terça-feira, novembro 04, 2014

Incomparáveis

                                         
É assunto que já passou por este espaço várias vezes.
A questão do "Melhor".
Melhor jogador, melhor atleta, melhor treinador,melhor clube.
Devo dizer que são assuntos em que tenho muita dificuldade em ter opiniões definitivas.
Porque muitas vezes compara-se o incomparável.
Porque com que base se pode dizer que Usain Bolt ou Carl Lewis foram melhores que Jesse Owens?
Outros métodos de treino, outro tipo de calçado, outras formas de cronometragem, pistas com pisos totalmente diferentes.
Ou dizer que Michael Phelps foi melhor que Mark Spitz quando tudo é diferente na natação do século 21 relativamente aos anos 70.
Dos métodos de treino, ao estilo em que nadam, passando pelos próprios calções com que nadam.
Ou assegurar que Michael Schumacher ou Sebastien Vettel foram melhores que Ayrton Senna ou Juan Manuel Fangio quando na Fórmula 1 a evolução técnica de motores, chassis, pneumáticos, aerodinâmica é anual e tremendamente evolutiva.
O mesmo se aplica ao futebol.
Em que a polémica é intensa e arregimenta partidários acérrimos de cada nome.
É comum dizer-se que Pelé foi o melhor futebolista de sempre.
Mas há quem defenda que foi Maradona e outros apontam Di Stéfano como o melhor entre os melhores de todos os tempos.
Assim como existem partidários de Eusébio, de Garrincha, de Kubala ou Stanley Matthews.
Entre outros nomes menos populares.
Até Ronaldo e Messi, os melhores da actualidade, sonham em sentar-se nesse trono.
Não sei.
Nem me parece possível fazer uma opção definitiva do género de escolher o "Melhor".
Porque são jogadores diferentes, de tempos muito diferentes e é injusto comparará-los face a todas essas diferenças.
Do tempo de Di Stéfano ao tempo de Ronaldo tanta coisa mudou.
Métodos de treino, hábitos alimentares, conceitos de profissionalismo, medicina desportiva, qualidade dos relvados, peso e perfeição das bolas,qualidade das chuteiras, confecção dos equipamentos.
E a televisão.
Que nos mostra hoje todos os dias as grandes jogadas e os grandes golos dos grandes jogadores mas quase nunca nos mostrou os grandes do passado.
Que só víamos, e a preto e branco, nos mundiais.
Por isso nunca optarei por dizer que este ou aquele foram ou são os melhores do mundo.
Digo isso sim que os dois senhores das fotografias foram os melhores jogadores que vi jogar, ao vivo, em toda a minha vida.
Pelé apenas uma vez num Portugal -Brasil disputado no estádio das Antas (a que se refere a segunda fotografia)em meados dos anos sessenta.
Eusébio muito mais vezes ao serviço do Benfica e até do Beira Mar.
E de uma coisa tenho a certeza embora nunca o possa provar.
Os dois, se tivessem agora vinte anos, seriam inigualáveis fosse por quem fosse.
E levariam o futebol a uma dimensão qualitativa verdadeiramente impensável.
Depois Falamos

2 comentários:

Pedro disse...

Caro Cirilo, o maior de todos foi o nosso Paulinho Cascavel!!!
Grande abraço,
Pedro

luis cirilo disse...

Caro Pedro:
O "nosso" maior foi. Concordo.