O meu artigo desta semana no zerozero.
O campeonato mundial de futebol a disputar na Rússia será, sem sombra de dúvida, o grande acontecimento desportivo do ano a nível planetário e aquele que maior atenção suscitará de todos os amantes do desporto.
O campeonato mundial de futebol a disputar na Rússia será, sem sombra de dúvida, o grande acontecimento desportivo do ano a nível planetário e aquele que maior atenção suscitará de todos os amantes do desporto.
Um mundial de futebol é por natureza uma competição cujo fascínio e
interesse só pode ser comparável com os Jogos Olímpicos face à junção num mesmo
espaço e num mesma prova de desportistas de elite impossíveis de encontrar em
tão grande número em qualquer outra competição.
Tenho bem presentes na memória todos os mundiais a que assisti
(infelizmente apenas via televisão) e não tenho qualquer duvida que muito do
meu gosto pelo futebol vem dessas inolvidáveis competições.
Em 1966, primeiro da minha história enquanto adepto, relembro
naturalmente o grande e surpreendente percurso da selecção portuguesa treinada
por Otto Glória, liderada em campo por Mário Coluna e que revelou ao mundo um
dos maiores futebolistas de todos os tempos chamado Eusébio da Silva Ferreira.
De 1970 recordarei para sempre a fabulosa selecção brasileira treinada
por Mário Zagalo e que juntava em campo talentos extraordinários como Pelé,
Tostão, Jairzinho, Gerson, Carlos Alberto e Rivelino,entre outros, e que se
sagrou com toda a naturalidade campeã mundial dando a “Rei Pelé” o seu até hoje
inatingível terceiro titulo de campeão do mundo.
Em 1974 foi a minha primeira decepção (a de 1966 foi mitigada pela
tenra idade e não perceber ainda muito bem que Portugal podia ter sido campeão
do mundo) quando a “laranja mecânica” holandesa perdeu a final perante a
Alemanha assim se impedindo que a melhor selecção tivesse ganho o campeonato
consagrando o futebol total que praticava sob a liderança do grande Johan Cruyff.
De 1978 recordo essencialmente que a Holanda, já sem Cruyff que se
recusou a participar, voltou a ser a melhor equipa e voltou a perder a final em
casa do adversário num mundial muito marcado pelas suspeitas em volta de uma “miraculosa”
goleada da Argentina sobre o Peru que lhe permitiu o apuramento para as meias
finais.
Em 1982 outra enorme desilusão quando a selecção do Brasil foi
eliminada nos quartos de final perante uma Itália “sádica” e um Paolo Rossi “cínico” ficando pelo caminho a
melhor selecção que me lembro de ver jogar (vá lá a par da Holanda de 1974)
onde pontificavam talentos de excepção como Zico, Sócrates e Falcão.
Quando recordo 1986 recordo Maradona.
E recordo as suas excepcionais jogadas ,os seus grandes golos e
essencialmente aquele momento supremo da História do futebol em que faz à
Inglaterra o mais extraordinário golo jamais visto em mundiais depois de passar
por meia equipa inglesa.
Um Mundial em que uma boa selecção foi campeã graças ao talento
extraordinário de um jogador que fez a diferença.
De Itália/1990, um dos mundiais piores jogados de que me lembro, fica
a memória de uma Alemanha campeã sem mérito especial e de uma Argentina outra
vez levada até á final ao “colo” da genialidade de Maradona e vitima de
arbitragens duvidosas nos dois derradeiros jogos.
Em 1994 o Brasil alcançou o tão longamente ansiado tetra com uma
selecção que privilegiava a eficácia em detrimento do espectáculo e que teve na
dupla Romário/Bebeto os artífices maiores do sucesso.
Em 1998 jogando em casa ,e com uma selecção cheia de talentos
emergentes, a França obteve um titulo que longamente procurava e teve em
Zidane a sua estrela maior mas bem secundado por outros grandes jogadores como
Deschamps, Desailly, Barthez, Djorkaef ou Henry.
No primeiro mundial repartido entre dois países-Coreia do Sul e Japão-
recordo a patética prestação da selecção portuguesa ,culminada com a agressão
de João Vieira Pinto a um árbitro depois de resultados tão dispares como
derrotas com Estados Unidos e Coreia por um lado e uma goleada à Polónia por
outro, e o triunfo final de um Brasil treinado por Scolari e em que brilhavam
Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho com o primeiro deles a fazer os dois golos da final
e a alcançar um titulo que tanto mereceu.
Em 2006 Portugal fez um grande mundial com Ronaldo, Figo e Deco como
figuras maiores e conseguindo chegar às meias finais depois de vencer o seu
grupo (México,Angola e Irão) e eliminando nos “mata mata” equipas poderosas como
a Holanda e a Inglaterra.
Depois,nas meias finais, apareceu a “besta negra” França e um penálti
transformado por Zidane foi o suficiente para nos matar o sonho.
O campeão seria a Itália derrotando a França com aquela cabeçada de
Zidane a Materazzi a ficar como momento insólito do jogo derradeiro que
consagraria a “squadra azurra” e alguns jogadores de imenso talento como Del
Piero, Totti e Pirlo entre outros.
No primeiro mundial africano, disputado em 2010 na África do Sul,
sorte bem diversa para os dois países ibéricos.
Portugal ficaria pelos oitavos de final, eliminado pela Espanha,
enquanto esta selecção se sagraria campeã mundial consagrando o “tiki taka” do
Barcelona importado para a selecção por Vicente Del Bosque e levando à glória
jogadores excepcionais como Xavi e Iniesta.
Derrotada pela terceira vez numa final seria a Holanda que
definitivamente não tem sorte em finais.
O Mundial do Brasil em 2014 não correu nada bem a Portugal eliminado na
fase de grupos em que o empate face aos EUA (após triunfo sobre o Gana) nos
colocou à mercê de um resultado positivo no derradeiro jogo com a Alemanha que
não aconteceu (derrota 0-4) e recambiou a selecção para casa prematuramente.
Seria um Mundial vencido pela Alemanha, outra vez sobre a Argentina
como em 1990, em que o resultado mais destacado seria a inacreditável e
impensável goleada alemã ao...Brasil por 7-1 no jogo de meias finais mais
desnivelado na história de todos os mundiais.
E chegamos à Rússia.
Ao previsivelmente último mundial dos dois maiores génios da última
década do futebol-Ronaldo e Messi- e sobre o qual não faltará oportunidade de a ele nos referirmos neste espaço ao longo
dos próximos meses.
Para já fica apenas um desejo.
Que consagre como campeão do mundo um desses dois génios.
Preferencialmente, como é óbvio, Cristiano Ronaldo. Se não for
possível então que ganhe a Argentina de Leo Messi.
O futebol merece uma consagração dessas!
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