quarta-feira, janeiro 06, 2021

A "SICalhada"

Em plena campanha eleitoral para as presidenciais, com o líder do Chega a ser candidato, a SIC não arranjou melhor para fazer do que transmitir uma suposta investigação sobre esse partido.
Que beneficiando ou prejudicando André Ventura nunca devia ter sido transmitida em período eleitoral por razões tão óbvias que me dispenso de as enunciar.
Uma tipo de "encomenda" a que a SIC já nos habituou, de que há antecedentes (por exemplo a inenarrável entrevista de Clara de Sousa a Pedro Santana Lopes poucos dias antes das directas do PSD em 2018) e que traduz bem a forma como essa estação televisiva se presta a um tipo de intenvenção que não tem o bom jornalismo como beneficiário mas apenas os interesses de quem nela manda directa ou indirectamente.
Para o presente frete a SIC escolheu o mais fanático dos seus SICários, um Pedro Coelho em que até o olhar traduz o fanatismo, arranjou um cenário ridículo no Aqueduto das Águas Livres mais digno da saga Harry Potter do que de uma investigação jornalística (mas percebe-se a sugestão tendenciosa que queriam transmitir) e emitiu o primeiro de dois episódios que basicamente constou de entrevistas a ex dirigentes do Chega que ressabiados pela saída disseram mal de quem ficou, pela passagem de umas gravações inócuas de umas conversas telefónicas que apenas atestam o carácter de quem procedeu às gravações sem conhecimento dos interlocutores, a insinuação de revelações feitas por gente não nomeada e que não quis dar a cara o que diz tudo sobre a sua credibilidade e uma imagens do congresso do Chega que nada tem de especial.
Sem esquecer a reportagem junto de alguns ciganos que manifestaram o desejo de terem trabalho algo que é comum a muitos portugueses.
Uma reportagem como esta podia ter sido feita no PS, no PSD, no BE, no PCP, no CDS ou em qualquer outro partido porque situações como as narradas existem em todos eles e se calhar com contornos piores.
Mas em décadas de existência nunca a SIC quis investigar os meandros desses partidos pese embora o interesse que tal seguramente teria.
Está mais interessada no Chega, que nem dois anos de existência tem, porque é o alvo a abater e todos os meios valem para atingir os fins.
Em suma mais uma "SICalhada" que define bem a falta de nível, isenção e credibilidade a que essa canal chegou e a que apenas o quinhão que lhe toca dos 15 milhões com que o governo brindou a comunicação social evitará transtornos imediatos.
Depois Falamos

P.S. Não sou militante nem eleitor do Chega como é sabido. Mas sou um cidadão que não prescinde do seu direito à indignação perante estes atropelos que a comunicação social se acha no direito de praticar. De que a SIC é dos piores exemplos mas não caso único.

2 comentários:

Anónimo disse...

É por isso, que o meu voto será Ventura! Não por que concorde com tudo que ele diz,mas neste triste País,em que esta esquerdalha o transformou, temos que lhe dar força!
J.M.

luis cirilo disse...

Caro J.M.
E como o seu o de muitos que estão fartos daquilo em que a esquerda transformou Portugal. Acho importante que Ventura consiga ficar em segundo lugar à frente das malcriadas de esquerda. E pode ser que sim