Portugal, onde o vírus chegou mais tarde que a outros países mas chegou, não é excepção à regra e por isso nas redes sociais tem sido um permanente fervilhar de opiniões sobre o que o governo vem fazendo (ou devia fazer mas não fez) desde o declarar do estado de alerta ao encerramento das escolas que foi, provavelmente, a medida que suscitou mais opiniões ao longo destes dias.
É previsível que com o finalmente decidido (como foi possível demorar tanto tempo?) encerramento das escolas, com a suspensão das competições desportivas, com o fecho de discotecas e outros locais de diversao, com os conselhos às pessoas para não frequentarem lugares de grande concentração como os centros comerciais, com a suspensão de festividades religiosas incluindo missas entre outras medidas se venha a intensificar o recurso às redes sociais como forma de as pessoas comunicarem, se informarem, trocarem opiniões, combaterem o relativo isolamento a que vão estar sujeitas.
É normal e daí não vem mal ao mundo.
Mas sem exageros nem a perversão das regras de funcionamento de uma sociedade democrática como se vai vendo, com alguma frequência, nalguns opinadores que acham inaceitável que nesta fase de combate ao vírus se critique o governo ou as autoridades envolvidas como se porventura a pandemia suspendesse a democracia.
É evidente, não custa reconhecê-lo, que neste momento há questões mais importantes do que o debate político, a divergência de ideias, o normal confronto entre quem defende o governo e quem o critica porque o país precisa de unidade, de solidariedade, de entreajuda.
Até aí todos de acordo penso eu.
Mas isso não significa o suspender da democracia nem o transformar opiniões críticas (e não faltam infelizmente razões para elas existirem...) em acusações palermas de "politiquices" como se porventura as pessoas não tivessem o direito de discordar daquilo que consideram estar mal.
Até porque criticas justas e pertinentes podem ser uma forma de ajudar a fazer melhor.
Repito: A pandemia não suspendeu a democracia e é bom que alguns que se acham no direito de darem lições de democracia a toda a gente reflectissem nas tristes figuras que andam a fazer em nome de um conceito próprio, e errado, do que é a democracia.
Até porque fosse outro o governo e bem gostava de ver o que eles escreveriam...
Depois Falamos
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