quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Os "Caça" Ministros

São por demais conhecidos os tristes e condenáveis incidentes que tem marcado as ultimas aparições públicas do ministro Miguel Relvas.
Fruto de várias circunstâncias, mas caracterizadas por um inequívoca "organização" e instrumentalização por detrás dos protestos, essas manifestações tem-se revelado atentatórias daquilo que é sagrado em democracia.
A Liberdade de expressão.
Devo dizer que sou amigo, há muitos anos, de Miguel Relvas.
Com quem partilhei lutas politicas umas vezes do mesmo lado da barricada noutras vezes em campos opostos.
Mas isso não me tira a capacidade de raciocínio nem o discernimento na análise dos factos.
A polémica em que se deixou envolver a propósito da sua licenciatura, logo após o PSD tanto ter contribuído para o debate em torno da pseudo licenciatura de José Sócrates, só podia acabar em acções de contínuo desgaste dele próprio e por tabela do governo em que é (era?) peça charneira na coordenação política.
Houve um tempo em que Miguel Relvas podia ter deixado o governo sem danos de maior para ele próprio e para o executivo.
Entendeu não o fazer.
Por ter a solidariedade politica do primeiro ministro e, provavelmente, por se sentir de consciência tranquila quanto á forma como obteve a sua licenciatura.
Ironicamente hoje, mesmo que Passos Coelho o desejasse ou ele próprio entendesse que era tempo de o fazer, Miguel Relvas não pode sair do governo.
Porque isso configuraria uma inaceitável cedência do governo á arruaça e á intimidação.
E não tenhamos duvidas:
Uma vez "abatido" Relvas logo a central de contestação escolheria outro ministro para alvo principal a abater.
E de cedência em cedência, de remodelação em remodelação, o governo acabaria por se desfazer aos bocados e mergulharia o país num PREC de consequências imprevisiveis.
A politica tem ironias.
Uma delas é esta.
Quanto mais os que contestam Miguel Relvas, e o querem ver fora do governo, aumentam os níveis e as formas de contestação mais solidificam a sua posição dentro do executivo.
Porque nenhum primeiro ministro no seu perfeito juízo remodela por pressões da rua!
Depois Falamos.

4 comentários:

freitas pereira disse...

A tolerância em política consiste em aceitar e respeitar os direitos fundamentais e as liberdades civis dos indivíduos e dos grupos de quem não se partilham os pontos de vista.

Todos os cidadãos, incluindo os dirigentes políticos, têm por obrigação de praticar a tolerância nos seus discursos e nos seus actos. O que permite de recusar o axioma segundo o qual "a força faz a lei", a tolerância em política é um princípio fundamental da democracia.

Falta saber, até que ponto, na sociedade actual, os direitos fundamentais do Homem e do Cidadão, são realmente respeitados pelos dirigentes políticos ou pelo Estado que eles representam.

Existem, hoje, intolerâncias ou discriminações contra certas categorias da população que constituem uma ameaça para a democracia e reduz o campo de visão política dos cidadãos e determina o seu comportamento.

Sobretudo, quando se sabe que a educação e a participação à vida política que contribuem a cultivar a tolerância dos cidadãos, não foi, desde sempre, a preocupação essencial dos regimes políticos sucessivos.

Freitas Pereira

luis cirilo disse...

Caro Freitas Pereira:
São muito interesantes as questões que levanta.
E partilho de algumas das suas dividas.
Mas nesta questão especifica da contestação ao ministro o que se põe em causa é algo de sagrado numa democracia: o direito á liberdade de expressão. Que não põe em causa o direito ao protesto e à manifestação. Sempre dentro da velha máxima de que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros.

Anónimo disse...

Aruaça e Intolerância? Impressionante os Srs, entenda-se PS e PSD ao longo destes anos todos destruiram o pais, acabaram-lhe com o tecido produtivo, entupiram o pais de Betão, de rotundas e desempregados... só que agora talvez pela primeira vez as pessoas estão fartas, fartinhas... tanto assim que até já se fazem ouvir, fartos de Ministros sem a menor competência só mesmo num pais de cauda um tipo com o Cv do Passos Coelho pode ser primeiro ministro. Presidentes de Câmara que não querem largar o tacho Menezes e o outro de Sintra... espero que não fique por aqui, não por mim, mas pelos meus filhos.

Miguel Oliveira

luis cirilo disse...

Caro Miguel:
É a sua opinião que respeito.
Mas não concordo com muito do que diz. O CV de Passos Coelho nem é pior nem melhor do que muitos dos que o antecederam. Menezes e Seara são candidatos a outras câmaras não aquelas a que presidiram nos ultimos anos e por isso partem em situação de absoluta igualdade com os outros candidatos.