segunda-feira, novembro 17, 2014

Remodelar?

Após a saída do quarto ministro do seu governo (Miguel Macedo depois de Miguel Relvas, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira) , e ainda por cima aquele que para muitos era o melhor de todos, o primeiro ministro tem para resolver a mais difícil equação que se lhe apresentará até ás eleições de 2015.
E a forma como a resolver poderá significar a diferença entre ganhar ou perder essas eleições.
Porque as opções são claras.
Ou substitui o ministro e a sua equipa de secretários de estado(que pelo menos num dos casos até é provável que se mantenha na nova equipa) e mantém o governo como está ,aguentando ministros cansados e com péssima imagem na opinião pública como Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz, mas isso significa perder a ultima (e já algo tardia) oportunidade de refrescar o governo e "atacar" o ultimo ano da legislatura com um novo elan.
O que pode significar uma derrota eleitoral.
Ou então procede à tal grande remodelação e dota o executivo de uma nova imagem que lhe permitirá chegar a 2015 em posição de vencer as legislativas se à remodelação corresponder uma governação mais do agrado dos portugueses.
Em teoria são estas as opções.
Mas depois há três factores a ponderar e que influenciarão decisivamente a opção de Passos Coelho.
O primeiro é a sua forma de ser avessa a grande mexidas , ou seja, a remodelações de fundo. Ele, e quase todos os primeiros ministros, gostam pouco de mexer nas equipas que escolheram. Não só porque significa mexer em pessoas com quem trabalham mas também porque isso pode ser lido como um erro da sua parte ao escolhê-las. É humano.
O segundo factor tem a ver (mas acredito que este será o menos importante para PPC) com o facto de todos os ministros remodeláveis serem do PSD já que os pertencentes ao CDS estão "ausentes" das decisões mais polémicas e das grandes contestações ao executivo. E dificilmente Portas deixará cair Pires de Lima, Assunção Cristas ou Mota Soares. E por isso, mesmo que existisse a "tentação" de equilibrar as coisas remodelando um ministro do CDS, creio que PPC a ultima coisa que desejaria seria uma crise na coligação associada à remodelação e numa fase em que o tempo de dar "tiros nos pés" se esgotou.
Mas há um terceiro e decisivo factor.
Quiçá o mais importante de todos.
Uma grande remodelação,a que o governo de facto necessita, só valerá a pena se for possível encontrar nomes de "peso" que aceitam integrar um governo a menos de um ano do seu termo e lhe tragam o tal acréscimo de credibilidade e boa imagem de que necessita.
E aí estará o grande problema.
Porque que nomes de "peso" estarão disponíveis para integrar um governo, que durante três anos teve de impor politicas impopulares de austeridade, num altura em que da sua entrada pouco mais poderão resultar do que melhorias "cosméticas" dado as politicas estarem definidas até 2015?
E para fazer uma remodelação promovendo secretários de estado, "pescando" à linha figuras que ninguém conhece ou deitando mão aos sempre disponíveis para tudo do PSD mais vale... não a fazer
E por isso salvo uma boa surpresa acho que é exactamente o que o primeiro ministro vai fazer.
Substituir Miguel Macedo pelo melhor que lhe for possível encontrar e seguir em frente.
Com muita fé em Deus...
Depois Falamos.

P.S. Nos nomes "ministeriáveis" que se ouvem por aí parece-me evidente que em qualquer uma das opções o de Fernando Negrão será sempre uma excelente escolha para substituir Miguel Macedo.

5 comentários:

Anónimo disse...

Era muito bom que houvesse agora uma remodelação no Governo, Sr. Luís Cirilo. Concordo plenamente consigo. Uma vez que Miguel Macedo, um dos melhores, se demitiu, aproveitava-se para mudar embora Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz. São áreas sob constante pressão e além disso ambos têm a imagem gasta, pior do que saco de pancada. É agora ou nunca. O desafio que se apresenta agora é arranjar melhores do que aqueles que já estão.
Também os membros do PP deveria abrangidos nesta remodelação, pois, quanto a mim, em proporção, apenas deveriam ter apenas 1 ministro, no máximo dois, em vez de quatro representantes.
Pires de Lima e Assunção Cristas deveriam fazer as malas. Não são maus, servem para sobressalentes, mas há muito melhores que eles. Por exemplo, é inconcebível permitir um ministro fazer figura de palhaço no Parlamento e a segunda estar completamente arredada de uma área onde sempre esteve como um peixe fora de água. Não sou eu que digo. Faça-se a consulta aos agricultores nacionais e depois ver-se-ão as respostas.
O demissão do Pires de Lima seria justificada pela episódio recente de brincadeira no Parlamento, o que daria ao Governo uma imagem de pulso forte sobre os seus acólitos, e a Assunção Cristas por estar completamente apagada, para não dizer inexistente, num dos mais importantes ministérios nacionais.
Portanto, para haver remodelação essa também teria de fazer mossas no PP, cujo líder anda com ares de superiodade a mais. Uma coisa que detestei, na deslocações recentes de Paulo Portas ao estrangeiro, que se apresenta como vice primeiro ministro, o que é uma palermice, foi ele dar aquela imagem de desenrascado e arrogância, que em Portugal é ele que manda e a falar para as câmaras como se fosse um playboyzeco. É preciso haver tino e haver alguém que lhe diga das figurinhas que Portugal anda a deixar no Mundo à custa dele.

Quim Rolhas

luis cirilo disse...

Caro Quim Rolhas:
Compreendo o seu ponto de vista. E concordo que quer Pires de Lima quer Assunção Cristas são ministros que noutras circunstâncias poderiam ser remodeláveis pelas razões que aduziu. Nestas não me parece mais que não seja porque Portas nunca aceitaria. De resto estou convicto que a opção de Passos Coelho vai ser a de apenas substituir Miguel Macedo e manter todos os outros. Talvez porque lhe pareça difícil encontrar neste momento nomes fortes para integrarem o governo

Anónimo disse...

Parece difícil ao Passos Coelho encontrar nomes fortes dentro do Partido? Sugiro que vá fora buscá-los fora do partido, Sr. Luís Cirilo. Ora essa! Se fosse o António Costa a formar Governo, olhe que ele não se fazia rogado. Em pouco tempo não só arranjava uma equipa inteirinha para substituir os atuais ministros, como toda família socialista próxima dele era logo promovida.

Quim Rolhas

Luis Costa disse...

Em primeiro lugar à que realçar a elevação da atitude do ministro M. Macedo.
Infelizmente há quem tenha muitas mais razões para se ter demitido e não o tenha feito, mostrando que estão agarrados ao lugar/poder

P.T.Cruz e Crato pelas razões obvias e já conhecidas.
O ministro dos negócios estrangeiros não só por esta ultima argolada no caso dos jiadhistas mas principalmente pelo pedido de desculpas que fez ao governo angolano, pelo fato de alguns dos seus elementos ou ligados a eles, estarem a ser investigados pela PGR.
O Pires de Lima, pois antes de ir para o governo andava nas televisões a defender uma serie de medidas, e depois chegou la e disse "não me é possivel aplicar nenhuma das medidas que defendo, mas vou-me manter por aqui".
De Assunção Cristas, ninguém se lembra que ela existe ou que tenha feito algo de relevante.
E por fim, deixo o primeiro que devia ter sido remodelado, o defensor dos desfavorecidos, o defensor dos mais pobres, aquele que é sempre contra o aumento dos impostos, o rei dos submarinos, o inventor dos vistos gold, o autor das demissões irrevogaveis (que afinal não são demissões) . . . Paulooooo Pooooortaaasss !!!!!
Meu caro, é simplesmente lamentavel que um governo tenha alguém do nível deste senhor a representar Portugal.

luis cirilo disse...

Caro Quim Rolhas:
O assunto está resolvido. Se bem se mal o futuro dirá. A minha opinião é clara.
Claro que António Costa não teria qualquer problema em resolver o assunto chamando os amigos do costume.
Caro Luís Costa:
Não tenho uma visão tão negativa como a sua sobre alguns dos nomes que citou. Embora ache que se tivesse sido feita uma remodelação que abrangesse Crato, T. da Cruz e Machete não seria mau. Masé apenas a minha opinião