Cartoon de Miguel SalazarO Miguel Salazar é um dos mais talentosos cartoonistas vitorianos que conheci ao longo dos tempos.
Amigos há mais de trinta anos (é o tempo passa...) conheço-lhe desenhos fabulosos sobre o Vitória,jogadores,treinadores,dirigentes, desde pelo menos 1985.
Talvez antes ainda.
Desta vez envia-me um cartoon,que para além da qualidade do desenho,é absolutamente incisivo na mensagem que pretende fazer passar.
Que é aliás um dos talentos que o Miguel reflecte nos seus desenhos.
Lembro-me de uma fabulosa caricatura que ele fez de Paulinho Cascavel aí por 1986 e que foi capa do jornal do Vitória.
Desta vez retrata José Marinho o novel director de comunicação do clube.
Um homem que sabemos de onde veio,mas não sabemos porque veio,para que veio,quem o trouxe.
Apareceu...
Como tem aparecido muita coisa,nos ultimos tempos,oriunda da 2ª circular e com origem no clube que fora do terrenos de jogo mais fez para evitar que o Vitória atingisse o segundo lugar.
Confesso que o cartoon é de tal qualidade que passava bem sem texto.
Porque está lá tudo.
A necessidade de Marinho apreender que o Vitória é um clube diferente(e como ele começou mal "pegando-se" com vários blogs vitorianos a quem ele nada tem a ensinar sobre o amor ao clube)e por isso o "castigo" de escrever várias vezes "Vitória" para não se esquecer do sitio onde está.
O equipamento do Benfica a aparecer por baixo da nossa camisola simbolizando a desconfiança de muitos vitorianos sobre qual será de facto,em situação de conflito de interesses ,a sua verdadeira posição.
Devo dizer que nada tenho contra José Marinho como é evidente.
Nem o conheço pessoalmente.
Apenas dos vários orgãos de comunicação onde trabalhou e dos livros que escreveu sobre o Benfica.
E se está cá é porque alguém o foi buscar com base nalgum critério.
O problema ,para mim,é a um tempo não perceber as razões da contratação e a outro não descortinar o trabalho que estará a ser feito.
Mais:recordo-me de numa dessas polémicas com blogs vitorianos ter sido dito pelo José Marinho que tinha como prioridade o diálogo com os sócios e a implementação do Vitória nas televisões.
Reconheço que ainda passou pouco tempo e o segundo objectivo é dificil.
Mas o primeiro é relativamente simples.
E a verdade é que a opinião pública vitoriana e os blogs que em larga medida a traduzem está cada vez mais insatisfeita.
E confusa.
Nao se percebe o negócio do Rabiola,do Targino,do Geromel.
Os negocios por trás das vindas de Luis Filipe e Assis.
Não se entende a saida de Ghilas.Muito menos depois das recentes declarações do jogador.
Percebe-se mal a orientação estratégica que levou a que o Vitória fosse "mais papista que o Papa(sem ironia azul e branca)" nos recursos para a Uefa.
Não se entende,pior teme-se e desconfia-se,o famoso protocolo a assinar com o Benfica.
E é precisamente nesta área que a comunicação está a falhar.
No diálogo com os sócios,na explicação atempada do que pode ser explicado,no reforço da transparência(sem ingenuidades) da vida do clube.
Essa deve ser a primeira prioridade de um director de comunicação.
Comunicar.
E ouvir.
E é aí que assentam as principais criticas a José Marinho.
Porque nada mudou.
É verdade que teve o mérito de engendrar este número engraçado do incentivo de José Mourinho ao Vitória.
Foi uma excelente iniciativa.
Mas também fez,ou permitiu que fizessem,aquele outro número deplorável,confrangedor,parolo de dar o número de sócio 30.000 a´filha de Catarina Furtado e João Reis.
É cedo para uma avaliação definitiva do que faz José Marinho no Vitória.
Para além de se saber porque o foram buscar mas isso não compete a ele explicar como é evidente.
Mas para já o "menino" Marinho ainda está longe de ter boas notas vitorianas.
Vai ter de se aplicar muito mais.
Depois Falamos