quinta-feira, agosto 03, 2017

Aveiro

O Vitória é inquestionavelmente o quarto clube português em muitos parâmetros do qual o mais indiscutível é o número de adeptos.
Que o país reconhece com admiração pela fidelidade ao clube, pela dimensão extraordinária do seu apoio e pelo número em que se deslocam aos estádios de todo o Portugal.
Por isso causou alguma surpresa o facto de os bilhetes para a supertaça não terem tido, nem de perto nem de longe, a mesma procura dos bilhetes para a recente final da Taça de Portugal que geraram, como todos estamos lembrados, enorme ansiedade em todos que não conseguiram o rectangulozinho mágico ou só o conseguiram nos últimos dias face ao seu número de associados.
Há algumas razões a explicarem isso.
As férias, a supertaça não ter o fascínio de uma final de Taça, a gestão de expectativas feita de dentro para fora e que até ao momento não contribuiu para manter os extraordinários níveis de entusiasmo com que acabou a época anterior.
Quero com isto dizer que partiram jogadores carismáticos e até ao momento não foi feita nenhuma contratação que entusiasmasse, despertasse expectativas e permitisse supor uma época ao menos igual à anterior.
E também por isso em Aveiro estarão menos vitorianos do que seria suposto.
Já sei, e não vale a pena aparecer um ou outro fundamentalista a dizer que o Vitória é o Vitória independentemente de quem jogue ou da importância do jogo porque já sei (e pratico) isso há 50 anos, mas as coisas são o que são e não vale a pena contrapormos paixão à razão porque isso não nos leva a lado nenhum.
É por isso com alguma tristeza que vejo pelas redes sociais, a exemplo do acontecido aquando da final da Taça, algumas pessoas que adoram o Vitória e o acompanham com grande assiduidade a referirem-se a outros vitorianos como " vitorinos", "adeptos do panado" ou "frequentadores de piqueniques" por terem ido ao Jamor e não irem agora a Aveiro.
Acho que sendo o quarto clube em numero de adeptos, bastante atrás dos chamados "grandes" e muito à frente dos que vem a seguir , ainda assim somos pouco para nos andarmos a dividir com falsas questões como a assiduidade aos jogos e finais.
Conheço muitos vitorianos que veem poucos ou nenhuns jogos do Vitória por ano e que são tão vitorianos e amam tanto o Vitória como aqueles que vão aos jogos todos ou quase.
Simplesmente a vida, por razões diversas desde as económicas à emigração passando pela saúde, não lhes permite a assiduidade que gostariam e praticariam noutras circunstâncias.
Por outro lado acho que nenhum vitoriano tem o direito de avaliar o vitorianismo de outros vitorianos e menos ainda com base no critério da assiduidade.
Sinceramente, nessa matéria, acho que cada um de nós se deve preocupar exclusivamente em ser bom vitoriano e dar ao nosso clube todo o apoio que estiver ao seu alcance sem a preocupação de olhar para o lado e ver o que fazem ou deixam de fazer os outros.
Todos somos poucos para ajudarmos à construção do Vitória com que sucessivas gerações de vitorianos sonharam e as actuais gerações continuam a sonhar.
Pelo que é importante a união em volta do essencial, o Vitória, e não a divisão em torno de falsas questões.
Depois Falamos.

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luis,
Vou dize-lo sem grandes rodeios, este é dos artigos, sobre o Vitoria SC, mais importantes e relevantes que já escreveu ate hoje.
Para lá da pertinencia do mesmo na actualidade desportiva e social do nosso Clube, o mesmo põe a nu alguma saloice que ainda prospera na sociedade Vitoriana.
Ninguém sai a ganhar deste tipo de discussões e, sinceramente, não percebo qual é a finalidade das mesmas...

Não há Vitorianos de primeira nem de segunda. Há Vitorianos. Ponto.
Gostem eles de panados ou salada russa ou de frango no churrasco.

Adeptos bi-clubistas, adeptos "clientes" em vários campeonatos europeus (ao mesmo tempo!), não são uma excepção em Guimarães, mas deve ser, certamente, a região onde a praga menos de desenvolve.

Cá dentro não temos necessidade de nos dividirmos em questoes espúrias.

E, não se cometa o erro de achar que só em Guimarães há Vitorianos. Há-os em muitos locias deste país. E esses são tão importantes e tão valiosos como todos os outros.

José Vieira de Castro

luso disse...

Concordo integralmente com a opinião, e acrescentaria que, quem foi às anteriores finais da supertaça, sabe perfeitamente que a afluência de vitorianos nada tem a ver com a final da taça.
Foi visível em 2013 e principalmente em 2011,ano em que estariam, por alto, 3000 vitorianos.

Anónimo disse...

Caro Luis,

Relativamente à fraca adesão dos adeptos Vitorianos, certamente que uma vitoria na Taca de Portugal teria trazido outro elan a esta prova.
É epoca de férias.
Numa cidade onde os vencimentos são bastante baixos, a prioridade não será um jogo de futebol, longe e de precos muito pouco convidativos.

Nesta altura do ano o Vitoria nunca está verdadeiramente reforcado. Na minha opinião, a grande razão é a descrenca que as direcções do Vitoria demonstram pela prova. Se reparar, para o Vitoria a época só comeca, verdadeiramente, a 1 de setembro. Exactamente depois do mercado fechar. Até lá andamos a tentar vender tudo o que mexe e a pedir de mão estendida jogadores emprestados.

Os Socios não andam distraidos e percebem bem que a SuperTaça não é prioritária para quem manda no Clube. Infelizmente.

José Vieira de Castro

Anónimo disse...

Caro Luis,

Relativamente à fraca adesão dos adeptos Vitorianos, certamente que uma vitoria na Taca de Portugal teria trazido outro elan a esta prova.
É epoca de férias.
Numa cidade onde os vencimentos são bastante baixos, a prioridade não será um jogo de futebol, longe e de precos muito pouco convidativos.

Nesta altura do ano o Vitoria nunca está verdadeiramente reforcado. Na minha opinião, a grande razão é a descrenca que as direcções do Vitoria demonstram pela prova. Se reparar, para o Vitoria a época só comeca, verdadeiramente, a 1 de setembro. Exactamente depois do mercado fechar. Até lá andamos a tentar vender tudo o que mexe e a pedir de mão estendida jogadores emprestados.

Os Socios não andam distraidos e percebem bem que a SuperTaça não é prioritária para quem manda no Clube. Infelizmente.

José Vieira de Castro

Anónimo disse...

Estou um pouco aparte de polêmicas nas redes sociais, adoro o Vitória mas não tenho tendências suicido-financeiras, até porque outras necessidades se elevam, façam contas por alto, uma família de três pessoas para a taça e supertaça só em bilhetes são 108€, recentemente adquiri cadeiras +80€ e há que adquirir cotas para o primeiro jogo da época +78€(cotas de jun e jul). Eu não sei a condição financeira dos vitorianos mas sei a minha por isso abdico do jogo da supertaça, isso faz com que goste menos do Vitória?

Cumprimentos

FF

luis cirilo disse...

Caro José Vieira de Castro:
Obrigado pelas suas palavras. Escrevi este texto precisamente por considerar que na família vitoriana se começam a manifestar sinais de intolerância e divisionismo muito perigosos. Já para não falar do insólito "direito" de que alguns se acham possuidores para avaliarem o vitorianismo dos outros. Eu sei que na esmagadora maioria dos casos é a paixão a falar (e a cegar...) mas os que como eu já tem muitos anos de "casa" tem a obrigação de fazerem alguma pedagogia. Não façamos de vitorianos adversários porque esse é um erro trágico.
Todos somos precisos!
Caro luso:
É verdade que sim. Mas mesmo assim se houvesse factores extra de motivação (reforços) se calhar tinham-se vendido todos os bilhetes. Não me lembro de ver o Vitória chegar a um primeiro jogo oficial da época sem nenhum reforço indiscutível.
Caro José Vieira de Castro:
A questão económica também condiciona é claro. E alguns que tem o teclado "leve" para criticarem quem não vai deviam levar isso em linha de conta.
Até porque há famílias (conheço vários casos)que fizeram um grande esforço financeiro para irem ao Jamor e agora não lhes dá jeito gastarem mais dinheiro.
Caro FF:
E tem toda a razão. Porque para as famílias, por mais que gostem do Vitória, o futebol não é primeira prioridade. E depois dos gastos da ida ao Jamor, das renovações de lugares anuais e pagamentos de cotas, torna-se difícil ainda gastarem mais dinheiro, neste momento, a irem a Aveiro. A nossa realidade é essa. Não somos seis milhões que quando não vão uns vão outros e portanto vão sempre muitos. Nós somos muitos mas não imensos.