sexta-feira, julho 16, 2021

Serenidade

Tenho acompanhado com algum interesse o que se vem passando no Benfica e que é demonstrativo daquilo em que em muitos casos se tornou o dirigismo desportivo em Portugal. 
Mas tenho seguido com particular interesse o caso da venda de 25% (ou talvez mais) acções da Benfica SAD a um investidor americano por parte de Luís Filipe Vieira e do seu homem de confiança José António dos Santos também conhecido por "Rei dos Frangos". 
Uma operação montada sem dela ser dado conhecimento à CMVM (a Benfica SAD é cotada em Bolsa pelo que seria obrigatório fornecer essa informação), aos restantes accionistas e ao próprios associados do clube que um dia saberiam pelos jornais que parte significativa da sua SAD tinha sido alienada a um investidor norte americano.
Naturalmente a troco de chorudos proventos para Vieira e Santos. 
E isso lembrou-me, até pela similitude de processos, o que quase aconteceu com as acções do Vitória SAD. 
Quando elementos, não todos, da anterior administração celebraram, sem conhecimento dos restantes accionistas e dos associados do clube, um contrato privado de venda com o então accionista maioritário da SAD- Mário Ferreira- no âmbito do qual receberiam ,também eles, chorudas comissões se conseguissem vender as acções a um qualquer interessado, independentemente de quem fosse, desde que este pagasse um valor estipulado. 
Que o tornaria automaticamente em accionista maioritário da SAD e portanto dono do futebol do Vitória. 
Felizmente, para o clube , tal não sucedeu. 
Porque os sócios em AG rejeitaram a desblindagem dos estatutos e porque Mário Ferreira não aceitou fazer o negócio o que viria a dar origem a um processo judicial em curso. 
O Vitória dentro de poucos meses começará a festejar o seu centenário.
E fá-lo-à com a serenidade de os seus associados saberem que o Vitória é deles e sempre será porque a direcção de Miguel Pinto Lisboa comprou as acções ao investidor Mário Ferreira e tornou o clube maioritário na SAD. 
E vendo o que se passou noutros clubes e se passa hoje no Benfica temos boas razões para estarmos tranquilos.
O Vitória é nosso!
Mas podia não ser.
E essa é uma lição que não poderemos esquecer nunca
Depois Falamos.

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