De vez em quando o pequeno universo politico compraz-se em oferecer ao enorme pais real uns espectáculos que me parecem bem dispensáveis.
As tarjas do Chega foram o mais recente deles.
Espectáculo da responsabilidade do Chega, por um lado, e dos restantes partidos por outro que nunca perdem uma oportunidade para escorregarem nas cascas de banana que esse partido lhes põe no caminho.
E sobre isso direi sinteticamente o seguinte.
Pendurar aquelas tarjas na fachada do Parlamento é esteticamente feio mas não me parece politicamente condenável e menos ainda merecedor do alarido feito em seu redor.
São tarjas com uma mensagem politica e com autor claramente identificado.
E devo dizer, com a distância do politicamente correcto que tanto me agrada, que se não gostei (mas não me senti ofendido) das tarjas porque acho que a fachada do Parlamento deve ser preservada gosto ainda menos quando a mesma fachada é posta ao serviço de agendas ultra minoritárias sendo usada para lá projectar as cores dos movimentos LGBT como se isso fosse alguma causa nacional em que estivéssemos todos metidos no mesmo saco.
Não estamos seguramente.
E usar a fachada do parlamento para criar essa ideia, de responsabilidade abstracta e responsáveis desconhecidos, é mais grave do que um partido pendurar umas tarjas com a sua mensagem em determinado matéria sabendo-se claramente quem delas é responsável.
Quanto à mensagem das tarjas, que é muito mais importante que o lugar onde elas são exibidas, creio que o Chega não tem razão.
Porque embora perceba que neste país qualquer demagogia sobre politica e especialmente sobre políticos tem sempre um vasto espaço de concordância, o que a torna irresistível para as forças radicais de direita e de esquerda, acho que PSD , PS, CDS e PAN fizeram bem em porem termo a uma situação injusta e que actualmente não faz qualquer sentido.
E creio que esses partidos deviam ter concentrado esforços na explicação das razões porque tomaram essa medida em vez de perderem tempo com o "fait divers" das tarjas.
Depois Falamos.