O Nosso 14

Faz parte do típico ADN português, a que alguns chamam o "nacional porreirismo", o considerar que tudo está bem quando acaba bem e nem vale a pena discutir mais o assunto.

Essa forma de pensar adequa-se bastante bem ao Nacional-Vitória , porque a equipa vitoriana fez uma exibição agradável e conseguiu ganhar pese embora a aflição final, mas todos sabemos que entre o acabar bem e o acabar menos bem apenas esteve a coragem do árbitro Rui Costa sem a qual estaríamos hoje a lamentar amargamente não termos aproveitado mais um deslize do "divertido" Braga de Jorge Simão.

Tudo isto para dizer que nem o resultado final me dissuade de pensar que Pedro Martins arriscou demasiado, promovendo nove alterações na equipa, quando pese embora a debilidade deste irreconhecível Nacional seria de ter abordado o jogo de forma menos arrojada.

Individualmente:

Douglas: Uma exibição segura sem culpa no golo.

Sacko: Uma estreia em cheio. Velocidade, controle de bola, bons movimentos ofensivos, marcação implacável aos adversários e a certeza de que está ali um jogador de excelente futuro.

Prince: Acusou a falta de minutos com algumas desatenções e um jogo a puxar para o faltoso.

Pedro Henrique: Bela exibição a comandar a defesa sem erros.

Rubém Ferreira: A epoca não lhe tem corrido nada bem e este jogo não fugiu à regra. Se a atacar ainda teve apontamentos interessantes a defender esteve francamente mal. E a primeira missão de um defesa é ...defender.

Rafael Miranda: Exibição tranquila a controlar os andamentos do jogo e um golo de boa execução.

Zungu: A jogar cada vez melhor assume um papel preponderante no meio campo do Vitória face à visão de jogo e ao excelente toque de bola. Está no seu melhor momento e só lhe falta ganhar poder de choque. Assunto que se resolve com trabalho de ginásio.

João Aurélio: Jogou sobre a direita, provavelmente com indicações para auxiliar Sacko se necessário (não foi...)e procurando ser um dos primeiros a pressionar as saídas do adversário para o ataque. Um bom jogo.

Raphinha: Sem Hernâni nem Marega no onze competia-lhe ser a gazua que ajudasse a abrir a defesa adversária. O que fez por várias vezes com jogadas velozes e usando a sua capacidade de drible.

Texeira: Tal como Zungu não fez a pré época e chegou depois de uma paragem relativamente longa. Está agora no seu melhor momento e deixando indicações de valor muito interessantes. Mais um excelente golo, um remate de cabeça que proporcionou a Adriano a defesa da noite, e grande participação no jogo tabelando com colegas, pressionando adversários, segurando a bola e ganhando lances divididos.

Sturgeon: Começou bem, mostrando dinâmica e vontade de agarrar a oportunidade. Infelizmente lesionou-se cedo e acabou a primeira parte em dificuldades sendo substituido ao ntervalo.

Foram suplentes utilizados:

Marega: Entrou ao intervalo e foi uma dor de cabeça para a defensiva adversária. Não marcou mas trabalhou muito e teve algumas arrancadas empolgantes. Parece,também ele, em bom momento.

Celis: Refrescou o meio campo mas sem oportunidade de realces.

Hernâni: Jogou os ultimos 13 minutos e tambem foi uma dor de cabeça para os seus marcadores.O lance do segundo golo nasce de uma insistência sua.

Não foram utilizados:

Miguel Silva, Denis Duarte, Bernard e Rafael Martins

Melhor em campo: Texeira

Pese embora ter arriscado, do meu ponto de vista em demasia, Pedro Martins teve a satisfação não só de vencer o jogo e subir ao quarto lugar como também de confirmar que no plantel tem outras soluções para lá das mais utilizadas o que certamente lhe dará mais conforto para as sete "finais" que faltam na Liga e para os dois jogos da Taça que poderão levar à glória no Jamor.

E dos adeptos não lhe faltará, seguramente, um apoio inexcedível para a conquista da Taça de Portugal e a obtenção de mais um quarto lugar no campeonato.

Depois Falamos