quinta-feira, novembro 13, 2014

Desnecessário

Acho,enquanto militante de base do PSD, que a menos de um ano de umas eleições legislativas que se vão disputar num dos cenários mais difíceis de sempre para o partido convém a todo o custo evitar cometer erros.
E a forma como se processou esta ida à Madeira do primeiro-ministro dificilmente deixará de poder ser considerada um erro.
Contextualizemos:
Em três anos como líder do governo nunca Passos Coelho se tinha deslocado oficialmente aos Açores e à Madeira. Tinha-o feito, isso sim, como líder do PSD mas isso é um plano distinto e que em nada conta para esta análise.
Nos Açores esteve semanas atrás numa visita que correu muito bem e em que foi permanentemente acompanhado pelo presidente do governo regional o socialista Vasco Cordeiro.
À Madeira foi agora.
A convite de uma empresa privada, para participar numa gala de entrega de prémios, e sem dar cavaco (não é piada...) ao governo regional e a Alberto João Jardim.
Se a isso juntarmos muitos anos de péssimo relacionamento entre  Jardim ( e o governos regional e o PSD/Madeira...) e essa empresa as coisas só podiam dar no que deram.
Ninguém do governo regional no aeroporto a aguardar o PM, ninguém do governo regional a acompanhar a visita, e AJJ no Porto a participar numa reunião qualquer e a fazer declarações "ácidas" quanto à visita.
Eu sei que os "reis" do politicamente correcto e  os comentadores que não suportam AJJ até vão aplaudir esta "demarcação" com a habitual catalinária de argumentos destrutivos quanto ao presidente do governo regional e à governação da Madeira.
Eu não concordo.
Porque acho mal que a primeira visita oficial ao arquipélago não tenha sido acordada e planeada com o o governo regional a exemplo do feito nos Açores.
Porque acho um erro ir a convite de uma empresa privada conhecida pelas más relações com o governo regional e o seu líder naquilo que dificilmente estes poderiam deixar de interpretar como uma provocação.
E porque cometendo o erro é incompreensível que ao menos não tenha sido dado conhecimento ao governo regional que o primeiro ministro ia deslocar-se à Madeira.
Mas há mais duas razões de foro partidário que deviam ter sido ponderadas.
Uma está na fotografia por trás dos dois líderes.
36 anos e 43 vitórias.
Nenhum politico ganhou tantas eleições para o PSD como Alberto João Jardim.
E isso merece respeito.
Especialmente quando num cenário eleitoral como o de 2015 se afigura como perfeita loucura pensar-se que se podem ganhar as legislativas sem uma forte votação da Madeira no PSD como sempre acontece.
E esta visita não ajudou muito a isso.
Como merece respeito outro factor que não terá sido devidamente ponderado.
Pense-se o que se pensar do politico e da obra a verdade é que Alberto João Jardim governa a Madeira desde 1978 de forma democrática e eleito pelos madeirenses para sucessivos mandatos.
E a obra, discutam-se os custos mas não o que está feito, é imensa e resultou numa clarissima melhoria da qualidade de vida dos madeirenses.
E Alberto João Jardim é o rosto dessa obra e dessas vitórias eleitorais.
Não merecia, agora que está de saída, que a presumivelmente ultima visita de um primeiro-ministro (que ainda por cima também é do PSD) ao arquipélago durante a sua presidência do governo regional se realizasse neste quadro de falta de cortesia e até respeito pela sua pessoa!
Tenho pena de ter de escrever isto.
Mas ajudar a ganhar as eleições de 2015 , mesmo para os militantes de base, não é dizer amen a tudo!
Depois Falamos.

P.S. É outro "mal amado" da comunicação social e de certa opinião pública.
Mas estou certo que nos tempos em que Miguel Relvas coordenava politicamente o governo um erro destes não aconteceria.

5 comentários:

il disse...

Pois... é a patetice, ou o financiamento..., ou....

Anónimo disse...

Não nutro muita simpatida pelo Alberto João, Sr. Luís Cirilo. Mas concordaria que esta visita às escondidas de Passos Coelho à Madeira seria um dos poucos erros do Primeiro-Ministro, caso ele tivesse carregado o seu atual estatuto no âmbito desta deslocação.
Num cenário de deslocação enquanto cidadão Passos Coelho para ir receber o tal prémio e comer umas castanhas assadas no Curral das Freiras com a mulher, não vejo necessidade de dar conhecimento de cada passo que ele dá ao Governo Regional.
Por outro lado, note-se, se AJJ estava no Porto, onde foi entrevistado, também é legítimo pôr em cima da mesa o cenário de indisponibilidade por antecedência 'casuística' de AJJ em receber o PM na Madeira e ainda mais porque Passos Coelho foi convidado por uma empresa que o Presidente do Governo Regional não grama.
Às vezes, não digo que seja o caso do PM ou de AJJ, o mal ou o menos correto vem donde menos se espera.

Quim Rolhas

luis cirilo disse...

Cara il:
Pois...esses "ou" é que são preocupantes. Era desnecessário mesmo.
Caro Quim Rolhas:
A visita foi apresentada como oficial. E mesmo que fosse privada uma palavrinha nunca fica mal. A mim,como militante do PSD empenhado na vitória em 2015, esta situação tornou-se desconfortável. Não gostei dos"amuos"

Anónimo disse...

Sendo uma visita oficial, Sr. Luís Cirilo, o Presidente do Governo Regional teria conhecimento, embora tenha dito que não teve conhecimento oficial talvez para provocar uma situação.
Dado o relacionamento 'amuado' entre os dois, não é de excluir que a agenda de AJJ para esse dia já estivesse preenchida com uma deslocação ao Porto, onde foi discutir a regionalização, tema que lhe interessava mais do que acompanhar o Primeiro Ministro numa visita a uma empresa que ele considera hostil, resultando algum alívio a Passos Coelho por evitar cruzar-se com AJJ e vice-versa.
Como calculo, tal como diz, isto causa desconforto entre os militantes de base. Mas a simpatizantes como eu, é indiferente.

Quim Rolhas

luis cirilo disse...

Caro Quim Rolhas:
Espero que tal como consigo este "amuo" seja indiferente a uma esmagadora maioria.