sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Douglas

Falando do que interessa no futebol, que são jogos, jogadores e treinadores porque de outras bodegas, como Maregas e afins estamos todos fartos, há que olhar com alguma ponderação para a situação de Douglas.
Está no Vitória há dez anos.
Onde chegou como suplente de Nilson, depois conquistou a titularidade indiscutível durante alguns anos e nestes últimos tem alternado com Miguel Silva na defesa da baliza vitoriana pese embora esta época ,depois de uma política de alternância na sua primeira fase, se tenha tornado senhor absoluto depois de dois ou três jogos menos conseguidos do seu colega.
Com trinta e seis anos de idade (faz trinta e sete daqui a uma dúzia de dias) , em excelentes condições fisícas e senhor de um comportamente exemplar ao longo desta década ao serviço do Vitória, Douglas termina o seu vinculo em Junho do corrente ano ignorando-se qual o seu futuro.
Se vai continuar a jogar, se termina a carreira, se fica no Vitória ou vai para outro emblema.
Pessoalmente entendo que face ao seu rendimento ao longo desta época fará todo o sentido renovar o contrato por mais um ou dois anos permitindo que ele termine a sua carreira num clube que com tanta dignidade tem servido e ao qual pode continuar a ser muito útil.
E ao qual poderá, e deverá caso seja essa a sua vontade, continuar a ser útil mesmo depois de pendurar as luvas.
Em suma creio que Douglas deve continuar a jogar mais um ou dois anos e depois passar aos quadros técnicos do clube ou, caso prefira terminar já a carreira, passar de imediato a esses quadros técnicos onde poderá seguramente fazer um excelente trabalho.
Seria um enorme erro o Vitória não aproveitar tudo que Douglas ainda pode dar ao clube.
É que erros desses já foram cometidos no passado.
Depois Falamos

terça-feira, fevereiro 25, 2020

Uma Palavra

Não conheci Laura Ferreira.
Conheço Pedro Passos Coelho há mais de trinta anos, desde o tempo em que era um jovem e prometedor vice presidente da JSD (já contei neste blogue por mais de uma vez como nos conhecemos) , e por ele tenho a admiração devida a um político que prestigiou o Estado e defendeu intransigentemente os interesses do seu país.
Laura morreu hoje depois de uma longa e penosa doença contra a qual lutou com coragem, estoicismo e sem desfalecimentos ao longo de quase cinco anos de sacrificio e sofrimento mas com uma dignidade e uma perseverança que merecem todos os elogios pelo exemplo que deu ao longo de todo este tempo.
Pedro esteve sempre a seu lado, em casa e no hospital, dedicando-lhe todo o seu tempo livre e prescindindo de tudo que não fosse a sua actividade profissional para acompanhar a mulher nesta doloroa provação.
Se já era merecedor de um enorme respeito por tudo que fez por Portugal merece agora também a admiração pela sua faceta humana e pelo amor que dedicou a Laura até ao ultimo segundo da sua existência sendo um apoio que a terá ajudado a atravessar estes cinco anos de forma, apesar de tudo, menos difícil.
É uma palavra que não queria dexar de dar neste dia triste para Pedro Passos Coelho e para a sua família.
Depois Falamos.

segunda-feira, fevereiro 24, 2020

Castelo de Buda, Budapeste


Ursitos


Monument Valley


Jackson

 Foi um dos melhores pontas de lança que passou pelo futebol português nos últimos largos anos. Depois foi para Espanha e para a China onde ganhou a vida mas perdeu a carreira fruto de sucessivas lesões.
 Hoje não sendo uma sombra do jogador que foi é, ainda assim, um atleta limitado com dificuldade em correr e em fazer movimentos em que outrora era exímio. 
O talento continua lá todo mas falta a saúde que lhe permita exprimi-lo na plenitude. 
Apenas podemos louvar a sua força de vontade e espirito de sacrifício que por amor ao futebol, que não por necessidade económica, o mantém a jogar a um nível que não é o dele mas também não envergonha o seu percurso.
 Ontem, a finalizar a primeira parte de um jogo que estava 0-0, falhou um pénalti. 
Como já tinha falhado outros no passado e como pode falhar qualquer jogador que assuma a responsabilidade de os marcar. 
Nas redes sociais soltou-se de imediato aquilo que elas tem de pior. 
E imagino o que lhe terão chamado muitos dos que andaram toda a semana a chorar lágrimas de crocodilo pelo coitadinho do Marega.
 E por falar nisso convém recordar, porque nunca é demais, que quando dois meses atrás Jackson Martinez, um ponta de lança negro da equipa adversária, foi substituído no Vitória-Portimomense teve todo o estádio D. Afonso Henriques a aplaudi-lo como tributo ao seu amor ao futebol. 
De facto andam por aí narrativas que só não dão vontade de rir por porem em causa o Vitória e Guimarães. 
Porque são ridiculas até dizer basta.

domingo, fevereiro 23, 2020

Balanço

A doze jornadas do fim do campeonato ainda está tudo por decidir, porque ainda pode acontecer muita coisa, mas há tendências que começam a apontar para determinados caminhos e que dificilmente serão contrariadas.
Para o título Benfica e Porto jogam "a dois" porque nenhuma outra equipa tem sequer remotas possibilidades de lá chegar.
Braga e Sporting disputam o terceiro e quarto lugares porque pese embora a proximidade do Rio Ave não acredito que tenha possibilidade de o atingir ficando, isso sim, a disputar com o Vitória o quinto lugar que é a última posição que dá Europa na próxima época.
O Vitória teve uma jornada quase perfeita.
Ganhou, como lhe competia, em Vila das Aves e viu Famalicão, Boavista e Santa Clara perderem o que lhe reforçou a candidatura europeia e a jornada só não redundou na perfeição porque os vilacondenses ganharam em Tondela num jogo quase dramático.
Creio que o quinto lugar será disputado entre Vitória e Rio Ave porque o Famalicão está em clara perda .
Depois vem um lote de equipas mais ou menos tranquilas, entre os 29 pontos do Santa Clara e os 24 do Marítimo, onde estão Boavista, Moreirense, Gil Vicente, Vitória FC, Tondela e  Belenenses todos eles praticamente livres de preocupações com a descida e um ou outro ainda a espreitarem mais qualquer coisa que a cassificação tranquila.
Em termos de descida estão o Aves, em posição a roçar o desespero, Portimonense e Paços de Ferreira sendo que das três são os pacenses aqueles que estão com a cabeça de fora da linha de água mas por pouco.
Das três duas descerão salvo grande surpresa.
A doze jogos do fim são as tendências que temos.
Depois Falamos.

sábado, fevereiro 22, 2020

Castelo de Dunluce, Irlanda


Nuvens


Leopardo


A Política e o Marega

Conhecem-se os dados.
Portugal tem um Presidente da Reública que fala sobre tudo mesmo sobre o que não devia, tem um primeiro ministro que não tem vergonha de nada mesmo do que devia e tem um presidente da Assembleia da República que nem sê-lo devia.
Pois estas três ilustres (é uma forma de dizer apenas) perosnagens ao arrepio das responsabilidades que lhes estão cometidas e sem a sensatez a que os cargos as deviam obrigar ,mas que eles dispensam levianamente, foram dos primeiros a virem a público pronunciar-se sobre o "caso Marega".
Um deles, o PR em viagem de Estado (uma das tais onde diz sempre que não comenta assuntos internos embora o faça repetidas vezes) aproveitou uma escala no Dubai para vir a correr produzir teoria sobre o que não tinha visto nem  tinha tido oportunidade de aprofundar apenas e só para não ficar calado.
Como ele os outros dois falaram sobre o que não viram apenas e só porque lhes pareceu que cavalgarem a onda do combate ao racismo podia trazer-lhes popularidade e aplausos para nada contando o facto de se estarem a pronunciar sobre o que ignoravam.
E atrás deles foi a generalidade da classe política desde a pequena picareta falante do Bloco de Esquerda aos politicamente correctos lideres de PSD, CDS, PCP, PAN, etc,etc prontamente seguidos pelas suas caixas de repercussão nas direcções dos seus partidos e nalguns casos nas extensões distritais de Braga e até concelhias de Guimarães.
Um banho nojento de politicamente correcto.
É verdade , e são imensamente honrosas as excepções, que houve alguns, muito poucos e em diversos partidos, a afastarem-se do populismo bacoco e a marcarem diferenças para o "Maria vai com as outras" tão generalizado pelos dirigentes políticos.
 Mas aquele que marcou de facto a diferença, e referiu o essencial, foi Pedro Santana Lopes.
Desde logo porque o partido por ele liderado (que é também o meu partido embora longe de ser essa a razão deste texto) não entrou na onda de histeria nem sentiu a necessidade de pronunciamento imediato (ao contrário da lamentável posição das três principais figuras do Estado) optando por o fazer serenamente pela voz do presidente do partido no tempo que entendeu conveniente.
E quando o fez, na passada quinta feira depois de alguma da poeira ir assentando, fê-lo com a sabedoria de quem conhece bem o fenómeno futebol por dentro e por isso fala com um conhecimento de causa que nenhum outro líder partidário tem.
Condenando o que aconteceu de errado mas com a preocupação de não misturar Guimarães e o Vitória com as atitudes irreflectidas e lamentáveis de algumas dezenas de pessoas.
Fê-lo no seu artigo semanal no "Jornal de Negócios" e a seguir deixo a sua transcriçao no que a este caso diz respeito.
Depois Falamos.


" Guimarães é uma cidade muito bonita, é a cidade-berço e merece todo o respeito. O Vitória de Guimarães é um grande clube português com uma história notável, com uma massa associativa vibrante e que é das raras exceções que faz questão de marcar o seu lugar num país que só olha para os clubes que têm sido os três mais poderosos. O racismo é algo de repugnante, e ofender alguém pela cor da sua pele é algo miserável. Mas, quem o fez, não foi a cidade de Guimarães nem o seu principal clube. Foram algumas pessoas que, sejam trinta ou sessenta, não se confundem nem representam o Vitória de Guimarães ou a cidade-berço de Portugal.”

Pedro Santana Lopes

19 de fevereiro de 2020

sexta-feira, fevereiro 21, 2020

Em Dois Tempos

Em Vila das Aves jogava-se mais do que um vulgar jogo de campeonato com os seus três resultados possíveis porque, como costuma dizer-se, havia muito mais em jogo do que a conquista dos três pontos.
Para o lado do Vitória, bem entendido, porque para os avenses o que estava em jogo eram "apenas" os três pontos numa luta para escapar à descida que se tem revelado como difícil.
Para o Vitória , depois de uma semana de massacre na comunicação social como nunca se viu em relação a clube nenhum dando corpo a uma onda de hipocrisia e de politicamente correcto a quem nem as mais alta figuras do Estado escaparam, importava perceber como ia reagir a equipa e como iam reagir os adeptos.
E a resposta de ambos foi excelente.
Os adeptos acorrrendo em elevado número e dando à equipa o apoio que os transforma tantas vezes num décimo segundo jogador absolutamente decisivo.
A equipa fez o que se lhe pedia e foi competente na conquista de um triunfo que é dela, é de todo o clube e é também de Guimarães.
É verdade que mais uma vez deu meia parte de avanço, é verdade que Douglas foi (uma vez mais) absolutamente decisivo ao defender uma grande penalidade, é verdade que Davidson saiu do banco(banco porquê?) para ser o "abre balizas" necessário à construção de um triunfo que André André consolidou com o segundo golo.
Mas golos, penaltis, exibições individuais, defesas, remates, opções  dos treinadores  sendo a "nata" do futebol hoje não foram o mais importante.
O mais importante era responder a que nos ataca fora dos relvados.
E o Vitória, todo o Vitória, respondeu de forma excelente.
Depois Falamos

Castelo de Arnóia


Navio


Mocho


Mortes

Há dias assim.
Hoje soube-se da morte de três pessoas que por diversas razõess, uns mais que outro, foram personalidades da nossa vida política, empresarial, autárquica , jornalistica ao longo dos ultimos mais de quarenta anos.
Morreu Joaquim Pina Moura.
Que foi militante do PCP, e por muitos visto como sucessor de Álvaro Cunhal, mas que psoteriormente viria a deixar o partido e no inicio dos anos 90 juntar-se-ia aos que dentro e fora do PS apoiavam a liderança de António Guterres.
Dele foi secretário de estado e ministro, chegou a acumular economia e finanças (caso nunca visto), mas nunca foi um bem amado no PS e depois de sair do governo e se dedicar à vida empresarial ainda menos.
Era um homem extremamente inteligente que terá ficado a dever a si próprio mais qualquer coisa.
Morreu Vasco Pulido Valente.
Que depois de uma incursão pela política, como secretário de estado nos governos da AD com Francisco Sá Carneiro ( o único politico que alguma vez terá conseguido ter mão nele) , passou para o lado do jornalismo onde se tornou um dos colunistas mais temidos da comunicação social portuguesa pela contundência e desassombro com que escrevia.
Também com alguma inconveniência e quantas vezes de forma injusta para os visados diga-se de passagem.
Morreu, também, João Ataíde que foi magistrado, presidente da câmara da Figueira da Foz, secretário de estado do anterior governo e era actualmente deputado do PS em cuja qualidade ainda ontem participara nos trabalhos parlamentares.
Tres mortes conhecidas no mesmo dia e que mostram bem o quanto efémera e vida é e o quão pouco importantes são alguns assuntos em volta das quais se fazem quase questões de vida ou de morte.
Depois Falamos

quarta-feira, fevereiro 19, 2020

Excelências

Senhor Presidente da República, Senhor Primeiro Ministro, Senhor Secretário de Estado do Desporto, Senhores Líderes partidários (que opinaram), Senhores Deputados eleitos pelo circulo eleitoral de Braga, Senhor Presidente da Liga, Senhores Presidentes dos clubes ( que se pronunciaram), Senhores jornalistas , comentadores e paineleiros, Senhores de Guimarães que cultivam o politicamente correcto e só se chegam ao Vitória quando lhes dá jeito, Senhoras e Senhores que de uma forma geral, tal como os anteriores, falam do que não viram, comentam o que não sabem, servem-se do que Comunicação Social lhes põe à frente, alinham no que lhes promete dividendos na opinião pública, salivam com os “gosto” no Facebook e contribuem para pôr num clube, num concelho e numa cidade uma marca abominável de racismo que Guimarães e o Vitória não merecem nem nunca mereceram.
Quero dizer-lhes caros Senhores, com o imenso orgulho de ser vimaranense e vitoriano, o seguinte a título apenas de esclarecimento , sem qualquer outra intenção e encerrando por agora a minha participação opinativa neste sórdido assunto:
É quando o mundo parece estar todo contra nós que Guimarães e o Vitória sabem dar o melhor de si próprios, fazerem frente às adversidades e às injustiças que nos colocam no caminho e lutarem sem desânimos nem desfalecimentos pelo nosso bom nome, pela nossa imagem, pelo imenso orgulho que temos na nossa Terra e no nosso principal clube . Assim será uma vez mais. Com a tranquila certeza de que a Verdade virá ao de cima e a Mentira será derrotada. Porque para nós o mundo é Preto e Branco!

terça-feira, fevereiro 18, 2020

O Caso Marega

O meu artigo desta semana no zerozero.

Em volta do sucedido no passado domingo no estádio D.Afonso Henriques durante o jogo entre Vitória e Porto, relativamente ao atleta Marega, anda demasisada poeira no ar e demasiado ruído de fundo para resistir a escrever algumas linhas sobre um assunto que na sua relativa insignificância parece ter-se tornado uma prioridade do país e, pasme-se, das suas principais figuras políticas.
Ao sabor de um populismo, uma futilidade e uma irresponsabilidade que merecerá, certamente, análise noutras instâncias que não as desportivas.
Vamos então ao “Caso Marega”.
Que não começa no passado domingo, como alguns poderão pensar, mas sim em 2014/2015 quando ele depois de uma carreira sem qualquer relevo e passada em clubes de divisões inferiores, chega à Madeira para representar o Marítimo onde a par de começar a revelar talento para o futebol revela também uma preocupante queda para a indisciplina e o descontrolo emocional que lhe valem multas e suspensões disciplinares pelo clube.
Ainda assim na primeira época faz dezasseis jogos e oito golos e desperta atenções.
Na primeira metade da época seguinte continua na Madeira, onde faz sete golos em dezoito jogos,  e em Janeiro de 2016 é transferido para o Porto onde em 13 jogos faz apenas um golo e se transforma em alvo preferido do anedotário azul e branco face às suas exibições e aos golos falhados sendo nas redes sociais e no estádio alvo de frequentes insultos e chacota vária.
São factos.
No final de época, completamente desvalorizado , sem lugar no plantel portista e sem ter quem lhe pegasse consegue ainda assim ser emprestado ao Vitória perante a perplexidade dos vitorianos que não entendiam o interesse no jogador.
Pese embora isso a partir do momento em que vestiu a camisola vitoriana ( a branca ou a preta) foi recebido, apoiado e acarinhado como qualquer outro jogador de qualquer raça ou nacionalidade que vem para Guimarães e recebeu aplausos quando os mereceu e alguma reprovação quando as suas exibições não agradavam aos adeptos exactamente como qualquer outro jogador do clube.
Um dia  frente ao Nacional,  com  o jogo parado e sem qualquer motivo em mais uma exibição de descontrolo emocional, não arranjou melhor para fazer do que dar um estalo num adversário sendo expulso e deixando a equipa reduzida a dez unidades ainda no decorrer da primeira parte.
Não contente com isso ao sair do relvado insultou por palavras e gestos os adeptos do Vitória
(os tais que agora diz sempre ter respeitado mas é uma das muitas mentiras de que adiante falaremos) e ausentou-se do estádio não sem  ter partido o que lhe apareceu à frente no balneário da equipa em mais uma manifestação de puro descontrolo.
Mesmo com esses comportamentos a SAD do Vitória resolveu não deixar cair o jogador ( o que poderia ter significado o fim da sua carreira) e procurou reintegrá-lo no grupo com compreensão pela sua forma de estar ao mesmo tempo que os adeptos também eles lhe perdoaram o comportamento e continuaram a apoiá-lo como se nada se tivesse passado.
Mais até para sermos rigorosos.
Marega acabou por fazer uma excelente época, marcando 14 golos em 31 jogos, tornando-se um idolo dos adeptos que com ele festejavam as vitórias e choravam as derrotas como na final de Taça frente ao Benfica em que o jogador quando descia da tribuna após receber a medalha de finalista quase se envolveu em confrontos com um espectador por força de uma “boca” que ouviu e de que não gostou.
Os colegas evitaram que algo acontecesse mas o descontrolo estava, uma vez mais, lá.
No final da época regressou ao Porto, reabilitado e com o prestígio em alta, fazendo questão de agradecer publicamente ao Vitória e aos vitorianos tudo que tinham feito por ele e pela sua carreira.
Nos dois anos seguintes sempre que Vitória e Porto se encontravam Marega era aplaudido pelos adeptos vitorianos (como na época passada em que saiu lesionado no jogo em Guimarães e foi aplaudido de pé) e em contrapartida nos vários golos que marcou ao Vitória teve sempre o gesto de não os festejar como forma de mostrar o respeito a um clube ao qual assumia tanto dever.
Como já no presente campeonato tinha acontecido no jogo da primeira volta em que Marega fez dois golos e não festejou nenhum deles.
E chegamos a domingo passado.
No qual começo por deixar uma nota pessoal.
Sendo sócio com lugar anual na bancada nascente, precisamente aquela em frente à qual  tudo se desenrolou, cheguei ao estádio ainda as equipas não tinham subido para o aquecimento pelo que tive oportunidade de presenciar tudo quanto se passou. Vi e ouvi. Não me contaram.
E o que vi foi o FCP fazer parte do aquecimento perto da bancada nascente e alguns adeptos vitorianos mais próximos do tereno de jogo (quatro ou cinco) aproveitarem para mandarem algumas “bocas “aos jogadores adversários como acontece em todos os estádios de todo o mundo especialmente com os guarda redes sem que isso acarrete problemas.
Há videos, gravados com telemóveis, dessas “bocas” que não sendo obviamente simpáticas também não tem qualquer cariz racista, nem nada que se pareça, pelo que a alegação de Marega e de responsáveis do Porto sobre o assunto são mentira. Uma das várias.
Aliás se isso tivesse acontecido, insultos racistas, seria incompreensível que não os tivessem comunicado de imediato ao árbitro e aos delegados da Liga.
No decorrer do jogo tudo se processou com absoluta normalidade, sem insultos   de qualquer espécie (outra mentira de Marega & Cia) especialmente em relação a Marega que vinha produzindo uma exibição tão discreta que quase passava despercebido.
Na unica vez em que se tornou notado foi quando isolado atirou ao lado da baliza de Douglas gerando algumas manifestações de descontentamento nos adeptos do...Porto que não se conformavam com semelhante falhanço.
A normalidade foi de tal ordem que ao intervalo ninguém do F.C. Porto denunciou junto de árbitro e delegados da Liga qualquer tipo de anormalidade.
E chegamos ao fatídico minuto 60.
Em que Marega faz golo e perante o espanto de todo o estádio em vez de festejar junto dos adeptos portistas ali por trás da baliza resolve correr umas dezenas de metros para ir provocar por gestos e palavras os adeptos vitorianos.
Que reagiram ( que adeptos de que clube não o fariam ?) de forma indignada com vaias, insultos e arremesso de cadeiras ao jogador não por ele ser negro mas pelas atitudes que tomou perante adeptos que, ainda por cima, sempre o tinham acarinhado.Se o golo tivesse sido de Otávio, que também passou pelo Vitória (ou de Soares se tivesse jogado e também ele ex vitoriano) a reacção teria sido exactamente a mesma porque o que estava em causa era a atitude e não a cor da pele.
Depois foi o que se sabe nos dez minutos em que a indignação de Marega lhe permitiu continuar em campo. Cada vez que tocava na bola era vaiado, insultado num coro imenso de “ Ó Marega vai para o c....” mas sem qualquer cântico racista ao contrário das mentiras propaladas pelo jogador e por alguns responsáveis do FCP.
Não houve um único cântico racista no estádio D. Afonso Henriques!
Houve, isso sim, a atitude lamentável de alguns adeptos vitorianos (dezenas? centenas? não sei quantificar nem me parece que isso alguma vez seja possível) que por breves segundos produziram alguns urros a imitar macacos o que pode ser considerado como uma atitude imbuída de racismo mas nada mais do que isso.
Foram poucos e foram breves mas sendo identificados devem ser sancionados face à legislação existente.
Depois foi a rábula das cenas de Marega a querer sair do relvado, num descontrolo emocional (mais um) completamente despropositado mas que ainda lhe deixou tempo e disposição para provocar e insultar os adeptos vitorianos antes de desaparecer no túnel.
O que aconteceu em Guimarães foi muito desagradável não vale a pena esconder o facto.
Tem um responsável principal, o jogador profissional de futebol Moussa Marega, e alguns responsáveis secundários, alguns poucos adeptos do Vitória que contestaram o jogador com os tais urros , mas foi   um episódio que sendo melhor não ter acontecido não merece de forma alguma o impacto e a divulgação nacional e internacional que está a ter por força do sensacionalismo da imprensa, do oportunismo de forças políticas e de figuras do Estado que cavalgam o populismo do anti racismo sem sequer perceberem que não sabem do que estão a falar neste caso específico.
Há tanta gente no país a falar de cátedra sobre o que não viu, com base no que lhe contaram, no que leram aqui ou ali, no que ouviram dizer que deviam ter vergonha de ajudarem a enlamear Guimarães e o Vitória com base numa inventona que pode deixar marcas extremamente negativas na imagem de uma comunidade e de um clube.
Guimarães não é racista.
O Vitória não é um clube racista nem de racistas.
Tem mais de sessenta anos de perfeita integração de atletas estrangeiros de várias nacionalidades e raças (desde os primeiros brasileiros que vieram para Portugal pela porta do Vitória na década de 50 do século passado) muitos dos quais escolheram Gumarães para residir depois de terminarem as suas carreiras.
Tem como alguns dos seus maiores ídolos jogadores de raça negra como Ndinga (dez anos no clube, recordista de jogos com a camisola vitoriana, capitão de equipa durante vários anos) , Neno, Jeremias, Rui Rodrigues, Joaquim Jorge, Almiro, Desmarets, Soudani, Ricardo Pereira, Cafú entre tantos outros que poderia citar.
Tem nos seus valores enquanto clube a “assumpção das cores preta e branca como alusão à igualdade e à admissão de todos  sem distinção de raças”.
Esta é a minha verdade sobre o que se passou no domingo no estádio D. Afonso Henriques.
A verdade de quem, ao menos, viu o jogo e assistiu a tudo que lá se passou.
Não é uma verdade absoluta, como é evidente, mas o que não é de certeza é uma mentira absoluta como tantas que por aí andam sem qualquer respeito por Gumarães, pelo Vitória, pelos vimaranenses e pelos vitorianos e que estão a lançar anátemas e a criar injustiças a que urge por cobro tão depressa quanto possível.
Porque já há quem esteja a sofrer com esta situação apenas e só por ser de Guimarães e do Vitória.
O combate ao racismo é um combate civilizacional do qual nenhum cidadão, nenhuma colectividade, nenhum a instituição estão dispensados porque significa lutar por valores humanos que não são sequer discutíveis.
Mas o combate à injustiça que o racismo é não pode ser feito com outras injustiças como a de criar bodes expiatórios para os males globais como alguns estão agora a quererem fazer com Guimarães e com o Vitória com base num incidente ocorrido num estádio e que em nada justifica isso.

Sugestão de Leitura

Sempre gostei de ler Charles Dickens.
Curiosamente cheguei ao autor não através de um livro mas de uma série televisiva a que assisti ai pelos anos setanta do século passado chamada "David Copperfield" e que se baseava na obra homónima do autor.
Era em episódios, quase uma telenovela desses tempos, e seguia-a com enorme interesse.
Claro que depois comprei o livro , que li e reli, e que era naturalmente bem mais interessante do que a série nele baseada como quase sempre acontece.
Nos anos seguinte para lá de reler o "David Copperfield" também tive a oportunidade de ler outras obras famosas do grande escritor inglês como "Oliver Twist", "Um Conto de Natal" e "Tempos Difíceis".
Muitos anos se passaram desde que li algumas obras de Dickens mas fiquei sempre com a sensação de que faltava uma das fundamentais- "Grandes Esperanças"- para poder concluir o ciclo de leitura desse escritor.
Li-a agora, mais de trinta anos depois de ter lido pela útima vez um livro do autor, e reencontrei nela o estilo do "velho" Charles Dickens que tanto apreciara noutros tempos e tantas horas de leitura prazenteira me proporcionara.
É uma obra "datada", da época vitoriana com os costumes sociais desse tempo bem marcados, mas nem por isso deixa de ser um livro magnifico cuja leitura é altamente recomendável especialmente para quem tive rinteresse pelo século XIX inglês.
Depois Falamos

Rio de Janeiro


Ornitorrinco


Castelo de Blarney, Inglaterra


segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Perguntas

Em todo este sórdido "caso Marega" há perguntas para as quais bem gostaria de ter resposta.
1) Porque não há imagens e som televisivos dos supostos cânticos racistas? Se foram tantos e por tanto tempo era suposto haver. Ou não há porque não existiram?
2) Se houve actos de racismo contra um jogador negro do Porto porque razão os restantes jogadores negros do clube permaneceram em campo?
3) E a restante equipa continuou o jogo porquê?
4) E os dirigentes da SAD do Porto porque razão ficaram no camarote, impávidos e serenos, em vez de abandonarem o estádio de imediato?
5) Se os supostos actos racistas já vinham do aquecimento porque não foram de imediato comunicados ao árbitro e aos delegados da Liga?
6) Se esses supostos comportamentos foram durante todo o jogo porque razão ao intervalo não foi feita a comunicação a quem de direito?
7) E se Sérgio Conceição estava certo disso tudo porque esteve calado até ao fim do jogo?
8) Se se verificaram incidentes racistas porque razão o árbitro nao terminou o jogo conforme instruções da UEFA?
9) Porque razão Marega depois do golo em vez de festejar com os seus adeptos ali ao pé optou por correr dezenas de metros para provocar os adeptos vitorianos despoletando tudo o resto?
10) Porque razão o árbitro não mostrou o cartão vermelho a Marega face às suas atitudes de indisciplina e às provocações a adeptos ?
11) Abriu a LPFP processos disciplinares a Marega por tudo que fez e a Sérgio Conceição por repetidos insultos aos adeptos do Vitória?
12) E uma pergunta final: É ou não um acto de racismo chamar "macaco" ao líder da claque do Porto?
Talvez se um dia tivermos resposta para tudo isto possamos analisar em termos definitivos o que aconteceu ontem no estádio D. Afonso Henriques.

Massacre

Como era de esperar neste país de filhos e enteados o Vitória e os seus adeptos estão a ser massacrados desde ontem por tudo que é comentador politicamente correcto, por tudo que é político oportunista e sem vergonha, por todos que querem aparecer bem numa fotografia hipócrita mesmo não tendo visto o jogo e falando com base na versão que lhes contaram.
 As televisões, e os seus enxofráveis programas sobre os três do costume, então não dão descanso massacrando os telespectadores com um assunto que está longe de fazer parte das mil prioridades mais importantes para o país.
 Mas com a nuance habitual que é falta de contraditório. 
Nenhum responsável do Vitória foi convidado a estar nesses programas a apresentar a versão do clube sobre o assunto enquanto temos de aturar comentadores afectos ao Porto (parte interessada) e a Benfica e Sporting. 
Há muitas formas de praticar a discriminação neste país. 
Essa é uma delas!

Marega

O jogador profissional de futebol Marega protagonizou hoje no estádio D. Afonso Henriques um conjunto de atitudes vergonhosas e incompatíveis com o seu estatuto de profissional e a visibilidade que a sua profissão tem. 
Desrespeitou todos os espectadores presentes no estádio, desrespeitou a sua entidade profissional e desrespeitou o Vitória Sport Clube cuja camisola já vestiu e de cujos adeptos teve sempre apoio pese embora algumas atitudes de mau profissional que nesse tempo tomou. 
O jogador profissional de futebol Marega revelou hoje, uma vez mais, um descontrolo emocional que seguramente merecerá a melhor atenção do seu clube a nível desportivo e na ajuda psicológica de que parece necessitar.

sábado, fevereiro 15, 2020

Tradição

Os jogos entre Vitória e Porto são para mim sempre muito especiais.
Porque são jogos a que assisto há mais de cinquenta anos, porque tenho grandes memórias de alguns deles e outras nem tanto, porque deve ser o adversário que já vi defrontar o Vitória em mais estádios diferentes.
Essencialmente porque o primeiro jogo que vi do Vitória foi com o Porto, ainda no saudoso campo da Amorosa , e o Vitória ganhou.
Foi aliás o único jogo que me lembro de ver da equipa principal (das reservas e dos escalões de formação vi muitas dezenas) no campo da Amorosa porque logo na época seguinte passou a usar o então estádio municipal.
Mas além desses dois estádios vimaranenses já vi o Vitória jogar com o Porto nas Antas, no Dragão, na Póvoa de Varzim, em Braga, em Fafe, em Felgueiras, em Aveiro e , é claro, duas vezes no Jamor em finais de taça de má memória.
E muitos desses jogos ...foram grandes jogos.
É o que se espera do jogo de amanhã.
Duas equipas em bom momento, o Vitória vindo do mais expressivo triunfo de todo o campeonato até ao momento (7-0 ao Famalicão em Famalicão) e o Porto acabadinho de derrotar o Benfica que lidera a liga, disputarão um jogo de enorme importância para ambos.
O Vitória numa luta pelo acesso à Liga Europa via quinto lugar que envolve, neste momento, um número inusitado de equipas e até de equipas que na sua maior parte nem costumam andar envolvidas nestas disputas como são os casos de Famalicão, Santa Clara, Rio Ave , Gil Vicente e os "clássicos" Vitória Futebol Clube e Boavista que há bastantes anos se encontram arredados dessas andanças. 
Isto dando de barato que , infelizmente, o Vitória já vê Sporting e Braga a uma distância que dificilmente será recuperável o que significa que terceiro e quarto lugares já tem donos falta saber por que ordem.
Por seu turno o Porto, que há duas jornadas estava a sete pontos do Benfica, sabe agora que depois de ele próprio ter derrotado o líder e de este ter hoje sido derrotado pelo Braga um triunfo em Guimarães o deixará a um escasso ponto da liderança com tudo que isso traz de motivação extra para o jogo de amanhã.
Espero e desejo que seja um grande jogo e que o Vitória vença sendo ou não a melhor equipa em campo.
Que vença pelo mérito ou pela sorte do jogo mas que vença com verdade desportiva porque só assim vale a pena vençer.
Depois Falamos.

Eutanásia

A discussão em torno da eutanásia, agora que os projectos de lei de cinco partidos se encontram prestes a serem discutidos e votados, tem vindo a aquecer na sociedade portuguesa com dois campos claramente definidos e entre os quais parece não haver ponto de encontro.
Os que defendem o direito à eutanásia como forma digna de por termo a uma vida a que só resta doloroso sofrimento e os que defendem que tal constitui um crime e que por isso nenhum cidadão tem o direito de tirar a vida a outro ainda que o faça com base nas leis do Estado.
Ambos os lados tem as suas razões, respeitáveis mais na essência do que nos argumentos com que são defendidas, pese embora se lamente que um assunto tão sério não tenha um período de debate mais alargado bem como o primarismo de alguns argumentos que em nada ajudam ao esclarecimento das pessoas.
Recordo a propósito que quando se debateu a interrupção voluntária da gravidez, vulgo aborto, aquando dos dois referendo sobre a matéria também a discussão se extremou entres os dois campos (que com ligeiras diferenças eram os mesmos de agora) com recurso a argumentos extremos e a verdade é que a lei acabaria por ser aprovada consagrando uma legislação moderada e com base na qual não consta que tenha havido um aumento substancial das práticas abortivas consoante profetizavam os seus opositores.
Creio que com a actual questão da eutanásia acabará por acontecer o mesmo.
Desde logo porque haver uma aprovação da mesma (o que inevitavelmente acontecerá por força do peso dos votos no Parlamento)  significa que os doentes passarão a ter direito a decidirem sobre  a sua própria vida, em circunstâncias extremas e devidamente regulamentadas,mas isso não significa que por terem o direito sejam obrigados a exercê-lo.
Tal como acontece no aborto ou no divórcio por exemplo.
Mas significa também que nenhum profissional de saude será obrigado a prticar esse acto médico se tal violar a sua consciência e por isso aqueles que o venham a praticar fá-lo-ão por sua livre vontade e sabendo que está a respeitar uma decisão do doente tomada em condições de poder decidir com perfeito conhecimento de causa.
Põe-se  a questão do referendo, por parte dos opositores das propostas de lei, como forma de dar aos portugueses a forma de se pronunciarem sobre se desejam ou não ter o direito à prática da eutanásia nas tais circunstâncias referidas.
Pessoalmente sou um defensor dos referendos. 
Mas tenho duvidas sobre se a atribuição de um direito, que é apenas um direito e não um dever/obrigação, é matéria referendável.
Não sei.
Mas sei que ninguém tem o direito de em nome das suas convicções, por mais respeitáveis que sejam, condenar os outros a um sofrimento que apenas aos próprios diz respeito e que deve merecer de todos o maior dos respeitos e das solidariedades.
A questão da eutanásia é uma questão de liberdade individual, que não colide com direitos ou liberdade de terceiros , em que ninguém é obrigado a morrer e ninguém é obrigado a auxiliar a morte de alguém.
Gostaria que o assunto, repito, tivesse sido discutido com mais tempo e maior esclarecimento para as pessoas que sobre o assunto tem, de forma geral, muito pouca informação e conhecimentos relativamente escassos.
Mas não foi.
E por isso devo dizer, de forma serena e muito reflectida, que se fosse deputado votaria favoravelmente as propostas de lei.
Considero que a eutanásia deve ser um direito de quem está doente, sem qualquer esperança de cura e em grande sofrimento.
Depois Falamos.

quinta-feira, fevereiro 13, 2020

Jamor ?

Depois de duas enlameadas, pelos árbitros e pelo VAR, meias finais da Taça de Portugal em que os erros foram mais que muitos e sempre a favorecerem os mais fortes (com excepção de um penalti sonegado ao Porto no jogo de Viseu) apuraram-se para o jogo derradeiro os clubes que o "sistema" mais desejava, ou seja, Benfica e Porto.
Há dezasseis anos que não acontecia uma final entre estes dois inimigos figadais do desporto português que nos propiciam (por mim bem dispensava) diariamente um confronto de insultos, insinuações e suspeições absolutamente indignas de colectividades de um país que se supõe civilizado.
E é. O país. Eles é que não.
Pois agora a propósito dessa final, que nos seus patéticos "mind games" já ambos andam a preparar, começam a surgir vozes a pôr em causa ( e muito bem diga-se de passagem) as condições de segurança que o Jamor oferece para um jogo de tão elevado risco.
Bem vindos ao clube.
Pela parte que me toca quer neste blogue, quer em artigos no zerozero, quer em artigos publicados em jornais, quer até nos tempos de comentador televisivo no Porto Canal h+a muito tempo que defendo que aquele estádio já não tem condições para albergar jogos da dimensão da final da taça.
Deixo a seguir cinco links ( aquiaquiaqui,aquiaqui) em que fundamento a minha opinião.
O primeiro deles de 2011 embora haja mais antigos.
É um estádio sem conforto por ser descoberto (já lá apanhei um calor insuportável na final de taça de 1988 e chuva torrencial na de 2017), sem a lotação necessária para grandes jogos, sem casas de  banho e bares condignos e sem as condições de segurança necessárias a eventos em que vem ao de cima grandes paixões e enormes rivalidades.
Não nego que a FPF tenha desenvolvido um grande esforço de modernização mas definitivamente é um estádio ultrapassado, o enquadramento e a paisagem são excelentes mas isso não interessa para nada, que a própria selecção nacional deixou de utilizar há muito tempo preferindo uma dezena de estádios bem mais modernos que há no país.
A única razão para ser mantido como local permanente da final da taça é ser em Oeiras, ao pé de Lisboa, e isso dá muito jeito, por todas as razões, aos dois clubes maiores da capital e aos seus adeptos que assim evitam deslocações quando os seus clubes marcam presença no jogo da final.
Pode ser que a propósito da final deste ano, e esperemos que apenas por razões e não por factos a lamentar, se comece a pensar seriamente em deixar o Jamor e marcar o local da final por acordo entre os dois finalistas de cada edição.
É muito mais adequado aos tempos que vivemos e às realidades que temos.
Depois Falamos.

Sidney


Torre de Pisa


Vespa


quarta-feira, fevereiro 12, 2020

Famalicão

O Futebol Clube Famalicão é um clube histórico do Minho e do futebol português, sedeado em Vila Nova de Famalicão que é a terceira cidade do distrito de Braga, mas não tem tido nos últimos largos anos o papel que seria suposto ter.
Este ano regressou à Liga e tem feito um belo percurso, que passou pela liderança da prova durante algumas jornadas e pela contínua manutenção em lugares europeus, o que permite supor que está num novo ciclo da sua vida capaz de o fixar em definitivo no primeiro escalão e nele lutar por posições de destaque.
Com um estádio antiquado (ao que parece vai ser remodelado) consegue ainda assim excelentes taxas de ocupação fruto do entusiasmo dos seus adeptos e da mobilização que o concelho tem feito em torno da sua equipa mais representativa numa comunhão de esforços que certamente vai dar os seus frutos.
Ontem disputou a segunda mão da  meia final da Taça de Portugal, tentando uma inédita chegada ao Jamor, mas a exemplo do que já sucedera na primeira mão não lhe bastou ser a melhor equipa em campo para ter o sucesso merecido porque do outro lado estava um clube que tem amplas simpatias do sector da arbitragem, quer dos que andam de apito na boca quer dos que sentam atrás dos ecrans de VAR, e isso foi mais forte que o jogo jogado.
Mas há uma vitória que ninguém lhe tira.
Que foi a de ser o segundo clube do Minho, a seguir ao Vitória, a receber o Benfica e a ter no estádio uma enorme maioria de adeptos seus situação que em Guimarães se verifica desde sempre e em Famalicão se deseja que tenha tido ontem um irreversível ponto de partida.
Depois Falamos.