Quem ontem pagou bilhete para ir a Old Trafford ver Ronaldo e Messi deve estar muito arrependido.
Porque não viu quase nada.
Apenas 45 minutos indolentes, mostrando a técnica que se lhes conhece, mas tudo muito devagarinho e ansiosos por irem tomar o seu banho.
Sem eles o jogo melhorou.
Sem que alguma vez, exceptuando curtos momentos, tenha sido um jogo à altura das equipas e dos jogadores que se defrontaram num dos mais míticos estádios do futebol mundial mas produzindo exibições muito fraquinhas.
Apesar de tudo a Argentina esteve melhor.
Em especial na primeira parte em que não deixou Portugal ter a bola e jogar de forma minimamente organizada ao ponto de em toda a primeira parte a selecção nacional ter efectuado apenas um remate e por cima da baliza.
Já Portugal pode agradecer à sua defesa, muito especialmente a Pepe e a Beto, o não ter ido para intervalo a perder porque a selecção argentina construiu várias oportunidades de chegar a uma merecida vantagem.
Na segunda parte o jogo melhorou um bocadinho.
Quer porque Portugal equilibrou mais as coisas, especialmente em termos de posse de bola que não de jogadas ofensivas, quer porque a entrada de jogadores ansioso por mostrarem que podem ser titulares e não suplentes em ambas as equipas deu vivacidade ao jogo e permitiu afastar a imensa sonolência que afectava muitos dos telespectadores.
E entre os que vieram dar outro interesse ao jogo avulta o nome de Raphael Guerreiro.
Uma estrela em ascensão na selecção nacional, que fora titular face à Arménia mas começara o jogo no banco para FS poder ver Tiago Gomes, e cuja entrada em campo causou uma pequena revolução no lado esquerdo da nossa selecção
Que ao invés do acontecido até à sua entrada, caracterizado por ver uma quase permanente aflição defensiva, passou a mostrar os argentinos a correrem atrás do jovem lateral português incansável nas subidas ao ataque.
E entre os que vieram dar outro interesse ao jogo avulta o nome de Raphael Guerreiro.
Uma estrela em ascensão na selecção nacional, que fora titular face à Arménia mas começara o jogo no banco para FS poder ver Tiago Gomes, e cuja entrada em campo causou uma pequena revolução no lado esquerdo da nossa selecção
Que ao invés do acontecido até à sua entrada, caracterizado por ver uma quase permanente aflição defensiva, passou a mostrar os argentinos a correrem atrás do jovem lateral português incansável nas subidas ao ataque.
Beto teve menos trabalho na segunda parte enquanto Guzmán gozava na baliza argentina o seu jogo internacional mais tranquilo de sempre e tudo apontava para um empate a castigar a inoperância argentina e a premiar a boa organização defensiva portuguesa.
Eis senão quando se faz sentir o sortilégio do futebol.
Num dos pouco lances ofensivos de Portugal,gizado por quatro jogadores que não tinham sido opção inicial de Fernando Santos, aparece o golo.
Uma insistência de Raphael Guerreiro com passe para Adrien, um remate fortíssimo deste apanhou Éder no caminho e a bola amortecida por ele permite um sprint seguido de cruzamento perfeito por parte de Quaresma que o mesmíssimo Raphael Guerreiro finalizou de forma perfeita.
E assim Portugal obteve um triunfo saboroso mas que em boa verdade fez muito pouco por merecer.
Depois Falamos.
5 comentários:
São jogos em que se come gato por lebre, Sr. Luís Cirilo. Nem falo de Messi e Ronaldo terem falhado a segunda parte e defraudado as expectativas de quem pagou bilhete, mas principalmente porque ganhou a equipa que baixou os braços depois de ter sido encostada às cordas. Nunca pensei que Portugal saísse vitorioso depois daquela primeira parte.
Acho que só se ganha aos Argentinos a fazê-los pensar que jogam melhor e principalmente quando as posições de ataque ficam anuladas. Assim fez Götze na final do Mundial. Assim fez Portugal com a Argentina ontem à noite com Raphael Guerreiro.
No final do jogo ocorreu-me tantas vezes este pensamento. Não me importava nada que ganhássemos desta maneira uma final do Campeonato do Mundo à Argentina ou contra outra qualquer Seleção.
Visto o resultado sem ter em conta o que se passou dentro do campo, o jogo de ontem veio novamente a avivar a memória do enorme erro que cometeu a Federação Portuguesa em apostar nos métodos de Paulo Bento, embora Fernando Santos esteja a gozar de uma estrelinha da sorte invulgar que lhe deu até agora consecutivamente em 3 jogos 3 vitórias, à exceção do 2-1 no jogo de estreia com a França. Os Os últimos três jogos foram ganhos por 1-0. Todas nos instantes finais. Todas envolvendo Ricardo Quaresma. Dá que pensar nas saudades que os gregos terão agora de Fernando Santos e que a nossa incessante exigência pela perfeição pede a este homem talvez o que Portugal não tem.
Quim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
Não gosto de jogos particulares. Porque por mais profissionais que os jogadores sejam falta sempre o aliciante da conquista de pontos,da passagem de eliminatória ou da vitória numa final. E depois de ver este quase deprimente Portugal-Argentina ainda mais se acentua o desinteresse por "amigáveis". Imagino a frustração de quem foi ao estádio pagando bilhetes entre 25 e 80 euros para assistir a um jogo com tão pouco interesse. Quanto a Fernando Santos tem para já o mérito de ter recuperado jogadores que o antecessor por várias razões dispensara. Casos de Ricardo Carvalho, Quaresma, Danny, Tiago e Bosingwa. E não tenho nenhuma duvida que com esses 5 teríamos feito um mundial bem melhor. Agora a verdade é que depois do particular com a França vamos em três vitórias por 1-0. Duas delas fruto do entendimento Quaresma-Ronaldo e a de ontem com Guerreiro a fazer o papel de CR7. E se isso atesta a segurança defensiva deixa muitas interrogações sobre a capacidade ofensiva. Não por ontem mas pelos jogos de apuramento para o Europeu.
O único jogo particular que me motivaria a ir vê-lo nos próximos tempos, fosse onde fosse, seria por exemplo um Alemanha/Portugal. Aqueles 4-0 da fase de grupo do Mundial são enganadores porque fomos todos na cantiga de Paulo Bento.
No Mundial, a Alemanha teve que levar a Argentina a prolongamento para lhes ganhar. Neste jogo Portugal não jogou puto, mas ganhamos dentro do tempo regulamentar, sem Ronaldo e Messi em campo.
Na verdade, estamos a jogar de uma maneira que nos garante sucesso com resultado mínimo. Um estilo frio, quase tão frio como o germânico. Não dá para empolgar como o Vitória está a fazer no Campeonato, mas anima se Fernando Santos corrigir os problemas do costume.
Quim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
Não sou tão optimista.
Vejo um sistema de jogo muito depedente da inspiração de Ronaldo e Quaresma. Porque jogo jogado...muito pouco
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