quarta-feira, agosto 30, 2017

Publicidade

A época passada o Vitória fez uma boa campanha.
Conseguiu um quarto lugar que lhe andava a fugir há muito tempo, disputou a final da Taça de Portugal e apurou-se directamente para a fase de grupos da liga Europa.
Esta época participa em cinco competições (embora uma delas num jogo só como foi o caso da Supertaça) , nomeadamente na Liga Europa que é uma grande montra publicitária a todos os níveis, e tem assegurada uma presença maior que o habitual nos ecrans televisivos por força dessa participação europeia que lhe garante no mínimo a disputa de seis jogos.
Tudo excelentes "cartões de visita" para a imagem do clube e dos patrocinadores que se lhe associem.
Contudo, e estranhamente, as camisolas continuam sem patrocinador!
Depois de na época passada, numa política de marketing que não se segue em lado nenhum e cujos resultados não são conhecidos, o clube ter andado a vender a camisola jogo a jogo (quando apareciam compradores é claro...) permitindo que por ela passassem patrocinadores algo...insólitos, digamos assim, este ano assiste-se ao vazio puro e duro.
Vazio na supertaça, vazio nas quatro primeiras jornadas do campeonato, vazio sabe-se lá até quando.
E não se percebe porquê.
Benfica,Porto,Sporting, Braga e Marítimo, os outros "europeus" portugueses, todos eles tem patrocinadores para as camisolas como é normal sendo certo que muitas outras equipas da Liga também os tem.
O Vitória ,mais uma vez, não.
Porquê?
Depois Falamos

domingo, agosto 27, 2017

O Nosso 14

"Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão" é um velho ditado popular que adaptado ao actual Vitória podia sair mais ou menos assim; "Em plantel onde faltam soluções por mais que se mude não se acerta nas decisões".
É o caso de Pedro Martins que mesmo mudando quatro jogadores em relação ao jogo com o Sporting não só não tirou grande proveito disso como ainda permitiu o adensar de nuvens cinzentas sobre a competitividade desta equipa.
Individualmente:
Douglas: Foi uma das novidades e no muito pouco que teve para fazer correspondeu plenamente.
João Aurélio: Cumpriu com destaque para o esforço ofensivo.
Josué: Não teve problemas nem os criou.
Pedro Henrique: Não está no seu melhor física e psicologicamente. Desviado para lateral depois da lesão de Vigário ainda se notou mais.
Vigário: Azarado. Uma lesão retirou-o prematuramente do jogo.
Rafael Miranda: Apareceu no lugar de Zungu sem se perceber para quê. Muito discreto.
Célis: Pouco trabalho defensivo procurou empurrar a equipa para a frente.
Hurtado: Pouco interventivo esteve no lance que podia ter dado outro desfecho ao jogo
Hélder Ferreira: Correu a frente de ataque procurando servir os companheiros e sem receio de arriscar. Uma exibição bem positiva.
Rafael Martins: Outra das novidades integrando a particular "roleta" de pontas de lança que o treinador tem utilizado. Esforçou-se mas na única oportunidade que teve atirou ao lado.
Raphinha: Alguns bons apontamentos em lances em que utilizou a velocidade e o poder de drible.
Foram suplentes utilizados:
Jubal: Estreia marcada pela participação no lance da expulsão do jogador pacense. No resto cumpriu.
Estupinám: Lançado para reforçar o ataque não teve ensejo de destaque.
Kiko: Uma estreia prometedora. Bem a distribuir jogo ainda teve o melhor remate do Vitória em toda a segunda parte. A acompanhar com atenção este jovem formado no clube.
Não foram utilizados:
Miguel Silva, Zungu, Sturgeon e Texeira

Melhor em campo: Hélder Ferreira

A equipa precisa de reforços.
No mínimo quatro e que sejam verdadeiros reforços para entrarem na equipa e não para andarem entre equipa inicial e banco.
Faltam quatro dias para fechar o mercado e, embora já não seja possível recuperar o perdido (supertaça e oito pontos em quatro jogos), ainda é tempo de consolidar um plantel que possa fazer frente às quatro competições em que estamos honrando o nosso símbolo e dignificando a nossa camisola.
Sem prejuízo de se considerar que esta época foi estranhamente mal preparada.
Depois Falamos.

Reckingen, Suiça



Mais do Mesmo

Paços de Ferreira nunca foi, com raras excepções, uma deslocação fácil para o Vitória.
É verdade que já de lá regressamos com grandes triunfos mas é igualmente verdade que noutras ocasiões voltamos vergados ao peso de resultados desfavoráveis e que num caso (aquele do auto golo do Dragoner nos instante finais) até contribuiriam para funestos desfechos.
Ontem sabia-se que um Vitória a realizar um péssimo inicio de época iria a Paços defrontar a pior equipa local de que me lembro na última década pelo que existia a legítima expectativa de que o jogo pudesse de alguma forma ser a inversão de uma sucessão de maus resultados.
Pedro Martins mexeu na equipa, em dois casos (Miguel Silva e Zungu) de forma incompreensível, mas o resultado das mexidas foi nenhum porque aquilo a que se assistiu foi à repetição do visto em ocasiões anteriores.
É verdade que defensivamente melhoramos porque não sofremos golos (embora o Paços tenha marcado um invalidado por fora de jogo num lance que deixou algumas duvidas) mas isso é indissociável da fragilidade ofensiva pacense e do facto relevante de os "castores" terem jogado toda a segunda parte em inferioridade numérica.
De resto foi mais do mesmo.
Um meio campo pouco dinâmico, a que a troca de Zungu por Rafael Miranda nada beneficiou, e processos atacantes que pouco incomodaram a defensiva pacense porque idas à linha quase não houve e bolas despejadas para a área foram facilmente anuladas pela defensiva e guarda redes.
Trocando pela terceira vez de ponta de lança titular (desta vez na "roleta" saiu a vez a Rafael Martins)mas continuando sem os  municiar de forma adequada o Vitória apenas criou perigo em alguns remates de meia distância (Rafael Martins, Hélder Ferreira, Kiko) porque dentro da área o "autocarro" local impunha regras e os pontas de lança vitorianos (Estupinam juntar-se ia a Rafael no inicio do segundo período) não punham pé em "ramo verde" como costuma dizer-se.
Em boa verdade nada que destoasse do que se tem visto desde a supertaça.
E por isso o Vitória,a precisar de pontos para se manter na longa luta pelo quarto lugar, regressou a Guimarães com o magro pecúlio de apenas um conquistado num jogo que até pelas incidência do mesmo tinha tudo para lhe proporcionar os três.
Faltam quatro dias para encerrar o mercado.
E embora já nada possa ser feito para recuperar uma supertaça ingloriamente perdida e os oito pontos perdidos em quatro jogos ainda pode ser feita alguma coisa para que ao encerramento do mercado não corresponda também o encerramento da nossa época em termos de ambições compatíveis com a nossa grandeza.
Resta falar do árbitro. E do vídeo árbitro.
Neste jogo apenas numa situação,a do "golo" de Hurtado, houve consulta ao VAR.
E embora a falta de Pedro Henrique no inicio da jogada pareça ter existido, e assim sendo o VAR esteve bem na análise, é inaceitável que o árbitro tenha deixado prosseguir a jogada durante tanto tempo quando já havia recebido indicação do assistente sobre a possível falta do defesa vitoriano.
Continuo a ser um defensor das ajudas tecnológicas ao árbitro em lances polémicas.
Mas também continuo completamente convencido de que quem em Portugal de apito na boca ajuda a inclinar os campos a favor de três clubes nunca atrás de um ecran pugnará pela verdade desportiva.
O "Sistema" existe!
Também aí é mais do mesmo.
Depois Falamos.

P.S. Por falar em mais do mesmo há que realçar o espectacular apoio dos adeptos vitorianos à sua equipa. E aí o mais do mesmo é completamente positivo!
Pena é que no Vitória de hoje a excelência se resuma às bancadas.

sexta-feira, agosto 25, 2017

Bandeiras e Afins

Um partido político, já o sabemos, não pode ser visto e vivido com a paixão que muitos de nós dedicam aos seus clubes desportivos e a tudo que os envolve.
São realidades diferentes.
Mas na militância política, e dela levo quarenta e dois anos bem contados, para lá dos valores iedológicos, das afinidades programátivas, da identificação como modelo de sociedade preconizado há também espaço à emoção e aos valores não escritos.
Da admiração pelos lideres que a mereceram, às memórias dos grandes momentos e das grandes vitória passando pelo hino, pela bandeira, pela cor do partido.
Que são as "âncoras" afectivas que permitem superar os maus momentos, as derrotas, os tempos em que com dificuldades nos revemos nalgumas políticas, nalgumas opções e nalguns protagonistas.
Ao longo destes 42 anos de PSD/JSD já fiz, já participei, já assisti a largas dezenas de campanhas eleitorais .
Como mero espectador/eleitor, como candidato a diversos orgãos, como responsável a vários níveis-do concelhio ao nacional- dessas campanhas.
E por isso já estive em campanhas com o PSD sozinho e com o PSD em coligação.
Numas com a nossa "cara"  e noutras com uma "cara" comum" às outras forças políticas com que o PSD concorria coligado como é normal acontecer nessas ocasiões.
Sendo certo que o que importa é a qualidade do que se propõe aos eleitores ,e a qualidade dos que se propões levar esses programas a cabo , sendo muito menos importante a cor das bandeiras, os hinos que tocam ou a cor dos materiais de propaganda não deixo de dizer que é sempre um grato prazer estar numa campanha em que as bandeiras laranja marcam presença (para lá das próprias da candidatura) e em que as sessões começam e acabam com o "Paz,Pão,Povo e Liberdade" de tão gratas memórias.
É, de alguma forma, um reencontrar com o PSD "profundo" que ainda existe em muitos lados mas que está "desaparecido" noutros por força da ditadura da aritmética que obriga a juntar forças que sem esse contexto provavelmente não se juntariam.
Mas é ,também, um tónico revigorante ver tanta gente com a nossa bandeira e o nosso hino, unida pelos nossos valores, num tempo em que alguns por conveniências meramente pessoais renegam o que defenderam toda a vida.
Depois Falamos

Sorteios...

Já sabemos que sorteios são sorteios e que nem sempre o que parece é pelo que cada clube terá as suas legítima expectativas de ultrapassar a fase de grupos e seguir em frente naquela que é, porventura, a mais apaixonante competição do futebol mundial.
Dito isto é evidente que a sorte e o azar dos clubes portugueses ,no sorteio de ontem , foi muito diferente.
A "fava" saiu ao Sporting.
Porque sem por em causa a valia da equipa leonina, e muito menos o seu desejo de seguir em frente, parece-me evidente que Barcelona e Juventus são "areia" a mais para a sua camionete.
Os jogos o confirmarão, ou não, mas parece-me que o tentar apurar-se para a Liga Europa é o mais realistíco que se pode antever no futuro sportinguista.
Ao contrário do vizinho do outro lado da rua o Benfica parece-me a equipa portuguesa com mais possibilidades de seguir em frente.
Tem o Manchester United pela frente,é certo, mas nem os ingleses são o "papão" de outros tempos (embora estejam a fazer um início de época arrasador) nem o Basileia e CSKA são equipas de assustar os encarnados.
Não podem ser subestimados, é claro, mas estão perfeitamente ao seu alcance.
Ao Porto saiu um grupo "manhoso".
Dois clubes que beneficiam do muito dinheiro "estranho" que anda no futebol (Mónaco e Leipzig) e um que encerra os perigos do futebol turco com aqueles ambientes muito complexos que condicionam, e muito, os intervenientes dos jogos.
Ainda por cima reforçado com Quaresma e Pepe dois jogadores de gratas memórias no Dragão.
Penso que o Benfica passa, o Porto tem boas possibilidades de passar mas com escolhos diversos no caminho e o Sporting dificilmente passará face aos adversários que tem pela frente.
Mas nada como deixar os jogos acontecerem.
Depois Falamos

terça-feira, agosto 22, 2017

Vitória e Sporting de Braga

O meu artigo desta semana no Duas Caras.

Como vitoriano quero ganhar sempre ao Braga.
Em futebol e em todas as outras modalidades que ambos pratiquem.
Jogo oficial,jogo particular,treino ou seja lá o que for.
É o adversário sobre o qual os triunfos dão mais prazer e as derrotas mais aborrecem.
Acredito que em Braga se passa precisamente o inverso no âmbito da maior e mais antiga rivalidade de Portugal.
Porque enquanto as rivalidades entre os três estarolas (SLB/FCP/SCP) tem umas dezenas de anos, e existem entre dois clubes da mesma cidade ou perante um clube a 300 klm de distância,a existente entre Vitória e Braga tem quase mil anos e tem muito mais substância que os efémeros sucessos desportivos!
Porque antes de ser (ou seja antes de os clubes existirem) já o era.
Entre duas comunidades vizinhas que há muitas centenas de anos são rivais e das quais Vitória e Braga são hoje apenas a face mais visível dessa milenar rivalidade.
Nos últimos anos, lamentavelmente,essa rivalidade desportiva entre dois dos maiores clubes de Portugal tem descambado em algumas manifestações de violência que nada tem a ver com o desporto ou até com a tal rivalidade.
São manifestações que não fazem sentido em contexto nenhum, menos ainda no desportivo, e que envergonham as duas comunidades e a esmagadora maioria dos adeptos de ambos os clubes.
É necessário mudar.
Permitir que mantendo uma acesa rivalidade desportiva os estádios D.Afonso Henriques e “Pedreira”não se transformem em recintos de terror para os adeptos visitantes como tem acontecido com alguma frequência perante a passividade das autoridades e a justiça vesga (só veem incidentes em Guimarães) das entidades jurisdicionais do futebol.
Do meu ponto de vista devem ser as direcções dos dois clubes a darem passos nesse sentido, sinceros e profícuos, de molde a que a normalização das relações não se fique por inócuos apertos de mão televisionados mas sem qualquer outra consequência prática.
Podem e devem fazê-lo.
Se não o fizerem então terão de ser encontradas outras formas de permitir que os vimaranenses vão a Braga e os bracarenses venham a Guimarães,ao futebol, de forma pacifica e preocupando-se apenas com as incidências do jogo.
Vitória e Braga serão sempre rivais.
Dentro dos relvados, dos pavilhões, das piscinas.
Mas tem de se entender em tudo o resto.
Nomeadamente na LPFPem questões relevantissimas para as duas colectividades.

Repartição dos dinheiros das televisões através da negociação centralizada dos mesmos.

Reformulação das competições.

Equipas B.

Regulamento da Taça da Liga.

Limites de endividamento dos participantes em competições profissionais.

Tectos salariais para jogadores e treinadores.

Limite de estrangeiros por equipa e plantel.

Proibição absoluta de estrangeiros nos escalões de formação.

Limite ao empréstimo de jogadores a clubes do mesmo escalão.

Exigência de sorteios das competições iguais para todos.


E mais algumas questões que seria fastidioso enumerar aqui.
Vitória e Braga tem de saber utilizar a rivalidade entre ambos de forma inteligente.
Fazendo dela motor de crescimento de ambos os clubes para que sendo mais fortes tenham mais peso no futebol e possam fazer frente, de forma cada vez mais consistente,aqueles que são os nosso verdadeiros adversários.
Benfica ,Porto , Sporting e todo o "sistema" montado para a defesa e promoção desses três clubes.
Nas televisões,nas rádios,nos jornais,na Liga, na arbitragem, na disciplina,etc.
Esgotarmos-nos na conflitualidade e na violência apenas nos enfraquece e faz o jogo daqueles que não querem que sejamos adversários ao seu nível.
Hoje parece-me claro que só há dois clubes em Portugal-Vitória e Braga- capazes de acabarem com o “ordem” instituída e trazerem ao nosso futebol mais competitividade, mais interesse, mais verdade desportiva.
Tem é de fazer por isso.
E manda a verdade que se diga que na última dúzia de anos, ao contrário das muitas décadas anteriores, o Braga tem feito mais por isso do que um Vitória mergulhado em crises cíclicas que permitem que o actual presidente bracarense já tenha conhecido quatro presidentes do Vitória.
Para mim, e creio que para uma esmagadora maioria de vitorianos,não há problema nenhum que o Braga seja vice campeão nacional.
Desde que o Campeão seja o Vitória.
Como acredito que em Braga muita gente pensará o mesmo desde que se invertam os pressupostos.
E é por aí o caminho.
Por uma rivalidade que fortaleça ambos os clubes, sem os excessos a que urge por termo, e permita por tabela fortalecer o nosso futebol.
Haja vontade!

segunda-feira, agosto 21, 2017

Descalabro

Sou por natureza optimista e por isso quando o Vitória entra em campo, seja qual for o adversário, acredito sempre que vai ganhar o jogo com maior ou menor dificuldade pese embora todas as dificuldades que lhe possam aparecer.
É uma convicção baseada uma vezes na Razão, outras na Fé e outras ainda num misto das duas.
No passado sábado, e pese embora uma réstia de esperança que sempre existe, entrei no nosso estádio (e quem comigo falou antes do jogo sabe bem disso) muito pouco optimista quanto ao desfecho do jogo com o Sporting.
Pela diferença qualitativa das equipas, pela pré temporada que ambas fizeram (não sei se alguém levou muito a sério o jogo treino que lhes ganhamos por 3-0...) e pela forma como ambas tinham entrado no campeonato.
Quis a sorte do jogo, que também dele faz parte, que no primeiro remate à baliza o SCP fizesse um grande golo que moralizou pela espectacularidade do mesmo e por ter sido tão cedo condicionando desde logo o desenrolar da partida.
Depois, num monumental acesso de ingenuidade da nossa defesa, o Sporting teve um livre na linha de fundo e o cruzamento apanhou Bas Dost (aquele rapaz que foi o melhor marcador do ultimo campeonato) completamente à vontade no centro da nossa área para cabecear para onde quis.
E dois minutos depois, em mais uma "balda" da nossa defesa os "leões " fizeram o 3-0 decorridos apenas vinte e três minutos de jogo!
Um pouco como na época anterior.
E aí alguns dos meus habituais companheiros de bancada recordaram logo esse jogo com a esperança de que a história se repetisse este ano e o Vitória conseguisse outra recuperação épica.
Tive de lhes recordar duas coisas:
Uma é que a História repete-se quando tem de ser e não quando nos dá jeito.
A outra é que havia pelo menos três razões a obstarem a essa repetição.
Chamadas Marega, Soares e Hernâni. Que já cá não "moram".
Pelo que era com os que estavam em campo e no banco que ia ter de ser feita alguma coisa para inverter o rumo dos acontecimentos sob pena de uma derrota por números humilhantes.
Acontece que a perder por três golos, aos 23 minutos de jogo, Pedro Martins demorou 35 (!!!) minutos a mexer na equipa o que equivale a dizer que para o adversário nada mudou e portanto havia que gerir tranquilamente o jogo porque "aquele" Vitória estava visto que não dava para mais.
É certo que no banco para além de Douglas estavam três jogadores da equipa B (Kiko,Magalhães e Sueliton) mais os que viriam a ser utilizados mas esse é "conto" para outra ocasião porque certamente não foram os adeptos que formaram o plantel, dispensaram Valente,João Afonso, Alex, pelos vistos Tozé e contrataram os três reforços (Estupinám,Francisco Ramos e Ruben Oliveira) que nem no banco se sentaram.
E com a vida facilitada pela inércia de Pedro Martins( e pela gritante falta de soluções no plantel vitoriano) o Sporting lá fez mais dois golos, viu Miguel Silva negar-lhe mais três claras ocasiões, esbarrou uma bola na trave e ainda viu dois jogadores seus falharem duas claras oportunidades atirando muito por alto.
Podia ter sido um massacre.
E por isso no fim do jogo os adeptos, incansáveis no apoio durante os 90 minutos , manifestaram o seu desagrado, a sua tristeza e revolta por uma derrota humilhante, uma exibição paupérrima e umas sombrias perspectivas do futuro próximo.
Em que vamos a Paços de Ferreira, recebemos o Boavista e vamos a Braga!
Faltam dez dias para o fecho do mercado.
E sem querer ser pessimista, porque nunca o sou, vejo as coisas a complicarem-se face à carência de reforços e ao pouco tempo para os contratar de forma ponderada e sem precipitações.
Suportando a desvantagem de ter de ir ao mercado em estado de carência o que é sempre aproveitado por quem quer fazer negócios connosco.
Com duas certezas:
Uma é que houve muito tempo para fazer o que não foi feito.
 A outra é que faça-se o que se fizer para estas duas derrotas pesadíssimas (0-3 no Estoril e 0-5 com o Sporting) já não há remédio.
Enfim...
Depois Falamos

Casa Branca


Calor


Exigência

O meu artigo desta semana no zerozero.

Quando me comecei  a interessar pelo futebol nos meus seis ou sete anos de idade, ou seja há
meio século atrás, a realidade que o rodeava era diferente em quase todas as perspectivas pelas quais se pudesse encará-lo.
É certo que já havia a mania dos chamados “grandes” que eufemisticamente se dizia serem quatro(Benfica , Sporting, Porto e Belenenses), por serem aqueles que tinham ganho campeonatos, mas que na realidade eram apenas dois – Benfica e Sporting- porque o Porto nesses tempos esteve vinte anos sem ser campeão ( e até então poucos campeonatos tinha ganho) enquanto o Belenenses em bom rigor não contava para nada em termos de titulo porque depois do ganho nos anos quarenta jamais voltaria a terminar um campeonato no primeiro lugar.
E todas as narrativas se construíam em volta desses clubes.
Os jornais desportivos eram quase todos de Lisboa (Bola, Record, Mundo Desportivo) com a honrosa excepção do “Norte Desportivo”, publicavam-se três dias por semana, e enchiam as suas páginas com os dois clubes lisboetas deixando para os outros o pouco espaço que restava e tratando-os com muito pouco rigor.
Os jornais de informação generalista, que eram então muitos mais do que hoje, alinhavam pelo mesmo diapasão embora aqueles que se publicavam no Porto (JN, Primeiro de Janeiro e Comércio do Porto) dessem mais alguma atenção aos clubes nortenhos mas reservando a parte de “leão” para o Futebol Clube do Porto e o Leixões dando muito pouco espaço aos outros.
Em termos de rádio o panorama não era muito diferente, com a programação desportiva a assumir pouca relevância, embora aos domingos com os jogos todos à mesma hora tivessem os relatos em cadeia com os relatadores principais nos jogos dos clubes do costume e dos outros apenas se ouvia a constituição das equipas, os golos e um curto comentário final.
A RTP, única estação televisiva existente, tinha um programa semanal (até dá vontade de rir comparando com a actualidade) chamado “Domingo Desportivo” que emitia ao fim da noite desse dia em  que dava os resultados dos jogos da primeira divisão e os resumos de dois deles.
Escusado será dizer queque a esmagadora maioria desses resumos eram de jogos de Benfica e Sporting, uma vez por outra do Porto e os restantes clubes apenas apareciam quando jogavam com esses clubes.
Ainda hoje me recordo bem, pela excepcionalidade de que se revestiu, quando num desses programas e depois o resumo de um jogo do Benfica com a Cuf o jornalista Alves dos Santos (grande nome do nosso jornalismo desportivo) anunciou o resumo do Barreirense-Tirsense!
Foi um espanto!
Era o que tínhamos.
E dentro do que tínhamos havia um claro proteccionismo aos dois clubes de Lisboa em termos de análise desportiva dos jogos porque a totalidade (ou quase) dos jornalistas eram-lhes afectos e portanto branqueavam despudoradamente todos os favores, fretes e benefícios de que dispunham com total à vontade.
O que em boa verdade também convinha ao regime vigente que usava e abusava do futebol e das grande equipas que o Benfica (mais) e o Sporting (menos) então tinham como forma de propaganda do regime.
Acresce a isto o facto de não tendo então o país as vias de comunicação que tem hoje era muito mais difícil os adeptos acompanharem as equipas porque às distâncias somavam-se as más estradas com todas as dificuldades que isso acarretava em termos de deslocação massiva de pessoas a acompanharem as suas equipas.
Claro que tendo mais adeptos em todo o país do que os outros (o tal atraso cultural de que Portugal não se livra) os dois clubes de Lisboa não sentiam esses problemas porque tinham nos estádios sempre um número significativo de adeptos (muitos dos quais nunca em Lisboa tinham posto os pés) enquanto os outros quando jogavam fora jogavam praticamente sem apoio pelo tal problema das distâncias e das vias de comunicação.
Pese embora me recordar, mesmo nesse tempo, de grandes deslocações de vitorianos a Coimbra, a Aveiro, a S.João da Madeira ou a Tomar.
Passados cinquenta anos quase tudo mudou.
Televisões, redes sociais, internet, auto estradas, estádios com outras condições, horários diferenciados dos jogos, rádios locais, múltiplos programas desportivos nas televisões e rádios, edições diárias dos jornais desportivos, jornais digitais, sites especializados (como o zerozero) , transmissão em directo de quase todos os jogos da Liga (e a caminho de serem mesmo todos) é todo um mundo de coisas diferentes.
Algumas permanecem iguais, infelizmente, como o favorecimento do “sistema” a agora três clubes (o Porto desde a década de oitenta também entrou nesse clubes restrito) , a escandalosa protecção que a comunicação social lhes dá ou os adeptos de sofá que apoiam clubes que nada lhes dizem em termos da suas Terras apenas e só porque ganham mais vezes que os outros!
Mas o resto mudou.
E por isso hoje os adeptos são mais informados, mais exigentes, menos tolerantes com o “produto” que lhes é posto no “prato”.
Seja no jogo jogado, seja nos negócios que o envolvem, seja na cobertura jornalística que é feita em seu redor.
E esse é um problema a que as instâncias do futebol português estão a responder a velocidades diferentes; muito bem a FPF, que hoje está na vanguarda do que melhor se faz a nível de futebol internacional, e muito mal a Liga que se transformou num reduto dos velhos usos e costumes, dos velhos privilégios dos “donos disto tudo”, da vontade mexer no acessório para manter o essencial.
Veremos como se pode(se é que s pode…) conciliar a exigência em crescendo do público com a pouca ou nenhuma vontade reformista de algumas instâncias do nosso futebol da Liga à comunicação social passando pelos clubes.
Uns por acção no sentido de manterem o “status quo” e outros pela omissão dos que calando…consentem!

sexta-feira, agosto 18, 2017

Barcelona

O terrorismo seja sob que versão for e seja qual for a justificação(!!!) é absolutamente repugnante e deve ser denunciado e combatido sem qualquer contemplação.
Desde o 11 de Setembro de 2001, com o ataque às torres gémeas, que o alvo dos terroristas é cada vez mais a matança indiscriminada de civis utilizando para o efeito todo o tipo de armas e engenhos que vão dos aviões aos automóveis e camiões passando por explosivos, bombistas suicidas e sabe-se lá que mais.
O rasto de morte é já muito longo.
Paris, Nairobi, Londres, Nice,Manchester, Madrid e outras cidades onde o braço longo do terror se fez sentir.
Agora foi Barcelona.
Um ataque que me chocou particularmente porque Barcelona é seguramente a cidade não portuguesa que melhor conheço fruto das dezenas de vezes que lá estive.
E o lugar do ataque, as emblemáticas Ramblas, é lugar de passagem quase obrigatória de cada vez que vou à cidade condal porque é uma avenida magnifica com uma vida e uma atractividade muito próprias que a tornam verdadeiramente única.
O mundo está cada vez mais perigoso como todos sabemos.
E quando os atentados, os crimes, os efeitos do terrorismo chegam a locais que conhecemos por experiência pessoal, e não apenas por os vermos na televisão, a sensação de insegurança e a convicção de que os Estados tem de combater o terrorismo de forma implacável aumentam em proporções idênticas.
Depois Falamos

Farol


Pelicanos


terça-feira, agosto 15, 2017

As Rádios Locais

O meu artigo desta semana no Duas Caras.
A década de 80 do século passado trouxe à comunicação social portuguesa a maior revolução da sua História com a aparição por todo o país de um fenómeno chamado “rádios locais” e que rapidamente se implantou de norte a sul do país com as novas emissoras a surgirem como cogumelos um pouco por todo o lado.
Num panorama comunicacional que em que havia apenas dois canais de televisão da RTP (as televisões privadas surgiriam pouco depois) e duas rádio nacionais  que eram a RDP (com vários canais) e a Rádio Renascença que também emitia através da RFM, o surgimento das então chamadas “rádio piratas” por operarem sem qualquer licenciamento foi uma brutal lufada de ar fresco depois da qual nada ficou como dantes.
Da TSF, que se transformou numa rádio nacional de referência, à mais modesta rádio local foram um espaço de inovação, de fazer diferente, de revelar talentos que depois em muitos casos viriam a fazer carreira nos grandes orgãos de comunicação nacional.
Sem meios financeiros, com meios técnicos inicialmente débeis, com enormes dificuldades em serem reconhecidas pelos diversos poderes, dos autárquicos aos nacionais, sem acesso (na esmagadora maioria dos casos) a ferramentas de informação como era então o telex (muitos dos que lerão isto nem sequer terão visto um aparelho desses na vida) os colaborados das rádios locais nao tiveram vida fácil e recorrerem à imaginação, à arte de desenrascar, ao superarem com trabalho o que lhes faltava em termos de meios foi a única solução para fazer os projectos radiofónicos andarem para a frente.
Obviamente, é da vida, que muitos desses projectos ficaram pelo caminho ou porque não foram licenciados quando o governo de então, e bem, resolveu impor ordem no panorama radiofónico ou porque os projectos em si não eram suficientemente fortes para se manterem passado o entusiasmo inicial da sua caminhada.
Hoje, também por força da internet, das redes sociais, das rádios digitais, das televisões privadas, dos inúmeros canais por cabo, das dificuldades económicas que o país, e por tabela as empresas, enfrentaram e que se reflectiu fortemente no mercado publicitário que é o único sustento das rádios (pelo menos em termos legais…) muitas delas fecharam portas ou encontram-se em estado quase vegetativo por falta de meios financeiros.
Creio ser, com grande pena minha que sempre fui um entusiasta das rádios locais e colaborador de algumas deles desde a primeira hora, um declínio irreversível face ao contexto em que operam e à feroz concorrência que enfrentam por parte de outros meios de comunicação publicitariamente muito mais apetecíveis.
E o caminho que lhes resta em alguns casos, até para sustentarem estruturas “pesadas” para a realidade dos tempos que correm, é o encostarem-se literalmente aos poderes, nomeadamente os autárquicos, porque deles provém sempre um razoável caudal de publicidade e não só que permite ir aguentando o “barco” durante tanto tempo quanto for possível.
Claro que o preço dessas “ligações perigosas” paga-se em termos de credibilidade, de isenção, de “favores” que se tem de fazer, da perda de qualquer independência informativa e opinativa nas antenas das rádios que passam a ser pouco mais do que uma caixa de ressonância do poder naquilo que ao poder interessa mesclada de alguma programação atractiva para una vasta camada de ouvintes e que funciona como o “queijo” na ratoeira que atrai os ratinhos para onde o “dono “ da ratoeira quer.
Pessoalmente tive um percurso nas rádios locais de Guimarães, e não só, do qual me lembro com saudade e que constituiu dos tempos mais gratificantes que vivi em termos de colaboração com a comunicação social.
Fui dos primeiros colaboradores da extinta Rádio Guimarães onde juntamente com o Miguel Laranjeiro, o Bento Rocha, o Dino Freitas, o Amadeu Portilha, o Esser Jorge, o José Luís Ribeiro, o Carlos Cerca e tantos outros pusemos de pé aquele que terá sido o mais motivador e desafiante projecto de rádio local que Guimarães alguma vez conheceu.
Durou pouco, é verdade, mas foi muito bom!
Depois colaborei durante anos com a Rádio Fundação, especialmente em programas de debate político mas também na sua equipa desportiva nos primeiros tempos que por lá passei, colaboração que mantive esporadicamente ao longo dos anos,com especial incidência nos últimos três onde a convite do António Magalhães (outro da primeira hora das rádios locais) integrei painéis de debate político onde tive muito gosto em estar, e que cessou o mês passado.
Mas também na Santiago, em programas desportivos e políticos, passei muitas centenas de horas de colaboração que ,também elas, me deixaram gratas recordações pelos excelente momentos vividos e pelas pessoas com quem partilhei antena ao longo de muito tempo
Mas tudo isso é passado.
Passado do qual guardo gratas memórias, passado no qual as rádios locais eram verdadeiras “pontas de lança” da informação, da investigação, do comentário critico aos poderes e do livre debate de ideias.
A par de excelentes programas desportivos, musicais, de entretenimento.
Saudades de um passado que não volta!

Glenfinnan, Escócia


O Beijo da Raposa


segunda-feira, agosto 14, 2017

O 8 e o 80

O meu artigo desta semana no zerozero.

O futebol, como tantas outras áreas da vida em comunidade, tem os seus altos e os seus baixos, os seus momentos de extraordinário entusiasmo mas também de enorme tristeza, os seus picos de exaltação mas também os seus espaços de serenidade.
Em suma tem em si o 8 e o 80 !
Com o início dos campeonatos nos diferentes países podemos ir constatando alguns oitos e alguns oitentas que de alguma forma caracterizarão as competições que terão o seu epílogo lá para a primavera do ano que vem.
Na minha modesta opinião o maior “oitenta” do futebol europeu é a Liga Inglesa que teve este fim de semana a sua primeira jornada.
E que jornada!
Num encontro entre campeões o Arsenal venceu o Leicester por 4-3 depois de um jogo magnifico, com constantes alterações no marcador e incerteza até ao fim numa daquelas partidas que justifica bem o entusiasmo que o futebol merece.
Outro campeão, dos maiores da História da “Premier League”, o Liverpool empatou a três com o Watford de Marco Silva num belo jogo de futebol.
Outros dois campeões, os grandes rivais de Manchester começaram a prova de forma categórica com o City indo vencer a Brighton enquanto o United, de José Mourinho, despachava o West Ham de forma categórica com quatro golos sem resposta.
O campeão em titulo, Chelsea, esse começou a prova perdendo em casa com o Burnley depois de um jogo muito disputado em que os visitantes conseguiram superiorizar-se vencendo pro três bolas a duas.
Quanto ao  vice campeão Tottenham foi vencer a casa do histórico Newcastle, este ano regressado à principal divisão, demonstrando também ele estar na corrida para o titulo deste ano.
E são apenas alguns exemplos, versando as equipas mais conhecidas , do que foi o espectacular início da liga inglesa da temporada 2017/2018 prometendo ser, como sempre, a melhor liga europeia e portanto também a melhor liga do mundo.
Estádios cheios, futebol espectáculo, grandes equipas e grandes jogadores, treinadores de topo (Mourinho, Guardiola, Klopp,Wenger, Conte, etc), jogos de grande incerteza quanto ao resultado, erros dos árbitros que são...erros, terminologia dos comentadores despida de parolices como “os grandes”, sorteios iguais para todos, decisões céleres dos orgãos disciplinares.
E muito dinheiro para os clubes oriundo de contratos televisivos bem negociados, fruto de uma negociação centralizada dos direitos , que devia fazer corar de vergonha os dirigentes de clubes e ligas de outros pontos da Europa.
Mas para além de tudo isso a liga inglesa tem ainda o encanto quase único em termos europeus de ter vários candidatos ao título,meia dúzia no mínimo, que naturalmente dão a todos os jogos um interesse e uma incerteza que alimenta a paixão dos adeptos e o interesse das televisões e patrocinadores.
Este ano enquanto o Chelsea procurará renovar o titulo ganho na época passada de forma brilhante, tem em compita directa consigo um grupo significativo de grandes equipas pertencentes a clubes históricos e que quererão recuperar um titulo que todos eles já venceram noutros tempos.
À cabeça o Manchester City de Pep Guardiola e o Manchester United de José Mourinho que reforçaram a rivalidade típica de dois clubes da mesma cidade com a contratação, na época passada, de dois treinadores que muitos consideram os melhores do mundo e com um largo historial de rivalidade pessoal(não inimizade) construida essencialmente nos tempos em que treinavam Barcelona e Real Madrid
E que para esta época não foram nada parcos na forma como desembolsaram milhões e milhões para reforçarem as suas equipas.
Depois o Liverpool de Klopp.
O clube mais vezes campeão a seguir ao Manchester United mas que há mais de duas década que não vence o titulo e que na sua segunda época dirigido por Jurgen Klopp será certamente uma equipa a considerar nessa disputa.
Mas há também o Arsenal de Arsene Wenger e o Tottenham de Maurício Pochettino que há anos afastados do titulo (os “spurs” desde 1961 !) são competidores a ter em conta face à valia das equipas e ao que tem sido o seu historial nas ultimas épocas.
E depois , convém não esquecer, pode sempre surgir um outsider como o Leicester que duas épocas atrás ganhou o seu primeiro titulo de campeão, de forma categórica, perante a surpresa generalizada do mundo do futebol.
É assim o fantástico futebol inglês.
O verdadeiro “oitenta” do futebol europeu.
Depois há vários “oitos”.
Como naquele país dos campos inclinados, das arbitragens e vídeo arbitragens tendenciosas, dos sorteios que favorecem três “filhos” e discriminam quinze “enteados”, da quase totalidade da comunicação social a ser subserviente, bajuladora e parcial a favor de três clubes, da negociação individual dos direitos televisivos que contribui largamente para o fosso competitivo entre os “filhos “ e os “enteados”, dos insuportáveis programas televisivos em que só os “filhos” tem assento e que servem para pressionar os agentes do futebol em favorecimento dos tais clubes, dos regulamentos absurdos que permitem que o empréstimo de jogadores sirva como forma de condicionar votos na assembleia geral da liga , de uma liga que promove uma taça com um regulamento feito de forma descarada para beneficiar os três do costume, dos dirigentes de quinze clubes que tudo aceitam e tudo votam como os tais três querem por razões que os deviam envergonhar.
Entre muitas outras coisas que justificam que ainda haja “oitos” numa Europa onde há “oitentas”.
Viva a “Premier League”!
Porque naquilo que a sustenta em termos de filosofia desportiva e na concepção de negócio que lhe está subjacente reside muita da esperança de manter o futebol como a mais popular modalidade desportiva do mundo.

sábado, agosto 12, 2017

O Nosso 14

Depois da derrota na supertaça o técnico Pedro Martins efectuou algumas mexidas na equipa para este jogo com o Chaves.
O "obrigatório" regresso de Pedro Henrique substituindo Marcos Valente e a troca ,não muito bem sucedida, de Rafael Martins por Estupinám no que constituiu apenas a  alternância de jogadores da mesma posição sem qualquer influência em termos de dispositivo táctico.
Chegou...mas podia não ter chegado.
Individualmente:
Miguel Silva: Sem culpa nos golos ainda terá evitado mais um ou dois com oportunas defesas.
João Aurélio: A defender cumpriu e a atacar teve o grande momento na espectacular desmarcação para o cruzamento do segundo golo.
Josué: Não é Beckenbauer (infelizmente) e por isso em cada dez passes de longa distância erra oito ou novo ao contrário do "Kaiser" que os acertava todos ou quase. A defender não está isento de responsabilidades nos golos do Chaves. Em especial no primeiro.
Pedro Henrique: Reparte com Josué as responsabilidades no segundo golo flaviense. Um regresso a meio gás.
Vigário: Saiu-lhe a "fava" (Matheus Pereira) que lhe deu 15 minutos iniciais de grande preocupação. Depois acertou na marcação e fez um jogo de muito boa qualidade.
Célis: Uma excelente exibição. A defender esteve em grande plano e a atacar tentou sair com a bola jogável e foi alvo de muitas faltas. O lugar parece ser dele.
Zungu: Um jogo de intermitências. Muito bem na frieza com que fez o golo.
Hurtado: Um jogo de altos e baixos em que marcou um golo fácil e falhou outro mais fácil ainda. É um jogador com alguma dificuldade em manter um bom plano exibicional.
Raphinha: Um bom jogo e um excelente golo.
Estupinám: Duas excelentes oportunidades que não conseguiu converter. Um jogo de grande empenho de um jogador que será reforço mas com calma.
Hélder Ferreira: Vem-se revelando uma excelente aposta. Agressivo a atacar, sem medo de tentar o remate, também ajuda os laterais a defender e ainda tem a qualidade de recuperar bolas e sair a jogar. Está a caminho de ser um jogador de muito boa qualidade e destacar-se no nosso futebol.
Foram suplentes utilizados:
Alexandre Silva: Não entrou bem no jogo. Outras oportunidades terá.
Rafael Miranda: Entrou para ajudar a defender e fez o que pôde.
Rafael Martins: Entrou tardíssimo e sem tempo para nada.
Não foram utilizados:
Douglas, Marcos Valente, Sturgeon e Texeira

Melhor em campo: Célis

Começar o campeonato com um triunfo é sempre positivo porque nada como entrar bem na prova. 
Se ao triunfo se juntarem momentos de bom futebol, especialmente em lances de contra ataque, isso também contribui para uma moralização importante desde que não se fechem os olhos às debilidades e se caia na patetice de pensar que só porque se ganhou já está tudo bem.
Não está.
O plantel tem debilidades, lacunas que urge preencher, a época é longa e há quatro competições para disputar, pelo que é urgente contratar reforços e não ficar à espera de eventuais empréstimos que são um erro de gestão desportiva cada vez mais evidente.
Até porque a situação financeira parece ser bastante melhor.
Depois Falamos

Rio de Janeiro


Fiorde Geiranger, Noruega


Caranguejo


sexta-feira, agosto 11, 2017

Começar Bem

João Vigário.
Para o Vitória era muito importante começar bem o campeonato depois de ter começado mal a época no famigerado jogo da supertaça.
E conseguiu-o com uma Vitória sobre o Chaves, que em boa verdade foi menos difícil do que o resultado expressa, depois de um jogo bem disputado que teve cinco golos e ficou a "dever" a ele próprio mais quatro ou cinco tantas as oportunidades desperdiçadas em especial pelos jogadores vitorianos.
Curiosamente até foi o Chaves que começou melhor o jogo, com uma postura ofensiva e criando várias jogadas de perigo, enquanto o Vitória parecia aturdido pela entrada de rompante do adversário e mostrava dificuldades em acertar as marcações e em ter a bola.
Passado o quarto de hora inicial de supremacia transmontana foi a vez de o Vitória se superiorizar e começar a criar sucessivas oportunidades de golo ,face ao bom jogo pelos flancos das duplas João Aurelio/Raphinha e Hélder Ferreira/Vigario , que viriam a render os tentos de Zungu e Hurtado mais claras oportunidades desperdiçadas por Estupinám em duas ocasiões (uma delas flagrante ) e Hurtado nomeadamente.
No segundo tempo a toada manteve-se, o Vitória fez mais um golo por Raphinha e viu Hurtado falhar um golo que vai direitinho para os "apanhados" desta época, e o guarda redes flaviense ainda se opôs muito bem a perigosos remates de Hélder Ferreira e Raphinha entre outros.
Mas o futebol é cheio de imprevistos e quando se aguardava o quarto golo do Vitória foi o Chaves que reduziu e lançou tal perturbação na equipa vitoriana que esta viria a sofrer um segundo golo em que tal como no primeiro os centrais vitorianos não ficam nada bem na fotografia.
E foram dez minutos finais de desnecessário sufoco.
Repetia-se assim a história da visita a Chaves na época passada em que depois de chegar a um tranquilo (supunha-se...) três a zero o Vitória permitiu que o adversário fizesse dois golos e quase não ganhava o jogo.
Do banco também não veio especial ajuda porque Alexandre Silva não entrou nada bem no jogo e chegou a desesperar os adeptos com as perdas de bola, a entrada de Rafael Miranda foi um sinal de querer defender o resultado que resultou num incentivo para o adversário e Rafael Martins entrou com vinte minutos de atraso porque desde os 65/70 minutos que se percebia que a "gasolina" tinha acabado a Estupinám.
Ganhou-se que era o essencial.
Mas reforçou-se a convicção de que a equipa precisa de reforços porque tem quatro provas para disputar e o plantel parece curto nalgumas posições.
Luís Godinho não teve influência no resultado mas fez um trabalho de alguma irregularidade que teve como caso maior um lance sobre João Aurélio na área flaviense em que, pelo menos, se justificava a  consulta ao vídeo árbitro.
Depois Falamos.


terça-feira, agosto 08, 2017

O Nosso 14

Não valendo a pena repisar a tecla de que o Vitória não preparou devidamente a disputa desta competição, deixando o plantel com lacunas evidentes que também ajudam a explicar a derrota, vale a pena ainda assim reiterar que isso não pondo em causa uma boa época (se chegarem reforços "a sério") originou que se tivesse perdido uma supertaça que nem era difícil de vencer face às fragilidades do adversário.
Porque mesmo com erros gravíssimos do árbitro e vídeo árbitro e algumas falhas nossas o Vitória na segunda parte equilibrou o jogo e se tem empatado não sei não...
Individualmente:
Miguel Silva: Em bom plano teve três ou quatro boas defesas a evitar golos. Curiosamente, do outro lado, também Bruno Varela defendeu idêntico número de remates perigosos.
João Aurélio: Cumpriu a defender mas pouco se viu a atacar.
Josué: Melhor quando jogou simples do que quando quis adornar jogadas.
Marcos Valente: Vindo da equipa B nos primeiros minutos acusou alguma "tremideira" mas depois recompôs-se e cumpriu.
Vigário: Também oriundo da B "levou" com Salvio o que não é fácil para ninguém. Mas depois de acertar posições esteve em bom plano. Ele e Konan vão travar interessante disputa pelo lugar.
Célis: Esforçado e lutador procurou organizar jogo.
Zungu: Discreto. Longe do que já lhe vimos.
Hurtado: Teve duas grandes ocasiões (então uma delas...) para empatar. mas não era o seu dia.
Raphinha: Esteve no melhor, o nosso golo, e no pior, aquele passe disparatado que dá o terceiro golo ao adversário, que de alguma forma marcou uma actuação esforçada mas sem grande brilho.
Rafael Martins: Esperava-se Texeira, ou até Estupinám, apareceu Rafael e não desiludiu. Boas movimentações e uma grande arrancada pela esquerda em que parecia ir de bicicleta e os adversários a pé.
Hélder Ferreira: A melhor surpresa do Vitória em Aveiro. Também ele vindo da B não acusou nada esse facto nem o nome do adversário e parecia que já ali andava há muito tempo. Duas ocasiões bem negadas por Bruno Varela. Uma excelente aposta de Pedro Martins.
Foram suplentes utilizados:
Sturgeon: Mais uma vez foi aposta e mais uma vez não se percebeu porquê.
Estupinám: Entrou tarde e não teve ensejo de brilhar.
Alexandre Silva: Entrou para fazer todo o corredor direito o que não parece ser de acordo com as suas características. Sem tempo para nada.
Não foram utilizados:
Douglas, Sacko, Moreno e Rafael Miranda.

Melhor em campo: Hélder Ferreira

Pese embora se considerar que a presença no banco de Texeira(cujo rendimento é normalmente bem melhor que o do sempre presente Sturgeon) e Tozé teria mais sentido do que a de alguns que lá sentaram (um lateral direito no banco para quê?)  a verdade é que o naipe de opções do treinador ainda é curto.
E esse problema tem de ser rapidamente resolvido.
É que até ao fecho do mercado há quatro jornadas da Liga convém não esquecer.
Depois Falamos.

Campanhas

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

As campanhas eleitorais tem como objectivo essencial o esclarecimento dos eleitores de molde a que possam exercer o seu direito de voto tão esclarecidos quanto possível e perfeitamente identificados com as escolhas que vão fazer.
É por isso normal que num tempo razoável antes das eleições, dois meses por exemplo, se assista a uma pré campanha a que depois sucede a campanha propriamente dita, nos períodos legalmente previstos, e durante a qual os partidos e movimentos concorrentes esgrimem as suas ideias , propostas e projectos.
O normal é que quem está no poder defenda a obra realizada, apresente o programa para os quatro anos seguintes e procure convencer os eleitores de que a continuidade é a melhor solução para o desenvolvimento da comunidade.
Do outro lado a oposição procura demonstrar que o mandato foi abaixo das expectativas, que o programa não foi cumprido e que a melhor solução estará na mudança que permita a novos protagonistas e novas ideias assumirem o poder e governarem.
E isto tanto se aplica ao país como às autarquias!
Sendo certo que em eleições autárquicas, onde  a proximidade entre eleitos e eleitores é bem maior e a “ malha” de avaliação muito mais “fina”, o debate político perde em sofisticação o que ganha em crueza e aproximação da realidade.
Depois de anos iniciais de democracia em que as campanhas eleitorais autárquicas( e as outras também) eram relativamente pouco sofisticadas e seguindo modelos estandardizados, também porque o marketing e as tecnologias não eram o que são hoje nem nada que se pareça, assiste-se na actualidade a uma criatividade cada vez maior e à utilização de argumentos outrora impensáveis para convencer os eleitores a confiarem o seu voto.
Dos bonés, canetas e sacos plásticos do antigamente “evoluiu-se” para os electrodomésticos de Valentim Loureiro e para as músicas pimba que se tornaram hinos de campanha um pouco por todo o lado até chegarmos à sofisticação dos tempos que correm com grande recursos às tecnologias, às redes sociais e à personalização de contactos por via da internet e das imensas possibilidades por ela oferecidas.
Mas tal como na obra de Goscinny e Uderzo- As Aventuras de Astérix- existia uma pequena aldeia gaulesa que resistia aos romanos que a cercavam com recurso a uma poção mágica também na política autárquica portuguesa existe quem esteja sempre, qual druida, em busca da sua própria poção mágica que lhe permita evitar um juízo negativo dos eleitores.
No caso o PS de Guimarães.
Que no poder há vinte e oito anos, incapaz de se renovar programaticamente e apresentar a Guimarães outras ideias que não o concurso a capital ou cidade europeia de qualquer coisa que esteja na moda, resolveu inovar naquilo que não dá trabalho e optar por formas de campanha que no seu entender serão a tal “poção mágica” mas que a 1 de Outubro são bem capazes de se revelarem uma mistela que em vez de dar votos apenas dará azia.
Dois exemplos.
Um é caricato, mas recorrente nas ultimas semanas e até meses, que passa por depois de andarem anos a acusar a oposição de falta de ideias (o que é redondamente falso aliás)  passaram para a fase de criticarem as ideias da oposição, as considerarem impraticáveis, irem atrás da forma como a oposição publicita as suas ideias para a imitarem e contraditarem (vide rotunda de Silvares que está lá um belo exemplo) e finalmente garantirem que tem apoios e financiamentos garantidos para a execução de projectos quando nada disso é verdade.
A campanha típica do fim de ciclo e de quem já não sabe que dizer.
Mas este sábado foram mais longe (ai o desespero…) e conseguiram até ser notícia, infelizmente para eles por más razões e com má repercussão pública, quando a propósito da final da supertaça decidiram numa manobra de grosseiro e condenável eleitoralismo fazer aquilo que nunca ninguém tinha feito e que consistiu em comprarem bilhetes e alugarem autocarros para levarem idosos do concelho ao futebol!
Não a Fátima, como é tradicional em todas as autarquias mas por norma fora de períodos eleitorais, mas mesmo ao futebol.
Claro que a manobra não correu bem.
Dos mil que se propunham levar apenas conseguiram metade e mesmo nesses o conceito de idoso era muito volátil dada a idade de alguns que viajaram na condição de pertencerem a essa faixa etária mas ao que parece eram bastante mais jovens.
O que revela que também nos mais idosos, por regra um segmento mais frágil de de mais fácil convencimento com algumas benesses de ultima hora, também a capacidade de persuasão do PS de Guimarães está a esgotar-se rapidamente.
Em qualquer dos casos, com ou sem sucesso na manobra, há que dizer com toda a clareza que esta forma de fazer campanha, esta associação oportunista da campanha eleitoral ao prestígio da maior instituição do concelho, este despudor em tentarem à boleia do Vitória captarem votos nas eleições é uma vergonha e uma razão mais para a um de Outubro o PS ser enviado para um mais que preciso descanso dando lugar a quem tem ideias, projectos e novos protagonistas.
É tempo de mudar!

segunda-feira, agosto 07, 2017

Matamata,Nova Zelândia


Panda Vermelho


Parlamento, Bangla Desh


A Morte do Vídeo Árbitro

O meu artigo desta semana no zerozero.

Três notas primeiras antes da explanação do tema que dá razão de ser ao titulo e que se baseia, como está bom de ver, na farsa a que se assistiu ontem no estádio de Aveiro.
A primeira nota para dizer, e há muito que o defendo em espaços de opinião escrita e radiofónica, que sou completamente a favor da introdução de tecnologias auxiliares das equipas de arbitragem que os ajudem a decidir em lances mais complexos e portanto contribuam para o reforça da verdade desportivas das competições.
Vídeo árbitro, “olho de falcão” (uma das mais importantes porque permite aferir se a bola entrou ou não na baliza) e qualquer outra que possa ajudar o árbitro a tomar boas decisões.
A segunda nota para destacar e elogiar o papel da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) na defesa da verdade desportiva e supressão ,tanto quanto possível , do erro sendo pioneira a nível europeu da introdução da tecnologia do vídeo árbitro nas suas competições e sendo por sua influência que todos os jogos da próxima Liga terão acesso a esse meio auxiliar.
A FPF , que é hoje a única instituição do nosso futebol que está na primeira linha de modernidade e ao nível do que se faz de melhor no futebol europeu e mundial, tem vindo a desenvolver um notável esforço para que a modalidade entre nós tenha o máximo de verdade e esta sua insistência para a utilização generalizada do vídeo árbitro é apenas mais um prova disso.
Algo que seria impossível esperar da liga do senhor Proença especialista em inventar troféus para dar ao Benfica, promotora desavergonhada de sorteios da liga sem qualquer respeito pelos clubes e grande incentivadora da política de “filhos” e “enteados” que envergonha o nosso futebol e que tem máximo reflexo na arbitragem e na disciplina.
Cabendo aqui lembrar o “caso Samaris” em que o jogador grego só foi castigado depois da FPF avocar o processo cansada da política de adiamento( e favorecimento consequente do infractor) leva a cabo pelos orgãos pseudo disciplinares da Liga.
A terceira nota para relembrar que em crónicas anteriores, bem como em publicações no meu blogue e noutras redes sociais, sempre me manifestei a favor da introdução do vídeo árbitro nas nossas competições mas a par de um profundo cepticismo quanto ao seu real contributo para o reforça da verdade desportiva.
Não que duvide que num Vitória-Marítimo, num Moreirense-Braga, num Portimonense- Rio Ave ou num Tondela-Estoril, a titulo de exemplos, ele funcione bem e cumpra os objectivos para que foi criado.
A duvida (que é certeza) está quando frente a frente estejam “filhos” e “enteados”.
Pela simples razão de que não acredito que quem anda há anos pelos relvados deste país a inclinar campos a favor de Benfica,Porto e Sporting (e de forma bem despudorada) depois, num passe de mágica, se sente atrás de um ecran e passe a analisar jogadas de forma isenta ,imparcial, sem olhar a camisolas e procuram apenas defender a verdade desportiva.
Claro que isso não acontecerá.
E ontem, em Aveiro, foi feita a prova disso.
Um conjunto de jogadas em que o árbitro favoreceu sempre o Benfica e prejudicou sempre o Vitória  ( normal na carreira de Soares Dias) não se deu pela intervenção do vídeo árbitro.
No primeiro golo do Benfica há uma falta no inicio da jogada e um fora de jogo do jogador do Benfica a quem é endereçado o cruzamento.
Se o vídeo árbitro deu algum alerta ao apitador este não fez caso.
Há dois lances de clara agressão de jogadores do Benfica, Jonas a Célis e Jardel a Rafael Martins, que são lances típicos de intervenção do vídeo árbitro porque se trata de jogadas de cartão vermelho, mas que o apitador ou não viu ou fez de conta que não viu e se o vídeo árbitro sinalizou as jogadas ele não fez caso.
Finalmente no único caso em que o apitador recorreu ao vídeo árbitro, num lance que é penálti em qualquer parte do mundo e naquele jogo também... se fosse na outra grande área, o vídeo árbitro decidiu de acordo com aquela que já era a vontade do apitador (porque o lance era tão claro que nem recurso ao vídeo árbitro justificava) ajudando-o a encobrir um frete claro ao “filho” contra o “enteado”.
E por isso confirmou-se aquilo que eu de há muito temia mas que o jogo de ontem confirmou na sua plenitude.
Em Portugal, certamente contra a vontade da FPF mas em linha com os gostos da LPFP e do “Sistema”, o vídeo árbitro é apenas um instrumento mais refinado e mais sofisticado para ajudar a defender os interesses dos “filhos” e para continuar a prejudicar de forma vergonhosa os “enteados”.
Porque na aparência transmitindo uma imagem de combate ao erro e defesa da verdade na prática é apenas uma forma habilidosa de diluir as responsabilidades de quem decide mal e permitir que nada mude no “status quo” mentiroso do nosso futebol.
Para mim o vídeo árbitro como forma auxiliar da verdade desportiva das competições em Portugal morreu ontem em Aveiro ao fim de apenas dois jogos oficiais e curiosamente entre os mesmos clubes.
Em que ajudou, de ambas as vezes embora de forma mais notória ontem, o “filho” a ganhar ao “enteado”.
Paz à sua alma!

domingo, agosto 06, 2017

Os Nossos Erros

A final da supertaça foi essencialmente decidida pelos graves erros de Soares Dias e do seu cúmplice Jorge Sousa (o video árbitro) que inclinaram decisivamente o relvado a favor do Benfica e permitiram a construção de um resultado falso como Judas.
É evidente que houve erros do Vitória, de que tratarei a seguir, mas sem os erros dos árbitros esses erros vitorianos, por si só, não seriam suficientes para termos perdido o jogo.
De Soares Dias e Jorge Sousa já falei noutro texto mas recordo aqui que o lance do primeiro golo do Benfica tem uma falta no inicio e um fora de jogo no final, que há um clarissimo penalti por marcar contra o Benfica, que ficaram cartões vermelhos por mostrar a Jonas e Jardel , que ficaram vários cartões amarelos por mostrar a jogadores benfiquistas por sucessivas faltas (de rasteiras a agarrões) a impedir saídas para o Vitória para o ataque.
É certo que na fase final do jogo também Rafael Martins e Vigário beneficiaram de alguma tolerância mas faltavam poucos minutos e o resultado estava feito.
Vamos então aos nosso erros.
Começando pelos menos graves que foram os dos jogadores.
E que essencialmente constaram de alguma tremideira inicial (que se...aceita face ao que adiante exporei) e depois,já na segunda parte, algumas perdas de bola e passes mal feitos de que resultaram o terceiro golo e algumas situações de perigo que Miguel Silva conseguiu resolver.
Foram alguns erros, um ou outro ostensivos, mas por eles não teríamos perdido o jogo.
Depois há os erros do treinador.
Que tem o plantel que lhe disponibilizaram ,sabendo-se que as omeletes são tão melhores consoante a qualidade/quantidade dos ovos, mas foi ele próprio quem deu aval à saída de jogadores que manifestamente teriam dado ontem bastante jeito.
João Afonso e Tyler Boyd por empréstimo Valente e Alex em definitivo.
Depois no escalonamento da equipa, correcto do meu ponto de vista, a estranheza de porque razão se deram tantos minutos a Moreno nos jogos de preparação para ontem jogar uma dupla de centrais sem quase nenhuma rotina.
É verdade que a ausência de Pedro Henrique pesou, como é verdade que Marcos Valente não comprometeu, mas foi visível a pouca rotina entre ambos. O que face a um Benfica que tem no ataque o seu melhor sector fez alguma diferença.
Mas nas substituições é que estiveram os erros maiores de Pedro Martins.
Desde logo na reiterada aposta em Sturgeon que ainda não convenceu ninguém (excepto o treinador) de que tem lugar neste plantel e que vem desperdiçando sucessivas oportunidades.
Ontem foi mais uma com a sua entrada, e saída de Hélder Ferreira,a corresponder a imediato decréscimo no balanceamento ofensivo do Vitória.
A entrada de Estupinám foi correcta mas demasiado tardia porque devia ter sido ele a primeira opção e não o referido Sturgeon.
Quanto a Alexandre Silva foi-lhe pedida uma tarefa a que não está habituado -fazer todo o corredor direito- o que para quem vem da equipa B e está a jogar contra o Benfica é manifestamente pedir-lhe demais.
Curiosamente ficando no banco Douglas, Sacko, Rafael Miranda e Moreno resta ainda a estranheza das ausências de Tozé e especialmente Texeira jogadores que à partida davam mais garantias do que alguns dos utilizados.
Mas se os erros dos jogadores se corrigem com treino e o dos treinadores com reflexão e estudo (e em casos limites com o que há de mais fácil no futebol que é trocar de treinador) já os erros da SAD são bem mais complexos de resolver.
Não me lembro de alguma vez o Vitória no seu primeiro jogo oficial de época, ainda por cima disputando um troféu, não ter no onze inicial um único reforço.
Como também não tenho ideia de em idênticas circunstâncias as únicas novidades em relação à época anterior serem três jogadores vindos da equipa B , cujas exibições até foram perfeitamente aceitáveis, mas que demonstram a falta de planeamento com que esta época foi encarada.
Desde a milagrosa defesa de Douglas em Chaves,num penálti que a ser transformado nos fecharia as portas do Jamor, que se sabia que no inicio de Agosto havia uma competição oficial para disputar, num único jogo, para o qual a equipa teria que estar devidamente apetrechada.
Houve quatro meses para planear isso.
Chegamos a 5 de Agosto e qual é o panorama?
Perdemos titulares indiscutíveis( Hernâni, Marega, Bruno Gaspar) ,suplentes com experiência (Prince, Bernard, Ruben Ferreira) e os reforços são um jovem colombiano de vinte anos sem nenhuma experiência de futebol europeu e outros dois jovens portugueses(Francisco Ramos e Ruben Oliveira) que tanto podem vir para a equipa A como para a B porque não se sabe o que valem exactamente com a nossa camisola vestida.
A eles se juntaram, até agora, jovens subidos da B mas o plantel está manifestamente curto em termos de quantidade versus qualidade.
E uma coisa é certa: Mesmo que ainda venham mais jogadores (mal estamos se não vem...) não virão a tempo de nos ajudarem a ganhar a supertaça que estava tão ao nosso alcance e que desperdiçamos ingloriamente.
Por erros dos árbitros, essencialmente, mas também porque a nossa equipa não estava suficientemente reforçada para ultrapassar esse previsível obstáculo.
As coisas são o que são!
Sabia-se que esta época será mais exigente, que há mais competições para disputar, que estaremos na Europa e portanto o plantel tem de ser qualitativamente melhor do que aquele que fez o quarto lugar e foi à final da taça.
Neste momento é claramente inferior.
E mesmo que ainda venham reforços (espero que não resultantes de qualquer "pedinchice" aos chamados "grandes") é inegável que esta época não foi preparada com a atenção, a exigência e o planeamento cuidado com que o devia ter sido.
E também por isso não ganhamos a competição menos difícil de ganhar das cinco que teremos pela frente.
Há erros de difícil recuperação.
E de difícil entendimento porque sucessivamente repetidos.
Esperar pelo fim do período de transferências, esperar pelos "restos" dos chamados "grandes", basear a construção do plantel numa política de empréstimos é um erro que se paga caro como ainda ontem ficou mais uma vez comprovado.
Mas parece sina nossa esta dos eternos recomeços.
É certo que estamos em 6 de Agosto e que ainda há muito tempo para reforçar o plantel até ao fim do mercado de transferências de molde a enfrentar as restantes quatro competições com ambição de tentar ganhar as taças, renovar o quarto lugar e ter uma participação europeia condigna.
Há tempo para tudo menos para ganhar a... supertaça.
Essa já foi.
Depois Falamos.