quarta-feira, abril 05, 2017

O Nosso 14

Quis o (quase) malfadado destino que fosse num jogo a eliminar, ou seja num "mata,mata", que o Vitória tenha tido o seu maior "apagão" da época que quase lhe custava a presença na sua sétima final da Taça de Portugal e terceira nos últimos seis anos.
Acredito que a paragem da liga a que se sucedeu a excessiva rotação de jogadores no jogo com o Nacional mais a convicção de que eram "favas contadas" criou uma cultura de facilidade para este jogo que nos ia saindo muito cara e que apenas Douglas conseguiu evitar naquela dramática defesa do pénalti aos 90 minutos.
Defesa vacilante, meio campo lento e sem soluções e um ataque que foi apesar de tudo o sector menos mau mostraram um Vitória praticamente irreconhecível para os largos milhares de adeptos que,ainda por cima, lhe permitiram jogar em casa.
Salvou-se o apuramento. E espera-se que equipa técnica e jogadores tenham tirado as devidas ilacções.
Individualmente:
Douglas: Formou com Hernâni e Zungu o trio dos melhores vitorianos na noite de ontem. "Traído"pelas falhas da defesa nos golos flavienses, embora no segundo ficasse a sensação de que podia ter feito mais qualquer "coisinha", acabou por ser decisivo para o apuramento com a defesa do pénalti dando assim uma resposta cabal aos que ,com muita falta de memória, tem posto em causa o seu valor.
Bruno Gaspar: A defender menos mal mas a atacar longe de outras exibições. Deu a sensação de ser daqueles a quem a paragem fez pior.
Josué: Uma exibição longe dos seus melhores dias. O centro da defesa vitoriana, ao contrário do habitual, esteve mal.
Pedro Henrique: Tal como Josué fez uma exibição muito irregular com responsabilidade especial no terceiro golo.
Konan: Até ele, que vinha fazendo exibições em crescendo,esteve claramente aquém do seu valor. Mesmo a atacar longe do que já lhe vimos fazer.
Rafael Miranda: Deve ter feito uma das exibições mais discretas com a nossa camisola. Lento, sem soluções de transporte de bola ainda cometeu um penálti desnecessário e incompreensível num jogador com a sua experiência.
Celis: Lento, sem assertividade, foi bem substituído. Até podia ter sido mais cedo.
Hurtado: Discreto. Muito jogo para o lado e para trás .Teve uma boa oportunidade na primeira parte mas demorou uma imensidão a rematar. Bem substituído.
Marega: Não fez um grande jogo mas foi dos que mais lutou e fica ligado a este apuramento pelo golo decisivo que apontou.
Rafael Martins: Muito discreto e sem oportunidades de marcar. Bem substituído.
Hernâni: O melhor jogador do Vitória neste jogo. Por ele passou tudo de melhor que a equipa fez ofensivamente desde o cruzamento para o golo de Marega até quatro remates que obrigaram,em três deles, o guarda redes adversário a boas intervenções. Podia ter sentenciado a eliminatória mais cedo num lance em que se isolou se tivesse rematado melhor ou cedido a bola a Marega.
Foram suplentes utilizados:
Zungu: A sua entrada resultou em claro benefício para a equipa que passou a ter um médio rápido, pressionante e a jogar para a frente. No actual momento de forma "tem" de ser titular.
João Aurélio: Ajudou a estabilizar o meio campo e a dar-lhe mais capacidade de luta e de pressão.
Rapnhinha: Esperava-se Texeira (era importante  a equipa ter um ponta de lança capaz de segurar a bola dando tempo à equipa para subir) mas a opção foi pelo jovem brasileiro. Que não teve grande oportunidade de brilhar.
Não foram utilizados:
Georgemy, Prince, Tozé e Texeira.

Melhor em campo: Hernâni

Foi um dia mau, que a todas as equipas acontece, mas felizmente foi possível controlar os danos e assegurar o essencial que era o apuramento para o Jamor.
Estou certo que jogadores e equipa técnica saberão recolher os ensinamentos deste noite de Chaves de molde a no regresso à liga poderem assumir-se como principais favoritos ao quarto lugar que já ocupam.
Espera-se que domingo, face ao Tondela de tão decepcionante memória,a equipa já dê cabal afirmação dessa vontade de conquistar o "nosso" quarto lugar.
Depois Falamos

4 comentários:

Saganowski disse...

Foi um péssimo jogo, mas que acabou por ser a derrota mais saborosa em jogos da Taça de Portugal.
Não sei se as responsabilidades desta derrota (que quase pôs em risco o apuramento) se devem unica e exclusivamente à equipa. E digo isto porque o Chaves é uma boa equipa, fez um grande jogo e mereceu ganhar. Se merecia ir ao Jamor, isso já não acho, pois o que conta nestes jogos é o resultado das duas "mãos" e no compto geral, o Vitória merceu, face ao resultado obtido em Guimarães.

Mas fica a lição de que, se o Douglas não tivesse defendido aquele penalti, outro seria o estado de espírito dos vitorianos e as críticas seriam incessantes e deveras fortes para com a equipa.

Urge fazer uma análise séria a este jogo (que tenho a certeza que Pedro Martins fará) com a equipa, dar ânimo aos jogadores, mas ao mesmo tempo chamar-lhes a atenção e responsabilizá-los pelo que poderia ter acontecido, para que não se volte a repetir até ao fim da época (Final da Taça incluída).

luis cirilo disse...

Caro Saganowski:
O essencial é tirar ensinamentos deste jogo para que nunca mais se repitam exibições tão falhas de qualidade.
Claro que o Chaves teve mérito e provavelmente merecia mais que ninguém vencer esta edição da Taça depois do percurso que fez.

JRV disse...

Caro Cirilo,

Apenas para apontar um curioso antagonismo. Um dos finalistas, o Vitória, chega à final de oeiras apesar de prejudicado com um golo em fora-de-jogo; o outro, o buraca, chega à final por ter beneficiado de um golo em fora-de-jogo. Típico!

Cumprimentos,

luis cirilo disse...

Caro JRV:
É uma curiosidade que já aproveitei para o meu próximo artigo no site zerozero.
E como já lá tenho uns "admiradores" benfiquistas admito que vão ficar a "admirar-me" ainda mais.
E que bem que durmo para esse lado...