domingo, julho 22, 2018

O Meu Clube

O meu artigo desta semana no zerozero.

O meu clube é o Vitória.
Mais propriamente o Vitória Sport Clube, nascido e sediado em Guimarães, que é hoje um dos mais históricos, tradicionais e carismáticos clubes portugueses por força de uma História honrosa de quase 100 anos e de uma massa associativa e adepta que é a melhor de Portugal e que leva a todo o lado o nome do clube.
Nascido em Guimarães, essa Terra onde adeptos de outros clubes são mais raros que os pandas fora da China, desde que me conheço que sou vitoriano por força de uma magnífica cultura vimaranense que nos ensina a todos a valorizarmos o que é nosso e entre o que é nosso acima de tudo a sermos vitorianos como expressão maior do nosso vimaranensismo.
É certo que há excepções, na orla da pura irrelevância, mas não fazem mais do que confirmar a regra e a regra é “quem é de Guimarães é do Vitória”.
Parágrafo!
Estamos assim libertos desse mal, que afunila e diminui o desporto em geral mas muito especialmente o futebol, que é o chamado bi clubismo reinante no resto do país e segundo o qual as pessoas são do clube da terra e depois por um dos chamados “grandes” embora a realidade na maioria dos casos nos diga que são , isso sim, por um dos “grandes” e depois pelo clube da terra mais que não seja por vergonha de não o serem.
Em  Guimarães não é assim.
Especialmente em termos de equipas de futebol da primeira liga.
Somos pelo Vitória, com simpatia pelo Moreirense , ou pelo Moreirense (os habitantes de Moreira de Cónegos e arredores)com simpatia pelo Vitória mas aí se esgotam as simpatias clubísticas sem necessidade de outras cores que nos tragam a ilusão de títulos e troféus que nunca seriam nossos mas sim e sempre deles.
O Vitória é a nossa “Fé” e o vitorianismo a nossa doutrina.
É uma opção consciente, que passa de geração em geração (na minha família já vamos na quinta geração de adeptos e associados do Vitória) como componente importante da educação que passa de avós para pais e de pais para filhos e assente na valorização daquilo que é nosso em detrimento do que não nos pertence nem disso fazemos questão.
É uma opção que tem os seus custos.
Sabemos que não ganharemos tanto como os chamados “grandes”, nem nada que se pareça, porque a dimensão do clube a vários níveis é compatível com a dimensão da região em que está inserido e não contamos com uma trituradora máquina de exercício do poder, que vai da comunicação social aos orgãos próprios do futebol ( e das modalidades de alta competição já agora), completamente formatada para levar ao colo o Benfica, o Porto e o Sporting como a História do nosso desporto bem documenta.
Também não temos adeptos das vitórias, como esses clubes, que lhes enchem bancadas e estádios (menos um ...) por esse país fora dando-lhes um apoio que os adeptos idos de Lisboa ou do Porto nunca dariam dada o reduzido número em que se deslocam a jogos fora dos seus estádios.
E isso ajuda, quantas vezes, a fazer a diferença em termos de apoio.
O Vitória é, provavelmente, o clube português que mais adeptos leva da sua Terra a apoiarem-no pelo país e isso é para os vitorianos também uma questão de honra e um motivo de orgulho pela forma como fazemos a diferença face aos clubes que “vivem” do apoio dos adeptos das vitórias muitos dos quais nunca puseram os pés no estádio do clube que apoiam e de que se dizem adeptos.
Nunca ganhamos um campeonato (lá chegará o dia...), em sete finais de taça de Portugal vencemos uma ( outra foi-nos roubada de forma escandalosa por um sujeito que nem o nome merece que se pronuncie), vencemos uma supertaça e em termos de futebol sénior por aí se fica um palmarés muito curto em relação ao que o clube e os seus adeptos mereciam.
Mas o que ganhamos...merecemos ganhar.
E ganhamos pelo nosso mérito e esforço,sem favores de ninguém, nem ficando a dever aos poderes ocultos as nossas vitórias.
Somos, de facto, um clube único.
Na paixão dos adeptos, no orgulho que todos temos em sermos do Vitória, nessa magnífica tradição que passa de geração em geração de em Guimarães sermos vitorianos.
E isso permite-nos outros “titulos”.
Um é o de sermos campeões do amor clubista, da dedicação ao nosso emblema, de o seguirmos com um fervor sem igual e que portanto não teme comparações.
Outro titulo é o de campeões da invencibilidade.
Porque no nosso estádio, seja no D.Afonso Henriques, fosse na Amorosa ou no Bem-Lhe-Vai, podemos ter perdido muitos jogos mas nunca perdemos em número de adeptos fosse quem fosse o visitante ao ponto de podermos tranquilamente dizer que em Guimarães todos que nos visitam são “pequenos” face á tremenda inferioridade numérica em relação aos vitorianos.
Bem ao contrário do que acontece em qualquer outro estádio do país visitado pelos chamados “grandes” em que o “normal” é os seus adeptos das vitórias serem em número superior aos adeptos do clube local.
Finalmente há um terceiro titulo de que nos orgulhamos muito.
Que é o titulo do exemplo.
Quando em todos os pontos do país o exemplo do Vitória e dos vitorianos for seguido seguramente que o nosso desporto, e o futebol em particular, serão bem melhores.
Porque mais verdadeiros, mais competitivos e melhor dimensionados.
Haja esperança!

Avião


Salto de Pinguim


Ilhota


sábado, julho 21, 2018

Franco

A personalidade de Francisco Franco, caudilho de Espanha, dividiu durante muitos anos o povo espanhol entre os que o admiravam e seguiam e os que o combateram por todas as formas e o odiavam de forma bem visível.
Fruto de uma sangrenta guerra civil, que vitimou centenas de milhares de espanhóis ( e não só) e que deixou profundas feridas na sociedade espanhola que perduraram por muitas décadas e marcaram muitas gerações.
Com a morte de Franco em 1975 e a transição para a democracia liderada pelo Rei Juan Carlos e por esse enormes estadista que foi Adolfo Suárez as feridas da guerra civil foram paulatinamente fechando ( e claro que a marcha inexorável do tempo também ajudou a isso) e a consolidação da democracia tornou residual a presença do "franquismo" na política espanhola pese embora haver muitos espanhóis das mais diversas áreas políticas que reconhecem, mas sem saudade, o que de positivo Franco realizou.
Nomeadamente a unidade do país.
Quase oitenta anos depois do fim da guerra civil e quarenta e três anos depois da morte de Francisco Franco supunha-se que o franquismo e as feridas da guerra civil estavam tão enterrados como o próprio Franco no seu mausoléu no Vale dos Caídos.
E é bom que para Espanha assim seja.
Mas, há sempre um mas quando há socialistas envolvidos, soube-se por estes dias que o maquiavélico personagem que lidera o actual governo espanhol ,depois de uma série de manobras que António Costa (por quem diz ter profunda admiração o que em nada surpreende...)e a geringonça não desdenhariam, tem como prioridade remover o restos mortais de Franco do seu túmulo e translada-los sabe-se lá para onde.
Até onde leva o sectarismo destes socialistas de nova geração...
Teve azar. 
Porque a inumação que pretendia fazer carecia da autorização da família, que o mandou dar uma curva, e do próprio Vaticano dado que estando sepultado dentro de uma Basílica o direito canónico prevalece.
Claro que também o Vaticano o mandou bugiar.
E por isso o senhor Pedro Sanchez, é assim que o rapaz se chama, vai ter mesmo de fazer aquilo para que está mandatado que é governar para os vivos e deixar os mortos em paz por mais que lhe agradasse a ideia populista de fazer politiquice à custa deles.
Mesmo que para isso tivesse de reabrir feridas que tanto martirizaram Espanha durante décadas.
É o novo socialismo.
Lá "trocaram" Felipe Gonzalez por este Sanchez.
Cá a Mário Soares ou a António Guterres sucederam os Sócrates e Costa (estando já em linha de montagem para o futuro os Pedro Nuno Santos, os Galambas e afins) tendo como características dominantes o populismo, a falta de vergonha, a ausência de valores e escrúpulos.
É a consagração do "vale tudo".
Depois Falamos

Votos de Pesar

É uma instituição parlamentar a aprovação de votos de pesar aquando do falecimento de personalidades nacionais e internacionais ou quando se dão tragédias que o justifiquem pela sua dimensão.
No meu tempo de deputado, tal como os restantes deputados do PSD, sempre votei favoravelmente todos os votos apresentados,fosse qual fosse o partido que os apresentasse, por uma questão de respeito por quem morrera embora nalguns casos o seu posicionamento políticos estivesse nos antípodas do meu.
Não tem sido essa, contudo, a norma dos partidos de esquerda e de extrema esquerda que até na hora da morte aproveitam para exibirem o seu sectarismo e o seu rancor político a quem não pensa como eles e não tem nenhum problema em votarem contra votos de pesar.
Assim aconteceu, por exemplo, com os falecimentos de Belmiro de Azevedo, Vaclav Havel ou José Hermano Saraiva para dar apenas três de muitos exemplos possíveis de votos de pesar em que a esquerda votou contra.
Lembrei-me disto a propósito do voto de pesar aprovado esta semana, por unanimidade, a propósito da morte do dirigente do BE João Semedo.
Depois do habitual coro de elogios fúnebres que também são uma espécie de praxe parlamentar nestes casos.
Não conheci João Semedo e não me custa a crer que esses elogios são merecidos tal o unanimismo de que se revestiram.
Mas também me recordo, correndo o habitual risco de ser politicamente incorrecto, de que João Semedo enquanto deputado votou várias vezes contra votos de pesar relativos a personalidades que não eram da sua área política dentro do sectarismo tão típico do Bloco de Esquerda.
E por isso não posso deixar de dizer que em matérias como esta a coerência e superioridade moral do PSD (e também do CDS e grande parte mas não todo o PS porque nesse partido há os complexados que preferem votar ao lado dos partidos totalitários) é absolutamente inquestionável.
Depois Falamos

terça-feira, julho 17, 2018

Regresso a Abril

O meu artigo desta semana no Duas Caras.


Com o passar dos anos creio que se torna inevitável, com a justa dose á sua medida para cada um de nós, não só recordar o passado como também dele extrair lições cada vez mais valiosas em relação ao presente e aos tempos que vão correndo.
Já noutros escritos tenho focado aquilo que me parece ser um cada vez maior distanciamento  das pessoas, e muito em especial das mais jovens, em relação à política e às suas instituições e muito particularmente em relação aos partidos políticos.
As razões são diversas, umas mais justas , outras menos justas e outras totalmente injustas mas a verdade é que esse distanciamento existe e é vulgar de Lineu ver os cidadãos responsabilizarem os partidos políticos por tudo que de mau sucede no país criando uma cada vez maior linha divisória entre os cidadãos e os agentes políticos.
E isso faz-me voltar a Abril de 1974  e recordar aqueles primeiros e exaltantes tempos de política em Liberdade que a minha geração,então na zona etária da adolescência, viveu com uma intensidade , um encantamento e uma militância que duvido que alguma vez tenha sido possível repetir nas décadas seguintes.
E essas memórias reportam essencialmente a Guimarães, à juventude vimaranense, a uma geração que andava então por idades entre os 14 e os 17 anos e que era na sua quase totalidade completamente ignorante em relação à política, às ideologias, aos partidos e à própria democracia.
É certo que já havia pelo Liceu de Guimarães, estabelecimento que então frequentava, alguns colegas mais velhos, mais politizados, mais interventivos dentro do quase inexistente espaço de intervenção e que pouco depois do 25 de Abril (dias ou semanas) se veio a perceber pertencerem ou estarem ligados a partidos que a ditadura obrigava a estarem na clandestinidade.
Falo obviamente de partidos como o PCP, com uma já muito longa vida clandestina, ou de pequenos partidos de extrema esquerda surgidos de dissidências do PCP como era o caso do MRPP por exemplo.
Mas esses colegas eram uma pequena excepção dentro de um universo estudantil que na sua esmagadora maioria estava de facto completamente alheado das questões políticas, que pela política não tinha qualquer interesse (em bom rigor como podia ter num regime de partido único em que as “verdades oficiais” eram lei?)e que nesse âmbito apenas se afloravam nalgumas conversas o tema das guerras de África muito por força de um avançar das idades que começava a tornar esse assunto um problema no nosso horizonte.
O 25 de Abril foi um franquear de portas até então hermeticamente fechadas.
Com a Liberdade veio a Democracia e com esta os partidos políticos.
E se o PCP era um partido na verdadeira acepção do termo, com décadas de existência e uma organização clandestina que lhe permitiu sobreviver à ditadura, que tinha os seus orgãos dirigentes e uma longa experiência política todos os outros começaram aí a dar os seus primeiros passos e a construir os caminhos pelos quais pretendiam seguir.
Havia, é certo , os tais pequenos partidos de extrema esquerda mas sem qualquer representatividade nacional e assentes em núcleos estudantis e operários e existia um PS fundado na Alemanha mas que também ele pouco mais era do que um grupo de amigos de Mário Soares cuja notoriedade internacional era bem maior do que a do partido fundado em 1973.
Apareceram então o PPD, o CDS, a UDP, a LUAR (que já existia como movimento com pretensões revolucionárias mas se viria a transformar em partido), o PPM, o PDC e mais alguns de que a História não rezou nem reza.
Para nós jovens a despertar para a política, entusiasmados com os tempos ímpares que se viviam e fascinados pela explosão de liberdade que o 25 de Abril trouxera tornou-se perfeitamente natural a adesão a um partido e o mergulhar numa militância idealista a que nos sentíamos quase obrigados para corresponder à generosidade dos capitães de Abril e assim servirmos a democracia.
Nada percebendo de política, invadidos por um manancial de informação quase atordoante que ia de programas partidários a manifestos ideológicos, a opção natural de muitos foi aderirem a partidos mais por razões de influência familiar nuns casos e dos grupos de amigos mais próximos noutros do que por qualquer arreigada convicção ideológica que não podia naturalmente existir.
Claro que também existiram outras razões como a admiração criada pelos lideres partidários nas suas aparições televisivas ( mas convém recordar que a televisão,única, nada tinha a ver com a realidade televisiva actual),nas entrevistas dadas a jornais e em várias outras razões que não valerá agora a pena justificar.
E assim uns foram para o PCP (UEC e JCP)  e para a extrema esquerda cujas máquinas de captação de novos militantes estavam bem mais afinadas, outros para o PPD (JSD), outros ainda para o CDS (JC) e alguns espalharam-se pelos pequenos partidos então existentes.
Curiosamente no PS (JS) não houve adesões significativas e terá sido dos grandes partidos aquele que, em Guimarães,teve mais dificuldade em fazer arrancar a sua organização de juventude.
Uma vez filiados fazia-se militância a sério.
Colavam-se cartazes, pintavam-se paredes, montavam-se bancas nos corredores do Liceu, faziam-se sessões de esclarecimento nos intervalos (que às vezes acabaram de forma mais acalorada...), participava-se na organização dos comícios, vendia-se nas ruas o “Povo Livre” (como perceberão falo agora apenas da JSD), distribuía-se propaganda e viva-se o momento político com um fervor e uma intensidade que nos trazia despertos para a política durante as 24 horas do dia.
Fazia-se tudo isso com militância, com dedicação, pensando em ajudar o colectivo e sem esperar nada em troca!
Era um tempo em que os partidos e as juventudes partidárias tinham o respeito dos cidadãos.
Recordo esses tempos com saudade, certo de que não voltarão e mais certo ainda de que o actual caminho trilhado pelos partidos e pelas suas organizações de juventude também não contribui muito para que isso seja possível.
Porque hoje vivemos num tempo de imediatismo.
Um tempo em que alguns querem tudo,sempre, ao mesmo tempo e quanto mais depressa melhor.
Um tempo em que ainda não fizeram, não provaram, não construiram mas já exigem, já reivindicam, já se acham credores deste mundo e do outro.
Um tempo de pressa excessiva.
Em que se queimam etapas, se atropela quem aparece no caminho, se quer para amanhã o que nalguns casos nem daqui a vinte anos deviam ter.
Um tempo de “vale tudo”.
Desde que se consigam os lugares, as mordomias, os cargos e as regalias.
Não sou, seguramente, daqueles que tem por hábito dizer “ dantes é que era bom” como se os tempos não mudassem e as sociedades não evoluíssem.
Mas sou, certamente, dos que temem que por este caminho os “amanhãs não cantem”.

P.S. Não quero puxar a brasa à minha sardinha. Mas registo com muita satisfação que a JSD de Guimarães tem sabido ao longo dos anos manter um espirito de intervenção política e de entrega ao partido que a fazem uma honrosa excepção ao que vai vendo por outros lados e por outras juventudes partidárias.

sexta-feira, julho 13, 2018

Castelo de Scotney, Inglaterra


Mosteiro de Belogorsky,Rússia


Caranguejo


Marca

Sou leitor, há muitos anos, do diário desportivo espanhol "Marca" que considero um dos melhores jornais da Europa em tudo que diga respeito ao desporto.
É um jornal de Madrid, com simpatia da maior parte dos seus jornalistas pelo Real Madrid e pelo Atlético de Madrid, mas isso não obsta a que faça uma informação de grande qualidade e com uma isenção que devia fazer corar de vergonha alguns colegas do lado de cá da fronteira.
A propósito da saída de Ronaldo do Real Madrid para a Juventus (em que nalguns artigos de opinião os seus colunistas se insurgiram contra o que consideraram um erro histórico do clube madrileno)  o jornal fez uma das melhores capas,talvez a melhor mesmo, que se viram nesse dia nos jornais de todo o mundo que deram ao assunto o maior relevo na sua primeira página.
Uma fotografia do espectacular golo de Ronaldo em Turim, na última edição da Liga dos Campeões, emoldurado por quatrocentas e cinquenta e uma bolas representado todos os golos marcados pelo jogador ao serviço do Real Madrid inserindo no centro de cada uma delas o emblema do clube a quem tinha sido marcado.
Genial!
Este sim é jornalismo que vale a pena, este sim é um jornal que vale bem o dinheiro que se paga por ele.
Depois Falamos.

Final

França e Croácia foram as duas melhores equipas deste Mundial e por isso disputarão a final de domingo!
E se no caso dos franceses não há razão para qualquer admiração, porque desde início eram apontados como favoritos, já os croatas ganharam esse estatuto no próprio mundial face à forma convincente (mas sofrida na fases a eliminar depois de vencer categoricamente o seu grupo...) como foram ultrapassando os diversos obstáculos que lhes apareceram pela frente.
São duas equipas muito diferentes e duas estratégias de jogo também elas diversas.
A França tem grandes jogadores (Mbappé,Griezman,Pogba,etc) mas é uma equipa "à Fernando Santos", por opção de Didier Dechamps e não dos jogadores, que gosta mais de jogar no erro do adversário do que assumir o jogo e vencê-lo pelo domínio exercido ao longo da partida.
E claro que nessa estratégia jogadores "explosivos" e de grande capacidade técnica, como os referidos e outros, tornam-se decisivos pela forma como aproveitam as oportunidades.
A Croácia é diferente.
Não tem "estrelas" tão mediáticas como a França mas tem um conjunto extremamente sólido, muito competitivo, com um "coração" que nunca mais acaba e que pressiona o adversário em todo o terreno para recuperar a bola e poder organizar o seu jogo.
Porque ao contrário da França a Croácia gosta de ter bola e jogar.
E não tendo o mediatismo dos franceses tem no centro do terreno, a tal zona nevrálgica onde se decidem jogos, provavelmente os dois melhores médios deste Mundial como o são os fabulosos Modric e Rakitic que asseguram uma qualidade de posse de bola e de passe muito difícil de contrariar.
Vai ser seguramente um jogo muito interessante esta final do Rússia 2018.
Que ganhe o melhor.
E que o melhor seja a Croácia é o meu desejo.
Depois Falamos.

quarta-feira, julho 11, 2018

Falta de Civismo

Não gosto, nunca gostei, de fogo de artifício.
Fogo de artifício, foguetes, morteiros ou lá como lhe queiram chamar, embora respeite a opinião daqueles que gostam e são capazes até de andarem muitos quilómetros para verem esses espectáculos de pirotecnia que abundam neste país.
E se não acho piada nenhuma aos efeitos visuais então aos efeitos sonoros é que não acho piada mesmo nenhuma.
Detesto o ruído do rebentamento dos foguetes.
Infelizmente em Portugal não há festa, festinha ou festança que dispense esse tipo de poluição sonora obrigando-nos a todos a participar, por via auditiva, em celebrações em que não temos o menor interesse.
Com algum exagero até se pode dizer que nalguns sítios basta um cruzamento de ruas, meia dúzia de vizinhos, arranja-se um santo padroeiro, faz-se uma festarola com comes e bebes (especialmente estes) e,claro, atiram-se os foguetes para que toda a gente saiba que naquele cruzamento há arraial.
Infelizmente o arreigado hábito de foguetear por tudo e ,geralmente, por nada não conhece horários, nem normas de educação e civismo, nem o respeito pelo direito de quem nada quer com a festarola descansar nas horas a tal destinadas.
E por isso das sete da manhã, talvez achando que um dos números da festarola é fazer de despertador, até altas horas da noite é sempre tempo de atirar foguetes, fazer barulho e demonstrar a mais canhestra boçalidade, quando não estupidez, na forma como se incomodam os não festivos.
É pena que as leis de ruído que se vão aprovando no Parlamento não sejam suficientemente rigorosas para proibirem de uma vez por todas o foguetório entre as 22.00 horas e as 09.00 horas.
E que as autoridades locais, das policiais às autarquias não usem de severidade máxima para obrigarem ao seu cumprimento!
Depois Falamos.

P.S. Este texto tem uma "inspiração" próxima. 
Vivo numa freguesia, Marinhas(Esposende),que tem meia dúzia de lugares propensos a essas festarolas recheadas de foguetório.
Esta noite era quase uma da manhã e todos os moradores num raio de quilómetros em torno de um desses lugares tiveram "direito" a quinze minutos de poluição sonora via foguetes no mais absoluto desrespeito pelas horas de descanso.
E ainda não eram sete e meia da manhã e já estava a ser servida segunda "dose".
É apenas um exemplo das centenas ou milhares que há por este país fora.

terça-feira, julho 10, 2018

Adiós

Foram nove anos.
439 jogos.
451 golos.
4 Bolas de Ouro
4 Botas de Ouro.
4 Ligas dos Campeões
3 Mundiais de clubes.
2 supertaças europeias.
2 campeonatos de Espanha.
2 Taças do Rei.
2 supertaças de Espanha.
Um sem número de recordes que seria fastidioso enumerar aqui.
Uma contribuição inigualável para aumentar o prestigio do clube em todo o mundo.
O melhor jogador da História do Real Madrid.
Mas nem isso foi suficiente para que o clube espanhol tratasse o seu melhor jogador com a consideração e respeito que lhe eram devidos , cumprisse as promessas  livremente feitas e o fizesse sentir-se desejado em Madrid.
Afinal o repetir do que se passou com Raul González, Iker Casillas, Fernando Hierro, Hugo Sanchez e o próprio Alfredo Di Stéfano, cinco dos maiores jogadores da História do clube, que também se viram obrigados a deixarem o Real Madrid ,apesar de tudo que tinham feito pelo clube, por não se sentirem nele desejados.
Digamos que a ingratidão faz parte do ADN do Real Madrid.
Ronaldo, que gostava muito de jogar no Real Madrid mas não precisa do Real Madrid para nada, tomou uma atitude digna e saiu pelo seu pé certo de que noutro colosso do futebol europeu continuará a marcar golos, a ganhar títulos, a disputar "Bolas de Ouro" e Ligas dos Campeões.
Quanto a Florentino Pérez, que percebe muito de construção civil mas pouco de futebol, continuará com a sua política de contratações galácticas, de negócios de muitos milhões, de priorizar o mercado publicitário e o merchandising à componente desportiva e seguramente que já deve ter outra contratação "estrela" preparada de um qualquer jogador que nem aos calcanhares de Ronaldo chegará em termos de rendimento.
Dir-me-ao que mesmo assim tem ganho Ligas dos Campeões (quatro nos últimos cinco anos) e que esse é o principal sucesso desportivo a que um clube pode ambicionar.
É verdade que sim.
Como também é verdade, e ele vai perceber isso da pior maneira, que muitos desses sucessos se deveram à categoria excepcional de Ronaldo que resolveu jogos sozinho, que com os seus golos disfarçou planteis mal feitos, que com a enorme mais valia que constituiu no Real Madrid ajudou a disfarçar muitas lacunas.
Os caminhos agora separam-se.
Ronaldo vai para a Juventus, um clube que o quis e lhe mostrou isso de todas as formas possíveis, e seguramente que vai continuar a ser o fabuloso jogador que se conhece.
O Real Madrid ( e Florentino Perez) ficarão com Lopetegui, provavelmente contratarão Neymar, deixarão de ganhar a Champions e verão a hegemonia interna do Barcelona aumentar.
Cada um terá o que merece.
Depois Falamos,

900 Anos

O meu artigo desta semana no Duas Caras.

Daqui a dez curtos anos  Guimarães, e espera-se (embora com algum desespero) o resto do país, vão festejar condignamente os novecentos anos da batalha de S. Mamede em que a vitória das tropas de D.Afonso Henriques transformou esse dia no primeiro dia de Portugal.
É uma realidade histórica a que só por teimosia, ignorância, má fé e algum preconceito o país tem resistido a comemorar de forma condigna.
Já sobre esse assunto tenho escrito e a ele não vou voltar neste texto a não ser como introito ao desenvolvimento do tema que hoje quero tratar e que não é a falta de reconhecimento do 24 de Junho de 1128 mas sim a forma como Guimarães olhará para essa data.
Escrevia no início “dez curtos anos” e não o fazia por acaso visto que uma década se é um período dilatado de tempo para muita coisa há outras para as quais somos obrigados a considerar que é um espaço temporal pequeno tal a dimensão do que importa fazer e a importância de o fazer bem feito.
E mais do que festejar condignamente a data, e espero que isso não seja sequer motivo de dúvida, importa que esse festejo e o facto de se tratar de um número “redondo” (900 anos) sejam motivo suficiente para apontar 2028 como uma meta plausível para o esforço de transformar a data em feriado nacional permitindo assim que seja reconhecida por todos os portugueses e não apenas pelos vimaranenses.
É um esforço grandioso, já o sabemos, que não dispensará um envolvimento solidário de toda a comunidade vimaranense e que devendo ser liderado pelas forças políticas locais não dispensará o contributo de associações culturais, da Universidade, dos organismos sócio profissionais, dos clubes desportivos, das instituições de solidariedade social, da associação comercial e industrial, enfim de todas as forças vivas do nosso concelho.
Dispensados mesmo deste esforço colectivo apenas estão o egoísmo,a partidarite, a arrogância, a soberba, a patética convicção da auto suficiência que são tantas vezes os piores adversários da nossa Terra quando ela se abalança a empreitadas que fogem ao que é comum na vulgaridade dos dias.
É por isso importante, diria até decisivo, que as principais forças políticas do nosso concelho (PS, PSD, CDS, CDU, BE, PPM,MPT) que são aquelas que tem representação no executivo camarário e/ou na Assembleia Municipal saibam olhar para a data com a importância que ela efectivamente tem e sejam capazes de nesse olhar dispensarem as agendas eleitorais que correm até 2028 e muito em especial as duas eleições autárquicas que até lá se verificarão.
É verdade que nesse capítulo já começamos mal.
Porque na última Assembleia Municipal a proposta do PSD para ser criada uma comissão de acompanhamento das comemorações dos 900 anos da Batalha de S. Mamede, que integraria todos os partidos representados no orgão e se estenderia ao longo dos dez anos, foi chumbada pela maioria absoluta do PS com o espantoso argumento de que “ainda era cedo”.
Fosse para a uma candidatura a capital europeia do chincalhão, da sueca ou dos matraquilhos e talvez o PS desse a sua anuência à criação da tal comissão mas como era para acompanhar aquela que consideramos como a mais importante data da História de Portugal (aquela data sem a qual não haveria Portugal) resolveu chumbar dando a preocupante sensação, que esperamos não se venha a confirmar, de que pretende fazer do assunto causa sua e de mais ninguém.
Nem sequer percebendo, e não era pedir muito, que a criação de uma comissão multipartidária para acompanhar os preparativos da comemoração era um primeiro e importante sinal que se estaria a dar à comunidade em termos da comunhão de esforços para atingir um objectivo que é de todos.
Foi pena mas não é nada que a qualquer momento não se possa corrigir desde que exista a vontade necessária a tanto.
São, pois, dez anos para uma comemoração que deve encerrar o tal objectivo de dar dimensão nacional à data.
Dez anos em que se espera que o concelho se torne mais atractivo, ganhe população, atraia investimento e empresas, melhore a sua mobilidade interna e externa (acreditamos que nesse prazo talvez seja possível desnivelar o nó de Silvares), se torne mais equilibrado e mais justo  em termos de investimento/desenvolvimento na cidade nas vilas e nas freguesias, reforce o peso e a importância do polo da Universidade do Minho, seja ecologicamente exemplar, tenha no rio Ave uma alavanca da sua sustentabilidade ambiental (ao contrário do que aconteceu em recente candidatura a capital verde europeia) e consiga manter manter o rigor em termos de urbanismo que lhe permitiu ganhar para o seu centro histórico o galardão de património mundial da Unesco mas que recente “mamarracho” para os lados da Costa faz temer que algo tenha mudado.
E como o Vitória está sempre presente seria fantástico que nestes dez anos o clube conseguisse finalmente ser campeão nacional de futebol.
Porque teria, no contexto muito próprio do futebol, o efeito de uma autêntica batalha de S. Mamede e seria uma vez mais em Guimarães que nasceria uma nova e revolucionária realidade.
Temos dez anos pela frente.
Saibamos aproveita-los!

sábado, julho 07, 2018

Meias Finais

E o Mundial da Rússia caminha para o seu final.
Depois de ontem França e Bélgica terem ultrapassado Uruguai e Brasil, transformando este mundial num assunto exclusivo de selecções europeias, hoje foi a vez de Inglaterra e Croácia garantirem as presenças nas meias finais deixando pelo caminho a Suécia e o anfitrião Rússia.
Deve dizer-se que os quatro apurados mereceram o apuramento.
A França desembaraçando-e sem dificuldade de maior de um Uruguai que já não dava para mais, a Bélgica demonstrando grande eficiência perante um Brasil perdulário que teve em Courtois um terrível adversário, a Inglaterra ultrapassando naturalmente uma Suécia para quem chegar até aqui já foi quase milagroso e a Croácia pondo fim ao "drama" de ver uma equipa russa que não jogava nada ir ultrapassando etapas e ameaçar ir até à final.
França, Bélgica, Inglaterra e Croácia são ,pois, os semifinalistas.
Com excepção da França, naturalmente candidata ao triunfo, há um mês atrás ninguém acreditaria que qualquer uma das outras três selecções estivesse neste momento nas quatro apuradas para disputar o acesso à final.
A verdade é que estão.
E outras em que se apostava como Alemanha, Brasil, Espanha,Portugal e  Argentina já regressaram a casa eliminadas por equipas de quem à partida não se esperaria tanto.
É o eterno sortilégio do futebol.
E por isso nem vale a pena arriscar quem é o favorito ao título mundial porque numa prova com tantos resultados inesperados é sempre de esperar que até ao último minuto o futebol nos surpreenda com mais um.
Depois Falamos.

Um Mundial Estranho

O meu artigo desta semana no zerozero.

Este Mundial da Rússia já era estranho antes de ter começado por razões que vão desde a escolha das cidades que sediaram jogos, demasiado concentradas num país que é o maior do mundo, até às selecções que não conseguiram apurar-se.
Foi, de facto estranho, constatar que a Itália,a Holanda e o Chile não marcaram presença num certame de que costumam ser, especialmente as duas primeiras, clientes habituais e no caso dos italianos com vários títulos já conquistados sendo o último deles em 2006 no Mundial da Alemanha.
Os chilenos, campeões sul americanos em título também não conseguiram lograr o apuramento não confirmando na fase de qualificação o domínio que mostraram na última Copa América.
Quanto à Holanda, a mais infeliz das selecções em termos de mundiais porque já perdeu três finais sendo duas em casa do outro finalista (Alemanha em 1974 e Argentina em 1978e nunca ganhou nenhuma) , está em fase de renovação de valores não tendo hoje craques como Cruyff, Van Bastem ou Ruud Gullit.
E o Mundial continuou estranho depois de se iniciar a fase de grupos.
Estranho porque as equipas teoricamente favoritas não tiveram prestações convincentes, vendo-se com grande dificuldades perante adversários teoricamente mais fracos e chegando ao ponto de nalguns casos nem os conseguirem ultrapassar quer nos jogos entre eles quer na própria classificação dos grupos.
E nessa estranheza insere-se, naturalmente e com grande destaque, o facto de a Alemanha campeão mundial em título e por muitos apontada como  grande favorita a revalidar o triunfo na prova ter ficado pela fase de grupos e num impensável último lugar do seu grupo depois de derrotada por México e Coreia do Sul.
Foi um aviso aos outros favoritos.
Porque nos oitavos de final a razia continuou em termos de equipas com pretensões a chegarem longe e até a ganharem a prova.
Portugal, o actual campeão europeu, ficou pelo caminho frente a um Uruguai que soube levar a  água ao seu moinho e afastou da prova uma selecção que não se assumia como favorita mas tinha as suas pretensões e apresentava como bandeira o “bola de ouro” Cristiano Ronaldo.
No mesmo dia a Argentina, duas vezes campeã mundial e com Messi como grande figura, não conseguiu resistir a uma forte selecção francesa e foi afastada depois de um dos melhores jogos deste Mundial.
No  dia seguinte também a Espanha, fragilizada pelo inacreditável episódio Lopetegui, abandonou a prova eliminada por uma selecção russa que soube sofrer e levar a disputa para penáltis onde foi mais competente e eliminou uma das principais favoritas.
E este estranho mundial, que começou sem Itália,Holanda e Chile chegou aos quartos de final sem o campeão mundial, sem o campeão europeu e sem dois ex campeões mundiais o que não sendo caso para abrir a boca de espanto constitui sempre motivo para alguma surpresa.
Mas os quartos de final não quiseram destoar do restante.
E se a vitória da França sobre o Uruguai tem de se entender como normal a todos os títulos, tal a superioridade francesa, já a queda do Brasil aos pés de uma eficiente Bélgica significou o afastamento da selecção com mais títulos , única que disputou todos os mundiais e aquela que muitos viam como principal candidata depois da eliminação da Alemanha.
E não deixa de ser...estranho saber que se França e Bélgica vão disputar uma das meias finais na outra estarão selecções como a Rússia, a Croácia, a Suécia e a Inglaterra o que significa que uma dessas quatro selecções disputará a final com o apurado do confronto franco-belga!
Porque se trata de selecções que no início deste Mundial, por razões de ranking e histórico, quase ninguém esperaria ver chegarem à final da competição face ao que se supunha maior poderio de outras equipas.
Mas o encanto e o sortilégio do futebol estão precisamente no imprevisto dos resultados, no agigantamento dos supostamente mais fracos, nos vencedores inesperados das competições.
Veja-se o Europeu 2016 como grande exemplo!
E por isso neste Mundial da Rússia se há coisa que não arrisco são previsões quanto ao vencedor.
Porque desconfio, e com bastas razões para isso, que este Mundial vai ser estranho até ao fim!

sexta-feira, julho 06, 2018

Cores

Foto: National Geographic

Lago Braies,Itália


Boleias...

O Negócio Marega

Não conhecendo,ainda, todos os detalhes em volta do negócio que Vitória e Porto celebraram em volta dos 30% sobre as mais valias de uma transferência de Marega posso ainda assim considerar o seguinte:
O Vitória tinha 30% sobre as mais valias de uma possível transferência do jogador Marega (até ontem pensei sempre que tinha essa percentagem sobre o passe e não sobre as mais valias) percentagem essa calculada com base na clausula de rescisão do jogador.
Feitas as devidas contas apura-se um valor na ordem dos 5,5 ME mais euro menos euro.
Naturalmente o valor seria outro se a percentagem fosse sobre o valor do passe mas não sendo é sobre este valor que assenta o raciocínio.
Por razões que apenas o Porto conhecerá, provavelmente estar prestes a vender o jogador , o clube azul e branco mostrou interesse em ficar detentor de 100% do passe(e respectivas mais valias) e para isso chegou a acordo com o Vitória para lhe comprar os tais 30% a que tínhamos direito no caso de uma transferência.
Comprar através de pagamento em "espécie" (leia-se jogadores) e não em dinheiro o que é perfeitamente normal em negócios entre clubes.
Com base nessa "linha de crédito" de 5,5 ME o Vitória contratou André André e Rafa Soares, recebeu Osório por empréstimo (e talvez venha a ficar com ele em termos definitivos se entender que vale a pena) e tudo indica que venha a receber mais um jogador em termos definitivos.
Foi bom ou mau negócio?
Tudo indica que foi um bom negócio.
Porque o Vitória para ter uma equipa com aspirações compatíveis com as ambições dos adeptos e com o seu próprio historial  tem de investir em jogadores de qualidade que elevem substancialmente o seu nível face à ultima época.
André André e Rafa Soares são apostas seguras.
O primeiro jogou três anos no Vitória e a todos deixou saudades quando foi para o Porto pelo que o seu regresso, na maturidade dos 28 anos e com mais alguns pela frente para jogar ao mais alto nível, é  uma garantia de qualidade.
Rafa Soares é um jovem, já com experiência de primeira liga, e aos 23 anos é um dos mais prometedores laterais esquerdos do nosso futebol e com uma margem de progressão que a manter-se lhe permitirá um dia chegar à selecção.
São boas apostas no plano desportivo e no plano financeiro porque qualquer um deles pode valorizar-se e garantir uma transferência futura por valores interessantes.
A vinda de um terceiro jogador, quiçá Hernâni (para lá do empréstimo de Osório),poderá ainda melhorar este panorama até porque bem feitas as contas a "linha de crédito" ainda não está totalmente usada.
E depois há outro factor a ter em linha de conta.
Marega.
Que tem tanto de bom jogador como de feitio instável ,capaz do melhor e do pior,como bem sabemos pelo tempo que cá passou.
Capaz de este ano ter feito um grande campeonato e no próximo "desaparecer" do radar e desvalorizar-se substancialmente.
E por isso a SAD do Vitória entre receber já, em jogadores, o valor da tal percentagem ou ficar à espera de uma transferência tão boa (na casa dos 35,40 ME) que aumentasse os 5,5 ME garantidos, mas que poderá nunca acontecer, preferiu jogar pelo seguro.
Não trocar o certo pelo incerto.
E por isso acho que fez bem e agindo assim acautelou os interesses do Vitória.
Depois Falamos.

P.S. Reitero que esta reflexão é feita com base na informação disponível sobre o assunto até ao momento.

terça-feira, julho 03, 2018

Quartos de final

A 28 de Junho quando foram conhecidas as selecções que iriam disputar os oitavos de final do Mundial deixei aqui as minhas previsões sobre quais delas seguiriam em frente e marcariam presença nos quartos de final.
Concluídos hoje os oitavos de final constato, mera curiosidade, que acertei em seis selecções apenas tendo errado nas previsões com...Portugal e Espanha.
Por pouco , mas errei nessas duas  e infelizmente no que diz respeito a Portugal.
É agora tempo de olhar para os quartos de final e tentar perceber quais são as quatro selecções que vão seguir em frente para as meias finais.
No Uruguai-França aposto claramente na selecção francesa que é, juntamente com a brasileira, uma das duas maiores candidatas a vencerem a prova.
Os uruguaios não terão seguramente a mesma sorte que tiveram frente a Portugal, de encontrarem um adversário que num jogo de "mata mata" se entreteve com equívocos e erros primários, e por isso acredito que ficarão pelo caminho.
No Brasil-Bélgica (grande jogo se adivinha) aposto na selecção brasileira que está muito forte, muito competitiva e tem jogadores que desequilibram como são os casos de Neymar e William.
Mas na certeza de que os belgas, terceiros no ranking FIFA, também tem uma bela equipa à qual não podem ser dadas facilidades de qualquer espécie porque jogadores como Hazard, De Bruyne ou Lukaku são também de categoria muito acima da média e podem resolver um jogo num momento de inspiração.
Rússia-Croácia é um jogo equilibrado mas em que a maior valia individual dos croatas pode fazer a diferença perante uns russos que ainda devem perguntar a si próprios como conseguiram chegar a esta fase da competição jogando tão pouco.
Finalmente o Suécia-Inglaterra promete ser um jogo de grande equilíbrio mas acredito que a maior valia dos avançados ingleses (Kane, Vardy, Sterling, Rashford) acabará por fazer a diferença e levar a sua selecção às meias finais.
Em suma aposto numas meias finais Brasil-França e Croácia-Inglaterra.
Lá para sábado saberemos do acerto destas previsões.
Depois Falamos.

Pôr do Sol


Bruges


Castor


Mau Nome

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras. 

É quase um lugar comum dizer-se hoje, em Portugal, que a política tem mau nome e é uma actividade praticada por gente pouco recomendável e que não merece a confiança do comum dos cidadãos.
Sendo certo que alguns, uma reduzida minoria, dos políticos justificam essa desconfiança e esse mau nome pela forma errada como desempenham os seus cargos em contraponto existem milhares de pessoas envolvidas na actividade política que são credoras de respeito e ás vezes agradecimento pela forma como se empenham na defesa do bem comum.
É o tal perigo da generalização maldizente, tão comum na sociedade portuguesa e tão do agrado do ADN português, de tomar a parte pelo todo e meter todos no mesmo pacote ao invés de o fazerem apenas com aqueles que realmente merecem.
Seja como for a verdade é que num país em que pelas mais diversas razões há tanta gente a fugir ao excesso de impostos (e o excesso de carga fiscal será provavelmente a primeira das razões) , a procurar pagar facturas sem IVA, a enganarem o Estado em tudo que podem o mau nome fica apenas para os políticos quais bodes expiatórios da sociedade da qual emanam.
Sim, porque ao contrário do que muitos parecem pensar, os políticos vem da sociedade que tanto os critica e tem as suas qualidades e defeitos em perfeita equivalência.
Seja como for não vale a pena negar evidências e elas apontam para o tal mau nome da classe política e da política em si mesma.
E assim sendo cabe aos políticos, mais do que a ninguém, tomarem as medidas correctas para inverter esse estado de alma da opinião pública e procurarem devolver aquela a que um dia chamaram a mais nobre das artes o prestigio e a credibilidade necessários a um exercício que não esteja perante permanente suspeição.
Do meu ponto de vista, que ando nisto ora a tempo inteiro (doze anos) ora em part time (trinta e um anos) , isso só será possível se os partidos tiverem a coragem de tomarem medidas que efectivamente aproximem os cidadãos da política, os políticos das comunidades e outras que permitam um escrutínio democrático cada vez mais rigoroso da actividade política e de quem a exerce.
Porque se essa coragem não existir, e o tempo para o fazer corre muito mais depressa do que parece, Portugal caminhará inevitavelmente para fenómenos de extremismo que se veem já despontar por essa Europa fora e que só não chegaram cá, ainda, porque aqui as coisas chegam historicamente com alguma lentidão.
Mas acabam por chegar.
E o combate a esses fenómenos indesejáveis não se faz , bem pelo contrário, com o exacerbado populismo que assalta a sociedade portuguesa e que tem no Presidente da República e no primeiro-ministro dois expoentes do que não devia ser feito mas é feito sempre que é possível.
Seja em “flash interviews” dos jogos da selecção (especialmente quando esta ganha...) seja naquele inenarrável espectáculo proporcionado no "Rock in Rio" quando as três primeiras figuras do Estado (porque o presidente do Parlamento também não perde oportunidade de dar o seu arzinho de populista ) mais esse personagem menor que preside à Câmara de Lisboa não acharam melhor actividade para exercerem do que fazerem parte do coro dos Xutos e Pontapés e andarem aos saltos no palco como “teen agers” que não são.
E um dos pilares do prestigio da política é, convém não esquecê-lo, a respeitabilidade que os titulares transmitem aos cargos que ocupam.
Mas também não se faz pela criação de novos partidos ou agrupamentos políticos pela simples razão de que em Portugal, hoje, o problema é as pessoas estarem fartas de partidos (vejam-se as taxas de abstenção)e não apenas dos partidos que existem .
Que fazer?
Creio que ,e já o defendi aqui mais do que uma vez, uma das soluções passará pela reforma das leis eleitorais que permita que eleitos e eleitores estejam mais próximos e os segundos possam acompanhar de forma efectiva a actividade dos primeiros.
Defendo:
Presidente da República eleito para um mandato único de seis anos que lhe permita uma estabilidade de actuação do primeiro ao último dia.
Círculos uninominais para a eleição dos duzentos e trinta deputados para que cada eleitor saiba quem é o deputado do seu círculo e possa acompanhar a sua actividade ao pormenor.
Presidente de câmara eleito uninominalmente com absoluta liberdade de escolha e remodelação do seu executivo.
Utilização do instrumento “referendo” , que está na Constituição mas de quem os partidos tem fugido como o diabo da cruz, com mais frequência dando a palavra ao povo em matérias em que o povo deve ser ouvido directamente.
Alargamento da limitação de mandatos a outros titulares de cargos políticos, nomeadamente deputados(enquanto não forem eleitos uninominalmente) e vereadores camarários, para lá do presidente da república e presidentes de câmara e juntas de freguesia.
São apenas algumas medidas, outras serão necessárias, mas que se houver a coragem de as tomar certamente que a imagem da política e dos políticos beneficiará de uma considerável melhoria na opinião pública.
Haja coragem.

P.S. Claro que os partidos também tem de se reformar por dentro. Mas isso é assunto para próxima oportunidade.

segunda-feira, julho 02, 2018

E Agora Ronaldo?

Terminado o Mundial, onde ele e o sonho colectivo dos portugueses não tiveram equipa que os acompanhasse à altura, põe-se agora a questão de saber onde vai Cristiano Ronaldo continuar a sua fabulosa e inigualável carreira.
É certo que tem contrato até 2021 com o Real Madrid mas é patente a insatisfação do jogador perante uma entidade patronal a quem deu mais que qualquer outro jogador na História do grande clube madrileno sem que o reconhecimento tivesse sido proporcional.
E por isso as palavras na final da Liga dos Campeões que quase anunciaram uma despedida a que o RM não parece opor-se desde que apareça um clube a pagar a clausula de 120 milhões ( a própria descida da clausula indicia vontade de o ver sair) desde que esse clube não seja o Barcelona ou o PSG para os quais se mantém a inalcançável clausula de 1000 milhões de euros.
Até pode não passar tudo de uma tempestade num copo de água e Ronaldo acabar por ficar em Madrid e possivelmente lá concluir a sua carreira.
Mas atendendo ao modo de ser de Florentino Pérez, cujo jeito para os negócios de milhões e contratação de nomes sonantes apenas tem equivalência na sua ignorância sobre futebol, é bem provável que Ronaldo acabe por partir para dar lugar à contratação de um qualquer Neymar cujo valor futebolístico embora grande está muito longe do do fabuloso jogador português.
E se sair irá para onde?
Eu gostava que fosse para o Barcelona, onde com Messi, Suárez e Coutinho formaria o melhor ataque da História do futebol mundial.
Mas isso não será possível por várias razões a começar pela tal clausula.
China e um contrato de muitos e muitos milhões?
Não acredito.
Porque dinheiro não é propriamente o problema de Ronaldo e ir para lá significaria desaparecer dos grandes palcos e da luta pelos grandes títulos.
Estados Unidos?
Mais provável, a pensar no pós futebol, mas igualmente com os problemas da China em termos de grande competição.
E na Europa?
Na Europa parece haver dois grandes candidatos, excluído o PSG pela razão da clausula (salvo se os árabes perderem completamente a cabeça), a contratarem Ronaldo: Manchester United e Juventus.
Um regresso a Inglaterra ou experimentar o Calcio.
E aí, deixando de lado os factores afectivos que o levariam para Old Trafford sem hesitação, creio que Ronaldo escolherá o clube que lhe dê mais possibilidades de voltar a lutar pela Liga dos Campeões e pelo recorde (mais um) de ser o primeiro jogador a ganhá-la por três clubes de três países diferentes.
Um assunto a seguir com muito interesse neste defeso.
Depois Falamos

Saint Fargeau, França


Egersund, Noruega


A Casa da Cabra