quarta-feira, maio 02, 2018

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A Marktest publicou recentemente um estudo, com base em dados do INE, que demonstra que nos primeiros dezasseis anos deste século a imprensa regional do Continente (as ilhas não são abrangidas por este estudo) perdeu cerca de 28% das suas publicações diminuindo o seu número dos 1674 títulos existentes no ano 2000 para os 1212 existentes em 2016.
Ou seja 462 jornais e revistas, talvez mais porque entretanto também apareceram novas publicações, encerraram portas ou suspenderam indefinidamente a sua publicação neste período de tempo.
E se há concelhos (39) em que o número de publicações periódicas aumentou e outros (100) em que se manteve inalterável em 139 concelhos o número diminuiu ao ponto de existirem hoje em Portugal 96 concelhos sem qualquer publicação periódica.
Dando-se o casos de em quarenta e seis concelhos que em 2000 tinham entre uma e cinco publicações não existir hoje nenhuma!
São dados preocupantes.
Porque se por um lado reflectem de forma indubitável a perda de hábitos de leitura de jornais e revistas por muitos portugueses que preferem outro tipo de leituras ou de obtenção de informação (televisões, internet, etc) por outro lado significam uma clara perda para a democracia porque são espaços noticiosos, de publicação de opiniões e de exercício do contraditório que desaparecem e em concelhos e regiões que deles tanto careciam dada a macrocefalia infomativa das televisões.
Guimarães não foge a essa triste realidade.
Em termos de informação geral tem hoje o "sobrevivente" "Comércio de Guimarães", o recente "Mais Guimarães"(incluindo a revista), a revista "Bigger", o "Reflexo" e o "Lordelo Jornal"(de publicação mensal) , o "Desportivo de Guimarães" (dedicado à informação desportiva) e creio que em termos de publicação regular...mais nada.
Depois tem ainda os jornais digitais "Guimarães Digital ", "Duas Caras" e "Reflexo Digital" mas não é dessa realidade que este texto se ocupa mas sim dos jornais e revistas impressos.
Pode considerar-se que, apesar de tudo, não é um panorama desanimador face ao que se vê em tantos lados.
Mas mesmo assim faz reflectir que na última década o concelho tenha perdido jornais com décadas de existência como o "Notícias de Guimarães", o "Povo de Guimarães", o "Expresso do Ave" (antes Toural) ou que se publicaram por períodos bastante menores mas que ainda assim tiveram o seu espaço como foram os casos do "Tribuna de Guimarães" e do "Semanário de Guimarães".
Seriam jornais a mais?
Talvez.
Mas em questões de pluralidade democrática, de espaços de opinião, de possibilidade de contraditório, de abrangência de todos os sectores  , de investigação, de isenção e independência mais vale a mais do que menos!
Depois Falamos

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