Esta semana que passou os militantes (e os eleitores...) do PSD assistiram à enésima discórdia entre Rui Rio e o grupo parlamentar do partido desta vez em volta da votação sobre uma proposta do CDS em relação à baixa do imposto sobre produtos petrolíferos.
São quezílias e trapalhadas que já vem de trás.
Desde o tempo em que Rio, ainda candidato a líder, fez saber que se fosse eleito queria mudar de líder parlamentar (ao tempo Hugo Soares) por considerar que o então em funções não teria o estilo que mais lhe agradava em termos de debates parlamentares.
Manifestando com essa decisão um soberano desprezo pela opinião dos deputados que poucas semanas anos tinham eleito Hugo Soares com uma votação expressiva na lista única então apresentada.
Adiante.
Uma vez eleito, nas directas com Pedro Santana Lopes, e face à demissão de Hugo Soares o novel líder escolheu a seu bel prazer o novo líder parlamentar bem como toda a direcção que o acompanha em funções o que significa que não tem qualquer desculpa para dessintonias, faltas de coordenação ou divergências de qualquer espécie.
Mas não contente com isso ainda conseguiu a "proeza" de uma vez eleito demorar mais de um mês a reunir com o grupo parlamentar (o que nenhum dos seus antecessores tinha feito jamais) naquilo que não pode ser entendido de outra forma que não seja uma enorme falta de consideração pelos deputados do partido.
E depois admira-se de boa parte deles não o olhar com particular ...simpatia digamos assim.
E estamos nisto que se vai vendo.
Foi o caso da eutanásia, foram os vários casos de deputados a pedirem a demissão de ministros sendo desautorizados pelo líder do partido (sempre receoso de desagradar a António Costa), é agora esta votação do grupo parlamentar contra a vontade de Rio ao que se soube por alguns recados que este mandou os seus "correios" transmitirem.
Os militantes (e os eleitores) tem cada vez maior dificuldade em entenderem estas permanentes trapalhadas.
É evidente que nas legislativas do próximo ano a direcção de Rio vai fazer um profundo saneamento na bancada substituindo todos os deputados que desagradam ao líder por gente que lhe faça a vontade e não lhe arranje qualquer tipo de problemas.
Não será o primeiro a fazê-lo ,e basta recuar a Manuela Ferreira Leite (e aos seus conselheiros de então que ao que parece também são de agora com o inscrito da Marmeleira à cabeça) para encontrar um mau exemplo disso, e talvez nao seja o último.
Com o saneamento resolverá o seu problema de imposição de liderança.
Não resolverá é o problema do PSD.
Porque pelos vistos Rui Rio não percebeu, nem ninguém lhe explicou, que em todas estas divergências com o grupo parlamentar a opinião dos militantes (e dos eleitores) está muito mais em consonância com os deputados do que com o presidente do partido!
E isso nas urnas vai ter um preço brutal!
Depois Falamos
2 comentários:
Caro Cirilo:
Essa da «...particular ...simpatia» está muito boa!
Quanto ao Riacho, só está a fazer o que lhe mandaram fazer lá nos Bildberg. Está-se, pois marimbando para os militantes e eleitores.
Não subscrevo tudo o que é dito, no 1º capítulo, mas ler «Nos Bastidores de Trump, da Rússia e e do Mundo» de Daniel Estulin, ajuda um pouco a entender aquilo que parece 'loucura'
Cara il:
A menina é terrível. Lá vou ter de comprar o livro.
Quanto ao Rio...concordo
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