sexta-feira, agosto 16, 2024

Fraude

Esta decisão da Liga anunciada dias atrás, de autorizar o Farense a jogar onde lhe dá jeito conforme o adversário, apenas confirma que o futebol português é uma fraude em termos de verdade desportiva. Porque os "filhos" jogam em "casa", no estádio do Algarve onde os seus adeptos serão em número bem superior aos do clube que supostamente joga em casa, enquanto os enteados vão jogar fora no estádio de S. Luis com todas as dificuldades inerentes. 
É uma pouca vergonha. 
A mesma Liga que consente que o Casa Pia ande à três anos disputar uma competição profissional sem ter estádio próprio aceita que outro clube tenha dois estádios para jogar onde lhe é mais conveniente conforme o adversário. 
É à medida das conveniências e das conivências. 
Claro que a direção da Liga como esta pretensão do Farense serve os interesses de Sporting, Benfica e Porto autorizou prontamente encantada por poder servir os seus amos. 
Mereciam era que outros clubes anunciassem a vontade de fazerem o mesmo. 
Por exemplo o Estoril receber Porto e Sporting na Luz, o Casa Pia receber Benfica e Porto em Alvalade ou o AVS (outra originalidade do nosso futebol) receber Sporting e Benfica no Dragão sempre com bilhetes a preço de muito amigo para os associados dos clubes proprietários dos recintos. 
Aí gostava de ver o que decidia a Liga. 
E o que diriam Sponting, Benfica e Porto que neste caso do Farense já esfregam as mãos de contentes caladinhos que nem ratos. 
É o futebol que temos. 
E o que mais lamento é que os restantes catorze clubes, todos eles prejudicados por esta diferença de regras numa prova que devia ter regras iguais para todos, fiquem em silêncio cúmplice quando deviam erguer-se a uma só voz rejeitando esta discriminação e impedindo que ela se consumasse. 
Não o fazendo permitem que o circo continue. 
E confirmam que vivemos no futebol das conveniências, das conivências e, já agora, das cumplicidade e do bi clubismo de muitos dirigentes. 
Que preferem consentir no benefício aos chamados "grandes", de que alguns são adeptos mais ou menos ocultos, do que defenderem intransigentemente os seus clubes dando correcto cumprimento aos mandatos para que foram eleitos.
Depois Falamos.

P.S. Percebo a motivação económica do Farense para esta decisão. Mas um campeonato sério tem de ter regras iguais para todos. E esta discrimina catorze e favorece três. O que devia ser inaceitável numa Liga profissional. Mas vivemos no país do "vale tudo" a favor de três clubes.

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