domingo, maio 31, 2015

A Final

Depois de ontem ter visto a final da Taça do Rei, num confronto entre as duas equipas com que simpatizo em Espanha, disputada num Nou Camp abarrotado de público e com um ambiente extraordinário já custa a  esperar pela próxima final que encerrará a época futebolistica na Europa.
A da Liga dos Campeões.
A ser disputada no próximo sábado, em Berlim, entre Juventus e Barcelona que chegam ao jogo derradeiro em buscas não só de o ganharem como também de obterem o desejado triplete dado que ambas ganharam campeonato e taça dos respectivos países.
E se ontem gostava de ter visto o Atlético de Bilbau vencer (sendo certo que simpatizando com os bascos o meu favorito é mesmo o Barcelona), por uma questão de distribuição de troféus e de estimulo a um clube e uma forma de estar no futebol que muito admiro , já para sábado serei "culé" a 100% esperando e desejando que o grande clube catalão ganhe a sua 5ª liga dos campeões.
E estou certo que em condições normais tal sucederá.
Porque com todo o respeito pela Juventus e pelos seus talentosos jogadores parece-me óbvio que o Barcelona é melhor em termos colectivos e bastante melhor em termos individuais.
Bastará atentar no espantoso golo de Messi na noite de ontem (mais um entre tantos) para constatar que há jogadores que não são deste mundo em termos de qualidade, genialidade, capacidade de fazerem diferente.
Mas não é só Messi.
Neymar, Iniesta, Suarez (com todo o respeito por Tévez e Pirlo por exemplo) são jogadores de uma categoria que a equipa italiana não tem e que fazem a diferença num jogo destes em que todos vão estar na sua concentração e empenho máximos.
Aliás a espantosa marca do trio atacante do Barcelona, o melhor do mundo em minha opinião, fala por eles melhor que quaisquer palavras.
Entre os três marcaram 120 golos(!!!) em jogos oficiais ao longo desta época.
120 golos!
E por isso acredito que o Barcelona vai vencer.
Coroando com a Champions uma época de grande brilho e total supremacia nas provas em que participou.
Depois Falamos

Guimarães


Rinocerontes

Foto : National Geographic

sábado, maio 30, 2015

Que Jogo!

Hoje joga-se em Espanha um jogo extraordinário.
A Final da Taça do Rei entre os dois clubes com melhor palmarés nessa competição(Barcelona com 26 triunfos e Atlético de Bilbau com 23) naquele que será também um confronto épico entre o maior clube da Catalunha e o maior clube do País Vasco disputando a final da Taça do Rei de Espanha!
Até politicamente é um confronto com um sabor muito próprio.
Mas há um atractivo especial para esta final.
Em Espanha o estádio em que se disputa a final da Taça do Rei só é escolhido após se conhecerem os finalistas e com o acordo destes.
E neste caso, por questões de equidistância e capacidade mas se calhar não só, o estádio escolhido foi o Santiago Bernabéu em Madrid.
O que se compreende dado o jogo ser entre dois dos três maiores clubes de Espanha em termos de número de adeptos.
Acontece que para o Real Madrid não cedeu o estádio e por isso houve que encontrar alternativa.
E ambos os clubes, na defesa do interesse dos seu adeptos, acordaram em jogar no Nou Camp de Barcelona o maior estádio de Espanha e um dos maiores do mundo.
É certo que pertence a um dos finalistas.
Mas isso não obsta a que sejam esperados 50.000 adeptos do Atlético de Bilbau que se farão transportar em 20 voos charter, três comboios especiais, 500 autocarros e milhares de carros particulares.
Isto é futebol de primeiro mundo entre dois clubes extraordinários pelas caracteristicas de que se revestem.
Oxalá o jogo corresponda a toda esta expectativa.
Depois Falamos

P.S Quem tem a paciência de me ler com regularidade sabe que Barcelona e Atlético de Bilbau são, por esta ordem, os clubes que mais admiro no futebol espanhol.
Mas não tenho qualquer duvida em desejar que hoje saia vitorioso o Atlético de Bilbau.
O Barcelona ganhou a Liga e espero que de hoje a oito vença a Liga dos Campeões.
Mas um triunfo bilbaíno, além de constituir uma positiva divisão de troféus, é também mais um incentivo a um conceito de clube que me fascina pela sua diferença.

Aventura nos Antípodas

A selecção nacional de sub-20 inicia hoje a sua participação no campeonato mundial a ser disputado na Nova Zelândia.
Literalmente do outro lado do mundo e num país (que pessoalmente adorava conhecer) em que a modalidade rainha é o râguebi.
Neste escalão é extremamente difícil fazer previsões.
Bastará atentar no facto de não estar presente nenhum dos quatro últimos campeões mundiais neste escalão o que atesta bem a volatilidade das selecções a um nível em que para cada campeonato tem de ser quase todos os jogadores diferentes, por questões de idade, daqueles que marcaram presença em campeonatos anteriores.
É um escalão,contudo, em que Portugal tem pergaminhos através da conquista de dois títulos mundiais.
!989 na Arábia Saudita e 1991 em Portugal.
E não há pois razões para que não se encare esta presença de Portugal com optimismo e o desejo, evidente, de que se cumpra o velho ditado de que não há duas sem três.
A ver vamos.
Com a curiosidade adicional para os vitorianos de entre os 21 eleitos por Hélio Sousa para o Mundial estar o "nosso" João Vigário.
Esperemos que tenha oportunidade de jogar e se isso acontecer que brilhe a grande altura.
Depois Falamos

Pescador,China

Foto: National Geographic

sexta-feira, maio 29, 2015

Mercado de Treinadores

Embora não pareça o mercado de treinadores do futebol português está animado.
Ou melhor; prestes a animar-se de forma acentuada a partir do dia de hoje ou, mais propriamente,após o final do Marítimo-Benfica que decidirá o vencedor da Taça da Liga.
Olhemos então para os 5 primeiros classificados.
A decisão sobre se Jorge Jesus continua ou não no Benfica será decisiva para animar o mercado.
Porque se JJ continuar, o que neste momento parece improvável face ás divergências salariais mas pode acontecer, dificilmente se verificarão mexidas nos outros quatro.
Mas se Jesus sair então a roleta começará a andar.
Com a provável ida de Rui Vitória para o Benfica obrigando o Vitória a contratar outro treinador que pode ser Pedro Martins, Paulo Fonseca ou outro nome credível.
Mas a saída de Jesus pode abrir, por tabela, uma vaga no ...Porto.
Porque com Jesus no mercado, e sendo altamente improvável a sua ida para o estrangeiro (os clubes para onde gostaria de ir não o querem e os que o querem não lhe pagam o que ele quer ganhar),  abre-se a porta a um velho desejo de Pinto da Costa que é o de ter Jorge Jesus a treinar o Porto.
Que é evidentemente o único clube português que JJ está interessado em treinar para além do Benfica.
E assim sendo Lopetegui quando der por ele já está longe do "Dragão".
Resta o Sporting.
Onde Marco Silva está "tremido" há tanto tempo que não me admiraria nada que continuasse a treinar o clube na próxima época.
Caso contrário também Rui Vitória pode ser hipótese,caso não vá para a Luz que será sempre a sua prioridade caso saia do Vitória, obrigando o clube vimaranenses a encontrar o tal sucessor credível.
E com Marco Silva no mercado podem baralhar-se as contas nos dois primeiros da classificação.
Creio que a partir de amanha as coisas começarão a mexer.
E aí se verá até que ponto estas teorias que aqui alinhavei tem correspondência com a realidade ou são mera especulação da "silly season".
Depois Falamos.

P.S. Do treinador do quarto classificado não falei porque não vale a pena.
Para além de assegurar uma correspondência perfeita entre ele, presidente e clube (estão muito bem uns para os outros)que seria uma pena quebrar,a verdade é que nos outros quatro clubes ninguém o quer para nada.

Toupeira


Fidel Castro


quarta-feira, maio 27, 2015

Tão Iguais

PSD, PS, CDS, CDU (PCP+PEV) e BE são muito diferentes em quase tudo mas são absolutamente iguais num aspecto.
Manter o sistema eleitoral para a Assembleia da Republica tal como está!
Aí são autênticos siameses num conservadorismo desajustado da evolução dos tempos e da exigência dos eleitorados.
E já nem falo de uma velha causa que defendo, e defenderei sempre (os círculos uninominais de que os partidos fogem como o diabo da cruz), mas apenas de instituírem para os deputados aquilo que já existe para o Presidente da República, os presidentes de Câmara e os presidentes de junta de freguesia.
A limitação de mandatos.
Que para o PR é de dois e para os autarcas de três.
Enquanto os deputados podem passar a vida toda no Parlamento se para tal conseguirem lugares nas listas dos seus partidos.
E não deixa de ser curioso que o PR seja eleito uninominalmente e os autarcas referidos quase (em boa verdade vota-se para o presidente de câmara ou de junta mais do que para os membros da lista)num enquadramento em que a sanção política é muito mais fácil de aplicar pelo que paralelamente também a respectiva legitimidade aumenta, enquanto um deputado pode sê-lo toda a vida quase sem se saber quem é e o que fez para merecer tão longa permanência no Parlamento.
Mas nenhum dos partidos parlamentares tem a coragem necessária a promover essa alteração legislativa.
Talvez porque todos eles, com natural incidência no PSD e no PS, tem nas suas fileiras deputados com décadas de Parlamento e que não fazem a mínima intenção de dele saírem e portanto usam da sua influência de bastidores para bloquearem qualquer lei nesse sentido.
Seja como for é uma vergonha que não o falam.
Até porque um limite de três mandatos para um deputado me parece um prazo de tempo absolutamente razoável para exercer o cargo e depois poderem voltar ás suas profissões (aqueles que as tem como é óbvio...) a tempo de nelas continuarem com as suas carreiras.
Ninguém é obrigado a ser deputado pelo que também o País não fica a dever nada aqueles que durante anos se dedicam ao serviço público como ás vezes alguns insinuam para justificarem a sua continuação no Parlamento mandato após mandato.
Haja coragem.
Até porque, no limite, não é precisa nenhuma Lei para impor uma limitação de mandatos.
Basta as direcções dos partidos não proporem para novo mandato aqueles deputados que já tenham cumprido pelo menos três mandatos.
E o primeiro partido que tiver a coragem de seguir por esse caminho seguramente que vai merecer um especial reconhecimento dos eleitores.
Depois Falamos.

P.S Também por isso defendo os círculos uninominais. Em que o deputado é eleito pelo mérito que a comunidade lhe reconheça e reeleito em função do trabalho que produza enquanto deputado.
Eliminando-se algumas formas de escolha que não prestigiam a democracia.

Suricatas

Foto: National Geographic

terça-feira, maio 26, 2015

A Debandada

João Amorim, Paulo Oliveira, Ricardo, Tiago Rodrigues, Dinis, Júnior, Diogo Lamelas, Pedro Lemos,Rafael Vieira, Gonçalo, André Matos, Pedro Campos, Tiago Marques  (já para não citar, porque não merecem ser incluídos neste grupo, os nomes de Vítor Bastos, Rafa e Káká) são um conjunto de jogadores que tem quatro coisas em comum.
1) São portugueses.
2) Foram formados no Vitória.
3) São vitorianos e adoram o clube
4) Já não estão no Vitória.
Em apenas dois anos todos eles saíram.
Uns vendidos abaixo do seu valor real ao abrigo do conhecido argumento das dificuldades financeiras.
Outros pura e simplesmente dispensados e nalguns casos com desrespeito pelo seu historial no clube e até por quadros clínicos que mereceriam outra...paciência.
É evidente que o valor de uns tornava inevitável o salto para clubes de outra dimensão, e isso aconteceu nalguns casos, mas não tão prematuramente como sucedeu por exemplo com Ricardo.
Assim como o valor de outros não justificaria que o Vitória continuasse a apostar neles e naturalmente seguiram o seu caminho.
Mas depois há os outros.
Aqueles cuja saída não se entende.
Até por comparação com algumas entradas feitas nestes dois anos, especialmente (mas não só) para a equipa B, de estrangeiros que quase ( a excepção são os empresários que os trazem, os técnicos que dão o ok e os dirigentes que fecham os negócios) ninguém conhece quer africanos ,quer brasileiros, quer oriundos de países futebolisticamente insólitos como a Índia!
Trocam-se portugueses feitos no clube (e alguns deles naturais de Guimarães), com valor futebolistico e que sentem a camisola que vestem, por estrangeiros que não lhes são futebolisticamente superiores e que para cá vem sabe-se lá porquê.
É uma adulteração cada vez mais acentuada de um projecto desportivo que tinha como orientação essencial a aposta na formação e no futebolista português sendo a contratação de estrangeiros reservada exclusivamente á aquisição de mais valias (leia-se titulares indiscutiveis) que a formação ou o mercado nacional não pudessem garantir.
Há responsáveis por estas opções e certamente que terão argumentos que as justifiquem.
Seria bom conhece-los.
Até para sabermos , todos, qual é o actual projecto desportivo do Vitória Sport Clube!
Depois Falamos.

P.S. Isto para já não falar de outras debandadas, a proveito zero, como Marco Matias, Barrientos, Adoua,  Crivellaro, N´Dyaie, etc.
Mas esses são contos de outros contos. 
Que infelizmente não renderam..contos(euros)

Moinho


Lua


segunda-feira, maio 25, 2015

O Nosso 14

Foto: Vitória Sport Clube / João Santos

Foi o último 14 da época e para alguns deles terá sido mesmo o ultimo jogo pelo Vitória.
E para uma despedida em beleza nada como um triunfo, ainda por cima fora de portas e com um adversário cujos adeptos "embirram" com o Vitória como é de há muito o casos dos coninbricenses, e por números concludentes.
A exibição, já se disse noutro texto, não foi famosa mas as classificações alcançam-se antes de mais com pontos e a equipa do Vitória foi objectiva e pragmática.
Individualmente:
Douglas: Uma bela exibição. No período de maior assédio segurou o triunfo com três excelentes defesas.
Plange: Cumpriu a defender mas viu-se pouco a atacar.
Josué: Um jogo menos bom com responsabilidades (partilhadas) nos golos da Académica. Há dias assim.
Moreno: Também ele com responsabilidades nos golos sofridos fez uma exibição menos conseguida e denotando(pelo menos assim pareceu) dificuldades físicas nos minutos finais.
Luís Rocha: Tocou-lhe o mais difícil. Ivanildo é um bom jogador que por razões que não conheço tem passado ao lado de uma boa carreira. Mas o talento está lá e por isso deu muito trabalho ao lateral vitoriano. Que ainda assim ganhou mais lances do que perdeu.
Cafu: Um poço de energia que não regateia esforços. Teve um jogo em que não brilhou mas foi muito importante na defesa da vantagem.
Bernard: Um jogo discreto mas em que evidenciou,apesar disso, uma subida de forma que já se lhe notava nos últimos jogos. Infelizmente o campeonato acabou.
Otávio: A melhor exibição com a camisola do Vitória. Muito activo foi o principal dinamizador das acções ofensivas. Marcou um belo golo a coroar um jogo que lhe correu muito bem.
Sami: Para ele o campeonato devia começar agora. Esteve em dois golos e ainda ajudou Plange a defender.
Tomané: Mais uma vez emparedado entre centrais não regateou,uma vez mais, esforços. Um golo pleno de oportunidade e a assistência para o primeiro golo de Valente foram os seus pontos altos.
Valente:Dois excelentes golos e a confirmação do que já se sabia; foi uma excelente contratação e ainda vai dar muito ao Vitória. Oito golos em meio campeonato,vindo da II liga (onde já tinha marcado 11) é muito bom.
Joseph: Em estreia absoluta na equipa A não comprometeu mas também não teve espaço para brilhar.
Bouba: Entrou mal. Lento a abordar os lances e fazendo faltas em zonas perigosas. Percebe-se bem porque razão Rui Vitória tem apostado pouco nele nos últimos jogos.
Álvez: Entrou muito bem no jogo mas muito tarde em relação ao que se justificava. Mesmo assim ainda teve tempo para uma assistência perfeita para o quarto golo. Espero bem que fique para a próxima época porque é claramente um jogador com lugar neste plantel.
Assis, João Afonso, Bruno Alves e Gui não foram utilizados.
E assim terminou a Liga 2014/2015 na qual o Vitória cumpriu os mínimos obrigatórios ao apurar-se para a terceira pré eliminatória da Liga Europa através de um quinto lugar que soube a pouco.
Depois Falamos

Boleia...


Chinon,França


domingo, maio 24, 2015

Acabar Bem

Foto: Mais Futebol
Era importante acabar bem até porque o quarto lugar ainda era uma possibilidade, embora mais matemática do que real, e por isso até ao lavar dos cestos era vindima.
E o Vitória acabou bem.
Com um triunfo por números claros face a um adversário voluntarioso que deu muito trabalho, e assumiu o domínio do jogo em alguns períodos, ao ponto de o resultado estar indefinido até ao golo de Valente que sentenciou a partida.
Não sou daqueles, mais susceptíveis de acreditarem na Primavera cada vez que vêem uma andorinha, que confunde marcar muitos golos com fazer excelentes exibições.
E por isso considero que o Vitória ontem não fez, sequer, uma boa exibição a exemplo de algumas que rubricou especialmente ao longo de uma primeira volta que foi uma permanente saudade durante a ...segunda.
O Vitória ontem foi, isso sim, altamente eficaz a atacar e esse mérito sendo indiscutível é o maior mérito que se pode tirar do jogo de ontem.
Fez quatro golos, podia ter feito mais um ou dois, e por isso mereceu vencer.
Mas a defender esteve bastas vezes próximo do atabalhoamento (basta ver os dois golos dos coimbrãos) e viveu vinte e cinco minutos finais de quase aflição perante a pressão do adversário e a quase incapacidade de sair com a bola a jogar sem a entregar ao adversário através de vários passes errados.
Valeu nesse período a bela exibição de Douglas com pelo menos três excelentes defesas a negarem golos que pareciam certos.
As duas primeiras substituições operadas por Rui Vitória também não tiveram o efeito que se pretendia porque Joseph a estrear-se na 1ª Liga não teve,como é compreensível, um papel determinante no meio campo e Bouba entrou mal cometendo faltas em zonas "proibidas" e das quais resultaram livres que podiam ter tido funestas consequências.
Já Álvez entrou tarde mas ainda a tempo de fazer uma excelente assistência para o quarto golo.
A grande conclusão para o futuro desta ultima jornada é para mim muito clara.
O Vitória chegou à 34ª jornada com um plantel "espremido",em termos de quantidade/qualidade, para o que são as exigências do quarto clube do nosso futebol.
Falhamos o quarto lugar (pelo menos) fruto da errada "espremedela" de Janeiro que debilitou a equipa e a enfraqueceu face aos seus concorrentes directos a par de outros erros que são mais ou menos próprios do futebol.
Agora, e antes que a SAD se ponha a vender jogadores como se não houvesse amanhã ( e a continuar o que vem de trás a preços de...ontem) , importa que se conscencializem  que face ás saídas certas (André e Bernard) e a algumas que podem acontecer (Tomané, Josué, Douglas, João Afonso, etc) a primeira prioridade é reforçar seriamente a equipa.
E isso implica contratar jogadores feitos para a 1ª Liga e para atingirem a fase de grupos da Liga Europa e não depositar toda essa responsabilidade nos jovens talentos que vão subir da equipa B e numa ou noutra aquisição feita na II Liga ou no CNS.
Voltarei ao assunto.
Depois Falamos.

P.S. Não sei se Rui Vitória vai continuar.
Se isso acontecer creio que já merece começar uma temporada com um grupo minimamente estável e não ter de proceder à quarta reconstrução consecutiva de um plantel e de uma equipa.

sábado, maio 23, 2015

O Rally

Há coisas em que sou, definitivamente, um saudosista.
E o rally de Portugal, que esta semana traz uma extraordinária animação ao norte do país, é uma dessas áreas em que o saudosismo triunfa por esmagamento sobre o presente.
Não sou contra o rally, como é evidente, ao contrário de algumas vozes excessivamente ecológicas que contra ele esgrimem com argumentos que não me parecem ser suficientemente fortes para por em causa um evento que tem um retorno económico extraordinário para o país.
Para além da promoção da imagem de Portugal no mundo!
O meu problema são os "carritos" que agora se vêem a competir.
Sou de outro tempo.
Dos Audi Quattro (como o da imagem tripulado por um dos melhores pilotos de sempre o alemão Walter Rorhl), dos Ford Rs200, dos Lancia Rally 037, dos Mercedes SL500, dos Lancia Stratos, dos Renault 5 Gt Turbo, dos Lancia Delta Integrale, dos Peugeot 205, dos Toyota Celica e de outras "máquinas" desse tempo.
Os saudosos carros do chamado Grupo B.
Com potência de Fórmula 1 e a competirem entre pinheiros e precipícios!
Tripulados por génios do volante como o referido Walter Rorhl, Ari Vatanen, Hannu Mikkola, Markku Allen, Stig Blomqvist, Michele Mouton, Massimo Biasion, Bernard Darniche,Attilio Bettega,Henri Toivonen, Juha Kankkunen entre outros.
E por isso hoje não dou um passo para ver uma classificativa.
Ao contrário dos gloriosos anos 70 e 80 em que vi muitas.
As de Fafe, Ponte de Lima, S.Pedro de Moel, Martinchel, Penha ( é verdade,o Rally de Portugal chegou a ter uma classificativa na Penha) entre outras.
Bons tempos.
Depois Falamos

quarta-feira, maio 20, 2015

Social Democrata !

Para mim o PSD é, e será sempre, um partido social democrata.
Não um partido de direita, nem tão pouco um partido liberal, mas sim um partido cujo posicionamento é no centro esquerda do nosso espectro politico conforme a matriz que para ele definiram os seus fundadores.
E esse posicionamento, ideológico e programático, deve ser confirmado no dia a dia e na sua acção politica em nome da coerência e do respeito que ao longo dos anos soubemos angariar junto dos portugueses.
Isso significa entre outras coisas que sendo o PSD um partido transversal a todas as classes sociais, uma força politica onde coexistem trabalhadores e empresários, alunos e professores,profissionais liberais e funcionários públicos entre muitos outros exemplos possíveis deve pautar a sua acção por critérios em que essa transversalidade social facilmente se reveja.
Não é um partido elitista nem de serviço ás elites, não é um partido de promoção de figuras VIP, não é um partido em que de uma lado existem os temporariamente dirigentes e do outro os sempre militantes.
E se alguém acha que é...está redondamente enganado.
Por isso não gosto de algumas coisas que vou vendo.
Seja de conselhos nacionais a reunirem em hotéis de 5 estrelas (hábito que infelizmente se enraizou na ultima década sem necessidade nenhuma) a que o povo não vai e de cujos frequentadores "desconfia", seja em grandes eventos em que há mesas para o "povo" e depois umas mesinhas para os supostos VIP (coitados de alguns deles...) institucionalizando uma diferença que não pode existir num partido social democrata e que nada tem a ver com  a nossa tradição.
Há que arrepiar caminho nesta "feira de vaidades" em que alguns querem transformar o PSD.
Porque a social democracia não é a promoção da vaidade de alguns, o diferenciar entre dirigentes e militantes, o dar um toque de elitismo a eventos que são muito mais reprodutivos se forem genuinamente populares.
Em democracia vale tanto o voto do VIP como do cidadão anónimo.
Com a diferença que há muito mais cidadãos anónimos do que Vips
É bom que o PSD não se esqueça disso!
Depois Falamos


Sugestão de Leitura

Este livro é absolutamente imperdível para quem quiser perceber na plenitude a chamada "Operação Marquês" que investiga eventuais actos ilícitos de José Sócrates.
Saiu na semana passada, transformou-se num imediato sucesso de vendas e percebe-se muito bem porquê.
Freeport, Cova da Beira, licenciatura na Universidade Independente, projectos assinados enquanto técnico na câmara da Covilhã mas supostamente feitos por outros, pedido de resgate externo e ,é claro, os negócios e trânsito de dinheiro entre ele e o grande amigo Carlos Santos Silva tudo isso consta do livro.
Isso e muito mais.
E por isso este livro do jornalista Fernando Esteves, escrito de forma fluída e que "vicia", é indispensável para conhecer melhor o homem que liderou o PS, foi primeiro ministro de Portugal e é hoje o recluso nº 44 do estabelecimento prisional de Évora aguardando julgamento em prisão preventiva.
É uma obra cuja leitura recomendo vivamente.
Depois Falamos

segunda-feira, maio 18, 2015

O Nosso 14

Num jogo de elevado grau de dificuldade, até pela pressão  (do"sistema" e da Comunicação Social) de fazer do SLB imediatamente campeão, o Vitória enfrentava condicionalismos diversos que impediam Rui Vitória de apresentar o seu "onze" ideal digamos assim.
E já nem falo dos condicionalismo que vem de Janeiro, porque desses já se falou noutras oportunidades, mas apenas dos resultantes do jogo anterior que deixou o Vitória sem três habituais titulares devido a dois castigos cirúrgicos e a uma lesão.
Mas quem não tem cão...caça com gato e foi isso que o Vitória fez.
Assim:
Douglas:Os primeiros vinte minutos faziam prever tarde difícil. Mas acabou por não ser e naquilo que apareceu...Douglas resolveu.
Plange: Não é lateral de raiz e chamado a substituir Bruno Gaspar teve o verdadeiro azar de apanhar pela frente aquele (Gaitan) que é de longe o melhor jogador do SLB. E nos primeiros minutos deu-se por isso. Depois Plange recuperou,acertou melhor as marcações e "sobreviveu" a uma tarde que ameaçava ser de pesadelo.
João Afonso: Ausente há quase três meses regressou num jogo de tremendo grau de dificuldade e dificilmente deixaria de se dar por isso. Nos tais 20 minutos iniciais "tremeu" face aos envolvimentos atacantes do adversário e ás trocas posicionais entre os pontas de lança. Depois recompôs-se e fez um bom resto de jogo.
Moreno: Também ele, "capitão" e jogador mais experiente da equipa, não escapou ao desacerto inicial. Depois subiu de rendimento e jogou dentro do seu normal. Mas ,mesmo assim, não foi o Moreno do "costume".
Luis Rocha: Se a Plange tocava Gaitan a Luís Rocha tocou Salvio. Um excelente extremo capaz de criar problemas a qualquer defesa. E criou. Mas o lateral vitoriano, neste jogo o defesa de melhor e mais uniforme rendimento, soube resolvê-los a contento até porque Valente foi um bom apoio. Atacou menos que o habitual mas compreende-se. Acaba a época dono do lugar. Como devia ter sido desde que Traoré saiu.
Josué: Apareceu a trinco lugar onde não está rotinado mas depressa lhe apanhou o jeito. E fez um grande jogo quer a trinco quer recuando para ajudar os centrais na marcação aos dois pontas de lança adversários. A ele se deve,em boa parte, o domínio territorial do Vitória nessa zona nevrálgica do jogo. É hoje um dos jogadores mais valorizados do plantel. 
André: Previa-se jogo de grande trabalho e André trabalhou muito. Ele e Josué ganharam,claramente, a batalha de meio campo a Fejsa e Pizzi. Saiu lesionado,no que terá sido o seu ultimo jogo no DAH como jogador do Vitória, e não merecia isso. 
Otávio: Surgiu no lugar de Bernard e teve um desempenho interessante. Sabe ter a bola, sabe jogar,teve iniciativas interessantes a sair para o ataque mas definiu as jogadas quase sempre mal. Bem substituído numa altura em que andava a "pedir" o segundo amarelo.
Sami: Melhor a defender (ajudando Plange) do que a atacar fez um jogo de grande empenho em que não regateou esforços.
Tomané: Mais uma vez emparedado (e que "paredes"...)entre os centrais adversários fez um jogo importante do ponto de vista táctico quer pressionando o ultimo reduto encarnado quer segurando a bola e dando tempo à equipa para subir. Percebeu-se que ia ter poucas oportunidades de rematar mas mesmo assim ainda fez o remate mais perigoso do Vitória perto do fim.
Valente: Descaído sobre a esquerda foi o primeiro a arrastar a equipa para a frente depois dos tais 20 minutos de algum sufoco. Arrancadas poderosas intranquilizando a defesa adversária, dois remates com algum perigo mas também uma fase final do jogo em que talvez por cansaço se agarrou demasiado à bola insistindo em dribles sem sucesso. de que resultaram duas perdas de bola que podiam ter corrido muito mal.
Bruno Alves: Entrou (premonitóriamente?)  a substituir André e esteve em muito bom plano. É um jogador com lugar marcado no Vitória das próximas épocas.
Alexandre Silva: Ainda júnior estreou-se num jogo de alto nível e não acusou a responsabilidade. Foi uma opção algo surpreendente (saiu Otávio) numa altura em que Bouba pareceria a opção mais lógica. Mas talvez RV, percebendo o nervoso miudinho do SLB, tenha tentado reforçar o ataque para ganhar o jogo. Se foi isso...fez bem.
Álvez: Entrou tarde porque quer Valente quer Tomané (que foi o que saiu) já estavam com as "pilhas" gastas. E se tem entrado mais cedo podia ter sido mais útil porque a defesa do Benfica já estava com algumas dificuldades.
Assis, Arrondel,Bouba e Gui não foram utilizados.
Empatar com o Benfica, depois de também o ter feito com o Porto e ganho ao Sporting, significou uma época de invencibilidade caseira face aos candidatos ao titulo o que é sempre de assinalar.
Pena os "deslizes" com Belenenses e Vitória FC que impediram a invencibilidade total e, domingo saberemos, talvez a conquista de um quarto lugar que esteve tanto tempo à nossa mercê.
Depois Falamos

Não Passaram!

As dificuldades ,para o Vitória, eram muitas.
Tinham começado na Madeira com os amarelos "cirúrgicos"(a APAF grande "patrocinadora do 34º titulo não brinca em serviço) a Cafu e Bernard e a lesão de Bruno Gaspar que retiravam três titulares indiscutiveis para um jogo de elevado grau de dificuldade.
Até porque o adversário vinha na sua máxima força.
Continuaram com a nomeação de Soares Dias um árbitro que tem prejudicado notoriamente o Vitória em várias oportunidades para além do inesquecível roubo de Braga.
Acentuaram-se com o clima de festa criado pela comunicação social (vergonhoso comportamento das televisões e jornais desportivos nessa matéria) em volta da inevitabilidade de o SLB confirmar em Guimarães o titulo anunciado através de um triunfo no jogo.
E por isso parecia criado o cenário ideal para um passeio benfiquista.
Enganaram-se.
Desde logo na rábula da "onda vermelha" que ia encher o estádio de adeptos das vitórias e reduzir o adeptos do Vitória a meros figurantes.
Porque,como sempre em qualquer jogo e face a qualquer adversário, os vitorianos estavam em esmagadora maioria embora seja justo reconhecer que o Benfica dos "pequenos"que nos visitam (em Guimarães só o Vitória é "grande") é o que traz mais gente.
E a "onda branca" foi essencial no ânimo que deu à equipa muito antes do jogo começar e ao longo de 90 minutos em que o Benfica foi superior apenas nos primeiros 25.
A verdade é que iniciada a partida temeu-se que as piores previsões se pudessem confirmar face à forte entrada em jogo quer do Benfica quer de Soares Dias.
O Benfica criando três ou quatro oportunidades de golo nos primeiros vinte minutos e Soares Dias colaborando com decisões erradas sempre a prejudicarem o Vitória e a inclinarem o campo para os lisboetas.
Logo aos 2 minutos deixando passar falta clara contra o SLB à entrada da sua área aproveitando estes para contra atacarem com perigo criando a sua primeira oportunidade de golo e depois mostrando apenas amarelo a um jogador benfiquista que agrediu um vitoriano quando o vermelho era evidentemente a sanção adequada. Entre outros erros menos evidentes.
É claro que esta conjugação de esforços entre uma dupla bem sucedida ao longo de toda a época (SLB+APAF) enervou a equipa vitoriana que cometeu alguns erros defensivos que podiam ter custado caro e definido desde logo o rumo do jogo.
Felizmente não aconteceu,
E o Vitória recompôs-se,passou a jogar o jogo pelo jogo, e o ultimo quarto de hora da primeira parte já foi de equilíbrio entre as partes.
O intervalo fez melhor ao Vitória do que ao Benfica.
A fazer lembrar uma certa final do Jamor.
E no segundo tempo embora o Benfica tivesse mais bola teve também mais nervosismo, ao ponto de registar um número invulgar de passes errados, enquanto o Vitória com as marcações a funcionarem bem conseguiu criar sucessivos lances de ataque em que se adivinhava que o golo podia acontecer a qualquer momento como Tomané e Valente bem provaram.
Embora a lista de infortúnios ainda aumentasse, com a lesão de André, nem isso perturbou o Vitória quer porque Bruno Alves entrou bem  quer porque o Benfica já estava ansioso pelo fim de um jogo que não lhe estava a correr conforme esperado.
O empate final traduz com justiça o que se passou ao longo dos 90 minutos.
E ambas as equipas saíram contentes do relvado.
O Benfica porque se sagrou campeão à custa de um empate de terceiros  no Restelo e o Vitória porque contra tudo e contra todos, contra previsões e paineleiros televisivos, contra resultados anunciados e festas marcadas conseguiu manter o "castelo" inviolável face a um adversário a quem alguns achavam que devia estender uma passadeira vermelha.
Não passaram.
E se já festejam o titulo o Vitória nada tem a ver com isso.
Depois Falamos.

P.S. Não passaram eles nem Porto e Sporting.
Pena os "deslizes" com Belenenses e Vitória FC.
Porque podia ter sido uma época invicta em jogos caseiros.

Lago Linnhe,Escócia


Castelo de Chillon,Suiça


sexta-feira, maio 15, 2015

Jogo de Paradoxos

O enfrentamento de domingo, entre os clubes mais representativos de Guimarães e de Lisboa, é para além do confronto desportivo entre dois dos maiores clubes portugueses uma oportunidade de constatar os paradoxos que existem em volta dele.
Destacaria os seguintes.
Disputa-se entre os clubes mais representativos da primeira e da ultima capital de Portugal.
Na cidade de um os mouros nunca entraram enquanto na do outro nunca saíram.
Um representa como ninguém o amor dos adeptos ao clube enquanto o outro é o fiel representante do amor dos adeptos ás vitórias.
No futebol porque nas modalidades eles não são sequer vistos.
Um tem orgulho nos seus adeptos e no apoio que eles lhe dão nos estádios e pavilhões em que joga enquanto o outro se orgulha de um número imaginário de adeptos a esmagadora maioria dos quais nunca o viu jogar ao vivo nem passou sequer perto das suas instalações desportivas.
Um tem milhares a apoiá-lo nas bancadas enquanto o outro tem  milhões no sofá.
Um não tem o nome da cidade na denominação social,mas os ignorantes teimam em tratá-lo assim, enquanto o outro tem o nome da cidade na sua denominação mas ninguém o trata dessa forma.
Um nasceu numa cidade que dele se orgulha e o outro num bairro de uma cidade que divide com vários outros oriundos de outros bairros.
Um tem um percurso que o honra, feito a pé e pelo seu pé (e sempre contra o vento), enquanto o outro anda à décadas a ser levado ao colo por todos os poderes dos políticos aos económicos passando por uma comunicação social servil.
Um o pouco que ganhou...mereceu enquanto o outro do muito que ganhou há boa parte que foi dado.
Na cidade de um não são admitidas "feitorias coloniais" (eles chamam-lhes "Casas do Benfica") dado o profundo respeito pela Constituição da República que proíbe todas as formas de colonialismo, enquanto na cidade do outro acham que "isto é tudo deles"...mas não é!
É pois um jogo de paradoxos.
E o confronto de duas formas de ver e estar no desporto.
Entre a afirmação dos valores da Terra, do orgulho em ser de Guimarães e do Vitória independentemente das vitórias ou das derrotas, e o "vale tudo" desde que se ganhe e se possa dizer que se é de um clube que ganha muitas vezes.
Mas o maior dos paradoxos,do meu ponto de vista, é o facto de domingo a cidade que foi Capital Europeia da Cultura em 2012 ser visitada por um fenómeno, o "benfiquismo", que traduz um dos mais chocantes atrasos culturais deste país.
O de um deslumbramento que vem de séculos passados de uma "provincia" parola e atrasada por uma cidade" desenvolvida e culta" que muitos não conhecem mas de que ouvem falar com  a emoção do desconhecido e o deslumbramento que nem a imaginação parece limitar.
Já nada é assim.
Mas a cultura demora  tempo a fazer o seu caminho!
Depois Falamos.

Veleiro


Caixa de Correio


quinta-feira, maio 14, 2015

Ei-la !

Quando se conheceram os quatro semi finalistas da Liga dos Campeões para além de se preverem jogos de grande interesse, o que se confirmou plenamente, pareceu evidente que qualquer uma das equipas podia ser a vencedora da prova.
Pela valia dos jogadores, pelo fortíssimo colectivo de qualquer uma delas, pelo historial que ostentam.
Barcelona e Juventus serão os finalistas.
Justos finalistas porque foram as melhores equipas no conjunto dos jogos e carimbaram o passaporte para Berlim com inteiro mérito
Mas ninguém se admiraria se a final fosse Real Madrid vs Bayern, ou Barcelona vs Real Madrid ou ainda Juventus vs Bayern.
É evidente que o mundo do futebol. globalmente falando, preferiria a "final das finais" ou seja um Barcelona vs Real Madrid com o aliciante extra do Messi vs Ronaldo no que seria provavelmente a final mais apaixonante de sempre.
Mas a Juventus não deixou.
E por isso em Berlim, no final deste mês, vamos ter um jogo que não sendo "o jogo" será igualmente interessante opondo o já actual campeão de Itália ao mais que provável campeão de Espanha em 90 minutos (ou 120) que serão seguramente de uma intensidade táctica invulgar até a este nível.
Opondo o futebol ofensivo do Barcelona, assente na posse de bola (o "tiki taka" versão Luís Henrique) e em 30 metro finais diabólicos em que o melhor trio ofensivo do futebol mundial (Messi-Neymar-Suarez) dá cartas e resolve a esmagadora maioria dos jogos a seu favor ao perfeccionismo defensivo da Juventus que parte daí ,com rápidas mudanças de ritmo, para ataques perigosissimos assentes na utilização simultânea de dois pontas de lança (Tevez e Morata) de grande mobilidade e capacidade realizadora.
Grande jogo se espera.
Que será também, tudo o indica, a despedida destes "palcos" da Champions de três grandes senhores do futebol mundial.
Buffon, Pirlo e Xavi.
E eles merecem despedir-se com um grande jogo de futebol.
Depois Falamos

quarta-feira, maio 13, 2015

Respeitinho

Já no passado tive oportunidade de aqui escrever sobre a minha professora primária com todo o apreço e carinho que ela ainda hoje me merece passados mais de 45 anos sobre o tempo em que me deu aulas e algumas décadas sobre a sua morte.
Chamava-se Maria Emília Azevedo (esposa e depois viúva do grande escultor António de Azevedo) e dava aulas em casa, ao cimo da hoje denominada Av. Humberto Delgado, a crianças de ambos os sexos e que frequentavam as quatro classes.
Na mesma sala, em simultâneo, éramos mais de 25 e ela não se perdia nas matérias nem na disciplina que impunha a todos.
Quando foi minha professora já ultrapassara os sessenta anos e movia-se com alguma dificuldade (sempre com uma bengala) pelo que dava as aulas sempre sentada enquanto os alunos se espalhavam por uma mesa e duas carteiras todos misturados desde a primeira á quarta classe.
A verdade é que tratando-se de ensino particular éramos obrigados a ir fazer o exame da quarta classe ao ensino oficial e não consta que alguma vez um aluno da D.Maria Emília tenha reprovado.
Bem pelo contrário faziam sempre as provas com distinção.
Na velha escola de Santa Luzia é claro.
A D. Maria Emília era de facto uma excelente professora.
Reformada do ensino oficial dava aulas para se entreter (e porque adorava ensinar) e não aceitava que lhe pagassem em dinheiro.
Pelo que ao fim do mês era comum ver os pais dos alunos a entrarem pelo jardim com uns cabazes de mercearia que ofereciam a titulo de pagamento embora ela nada pedisse.
Adorava crianças mas em questões de disciplina e ensino era muito rigorosa e ,quando necessário, fazia uso de uma "certa" régua e de um "certo" ponteiro bem comprido que chegava a quase todos os pontos da sala quando era ...preciso.
Nenhum dos que por lá passou teve a honra de não travar conhecimento com esses instrumentos auxiliares de ensino, mas também não consta que esse conhecimento tivesse feito mal a alguém.
E se hoje recordo,com carinho e saudade, a D. Maria Emília é precisamente para garantir publicamente (e espero que ela onde estiver tome conhecimento disto...) que as reguadas que me deu em prol da aprendizagem correcta da língua portuguesa (e de outras matérias também...) nunca serão por mim desperdiçadas em prol da entrada em vigor de qualquer acordo ortográfico!
O português em que escrevo é o português que a D.Maria Emília me ensinou.
E assim será enquanto por cá andar e por cá escrever.
Ponto final!
Depois Falamos

Cuzco,Perú