sábado, novembro 08, 2014

Os Nossos 14

Foi um jogo difícil.
Porque o adversário tem valor, sabe jogar, tem alguns jogadores de bom nível.
Por outro lado nem sempre a "digestão" dos grandes resultados e das excelentes exibições se faz da melhor forma e há sempre o risco de algum deslumbramento, especialmente em jogadores jovens,que depois se reflecte em exibições menos conseguidas. 
Individualmente:
Assis: Ao quinto jogo sofreu ,sem culpas próprias, o primeiro golo. Até lá tinha estado seguro parando alguns remates "manhosos" do Arouca e dando confiança à equipa. Ia sendo traído pela trajectória da bola num livre que a barra deteve. A baliza vitoriana vive uma época tranquila.
Bruno Gaspar: Não fez um jogo excelente(ninguém fez) mas foi dos melhores vitorianos ao longo do 90 minutos. Foi dele a "bomba" que permitiu a recarga vitoriosa de Hernâni no segundo golo. Jogo a jogo tenho cada vez mais pena que seja um jogador emprestado.
Josué: Uma exibição tranquila em que chegou para as "encomendas". Fez o golo do empate num excelente remate de cabeça. Não é seguramente por acaso que o Vitória é a equipa da Liga com mais golos de cabeça e em lances de bola parada. Há "trabalho" de casa bem feito.
João Afonso: Tal como Josué uma exibição serena  na linha do que vem fazendo ultimamente. Desta vez não marcou. Não pode ser sempre
Traoré: Não teve grande problemas a defender e em termos ofensivos procurou quer a linha para cruzar quer o remate de meia distância. Não foi especialmente feliz nesses lances.
Bouba: Jogo a jogo vou apreciando mais a qualidade deste costa marfinense que chegou discretamente a Guimarães mas já é pedra basilar desta equipa. Porque tudo que faz...faz bem. Defende, marca adversários, sai com a bola jogável e ainda se integra com propósito nos lances ofensivos. Engraçada a forma como "rondou" o guarda redes do Arouca no golo de Josué. sem falta mas perturbando.
André André: O "capitão" foi o melhor jogador do Vitória neste jogo. Na primeira parte procurando jogar em terrenos mais adiantados (os de Bernard...) no apoio a Tomané e na segunda, em especial depois do golo sofrido, liderando a "revolta" vitoriana. Nada afectado pela injustiça do seleccionador.
Bruno Alves: Foi o eleito para substituir Bernard sabendo-se que tem caracteristicas diferentes e que o desaconselham para a posição 10. Por isso fez uma actuação muito pautada pelo rigor táctico, apoiando Bouba na contenção e dando cobertura aos adiantamentos de André. Não brilhou, longe disso, mas pode ficar com uma boa recordação da sua primeira vez como titular da equipa A.
Hernâni: Dele se pode esperar tudo mas não se lhe deve pedir tudo. E na primeira parte foi isso que aconteceu. Um jogo ofensivo totalmente virado à direita e Hernâni a produzir actuação irregular alternando entre boas jogadas e outras em que se perdeu em dribles inconsequentes ou cruzamentos mal medidos. Na segunda parte o panorama não se alterou e viu-se Hernâni a iniciar dribles e arranques em velocidade antes do meio campo ao invés de usar essas suas excelentes caracteristicas no ultimo terço do terreno onde faz a diferença. Nunca esmoreceu e a terminar o jogo colheu a recompensa dessa entrega marcando o golo do triunfo.
Tomané: Mais um jogo de literal sacrifício. Vá que desta vez não lhe apareceu um "carniceiro" como no jogo anterior.Mas joga muito só entre os centrais, num desgaste físico inglório, e sem oportunidades de visar a baliza. Quando consegue cair nos flancos e depois entrar na área em diagonais parece logo outro. O problema é que não consegue estar nos dois lados ao mesmo tempo.
Alex: Com toda a regularidade foi pela terceira vez consecutiva o jogador mais discreto da equipa. Tacticamente bem, nomeadamente compensando as subidas de Traoré, mas naquela que deve ser a sua primeira tarefa (atacar) absolutamente ao lado do jogo. Apenas um remate de cabeça,por alto, a assinalar. Quando se esperava a sua saída para um reforço ofensivo assistiu-se à de Bruno Alves e depois de Traoré recuando Alex para lateral.
Ricardo Gomes: Que dizer? Ricardo não é carne nem é peixe, ou seja, nem é bem um ponta de lança nem um extremo. Digamos que é um avançado para jogar solto. Entrou, quanto toda a gente esperava por Álvez, e a equipa nada melhorou com isso. Esforçou-se, é inegável, mas não era de um jogador daquelas caracteristicas que a equipa estava a precisar.
Álvez: Confesso que a certa altura, ainda na primeira parte, pensei que ia ser lançado no jogo tais as dificuldades da equipa criar lances de golo. Mas não. Depois na segunda parte, e face à pálida exibição de Alex, pensei que seria a primeira opção. Voltei a enganar-me. Duplamente. Nem saiu Alex nem entrou Álvez. Viria a ser chamado na sequência do golo do Arouca (e quando se preparava a entrada de ...Gui) e da sua movimentação na área tirou a equipa benefícios. Rui Vitória é que sabe, como é evidente, mas faz-me alguma confusão que Crivellaro com oito golos em dez jogos na equipa B nem opção seja para os 18 e Álvez com três golos na Liga (e que golos) seja segunda ou terceira opção nos suplentes.
Cafu: Entrou para queimar tempo. Nem na bola deve ter tocado.

Miguel Oliveira, Plange, Gui e Caiado não saíram do banco.

Depois Falamos

2 comentários:

Anónimo disse...

Caríssimo Luís Cirilo,

Creio que somente o facto de o Vitória viver consecutivas jornadas que se têm traduzido em constantes vitórias permitem baixar a exigência relativamente ao actual guarda-redes do Vitória, Assis.

Confesso-lhe não me recordar de um jogador nessa posição, com o D. Afonso Henriques ao peito, que me tenha transmitido mais insegurança e continuo sem perceber por que razão renovou.

Fico espantado por ver até elogios às suas exibições, sendo que ainda não foi obrigado a fazer uma única defesa que qualquer guarda-redes banal não conseguisse. A única coisa positiva que consigo vislumbrar é o facto de o Assis cobrir de forma minimamente eficiente as costas dos defesas-centrais.

De resto, confesso continuar a temer todas as bolas que vão à baliza e o jogo contra o Arouca em tudo contribuiu para que não partilhe a sua tranquilidade. Pareceu-me claramente que, na primeira bola à barra, o Assis estava completamente perdido. Estou certo que qualquer GR de qualidade teria sacudido a bola para canto tamanho era o risco. Já relativamente ao livre do Arouca, marcado a vários metros da baliza, em que a bola bate novamente na barra, nem me parece ser necessário comentar, que posicionamento ridículo da parte do GR do Vitória.

Posto isto, não compreendo que continue a figurar no plantel um GR que, desde que chegou ao Vitória, nunca convenceu. Ainda por cima existindo uma série de GRs jovens e talentosos a sair das camadas jovens do clube.

Atentamente,
José Miguel

luis cirilo disse...

Caro José Miguel:
A primeira tarefa de um guarda redes é não complicar lances simples. E Assis não complica. Admito que no livre que leva a bola à barra podia estar melhor posicionado mas no outro lance que refere agiu bem acompanhando a trajectória da bola e evitando ceder um pontapé de canto. Acho-o um bom guarda redes e os números tem-no provado. Um golo em cinco jogos é muitíssimo bom. E não é verdade que apenas tenha efectuado defesas banais. Lembro-me de lances,como o ultimo do jogo de Setúbal, em que fez excelentes defesas. E em Arouca, na primeira parte, fez duas boas defesas a remates complicados dos avançados da equipa da casa. Por isso não percebo tanta desconfiança em relação ao Assis. No fundo é parecida com a que havia em relação a Douglas quando o titular era Nilson