sábado, março 28, 2020

Regresso a Loarre

Hoje que o turismo é uma actividade suspensa, dada a pandemia mundial que sofremos, e muito especialmente suspensa em Espanha que é um dos países mais afectados pela doença, recordo a propósito de um documentário que vi por estes dias no canal História a visita que fiz há mais de uma década ao castelo de Loarre.
À qual já me referi aqui num post quase com dez anos.
Nas minhas viagens turísticas, seja por Espanha seja por outros países ( incluindo à cabeça Portugal) onde já tive oportunidade de ir, procuro sempre visitar monumentos que de alguma forma nos ajudem a compreender a História desses países e muito em especal castelos e fortalezas que me interessam de forma muito especial.
Talvez por ter nascido em Guimarães à "sombra" de um castelo magnífico.
Espanha é uma terra de castelos e fortalezas que traduzem bem o que foi a História de um país que antes de o ser se dividia em nações várias, como é de todos sabido, e que fruto disso atravessou inúmeros conflitos de diferente dimensão.
Aos quais Portugal não escapou também.
E nas viagens por Espanha, de norte a sul, tive oportunidade de visitar muitas delas a que me fui referindo neste blog ao longo dos tempos.
Loarre, na região autónoma de Aragão (província de Huesca), foi uma das visitas mais especiais.
Porque é um castelo imponente, porque é considerado a fortaleza românica melhor conservada da Europa, porque fica longe de tudo.
Mas um dia, numa viagem para Barcelona, fui a Loarre significando isso sair da auto estrada entre Vitória e Barcelona e andar quase cem quilómetros por estradas nacionais rumo ao Pirinéu aragonês apenas e só para visitar o castelo.
Valeu bem a pena.
Pelo castelo, pelo enquadramento paisagístico na montanha, pela sensação extraordinária de no alto das suas torres se ter oportunidade de vislumbrar não só paisagens fabulosas como também as aves de rapina que em torno delas voavam.
Mas também pela grande lição de como Espanha se tornou numa potência turística.
Porque num castelo perdido na montanha, longe das grandes cidades e das principais vias de comunicação, numa zona sem especial atracção turística, não faltava nada ao turista que o visite.
Casas de banho, bar/restaurante, estacionamentos adequados, merchandising relacionado com o castelo com grande diversidade, guias habilitados a acompanharem grupos , audiovisiuais com a história do castelo e da região.
E não era seguramente por acaso que nesse castelo perdido no Pirinéu aragonês estavam nessa manhã de Julho uma dúzia de autocarros de turismo e dezenas de automóveis traduzindo a presença de centenas de turistas.
Recordar tempos normais é também uma forma de resistir a estes tempos tão anormais que vivemos.
Depois Falamos.

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