A maioria dos treinadores, para não dizer a totalidade, não gosta de interrupções nos campeonatos quando as suas equipas estão em bom momento, a conseguirem exibições e resultados, funcionando como máquinas bem afinadas a que qualquer interrupção de ritmo pode ser prejudicial.
O Vitória em termos de campeonato e taça vinha de uma sucessão de bons resultados (e o menos bom ,empate caseiro com Estoril,tem muitas atenuantes de que todos nos recordamos) e por isso a paragem para o campeonato para os jogos da selecção somada à "paragem" na Madeira da maioria dos titulares numa "poupança" que na altura considerei exagerada levou a que ontem víssemos uma equipa abaixo daquilo a que vínhamos assistindo nas ultimas largas semanas.
Uma equipa que entrou relaxada, algo sobranceira até, e sofrendo um golo aos 46 segundos de jogo (!!!) demonstrou uma enorme dificuldade em ganhar um ritmo de jogo que lhe permitisse dominar o adversário e "matar" a eliminatória o mais depressa possível.
É verdade que se jogou mais tempo no meio campo flaviense, é igualmente verdade que a posse de bola foi superior (dispenso-me de citar ...Jorge Simão) mas isso não tinha resultados práticos face à lentidão com que se jogava e ao futebol lateralizado e sem progressão que exibia.
E quando a isso se somou uma tremenda fragilidade defensiva consubstanciada em dois cruzamentos e dois golos (o segundo bem anulado por fora de jogo) percebeu-se que com quase uma hora para jogar o apuramento para o Jamor ia dar muito trabalho até porque ofensivamente o melhor que o Vitória fez foi uma tentativa de chapéu de Hernâni e um lance na área adversária em que Hurtado perdeu demasiado tempo antes de tentar rematar.
Na segunda parte o panorama não foi muito diferente.
A equipa melhorou, é verdade, com a entrada de Zungu para o lugar de um apático Celis e depois com a de João Aurélio para a do igualmente apático Hurtado mas se em termos de meio campo as coisas melhoraram em termos ofensivos nem por isso.
E quando pouco depois da hora de jogo o Chaves fez 3-0 temeu-se mesmo que o Jamor se transformasse numa dolorosa miragem face à forma como o jogo estava a decorrer e à segurança com que o adversário se vinha exibindo.
Valeu que no primeiro momento feliz da equipa um livre de Hernâni foi bem aproveitado por Marega, fazendo o golo que nos recolocava na rota do apuramento, e a partir daí assistiu-se ao melhor momento do Vitória que por três vezes esteve perto do golo que arrumaria,sem dor, a eliminatória.
Três lances de Hernâni, o melhor vitoriano na noite de Chaves, a obrigar António Filipe a três excelentes intervenções; a primeira num livre directo, a segunda num excelente remate cruzado e a terceira num lance em que o 9 vitoriano se isolou,aproveitando escorregadela de um defensor, mas depois optou por rematar à entrada da área quando tinha Marega isolado e em excelente posição para fazer o golo.
Pensou-se que o assunto estaria resolvido porque o Vitória estava num bom momento.
Pensou-se...
Mas a verdade é que o sofrimento imerecido para os espectaculares adeptos vitorianos nunca cessa e aparece quando menos se espera e assim foi uma vez mais.
Num lance em que a defensiva vitoriana de forma atabalhoada não conseguiu despachar a bola para longe acabou por ser cometido um pénalti, desnecessário, que elevou o sofrimento dos adeptos para níveis difíceis de imaginar para quem não estivesse naquelas bancadas.
Paradoxalmente foi o segundo momento feliz da noite.
Porque fruto da categoria de Douglas não foi golo e o Vitória conseguiu o apuramento para o Jamor depois de uma noite de sofrimento de que nenhum adeptos estaria à espera e com uma exibição muito abaixo do exigível.
Mas estamos apurados e esse era o objectivo principal.
Agora há que recuperar os níveis exibicionais, voltar a ganhar uma auto confiança que ontem terá ficado abalada apesar do apuramento, rodar um ou outro jogador mas não tantos como no Funchal e centrar a equipa no grande objectivo imediato que é a conquista do quarto lugar.
No Jamor, e na final com Benfica ou Estoril, há tempo para pensar depois do fim do campeonato.
Fábio Veríssimo fez , com um outro erro sem influência no resultado, um bom trabalho.
Nos lances mais polémicos decidiu muito bem.
Há fora de jogo no lance do "golo" de Rafael Lopes e o penalti é penalti.
Depois Falamos.
8 comentários:
Algumas notas sobre o jogo:
- o Zungu é titular nesta equipa, penso que será um dos nossos pilares, se não for vendido por meia dúzia de bolas;
- Rafael Miranda faz um penalti completamente desnecessário, pois estava rodeado de defesas do vitória, e ainda para mais, numa altura que não havia tempo para dar a volta ao resultado;
- O marcador do penalti de seu nome Braga: saiu o tiro pela culatra. Quer-me parecer que o marcador do penalti não foi escolhido ao acaso, penso que houve algum sarcasmo por parte do treinador do Chaves.... Mas correu mal, pois foi o Braga que nos colocou na final...pois há mérito do nosso guarda-redes adivinhar o lado, mas diga-se que também foi muito mal marcado.
Caro Cirilo,
Exibição cinzenta, responsabilidade do estratega e das suas escolhas, a que se somou um adversário tremendamente afortunado e eficaz, que fez pouco para a vantagem que conseguiu obter.
Isto é futebol e não existiria problema nenhum não fosse a circunstância de, uma vez mais, um apitador ter decidido ser protagonista.
Senão vejamos...
O segundo golo do chaves é precedido de um evidente fora-de-jogo de posição, de vários jogadores, que alguém optou por ignorar.
O penalty assinalado em cima do minuto 90 é muito forçado e não faz sentido à luz do critério adoptado ao longo do jogo, em lances dentro e fora das áreas. Sem grande dificuldade consigo indicar-lhe três lances na área do chaves em que, à luz desse critério restrito, teria que ter sido assinalado penalty. E não foi.
Estranha também a circunstância de que a única equipa admoestada ao longo do jogo tenha sido a do Vitória, isto apesar de a do chaves ter feito mais faltas...
No resto, é preciso trabalhar para evoluir, mas dispensam-se estes serviços de encomenda de apitadores.
Cumprimentos,
Caro ON:
Quanto ao Zungu e ao Rafael Miranda concordo com a análise. O Zungu especialmente creio que pode atingir um alto nível.
Quanto ao penalti foi marcado para um dos lados ,e com um remate forte,pelo que me parece haver mais mérito do Douglas que demérito do Braga.
Caro JRV:
Não estamos de acordo quanto ao árbitro. É verdade que ele disciplinarmente não foi coerente e daí o Vitória ter saído mais amarelado.Por isso falei em erros sem influência no resultado.
Quanto ao penalti é mesmo penalti. Foi à minha frente e disse logo para quem estava ao lado que era bem marcado. Não há penaltis forçados. Ou é ou não é. Quanto a outros lances idênticos só me posso pronunciar sobre aquela grande área. A outra era longe e via-se mal. Naquela não vi mais nenhum penalti
Eu concordo plenamente com o JRV. Análise muito correta e acertada, na minha opinião.
Deste apitador temos muita razão de queixa. Desde sempre. Também ele não teve competência nem personalidade para um jogo desta dificuldade.
O Pedro Martins tem muita responsabilidade no que se passou do nosso lado. Ele é o responsável único pelas mas nas opções técnicas que toma. E não tem sido assim tão poucas.
José Vieira Castro
O jogador que veio emprestado de Lisboa pode ser recambiado. Temos melhor em casa, zungu tem muito mais categoria. Ontem foi sofrer a vitória, nunca temos uma vitória fácil. H. M.
Caro José Vieira de Castro:
Tirando a parte disciplinar em que o achei permissivo face a algumas faltas dos jogadores do Chaves no resto acho que não temos razão de queixa.
Quanto ao Pedro Martins também acho que ele não esteve bem. Nem em Chaves nem na Madeira.
Caro H.M.
Acho que tem de ser feita uma gestão inteligente da utilização do Célis. Sendo certo que neste momento o Zungu merece ser titular
Caro Cirilo,
O 2º golo do Chaves é fora de jogo.
Caro Rui Saavedra:
Há árbitros que marcam e outros que não. Depende de nos respectivos critérios considerarem,ou não, que os jogadores em fora de jogo estorvaram a acção do guarda redes.
O Próprio "International Board" tem tido dificuldade em definir uma regra.
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