
Se há coisa que o mais comum dos cidadãos nunca deve fazer, seja em que âmbito for, é passar cheques em branco seja a quem for.
Porque ao fazê-lo coloca-se totalmente na mão daquele a quem passa o cheque.
Seja o cheque como forma de pagamento, onde o risco é de indole financeira , sejam "cheques" de outro cariz que podem significar a deturpação da vontade e da opinião de quem passando um cheque em branco demonstra um confiança tão ilimitada quanto cega naquele ou naqueles a quem o passou.
Como diz um amigo meu, ilustre jurista vimaranense, vivemos num tempo em que as pessoas se demitem facilmente de pensar e por isso passarem cheques em branco poupa-lhes essa enorme maçada porque é muito mais fácil deixarem-se levar pela fé do que usarem a razão.
Vem esta pequena reflexão a propósito de nestes tempos pré eleições parlamentares os partidos democráticos terem de há muito o péssimo hábito de a nível concelhio e distrital (e nacional nalguns casos) prescindirem de decidir nos orgãos próprios substituindo isso por uma inócua aprovação de perfis de candidatos a deputados remetendo as escolhas decisivas para outros patamares e fazendo tábua rasa das competências estatutárias.
Porque, sejamos claros, o perfil obrigatório de um candidato a deputado é simples de traçar.
Maior de 18 anos, com a quarta classe, sem cadastro.
A partir daí são opções.
O que estatutariamente significaria que os orgãos executivos deviam escolher os candidatos e submete-los à aprecição e aprovação dos orgãos deliberativos e não proporem perfis a esses orgãos deliberativos e com esse subterfúgio recuperarem a última palavra na composição das listas.
E depois, assiste-se às habituais discordâncias e manifestações de descontentamento por muitos daqueles que passaram os cheques em branco e depois se sentem defraudados na sua vontade e nas opções feitas.
Razões mais que suficientes para na politica e em tantas outras áreas não se passarem cheques em branco seja a quem for.
Porque o risco de erro é muito elevado.
Se é...
Depois Falamos.
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