domingo, fevereiro 28, 2021

Icebergue

Catedral S. Caetano, Goa

Gralha

Estranha

Esta imagem é do Tirsense-Vitória B de ontem.
Noutros tempos jogo de primeira divisão mas agora apenas do campeonato de Portugal entre a equipa do Tirsense e a formação secundária do Vitória.
Jogo que terminou com o triunfo vitoriano por 2-0 e até aí tudo bem.
Mas se olharmos para ambos os conjuntos na foto vemos à esquerda o Tirsense todo de branco e à direita o Vitória todo de negro.
Sabendo-se que o Tirsense sempre teve como equipamento principal a camisola e o calção negro e o Vitória a camisola branca com calção negro ou branco é estranha esta troca de "identidades".
Que , aliás, nada justifica.
Depois Falamos.

sábado, fevereiro 27, 2021

Pois É

Conhecido o triunfo do Santa Clara sobre o Paços de Ferreira por 3-0 basta dar uma vista de olhos às redes sociais para se dar por ela do inevitável.
Grandes elogios à valia do Santa Clara e diminuição do mérito da carreira dos pacenses como forma de uma vez mais se recriminar a nossa própria equipa pela derrota na Mata Real na jornada anterior. Lembro apenas, porque alguns na vertigem de criticarem o que é nosso nem se lembram de coisas óbvias, que o Vitória ganhou nos Açores por 4-0 fazendo uma excelente exibição.
Eu sei que lembrar coisas positivas é para alguns uma chatice pelo que desejo a todos, sem excepção, uma boa noite e um bom fim de semana.
Depois Falamos.

Árvores

 

Texugo

Berat, Albânia

Serenamente

"É bom que não falte a net em Guimarães"

Era preferível João Henriques não ter proferido esta afirmação!
Porque embora tenha alguma razão, face às barbaridades que alguns adeptos escreveram nas redes sociais nas últimas semanas, não compete ao treinador vir a público responder e muito menos confundir o todo com uma pequena parte.
A pequena parte que, já se sabe, à falta de argumentos parte para o insulto, para o achincalhamento, para a calúnia, para o rebaixar profissional e pessoal de treinadores e jogadores.
Aquela pequena parte que mal acaba um jogo do Vitória já está no Facebook e noutros espaços a criticar, arrasar, a pôr tudo em causa.
E fazem-no quer o Vitória ganhe, empate ou perca, quer jogue bem ou jogue mal.
Mesmo nesse contexto JH fez mal em responder.
O que prova que ainda não percebeu totalmente o clube em que está mas também que aqui ou ali lhe terá faltado o avisado conselho que evitaria estas fricções inuteis e desnecessárias com adeptos .
Que não gostaram das afirmações e com razão!
De qualquer forma prefiro vê-lo dizer um disparate depois de ganhar do que belas palavras depois de perder.
E espero, serenamente, que João Henriques e o plantel respondam a quem os ataca com um triunfo em Braga.
Essa é a resposta que todos os vitorianos gostarão de aplaudir.
Depois Falamos.

Rochinha

Para lá de uma boa exibição, de um excelente golo e de algumas assistências de qualidade Rochinha protagonizou hoje um caso curioso sem que para ele tenha contribuído.
Na sequência do golo que marcou o jogador não festejou embora tenha sido de imediato abraçado pelos colegas.
Os comentadores da sport-tv, numa interpretação que fazia sentido mas que é apenas da responsabilidade deles, disseram duas ou três vezes que o não festejar se devia ao facto de ter jogado anteriormente no Boavista.
Interpretação deles, repito, provavelmente por analogia com casos semelhantes.
No final do jogo, e após receber o prémio de "o melhor em campo", foi questionado sobre o não festejo.
E ele esclareceu que não festejara apenas e só porque não sabia se o árbitro ia marcar fora de jogo a Estupiñan e que o não festejo não tinha a ver com respeito ou falta dele pelo clube anterior.
Uma resposta sincera e que merece aplauso.
Até porque nada obriga um jogador a não festejar um golo seja contra que clube for e tenha ou não nele jogado.
Quer festejar, festeja, não quer, não festeja.
De resto acho que no caso especifico de Rochinha e do Boavista o jogador tinha razões mais que suficientes para festejar sem pruridos advindos da sua passagem pelo Bessa.
Porque quando Rochinha se transferiu do Boavista para o Vitória, na opção normal de um profissional que quer jogar num clube melhor, recordo-me bem dos cânticos infames, vis e canalhas da claque do Boavista contra ele gozando com a morte recente de sua Mãe.
E não me lembro da direcção da SAD do Boavista alguma vez se ter demarcado dos imbecis que proferiram os cânticos dando-se ao respeito e mostrando que lá pelos lados do Bessa ainda distinguem rivalidade futebolística de valores que estão muito acima do futebol.
Como o respeito pela Vida e pela dor de um filho que acabara de perder a Mãe.
Não o fazendo, não se demarcando, mostraram que estão bem uns para os outros.
E assim sendo não merecem qualquer gesto de respeito e de cortesia de quem lá jogou com um profissionalismo inatacável.
Merecem , isso sim, o que Rochinha fez hoje.
Uma bela exibição, um grande golo e um enorme respeito pela camisola que veste de um clube onde é estimado.
Depois Falamos.

Tulipas

Moínhos, Holanda

Baleias Jubarte


sexta-feira, fevereiro 26, 2021

Merecido

Um triunfo absolutamente merecido do Vitória que dominou o jogo por completo e apenas não goleou o adversário porque o guarda redes Leo Jardim fez uma excelente exibição negando quatro ou cinco golos aos jogadores vitorianos.
O triunfo à tangente não mostra, minimamente, o que foi o domínio vitoriano apenas contrariado por esporádicos contra ataques do Boavista (que ia fazendo um golo à beira do fim no que seria uma enorme injustiça) sem causarem perigo excepto na jogada referida.
Em relação ao último jogo o técnico vitoriano fez duas alterações retirando Wakaso e Sacko fazendo regressar à titularidade André Almeida e dando nova oportunidade a Ouattara.
E se André justificou plenamente, sendo um dos melhores da equipa, já Ouattara ficou aquém do necessário mostrando algumas fragilidades que o tempo e a experiência se encarregarão de fazer desaparecer.
Muito boa entrada em jogo de Rúben Lameiras, excelente exibição de Rochinha a marcar (grande golo) e a assistir numa noite em que Óscar Estupiñan até vai sonhar (ou ter pesadelos) com o guardião boavisteiro.
O mais importante, para lá dos três pontos, foi mesmo uma equipa a querer mostrar que o mau tempo já lá vai e que está preparada para lutar pelos seus objectivos.
Fábio Verissímo fez uma excelente arbitragem o que é sempre motivo de regozijo.
E de admiração já agora. A verdade é que é o segundo jogo consecutivo do Vitória em que está em bom plano.
Que seja para continuar.
Depois Falamos.

Clássico

Um jogo entre Vitória e Boavista não tem nada a ver com um jogo entre Vitória e Braga nem nada que se pareça.
Com os nossos vizinhos de Trás Morreira há uma velha rivalidade polvilhada de episódios em que uma vezes nós saímos por cima e outras saíram eles e com todo o sabor de um despique entre duas comunidades próximas.
E entre dois clubes que são profundamente rivais mas que ao longo das respectivas Histórias já se ajudaram um ao outro em momentos importantes.
É um derbi no verdadeiro sentido do termo.
Com o Boavista é diferente.
É um clássico do futebol português mas sem aquelas características que tem os derbis e que lhes dão um encanto especial.
Porque um Vitória vs Boavista é sempre um jogo marcado pela recordação de vários episódios desagradáveis que ao longo dos anos fizeram com que ambos os clubes vivam de costas voltadas e sem que exista entre as respectivas massas associativas qualquer vestigio de mínima simpatia.
E neste caso é claramente o Vitória que tem , de longe, as maiores razões de queixa.
Aqueles que como eu estiveram no Municipal em 1975 ,no dia do primeiro grande roubo num Vitória-Boavista perpetrado pelo famigerado Garrido, e nas Antas em 1976 no dia em que o mesmo pulha nos roubou uma Taça de Portugal com outra arbitragem vergonhosa sabem bem do que estou a falar.
Para os mais novos que não assistiram a isso bastará recordar os tempos do famigerado "Apito Dourado", em que os dois clubes disputavam acerrimamente o quarto lugar e em que ao Vitória não bastava ser melhor que o Boavista ( tinha de ser muito melhor e mesmo assim...) para ficar à sua frente na classificação, para perceberem as razões porque ainda hoje quando o adversário é este há muitas e boas razões para os vitorianos estarem desconfiados do que lhes pode aparecer pela frente. Em suma hoje é para ganhar.
Não só porque ganhar a este adversário tem sempre um gostinho especial mas também porque qualquer outro resultado seria péssimo e deixaria o Vitória a uma distância quiçá irremediável do quinto lugar.
Depois Falamos.

quinta-feira, fevereiro 25, 2021

The Ghan, Austrália

Esquilo indiano

Ittoqqortoormiit, Gronelândia

Angústia

A angústia referida no título deste texto nada tem a ver, é bom que fique claro, com a actualidade do clube, a equipa A, B ou sub 23, as modalidades, a pandemia que nos priva de  todos os bons hábitos vitorianos desde o ir ao estádio ver futebol até ao ir ao pavilhão ver as modalidades ou participar em assembleias gerais passando pelo ir  às piscinas municipais ver o pólo aquático.
Isso, bem como a situação financeira do clube da SAD agravadas pela pandemia, são preocupações mas não são angústias e espero que nunca o venham a ser.
A angústia tem a ver com o clube em si no âmbito da sua história quase centenária e considerando aquela que é mais antiga e principal modalidade que nele se pratica, ou seja, o futebol.
Conheço o Vitória, balizando esse conhecimento com a primeira vez que o vi jogar algures entre 1964 e 1965 numa partida face ao Porto disputada na Amorosa, vai para 56 anos.
Conheci-o como todos os vitorianos da minha geração, e de outras, frequentando a "universidade" da Amorosa ao sábado á tarde para ver as "reservas" , ao domingo de manhã para ver iniciados, juvenis e juniores e ao domingo à tarde indo ao estádio municipal ver a primeira equipa.
Pontuado com deslocações a jogos fora a que era levado pelo meu Pai e pelos seus amigos que seguiam o Clube um pouco por todo o lado.
Braga, Santo Tirso, Póvoa de Varzim, Coimbra, Aveiro, Porto (Antas), Tomar, Matosinhos são algumas deslocações de que me recordo nesses já longinquos anos 60 e princípio da década de 70 e nas quais tive oportunidade de ver o Vitória extra muros.
Depois fiz o meu percurso vitoriano.
Espectador assiduo nos jogos em casa e nalguns fora, colaborador do extinto jornal "Vitória", membro da mesa da Assembleia Geral, Presidente da comissão organizadora da comemoração dos 75 anos do clube, director, secretário geral e vice presidente para o futebol e modalidades foi todo um percurso que me permitiu conhecer profundamente o clube e a realidade vitoriana.
E a par disso conhecer muitos vitorianos que muito me ensinaram sobre o que é o nosso clube.
Já referi várias vezes que para lá do meu Pai e do meu Avô, primeiros mestres na Causa, tive cinco amigos que destaco entre todos porque com eles muito aprendi sobre o Vitória e já não estando no mundo dos vivos merecem ser sempre recordados porque foram cinco enormes vitorianos.
Hélder Rocha, Custódio Garcia, Lourenço Alves Pinto, Jorge Folhadela e o recentemente desaparecido Francisco Martinho que foi seguramente a pessoa com quem em toda a minha vida mais falei sobre o Vitória e de cujos telefonemas no dia seguinte aos jogos continuo a sentir uma falta e uma saudade sem remédio.
Mas tive também o prazer, a honra e a sorte de ter convivido, mais com uns do que com outros como é habitual, com grandes presidentes do nosso clube como o foram António Pimenta Machado (para mim o melhor Presidente de sempre), Fernando Roriz, Gil Mesquita, Egídio Pinheiro, o já referido Hélder Rocha e aquele a quem chamarei sempre o "meu" presidente  Antero Henriques da Silva Júnior.
O "meu" Presidente porque era ele Presidente quando o meu Pai me inscreveu como sócio e portanto foi sempre o meu primeiro presidente e uma pessoa pela qual sempre tive uma enorme consideração pessoal mesclada pela admiração pelo enorme vitoriano que foi.
E como eles conheci e convivi com outros dirigentes que ajudaram a que o Vitória fosse o que é hoje.
Dos quais não posso deixar de destacar o eng. José Arantes cujo papel na expansão patrimonial do clube foi absolutamente relevante.
Mas para lá de todos esses que atrás referi conheci e conheço muitos vitorianos que nunca passaram pelos orgãos sociais, ou ainda não passaram mas podem vir a passar, senhores de sólidas convicções vitorianas e possuidores de qualidades pessoais e competências profissionais que postas ao serviço do Vitória os poderiam/podem constituir em reais mais valias para o clube.
Bem como gente de gerações mais novas,muitas das quais conheço apenas das redes sociais,  que pelos seus escritos, pelas suas reflexões, pelas ideias que apresentam  mostram bem que a sucessão geracional está mais que assegurada e que o Vitória continuará a ter excelente "massa crítica" entre os seus adeptos.
E não posso deixar de incluir aqui, por mérito próprio, aqueles que no mundo político local serviram e servem a "Causa Vitória" dos quais destaco de forma absolutamente justa o nome de António Xavier que foi um Presidente de Câmara que só não fez mais pelo clube  porque não pôde(ou não o deixaram) e que tem um percurso vitoriano exemplar como adepto de toda a vida, atleta e dirigente.
Chegado aqui é tempo, então, de falar da angústia.
O meu avô morreu em 1985, o meu pai em 1990, os cinco amigos que referi morreram ao longo dos últimos vinte anos (Francisco Martinho o ano passado) , alguns dos presidentes que conheci também já não estão entre nós bem como outros dirigentes e outros vitorianos destacados.
E não estarei a exagerar se disser que todos morreram sem verem o seu grande sonho como  vitorianos cumprido.
Verem o Vitória sagrar-se campeão nacional de futebol!
Alguns nem na mais "bela tarde vitoriana" em 26 de Maio de 2013 puderam participar porque já não estavam entre nós.
O Vitória para o ano completará o seu primeiro centenário.
E para lá das comemorações, que serão naturalmente condignas e com a grandiosidade que o clube e a data justificam, será também um tempo( se assim o quisermos), daqui até lá, para uma reflexão conjunta de todos quantos temos neste fantástico clube a nossa maior Causa desportiva sobre as razões pelas quais continuamos tão longe de cumprir esse sonho de sucessivas gerações.
Porque razão um clube com uma massa adepta extraordinária, uma envolvência da comunidade inigualável e sem concorrência de emblemas forasteiros, que teve dirigentes de grande qualidade e dedicação, que tem adeptos com valor, com ideias, com capacidades, um clube que tem tudo para ser único neste país continua tão longe do grande objectivo.
Mais longe do que estava, por paradoxal que pareça, há vinte, trinta, quarenta ou cinquante anos!
Porque razão este clube continua a marcar passo, a alternar épocas em que o "gigante adomecido" parece despertar com épocas de profunda letargia, a adiar sucessivamente aquilo que devia estar cada vez mais próximo.
Porque razão clubes, próximos ou longinquos, que não tem o nosso historial nem as nossas condições brutais de crescimento, discutem posições connosco ou nos deixaram cada vez mais para trás ao longo dos ultimos quinze anos depois de longas décadas em que para nos verem tinham de olhar bem para cima.
O que falta ao Vitória para ser aquilo que pode ser?
Em que falhamos, não fomos competentes, não estivemos à altura do nosso nome, da nossa tradição e do nosso símbolo?
É a reflexão que vale a pena fazer. 
Pensar que Vitória queremos para os próximos cem anos, como o vamos construir, os passos que precisamos dar, os erros que temos de corrigir, a estratégia de crescimento sustentado que vamos adoptar, as opções desportivas , patrimoniais , associativas, financeiras  e comunicacionais que terão de sustentar esse crescimento são aquilo que considero fundamental ocupar o centro da nossa reflexão.
Porque o futuro que o nosso Vitória vai ter depende dos vitorianos de hoje.
Na minha família, em linha directa, somos cinco gerações de vitorianos.
O meu avô,  o meu Pai, eu, os meus filhos e a minha sobrinha e o meu neto.
Sei bem os valores vitorianos que recebi, sei bem o quão fidedigmamente os procurei transmitir, sei bem que a quinta geração também os está a receber.
E como na minha familia isso acontece em centenas, milhares de famílias vitorianas em que o Vitória é um membro querido do agregado familiar  em que a Causa passa de avôs para pais, filhos , netos e bisnetos.
A nossa responsabilidade e o nosso dever , dos que cá estamos hoje, é legar aos que vieram a seguir um Vitória maior e melhor, mais forte , mais competitivo, capaz de cumprir o sonho inatingido dos nossos primeiros cem anos.
E tal como o meu Avô , o meu Pai, e tantos vitorianos que referi neste texto sempre me disseram esse sonho pode ser uma realidade.
Depende de nós.
Da nossa vontade, do nosso querer, da nossa capacidade de nos unirmos em torno de um grande objectivo.
E se fizermos as coisas bem feitas acredito que o sonho se transformará em realidade.
Depois Falamos.

Treinadores

Diziam os romanos que algures na Ibéria existia um povo, os Lusitanos, que não se governava nem se deixava governar e que por isso era de trato extremamente difícil e de conquista mais difícil ainda dada a extrema bravura dos seus guerreiros.
O futebol português é mais ou menos assim ou não fossem os Lusitanos nossos antepassados.
Tem grandes treinadores, grandes jogadores, selecções muito competitivas mas quanto a governar-se, no bom sentido do termo, tem as maiores dificuldades ao ponto de ter campeonatos sem verdade desportiva, distribuição de verbas televisivas com um modelo anacrónico que defende três e lesa o resto, jornalismo sem isenção nem critérios equitativos, constantes polémicas por tudo e por nada e sempre com os mesmos protagonistas e modelos organizativos que não promovem nem desenvolvem as competições.
E também por isso há um exôdo cada vez maior de treinadores e jogadores para outros campeonatos, o que lhes permite ganharem mais dinheiro e participarem em competições com outra qualidade, do que paradoxalmente beneficia a selecção nacional que tem a esmagadora maioria dos habituais convocados a jogarem em realidade competitivas muito mais exigentes e que os preparam muito melhor para os jogos do onze nacional.
Mas olhemos os treinadores.
Área em que Portugal tem hoje muitos e bons profissionais, com carreiras de sucesso no país e nas quatro partidas do mundo, que não temem comparação com os seus colegas de outros paises.
Nos últimos cinquenta anos qual foi a realidade?
Sem grandes preocupações em termos de rigor cronológico, ana para a frente  ano para trás, pode-se dizer-se que os anos 60 e 70 tiveram três nomes de proa que foram a grande referência de muitos que se lhes seguiram.
José Maria Pedroto, Fernando Vaz e Mário Wilson.
Também, embora noutro plano, António Medeiros e Joaquim Meirim 
Depois no final dessa década e pelos anos 80 surge uma outra geração, já mais alargada, de nomes bem conhecidos.
Artur Jorge, Manuel José, Toni, Manuel Cajuda, Vitor Oliveira, António Morais, Jesualdo Ferreira, . Fernando Santos e Jorge Jesus.
Depois vem uma geração de professores, como Carlos Queiroz e Manuel Machado, e de ex grandes jogadores como António Oliveira, João Alves, Humberto Coelho , Augusto Inácio, António Sousa e Jaime Pacheco. 
Também José Peseiro.
Mas é neste século que se dá o grande "boom" de treinadores portugueses.
A reboque do fenómeno José Mourinho, o mais bem sucedido de sempre, aparece toda uma nova geração de treinadores de grande potencial e mais do que potencial muitos deles já com resultados relevantes em Portugal e no estrangeiro.
Leonardo Jardim, Rui Vitória, Vitor Pereira, Paulo Bento, Luís Castro, Carlos Carvalhal, Domingos Paciência, Pedro Caixinha, Pedro Martins são os primeiros a darem nas vistas e a obterem resultados mas logo atrás aparecem jovens "lobos" em busca do sucesso.
Paulo Fonseca, André Vilas Boas, Sérgio Conceição, Abel Ferreira, Nuno Espírito Santo, Paulo Sousa, Marco Silva, Bruno Lage.
Todos eles com trabalhos de valia nos clubes onde estiveram ou estão.
E depois mais alguns em busca do seu lugar ao sol:
Ivo Vieira, Pepa, João Henriques, Miguel Cardoso, João Pedro Sousa, Daniel Ramos, Petit, Vasco Seabra e o surpreendente Rúben Amorim.
Em suma referi estes cinquenta nomes referentes aos últimos cinquenta anos, mas aqui poderiam caber naturalmente outros, como a prova da evolução quantitativa do futebol português em termos de treinadores e da certeza que nessa área do futebol Portugal está muito bem.
E isso é sempre algo que merece realce.
Depois Falamos.

terça-feira, fevereiro 23, 2021

Montanhas Arco Iris, China

Cuenca

Mocho

Keep Cool

O meu artigo desta semana no zerozero.pt

Confesso que não tenho tido muita vontade de escrever sobre a realidade vitoriana nestes últimos tempos.
E essa falta de vontade nada tem a ver, deixo claro desde já, com esta sequência de jogos menos bons da equipa A (e da B e dos sub 23...) porque já ando no futebol há tempo suficiente para saber que qualquer equipa, seja qual for o seu nível competitivo, não consegue jogar durante toda uma época ao mesmo nível pelo que as baixas de rendimento são perfeitamente inevitáveis.
Veja-se, a título de exemplo, o Atlético de Madrid que liderava a Liga com enorme vantagem e uma sequência de maus resultados encurtou substancialmente a diferença pontual para Real Madrid, Sevilha e Barcelona.
E por isso este Vitória que está na sua pior fase da época, com três empates e duas derrotas, vai certamente ultrapassar este período e voltar a uma sequência de bons resultados que o manterão na rota europeia através da conquista do quinto lugar que é o que lhe resta em termos de objectivos.
De resto, e sem pretender encontrar alibis (as coisas são o que são...) e menos ainda tirar responsabilidades a quem as tem, esta época do Vitória tem de ser vista de uma forma global e não apenas ao sabor circunstancial de alguns resultados.
Na constituição do plantel, não vamos agora discutir se bem se mal , a opção foi por dar saída a um conjunto de jogadores que vinham sendo o núcleo duro da equipa (Davidson, João Carlos Teixeira, Pedro Henrique, Frederico Venâncio, Douglas, Miguel Silva, Florent, Lucas Evangelista, Ola John, Pepê) a par dos já transferidos Tapsoba e Rafa Soares e do prometedor João Pedro, chegando para os seus lugares um conjunto de jovens denominados de "potros" para lá dos minimamente experientes Bruno Varela, Jorge Fernandes, Pepelu e dos muitos experientes Quaresma e Silvío.
Foi uma equipa profundamente remodelada, significativamente rejuvenescida e que por força disso, e das variadissimas "escolas" de que provinham os novos jogadores, já se sabia que ia demorar o seu tempo a entrosar-se e a atingir níveis competitivos compatíveis com as exigências classificativas ambicionadas.
A par disso foi cometido um erro, e grave há que assumi-lo, na escolha do treinador que tinha por missão compatibilizar todas essas realidades e que desde o primeiro momento se revelou incapaz de o fazer.
E, pior ainda, tomou decisões que só não foram mais gravosas porque o seu sucessor as reverteu com o sucesso que se conhece nomeadamente ao chamar Óscar Estupiñan à primeira equipa retirando-o do ostracismo a que estava votado desde a pré temporada.
E por tudo isto a temporada não começou bem. 
São coisas que acontecem porque qualquer clube, e o Vitória não foge à regra, se pode enganar na escolha do treinador (já do plantel...) e não é nada que não seja fácil de resolver como veio a suceder com a contratação de João Henriques.
E a verdade é que a equipa melhorou substancialmente e fez uma primeira volta de muito bom nível que lhe permitiu andar sempre nos lugares europeus e olhar com ambição, que continua a existir, para uma classificação compatível com os seus pergaminhos.
No final da primeira volta venceu em Famalicão, venceu em casa o Marítimo e empatou na Luz o que tem de se considerar como três bons resultados capazes de a lançarem para uma segunda volta muito prometedora.
Aí as coisas começaram menos bem.
Um empate com o B SAD no batatal do Jamor (onde o Porto empatara e o Braga perdera), uma derrota caseira absolutamente inesperada com o Rio Ave num jogo em que de treinador a equipa todos falharam, um empate com o Farense (que acaba de empatar com o Benfica) num jogo adiado da primeira volta e agora a derrota em Paços de Ferreira (onde Porto e Braga também perderam) num jogo em que o adversário foi melhor durante os 90 minutos.
Maus resultados, sem dúvida, mas nenhuma calamidade anunciada porque ainda falta muito campeonato e as equipas que vão á nossa frente também terão os seus momentos maus que permitirão alterações classificativas.
Embora, em bom rigor, aquilo a que o Vitória pode ambicionar é o quinto lugar porque mais do que isso já entra no reino do muito improvável e até da ilusão.
Até porque a equipa tem um plantel com algumas carências na defesa (o tal central experiente que nunca veio porque Fábio Cardoso não quis e a Tomás Ribeiro o B SAD não deixou vir) e na intermediária (um médio que faça o que João Carlos Teixeira fazia) a par da realidade de alguns jogadores importantes estarem condicionados por factores de ordem diversa.
Ricardo Quaresma tem 37 anos e tem de ser gerido o seu esforço fisíco, Estupiñan não fez uma pré temporada  condigna em termos de treino e jogos de preparação pelo que é evidente que em termos fisícos se está a ressentir, Wakaso regressa aos poucos depois de vinte meses de paragem e duas melindrosas operaçãoes ao joelho e Joseph de quem se esperava um papel importante na equipa está lesionado há longos meses.
São factos. Que condicionam.
E que ajudam a perceber as razões, para lá dos erros humanos deste ou aquele jogador neste ou naquele jogo e das opções erradas(mas também humanas) do técnico aqui ou ali ,pelas quais o Vitória teve esta quebra momentânea e da qual se espera rapidamente recupere.
Mas o que me tem desanimado, de alguma forma, a escrever mais sobre o actual momento futebolístico  é mesmo o entender que nestes momentos menos bons por vezes mais vale manter o silêncio do que contribuir para um debate demasiado acalorado  e no qual a inegável paixão clubística  substitui uma razão de que nunca devemos prescindir mesmo em assuntos que mexem com as nossas emoções mais profundas.
Passar do oitenta ao oito, pôr tudo em causa ao mínimo pretexto, contestar hoje o que se elogiava ontem, crucificar agora  os que se idolatravam pouco tempo atrás, pode revelar muita dedicação ao clube mas dificilmente o ajudará porque, nomeadamente nas redes sociais, há hoje o problema de ser dada voz a toda a gente (o que é bom) mesmo a gente que escreve sem filtro, sem pensar, sem medir palavras nem consequências o que é francamente mau.
O Vitória é um clube de adeptos, muitos adeptos, que tem opinião e gostam de o debater de forma contínua. Elogiando e criticando conforme o ponto de vista de cada um sobre o assunto acerca do qual opina.
É desejável que assim seja sempre.
Mas com os limites impostos pelo bom senso e pelo amor ao clube, de forma construtiva e ponderada, sem cair em extremismos que apenas o prejudicam e em nada o servem.
Keep Cool.

Patife

Um notável texto do Carlos Reis sobre o patife preso em Barcelona e cuja detenção tem motivado os actos de vandalismo e pilhagem perpetrados pelos seus apoiantes que são tão bons como ele.
Ou seja uns marginais a pedirem cadeia.
Que pelos vistos tem o esterco do costume do lado de cá da fronteira a apoiar.

Leonor e Sofia, de 15 e 13 anos, respectivamente, são as infantas de Espanha. Leonor é a Princesa das Astúrias e é a filha mais velha do rei Filipe VI e da rainha Letícia da Espanha. Atualmente, é a primeira na linha de sucessão ao trono espanhol. A sua irmã, Sofia, é a segunda.
São involuntariamente sujeitas aos caprichos da política espanhola e à degradação das suas instituições, sendo a sua família actualmente uma instituição debaixo de fogo.
Recentemente tem sido notícia uma vaga de violência nas ruas das principais cidades espanholas em protesto pela prisão do rapper catalão Pablo Hasél decretada pela justiça espanhola, pelos crimes de glorificação do terrorismo e de insultos à Coroa e às instituições.
Aqui em Portugal, um movimento português criado nas redes sociais convocou uma concentração em Lisboa, para a próxima sexta-feira, 26 de Fevereiro, em defesa do artista.
Pablo Rivadulla Duro, mais conhecido pela personagem rapper Pablo Hasél, foi condenado em 2 de Março de 2018 a uma pena de dois anos e um dia de prisão, acrescida de uma multa de 24.300 euros, pelos crimes de glorificação do terrorismo e de insultos à Coroa e às instituições, agravados pela sua expressão e repercussão pública nas redes sociais. Após o recurso, que suspendeu a execução da pena, a sentença foi reduzida, já em 2020, para nove meses de prisão e multa pecuniária. Em 28 de Janeiro de 2021 as autoridades judiciais espanholas deram a Hasél dez dias para entrar voluntariamente na prisão. Após ter sido notificado o rapper recusou a sua entrada voluntária na prisão de Ponent de Lleida e, para escapar à prisão, que classificou como uma “humilhação indigna”, barricou-se, em 15 de Fevereiro, com um grupo de apoiantes, na Universidade de Lleida (na Catalunha). No dia seguinte os Mossos d'Esquadra (a polícia autonómica catalã) fizeram cumprir o mandato judicial e a legalidade estatal espanhola, e entraram nas instalações universitárias e prenderam o rapper recalcitrante.
As manifestações pela liberdade de Hasél, e contra a Justiça espanhola, que até aí se tinham circunscrito a petições e manifestos, saltaram de imediato para as ruas numa explosão de violência.
Convém no entanto perceber uma coisa: o rapper em causa não é nenhum cidadão exemplar, nem é flor que se cheire, nem é nenhum paladino da liberdade. É um comunista, radical, rancorosamente anti-espanhol, advogando a secessão violenta da Catalunha.
Tem um passado criminal crivado de condenações que compõem um padrão evidente de discurso de ódio e de glorificação da violência. A lista de processos judiciais em que esteve envolvido é longa e inclui condenações por agressão, por ameaças, e por desobediência e resistência às autoridades.
Numa das suas canções - ”Democracia Su Puta Madre” - não só elogia as organizações terroristas dos GRAPO, da Fracção do Exército Vermelho, da ETA, e da Terra Lliure, como também apela a que retomem a sua acção terrorista.
Antes disso, em 2010, em “En una calle olvidada” Hasél diz que se devia “matar José María Aznar”, o antigo presidente do Governo, e no tema “Menti-Ros” (2014) defendia que um antigo presidente da câmara de Lérida “merece levar um tiro”. Tem no seu currículo citações como “mereces uma bomba, televisão espanhola” e “oxalá voltem os GRAPO e te ponham de joelhos”
Escreveu inclusive a exigir “pena de morte já para as infantas patéticas”. As infantas patéticas são precisamente estas duas meninas de 15 e 13 anos.
Mas este grande herói das esquerdas radicais ibéricas não se ficou só pelas palavras. Já foi detido no passado por agressões a dirigentes de uma associação cultural espanholista, que provocaram ferimentos em quatro desses dirigentes, que necessitaram de tratamento hospitalar. Em Junho de 2016 agrediu fisicamente um jornalista da TV3 com um líquido tóxico. E ainda na semana passada voltou a ser condenado noutro processo por obstrução à justiça e por ter ameaçado violentamente uma testemunha judicial.
Em qualquer país democrático do mundo isto não é ser um artista - é ser um esterco.
Não deixa pois de ser extraordinário que a mesma esquerda cultural portuguesa, que tanto se tem batido em Portugal contra o discurso de ódio e contra a sua expressão nas redes sociais, se levante agora em defesa da liberdade de um delinquente que defende publicamente a morte de pessoas, inclusive a tiro, que faz a apologia de ataques à bomba, que pede o regresso da ETA e dos GRAPO, e que até propõe a pena de morte para estas meninas, de 15 e de 13 anos.
Estas palavras serão certamente contextualizadas como sendo “apenas metáforas”. Isto porque, como todos sabemos, as palavras só poderão ser odiosas, e só poderão magoar, caso sejam proferidas pela direita.
Porque como todos sabemos a esquerda é incapaz de odiar: só usa metáforas. Belas metáforas como esta da pena de morte para estas meninas.

segunda-feira, fevereiro 22, 2021

Monte Rushmore

Leão e Borboleta

Vale Uvac, Sérvia

Palavra

Como se sabe o primeiro ministro António Costa não tem por hábito mentir.
Falta é à verdade com inusitada frequência.
Como se sabe ,também, para António Costa palavra dada é palavra honrada.
Desde que não dê jeito ser de outra maneira.
E por isso quando tempos atrás o primeiro ministro disse publicamente em várias ocasiões, nomeadamente quando incomodado por algumas vozes de outros partidos (Ricardo Baptista Leite do PSD, por exemplo) críticas quanto à forma como a pandemia está a ser combatida, que era inaceitável fazer política partidária em função de tão tremenda crise de saúde pública logo se percebeu que essa afirmação não passava, ela sim, de um aproveitamento político da situação e que seria desmentida na primeira oportunidade que desse jeito ao PS e ao governo.
E estes outdoors, que sem noção do ridículo nem sentido de vergonha, o PS anda a espalhar pelo país são a prova definitiva que a palavra do primeiro ministro não vale nada nem pode ser levada minimamente a sério.
Esgota-se no momento em que é proferida!
Depois Falamos.

Clubes Londrinos

Sou, como já o disse por várias vezes, um entusiasta do futebol inglês que considero ser o melhor do tempo numa série de itens.
Mais competitivo, com mais verdade desportiva, com uma concepção de fair play inigualável, com os melhores adeptos, melhor marketing, maior equidade na distribuição de receitas televisivas, restrições correctas na contratação de futebolistas estrangeiros, enfim, uma verdadeira indústria de sucesso sem desvirtuar a componente desportiva.
Claro que també não tem, nem podia , ter o fenómeno parolo de chamar "grandes" a alguns (embora em Inglaterra existam alguns dos maiores clubes do mundo) e menos ainda o dos adeptos de uma determinada cidade ou região apoiarem de forma significativa clubes de outras cidades ou regiões.
Em suma é futebol a sério.
E este mapa da área metropolitana de Londres e dos clubes nela existentes demonstra bem isso.
Porque se há os clubes de grande dimensão como Arsenal, Tottenham, Chelsea, West Ham, também existem muitos outros, e alguns deles com troféus nacionais ganhos, com participação nos campeonatos de primeira divisão ao ponto de quase se poder dizer que cada bairro de Londres tem o seu clube.
Inglaterra é um país com amor ao futebol.
Mais amor ao futebol do que aos próprios clubes, bem ao contrário do que por cá se passa, e isso explica que disputem campeonatos devidamente organizados desde o século XIX e que ao longo deste percurso mais que centenário o futebol inglês já tenha conhecido 24 campeões nacionais da primeira divisão.
Vinte e quatro!
Tanto que temos para aprender com eles.
Depois Falamos.

domingo, fevereiro 21, 2021

Mesquita Al Amin, Beirute

Girafas

Aeroporto de Lukla, Nepal

Péssimo

Tenho em muitas circunstâncias defendido o treinador João Henriques quer nas suas opções tácticas quer no estilo de comunicação que adopta depois dos jogos.
Tenho por isso a moral necessária para dizer que hoje é ele o grande responsável pela derrota e pela péssima, horrivel mesmo, exibição do Vitória na Mata Real.
Porque se perder é péssimo, ainda por cima num jogo face a um concorrente directo pela Europa, a atitude de equipa pequena que adoptamos é bem pior e envergonha-nos a todos que sentimos o Vitória como algo bem diferente daquilo que vimos.
Uma equipa montada para defender e contra atacar (atitude que percebi na Luz mas não aceito aqui), um meio campo pensado não para construir mas para impedir o adversário de jogar, dois extremos a apostar no erro do adversário e não na supremacia ofensiva da equipa.
Nem mesmo o golo tirado da cartola por Estupiñan melhorou a atitude da equipa que em vez de ir em busca do segundo pensou logo em defender o resultado a tanto tempo do fim.
E como corolário de tanto erro a inacreditável permanência de Ricardo Quaresma no banco durante os 90 minutos ele que é o jogador mais talentoso e decisivo desta equipa.
Em Paços de Ferreira um triunfo valia seis pontos e tinhamos de ir a jogo com os melhores sendo que Quaresma é o melhor dos melhores.
Não foi titular, o que já de si era incompreensível, e não entrou nem mesmo quando a equipa passou a jogar com dois pontas de lança que bem precisavam dos seus cruzamentos e não dos "bicos" despejados para a área que foram uma constante dos minutos finais.
Uma exibição horrível de uma equipa sem fio de jogo, sem atitude e sem ambição que foi justamente vencida por um Paços de Ferreira que foi melhor que ela em tudo.
Apetecia-me dizer que hoje foi daqueles rarissímos dias em que compreendo atitudes de António Salvador. Mas para não ir tão longe limito-me a dizer que depois de hoje João Henriques e Miguel Pinto Lisboa tem muito em que pensar.
Um no que está a fazer com o plantel à sua disposição que dá para melhor do que isto e o outro porque razão é este o plantel e não melhor como podia bem ser.
Vem aí jogos com Boavista, em recuperação, e Braga que já lá vai bem longe.
São dois rivais históricos contrs os quais os insucessos custam a triplicar.
E será completamente inaceitável que esses dois jogos sejam abordados como o de hoje.
Depois Falamos.

EM TEMPO; Na conferência de imprensa João Henriques esclareceu que Quaresma estava previsto ser titular mas um problema fisíco num dos ultimos treinos tornou aconselhável a ida para o banco. Depois quando aquecia para entrar ressentiu-se e por isso não jogou. Fica assim explicado o que sem esta explicação era incompreensível. Fica por explicar tudo o resto que se prende com a péssima exibição dos que jogaram.
Um agradecimento ao Luis Paulo Rodrigues, do zerozero, pelo alerta.

sábado, fevereiro 20, 2021

Rapper

 Terceira noite de manifestações com distúrbios em Espanha depois da detenção do rapper.

Confesso que nunca tinha ouvido falar deste rapper e menos ainda das suas músicas que o levaram a ser preso.
Mas Espanha é uma democracia.
E se um dos pilares do Estado democrático, a Justiça, entendeu que ele infringiu as leis e deve ser punido por isso há que aceitar a decisão.
E se o visado não estiver de acordo a própria Justiça põe ao seu dispor meios de contestar a pena que lhe foi aplicada.
Num Estado democrático não se substituem as sentenças dos tribunais pelas opinões da rua!
O que nos leva ao resto.
E o resto são os marginais que andam há várias noites a destruir, queimar, partir, vandalizar e pilhar. Porque uma coisa são manifestações de solidariedade e outra a pouca vergonha a que se assiste em Madrid e Barcelona.
Nas manifestações as pessoas participam de forma ordeira e civilizada , gritam as suas palavras de ordem e exibem bandeiras e tarjas, e no fim voltam para casa pacificamente.
O que vemos são bandos de marginais perfeitamente organizados, com experiência de anteriores disturbios a propósito de outros pretextos, que apenas querem destruir bens públicos e roubar estabelecimentos comerciais privados.
E isso tem de merecer do Estado democrático a mais severa repressão com todos os meios ao seu dispor dentro do quadro legal em que actua.
Em defesa da Democracia!
Depois Falamos
P.S Não conheço o rapper como atrás disse. Mas a avaliar por algumas solidariedades do lado de cá da fronteira já percebi que a laia é a mesma e a canalhada a do costume.

Rocha Meotowia, Japão

Raposa do deserto

Las Vegas

Hipocrisia

Em Portugal o que mais há são cineastas que fazem filmes que ninguém vê , dramaturgos que encenam peças a que ninguém assiste, escritores que escrevem livros que ninguém lê, músicos que tocam canções que ninguém ouve.
Mas se forem de esquerda tem a vidinha garantida.
Direito a subsídios do ministério da cultura, presença em programas televisivos dos mais diversos géneros, participação em júris disto e daquilo, critícas laudatórias nos jornais e referências obrigatórias como grandes ícones da cultura.
Naturalmente que sempre que há daqueles abaixo assinados contra um governo de direita ou pedindo mais dinheirinho a um governo de esquerda lá aparecem os seus nomes como se porventura valessem mais do que a importância que os seus camaradas da comunicação social lhe dão.
Fazem parte na sua esmagadora maioria da tal "bolha" lisboeta que manda nisto tudo, que se considera como o supra sumo da inteligência nacional e que olha o resto do país como uns coitados que apenas servem para pagar impostos.
Obviamente quando morrem (é, tal como os outros também morrem...) é certo e sabido que ocuparão vasto espaço nos noticiários televisivos, terão direito a programas especiais em sua memória e os respectivos funerais serão ponto de encontro de tudo quanto é "notável" na "bolha" sita na antiga capital do Império.
Portugal é um país onde a hipocrisia , O faz de conta e  o compadrio campeiam.
E nesses aspectos, como noutros, está cada vez pior.
Depois Falamos.

sexta-feira, fevereiro 19, 2021

Importante

O jogo de domingo em Paços de Ferreira , entre duas equipas que disputam o acesso às competições europeias, é importante mas não é decisivo seja qual for o resultado que venha a verificar-se no final dos 90 minutos. 
Ainda ficará muito campeonato por jogar, muitos pontos para disputar e por isso se um empate deixa tudo como está e um triunfo do Vitória torna a disputa mais renhida apenas um triunfo pacense poderá dar vantagem importante a uma das equipas mas que não é irreversível.
No passado, mas atenção que estatística é...estatística e nada mais, os confrontos entre ambas as equipas na Mata Real tem-se revelado extremamente equilibrados com cinco triunfos do Paços de Ferreira, nove empates e seis triunfos do Vitória o último dos quais na época passada.
Domingo é outro jogo.
A que o Paços chega depois de uma derrota em Alvalade e o Vitória igualmente de uma derrota caseira com o Rio Ave (o jogo com o Farense pertence à primeira volta e tinha sido adiado) pelo que ambas as equipas quererão virar rapidamente essa página das derrotas conseguindo um triunfo que neste caso até valerá a dobrar porque é perante um adversário directo.
O Paços de Ferreira tem vindo a fazer um excelente campeonato, bem acima das expectativas, e está com todo o mérito a espreitar um apuramento europeu enquanto o Vitória tem um percurso de excelência fora de casa (é com o Sporting a dupla de equipas que ainda não perderam na condição de visitantes) mas menos bom em casa onde já conta com cinco derrotas que prejudicam a sua posição classificativa.
É pois um jogo recheado de motivos de interesse.
Em que a solidez defensiva do Vitória fora de casa (com quatro golos sofridos é a defesa menos batida do campeonato em jogos fora) fará frente à boa capacidade ofensiva do Paços em casa (com 14 golos é o terceiro melhor ataque caseiro a par de Braga e Farense) enquanto o quinto melhor ataque forasteiro fará frente à terceira melhor defesa caseira.
O Vitória tem melhores jogadores, melhor equipa, melhor plantel.
E por isso tem de se assumir como favorito neste jogo e isso significa entrar a jogar para ganhar e não a ver em que param as modas porque a excelente equipa pacense, nesse caso, pode ganhar uma vantagem de reversão incerta.
Depois de três empates (Benfica, B SAD e Farense) e um empate é o tempo e o adversário certo para retomar o caminhos dos triunfos e consolidar uma candidatura europeia que qualquer outro resultado não porá definitivamente em causa mas...fragilizará.
Acredito na vitória do Vitória.
Depois Falamos.

Pescadores, China

Pantera Negra

Catedral de Brasília

Cientistas

Em torno do futebol gravitam uns "cientistas" capazes das descobertas e invenções mais bizarras que se possa imaginar.
Decidiram tempos atrás que nos lances de fora de jogo, e contrariamente ao que se fazia desde sempre, o fiscal de linha só deve levantar a bandeirola a sinalizar a infracção no fim da jogada e não no momento em que ela, infracção, é detectada.
Um perfeito disparate.
Porque obriga os jogadores a um esforço desnecessário continuando jogadas que vão ser anuladas, aumenta o risco de lesões na tentativa de fazer golo ou de o evitar, cria ilusões (quando a bola entra) que são desfeitas mas deixam a frustração, provoca a irritação dos espectadores agora televisivos mas um dia de regresso às bancadas e em nada defende o futebol.
Uma perfeita idiotice.
Depois Falamos

quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Curioso

 Rio chama "incompetente" a Carlos Carreiras.

Não me lembro, francamente, de alguma vez ter ouvido Rui Rio chamar incompetente a um ministro do governo socialista ou ao primeiro ministro.
Pelos vistos guarda essa dureza verbal para um dos melhores autarcas do seu partido.
Imagino que Carlos Carreiras deve estar pouco importado com isso mas é significativo de uma certa forma de olhar, já para não dizer estimar, o próprio partido.
Depois Falamos.

Basebol

Mirmecóbio

Castelo de Bodiam, Inglaterra

Memória

Rui Rio diz que Rui Moreira " não é pessoa confiável.

Não tenho escrito sobre lideranças partidárias mas neste caso não resisto a fazer um apelo à memória.
Em 2013 Rui Rio completava o seu terceiro mandato como presidente da câmara do Porto e face à lei autárquica não podia ser recandidato.
O PSD através dos seus orgãos concelhios, distritais e nacionais aprovara a candidatura de Luís Filipe Menezes que liderou todas as sondagens durante meses e era visto como inevitável vencedor das eleições.
Mas Rui Rio, nesse tempo, não gostava de Menezes.
E por isso ele e os seus apoiantes mais próximos tudo fizeram para que a candidatura independente de Rui Moreira aparecesse, crescesse e pudesse sair vencedora.
Contra a candidatura do partido de que hoje é líder.
O que veio a acontecer.
E o PSD perdeu a câmara do Porto muito por responsabilidade de Rui Rio.
Nesse tempo já Rui Moreira era empresário, presidente da associação comercial do Porto e a sua família possuidora dos terrenos visados no "caso Selminho".
Rui Rio sabia-o e mais do que o saber tinha, como presidente de câmara, todas as possibilidades de averiguar o que haveria de eventualmente ilegal no processo.
Nada fez.
Apoiou Rui Moreira, festejou o seu triunfo e a derrota do seu próprio partido.
Entretanto Rui Rio zangou-se com Rui Moreira o que não suscita admiração por aí além dado ser especialmente propenso a zangas.
E de promotor da sua primeira candidatura passou a adversário tenaz da segunda e, pelos vistos, vai pelo mesmo caminho na terceira.
Falando agora do que calou antes, dizendo que não é confiável alguém pelo qual não teve pejo em pedir aos portuenses que nele confiassem.
O Rui Moreira de 2013 é o mesmo Rui Moreira de 2021.
Um homem sério, um bom presidente de câmara, um candidato que vai ser facilmente reeleito.
O Rui Rio de 2021 é que não é o mesmo de 2013.
E isso vê-se todos os dias e muito especialmente nas sondagens.
Mas também nestes assomos de moralidade "à la carte" em que adequa às circunstâncias, conforme lhe dá jeito, principíos e valores que deviam ser imutáveis.
Depois Falamos.

Desperdício

Quando se desperdiçam oportunidades de golo como o Vitória despediçou na segunda parte é muito provável que a esse desperdício se junte o desperdício de preciosos pontos como veio a acontecer.
Não tendo feito uma primeira parte de grande nível ainda assim a equipa foi para intervalo a vencer com justiça fruto dos golos de Pepelu e Edwards a que respondeu o Farense com um golo num penalti desnecessário.
Na segunda parte o Vitória dominou por completo mas desperdiçou várias oportunidades por Miguel Luís, Janvier, Bruno Duarte, Edwards para lá de outras em que cortes in extremis dos defesas impediram o golo.
E quando se esperava o terceiro golo vitoriano foi o Farense a chegar ao empate na sequência de um lançamento de linha lateral mesmo jogando em inferioridade numérica desde os 60 minutos. Dois pontos perdidos, a juntar aos três com o Rio Ave, que nos levam no próximo domingo a Paços de Ferreira com três pontos de atraso quando bem podíamos lá chegar com dois de avanço.
A entrarmos na fase crucial do campeonato é tempo de voltar à regularidade dos bons resultados.
Depois Falamos.