nenhum deles se ouviu o pedido de desculpas que era o mínimo exigível a pessoas decentes face a tudo que se passou.
A pessoas decentes repito...

terça-feira, outubro 17, 2017

Cisne


O Futuro do PSD

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.
 Já foi suficientemente visto, analisado e comentado o resultado das últimas eleições autárquicas que se saldou por uma clara vitória do PS, por um derrota do PSD, uma grande derrota da CDU e a estagnação autárquica do Bloco de Esquerda com quem definitivamente os portugueses nada querem em termos de autarquias.
Também se sabem as consequências dos resultados.
No PS nada se passou, nem tinha que passar, porque quando um partido ganha eleições isso normalmente corresponde à escolha de estratégias e protagonistas acertados pelo que dos felizes não costuma rezar a História.
Na CDU também não se passou nada porque em bom rigor lá nunca se passa nada seja qual for o resultado eleitoral porque desde sempre cantam vitória mesmo nas maiores e mais estrondosas derrotas como foi a de um de Outubro passado.
Enquanto noutros partidos (leia-se PSD e PS) a perda de um terço das câmaras municipais provocaria um autêntico terramoto interno que descambaria na deposição do líder, em congressos antecipados e na eleição de novos dirigentes nos partidos da CDU nada disso aconteceu.
No PCP porque existe a tal cultura de nunca assumir derrotas seja qual for o resultado e nos “Verdes” porque à queda dos actuais orgãos suceder-se-ia inevitavelmente a eleição das mesmas pessoas para os mesmos cargos porque as coisas...são o que são.
No Bloco de Esquerda a derrota , a estagnação, a rejeição das suas soluções autárquicas foi recebida com um silêncio e um assobiar para o lado que tem sido a imagem de marca do partido desde que se associou à geringonça e perdeu o “pio” que outrora era diário,insistente e até incomodativo.
No PSD, o partido mais português de Portugal, é que as coisas foram substancialmente diferentes na forma como o resultado foi recebido e interpretado e no desfecho a que isso conduziu.
Como é sabido o líder, agora de saída, Pedro Passos Coelho entendeu não ter condições para se recandidatar a novo mandato e com a serenidade que sempre foi a sua imagem de marca anunciou que uma vez terminado o seu mandato não seria candidato à reeleição.
Sem dramas, sem emotividades, considerando que era tempo de terminar este ciclo de liderança no qual dirigiu o partido durante seis anos ,e o país durante quatro, em tempos reconhecidamente difíceis e de grande esforço pessoal face a situações que nunca evocou, mas que são conhecidas, da sua vida pessoal.
A História lhe fará a devida justiça em relação ao que foi a sua acção neste período na certeza de que o partido e o país voltarão a contar com ele mais dia menos dia ultrapassado um período de inevitável afastamento da vida política.
Em bom rigor este afastamento de Passos Coelho deve-se a uma leitura pessoal da situação política e do que entendia serem as suas condições para exercer com êxito a liderança nos próximos anos e não a pressões dispersas e pouco significativas de alguns militantes que se achando ilustres e credores de privilégios que a todos os outros não são reconhecidos passaram os últimos largos meses/anos mais preocupados em criarem condições para afastarem o líder do que empenhados em ajudarem o partido a ganhar as autárquicas.
Felizmente não faltará oportunidade para julgar esses comportamentos em próximos actos eleitorais internos!
Vai agora o PSD escolher o seu próximo líder através de eleições directas em que todos os militantes terão direito de participarem sendo parte integrante da escolha.
Como é sabido estão já anunciadas duas candidaturas ,nas pessoas de Pedro Santana Lopes e de Rui Rio, não sendo de excluir (embora considere pouco provável que isso venha a acontecer) que ainda possa aparecer mais uma outra candidatura cuja legitimidade será tão inegável quanto a sua inutilidade no que concerne a efectiva opção para a liderança por parte dos militantes.
Não faltará certamente oportunidade para em próximos textos me pronunciar sobre estas eleições, sobre estas candidaturas e sobre estes candidatos mas hoje , de uma forma genérica, direi apenas que o próximo líder do PSD para além da óbvia preocupação em construir uma alternativa política ganhadora a esta geringonça que por ai anda vai ter ter de se preocupar também, e muito, com o próprio partido e com aquilo que entendo dever ser a sua reorganização ideológica e organizativa.
Reforçar nas suas propostas externas e no programa eleitoral que vai construir, para em 2019 ser sufragado pelos portugueses, a nossa inequívoca matriz social democrata de molde a disputar ao PS um espaço político ao centro que é onde se ganham eleições.
Mas também reflectir e tomar medidas na organização interna do partido.
Estatutos, regulamentos, inerências, incompatibilidades e outras matérias e temas cuja reforma não pode ser adiada sob pena de o partido se anquilosar (ainda mais…) em torno de práticas e “praticantes” que impedem o bom funcionamento dos orgãos e a abertura do partido a mais militantes e mais participação dos mesmos na direcção do partido desde os núcleos às distritais.
Assunto a que também voltarei com detalhe um destes dias.


P.S. Nunca gostei de tabus. E por isso assumo gostosamente que nas próximas directas apoio sem reservas e com entusiasmo a candidatura de Pedro Santana Lopes.

segunda-feira, outubro 16, 2017

Lago


Raposito


Pescador


Decisivo

Ultrapassado o primeiro compromisso na Taça de Portugal, face a um Vasco da Gama da Vidigueira que não teve naturalmente argumentos face ao maior poderio da equipa vimaranense, vem aí o segundo "mata mata" da temporada face ao Marselha.
Sendo que o primeiro foi uma supertaça ingloriamente perdida.
Entendendo-se" mata mata", na boa acepção de Scolari, como um jogo em que apenas o triunfo interessa porque a derrota deixa o Vitória fora da Liga Europa, em termos de poder passar à fase seguinte, e o empate obrigá-lo-à a ter de fazer muitas contas e depender sempre de terceiros.
E por isso há que ganhar.
O que sendo mais fácil de dizer do que de fazer é, ainda assim, algo que está ao alcance do Vitória actual (do da época passada estava de certeza...) se a equipa for rigorosa a defender e no ataque souber concretizar em golo alguma(s) da(s) oportunidade(s) que venha a conseguir criar.
Em último lugar num grupo acessível, o que apenas é explicável por uma equipa que foi preparada (?) para uma época com cinco competições de forma insuficiente e pouco responsável, o Vitória tem ainda assim argumentos para fazer frente a um Marselha longe das equipas poderosas que teve no passado mas que ainda assim segue em quarto lugar no campeonato francês.
Pede-se uma equipa bem montada, uma táctica eficaz e adequada ao adversário e às circunstâncias, o máximo rigor dos jogadores e da equipa no cumprimento do plano delineado para este jogo.
Que com as naturais precauções defensivas não pode deixar de ter uma considerável dose de ousadia ofensiva e a capacidade de saber correr riscos num jogo em que apenas o triunfo serve os nossos interesses.
Há que arriscar, há que não ter medo, há que fazer jus ao epíteto de "Conquistadores".
Porque seria muito mau que se chegasse a meio de Outubro e apenas nos restasse campeonato(onde a prestação tem sido muito abaixo do expectável) e taça de Portugal para disputar visto que uma derrota em Marselha arrumava a Liga Europa, a supertaça está perdida e a taça CTT teve um começo que não entusiasmou.
Acreditemos que Marselha pode ser um ponto de viragem.
Depois Falamos.

P.S. Quinta feira às 18.00 h na SIC.

O "Fair Play" da Taça

O meu artigo desta semana no zerozero.
A taça de Portugal é, todos o sabemos, uma prova diferente que tendo um sortilégio muito próprio (o chamado “espírito” de Taça) a torna particularmente atraente para todos os clubes que nela participam.
Também porque permite, ao contrário de competições em que a regularidade é o factor predominante, que equipa mais fracas num dia de inspiração se imponham a equipas mais fortes e consigam ultrapassá-las tornando-se naquilo a que se convencionou chamar os “tomba gigantes”.
Aliás a isso se deve o facto de em Portugal apenas cinco equipas terem ganho o campeonato enquanto a Taça já teve doze vencedores diferentes a saber Benfica,Porto,Sporting,Boavista, Belenenses (os tais cinco campeões), Vitória, Académica, Vitória de Setúbal, Braga,Leixões ,Beira Mar e Estrela da Amadora.
É uma prova muito mais “democrática” e daí advém também boa parta da sua enorme popularidade.
Não sendo também despiciendo considerar que o facto de a Taça levar aos quatro cantos de Portugal as equipas da primeira liga, permitindo que nalguns pontos do país se vejam jogar emblemas e jogadores que em condições normais nunca lá jogam, se torna também uma atracção suplementar para os portugueses dedicaram tanto carinho e atenção a esta prova.
Reconhecendo isso, e muito bem, a FPF teve o cuidado de incluir no regulamento da prova uma alínea segundo a qual na terceira eliminatória (a primeira em que participam equipas do primeiro escalão) as referidas equipas da primeira liga jogam obrigatoriamente fora quando o adversário que lhe tocar em sorteio seja de um escalão inferior.
Com isto se pretende fomentar a tal “festa” da Taça e a promoção do futebol levando as equipas de maior valia a visitarem estádios onde de outra forma dificilmente ou nunca iriam e com isso fomentando também a aparição dos tais “tomba gigantes” que dão um sabor especial à prova.
Mas estamos em Portugal.
Onde há clubes que se acham os “donos disto tudo” e que com a ajuda das televisões e da subserviência da generalidade dos dirigentes dos clubes com quem jogam rapidamente transformaram a boa ideia da FPF numa perfeita inutilidade dando cabo do “espírito” de taça e fazendo do fair play existente na tal alínea uma palavra vã.
Com argumentos de maior receita, de falta de segurança nos estádios, ou de não terem estádios à altura de receberem jogos com equipas de escalões superiores convenientemente ajudados pelo factos de nalguns desses estádios não existirem realmente condições para as transmissões televisivas rapidamente os jogos de alguns clubes primodivisionários deixaram de ser onde deviam para passarem a ser onde lhes deu mais jeito.
E foi assim que o Porto em vez de jogar em Évora foi defrontar o Lusitano ao Restelo, foi assim que o Benfica em vez de jogar em Olhão (onde há apenas três anos se jogava para a primeira liga) jogou com o Olhanense no estádio Algarve, foi assim que o Braga em vez de ir a S. Martinho do Campo fez o jogo em Vila das Aves entre outros exemplos possíveis desta época e de épocas anteriores.
Ou seja em vez de eliminatórias da Taça tivemos treinos dos clubes mais fortes.
Honra seja feita, porque eles sim serviram o legítimo interesse do nosso futebol, aos dirigentes do Vasco da Gama da Vidigueira, do Oleiros, do Torcatense e do Vilaverdense ( e este clube, fruto da coragem da sua direcção, acabou por ser “tomba gigantes”) entre outros que souberam dizer não a pretextos mentirosos, souberam por a verdade desportiva acima do interesse financeiro, não”venderam” o resultado aceitando jogar onde dava jeito ao adversário e receberam Vitória, Sporting,Marítimo e Boavista nos seus recintos dando com isso também um enorme sinal de respeito pelos seus adeptos.
Vitória e Sporting passaram sem dificuldades, Marítimo sofreu mas passou e o Boavista caiu em Vila Verde, mas de uma coisa todos podem ficar certos; é que foram jogos em que a verdade desportiva prevaleceu e o respeito pelas regras do sorteio foi plenamente cumprido.
Noutros, com outros protagonistas, foi a habitual “xico espertice” que corrói o nosso futebol e que põe cada vez mais em causa a verdade desportiva das suas competições.
Uma nota final sobre o fair play da Taça e especificamente no jogo entre o Vasco da Gama da Vidigueira e o Vitória.
A partida disputou-se na Vidigueira, num estádio de pequena lotação (sabendo-se que o Vitória se faz sempre acompanhar de numerosos adeptos) e com piso sintéctico sem que da parte dos dirigentes locais tivesse sido manifestada qualquer intenção de jogarem noutro lado e sem que da parte dos dirigentes vitorianos existisse qualquer diligência nesse sentido.
Muito bem uns e outros porque Taça é Taça e quem acha que não tem recintos adequados a receber adversários de escalão superior então mais vale nem se inscrever na prova.
Fez-se o jogo, o Vitória ganhou naturalmente e com goleada à mistura, mas isso não obstou a que no final do jogo ambas as equipas se juntassem no centro do relvado para uma foto de família.
Isto sim é espírito de taça, isto sim é “fair play”, isto sim é defender o futebol.

P.S São conhecidas as imagens ,posteriores ao jogo, de um bem animado jantar entre os jogadores do Vasco da Gama da Vidigueira e adeptos do Vitória todos em alegre confraternização num restaurante local.
Fosse com outros clubes e seria notícia de telejornal.
Como não foi resta o consolo de sabermos que até um pequeno clube alentejano dos distritais de Beja pode, em termos de desportivismo, ser tão grande como os maiores.
Provavelmente maior até...
E que os adeptos do Vitória, tantas vezes tão mal tratados pela imprensa, se limitam em todo o lado a saberem retribuir na exacta proporção da forma como são tratados.