quinta-feira, novembro 05, 2020

Liberdade de Voto

Já noutras oportunidades alinhavei umas ideias sosbre este assunto mas agora, um pouco à boleia das mediáticas e intermináveis eleições americanas , volto a ele até porque é uma questão que ameaça por-se mais dia menos dia em Portugal a começar (quem sabe?) pelos Açores.
Refiro-me à liberdade de voto.
Mais especificamente à liberdade de voto em dois patamares distintos, embora exista muito boa gente que goste de os confundir especialmente quando dá jeito, como o são o da cidadania individual e o dos eleitos pelos partidos.
No primeiro a liberdade de voto é indiscutível e inegociável porque o voto do cidadão é dele e de mais ninguém e independentemente das filiações partidárias na hora de votar apenas a consciência deve ser factor de decisão.
Por isso me dá muita vontade de rir, e alguma pena até, quando vejo dirigentes partidários a dizerem de nariz bem empinado que o partido vai dar liberdade de voto aos seus militantes nesta ou naquela questão quando em boa verdade os partidos não podem dar o que não é deles pelo que esse tipo de "concessão" não passa de puro e simples disparate.
Questão bem diferente é quando se trata de eleitos por um partido , que aceitaram o programa sob o qual se candidataram, e que portanto devem obediência às decisões do partido e disciplina na hora de votar sob pena de a democracia se transformar numa bandalheira.
É claro que nas chamadas questões de consciência e se o partido não der , aí sim com absoluta propiedade, liberdade de voto o eleito tem sempre várias opções que vão desde o ser ele a solicitar ao partido liberdade para votar de forma diferente até ao pedir para ser substituído se entender que de todo em todo não pode seguir a orientação de voto do seu partido.
O que não deve, nunca, é fazer o que fazem as Joacines desta vida que quando entram sem conflito com o partido se desfiliam deste mas abocanham o lugar em que estão eleitos pelo partido e não por si próprios.
E esta é uma questão que o grande imbróglio das eleições americanas e o pequeno imbróglio, por comparação, das eleiçoes nos Açores pode tornar repentinamente um assunto da actualidade.
Depois Falamos


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