sexta-feira, março 07, 2025

Presidenciais

Numa crise política que ninguém parecia desejar mas que se tornou triste realidade, num tempo em que o país devia era estar preocupado com o estado em que estão a Europa e o mundo e não com assuntos mais que explicados, avulta um vencedor insólito dela.
O almirante Henrique Gouveia e Melo.
Porquê?
Passo a explicar.
A dez meses das presidenciais e com algumas candidaturas já assumidas (embora ao que parece uma delas não vá durar muito porque o querer candidatar-se a tudo já se sabe que é estratégia gasta e que já não dá frutos) as sondagens apontam inequivocamente o almirante como o vencedor inevitável sejam quem forem os adversários e ainda por cima com o PS amarrado às suas multiplas contradições internas que apenas servem para enfraquecer o seu candidato seja ele quem vier a ser.
O que significa que os candidatos assumidos, e aqueles que vierem a assumir-se desde o do PS aos inevitáveis candidatos de BE e CDU que apenas querem tempo de antena porque hipóteses como sempre são nenhumas, precisam desesperadamente de tempo para afirmarem as suas candidaturas face ao potencial vencedor que ao contrário deles parece bastar-lhe deixar o tempo correr.
A crise política vai roubar-lhes meses preciosos de pré campanha.
Porque se como tudo indica o governo cair para a semana então teremos legislativas antecipadas na segunda quinzena de Maio o que significa que durante dois meses será esse e mais nenhum o assunto que em termos políticos vai prender a atenção dos portugueses.
Feitas as eleições, e depois se verá se é possível encontrar uma solução de governo ou não (mas esse será assunto para outro texto), teremos mais umas semanas para tentar encontrar essa solução o que significa que continuará a faltar espaço mediático para as presidenciais.
A que acresce o problema, para os restantes candidatos que não para Gouveia e Melo, de havendo eleições autárquicas no final de Setembro ou princípio de Outubro estarem os candidatos a autarquias ansiosos pelo fim das legislativas para se poderem lançar nas suas campanhas já com o atraso provocado pela crise política o que também retira espaço para se falar de presidenciais.
Em suma e com o verão á mistura os candidatos presidenciais só poderão pensar seriamente em campanhas em que a atenção do país esteja realmente neles lá para meados de Outubro com tudo que isso significa de proximidade à data de eleição.
Ou seja enquanto a generalidade dos candidatos vai procurar desesperadamente espaços para irem aparecendo aqui ou ali, conscientes da falta de tempo para afirmarem as suas candidaturas, ao almirante sobra o tempo para organizar a sua candidatura no terreno , pontualmente dar uma ou outra entrevista e aparecer num ou noutro momento de molde a manter a confortável vantagem nas sondagens e chegar a Outubro como vencedor provável.
E assim sendo basta-lhe fazer uma campanha sóbria, condizente aliás com a sua figura, para se manter na frente das intenções de voto e captar ainda o voto daqueles que gostam de votar em quem acham que vai ganhar.
Tirando ainda partido, ele que não é político de carreira, do inevitável desgaste que esta crise política e a sórdida campanha eleitoral para as legislativas que se prevê vão causar nos políticos, na política e nos partidos.
Em suma creio que se não cometer erros e gerir bem o seu tempo e a sua campanha o almirante Henrique Gouveia e Melo tem todas as condições para vencer as presidenciais pese embora em dez meses ainda poder acontecer muita coisa.
A ver vamos...
Depois Falamos.

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