quarta-feira, novembro 18, 2020

É ou NÃO É?

Normalmente até gosto deste programa moderado por um bom jornalista como o Carlos Daniel é. No de ontem o tema era o acordo entre PSD e Chega (do CDS, PPM e IL costumam esquecer-se...) para a governabilidade, não para o governo que é coisa diferente, dos Açores.
Como parece que neste país nada mais há para discutir do que esse acordo ou as tácticas de Fernando Santos lá se preparava mais uma sessão de bullying sobre os dois partidos como o governo tanto gosta porque quando se fala disso não se fala do trágico resto.
Sendo que o trágico resto vai desde a pandemia descontrolada com um SNS no limite aos sucessivos membros do governo alvo de investigações judiciais ou de suspeitas graves passando pelos milhões e milhões que continuam a meter no Novo Banco e na TAP entre muitas outras coisas. Adiante.
Estava pois a sessão de bullying preparada com a presença de dois comentadores de direita muito fofinhos como a esquerda tanto gosta (Poiares Maduro e Nobre Guedes) e que se atropelam na ânsia de dizerem coisas que os adversários adoram e na sequências das quais lhes concedem umas migalhas de elogios.
Estava também, vá-se lá saber porquê, esse guru de uma esquerda pedante chamado Rui Tavares e dois comentadores da área dos 15 milhões de euros de "subsidíos" à Comunicação social (Helena Matos e Manuel Carvalho) dos quais nada mais se esperava do que darem ao bullying uma componente de "independência" complementando a dos restantes comentadores, membros de partidos, para darem assim a sensação de que era tudo contra o acordo.
Tiveram contudo um enorme azar com o comentador da área do PS.
Porque Sérgio Sousa Pinto, que até foi sempre do sector mais à esquerda do PS, pensa pela sua cabeça, não lê cartilhas, nem anda a mendigar afagos do dono qual cãozinho amestrado e por isso não teve qualquer problema em dizer meia dúzia de verdades duras como punhos nomeadamente sobre o PCP e o BE perante o notório incómodo dos restantes.
Foi giro de ver.
E mais giro seria se um programa sobre um acordo entre PSD e Chega tivesse representantes de ambos os partidos para poderem esgrimir os seus argumentos e fazer o tão democrático e louvado contaditório que noutras esferas é santo e senha de todos os democratas moralistas.
Mas não tinha!
Do PSD porque ao que parece a direcção do partido não se quis fazer representar (e foi pena porque ao menos evitava que alguém cometesse o erro de confundir Poiares Maduro com o partido ) e do Chega porque embora passem o tempo a falar dele raramente na Comunicação Social lhe dão a oportunidade de falar sobre si próprio.
Mas é a democracia que temos.
Na qual a RTP, paga por todos, não enseja a oportunidade de ser uma espécie de corneta do regime.

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