terça-feira, fevereiro 20, 2018

Matos Rosa

Conheci o José Matos Rosa em 2000.
Ao tempo ele era vice presidente da distrital de Portalegre e eu secretário geral adjunto na liderança de Durão Barroso iniciada dois anos antes no congresso de Coimbra.
Foi precisamente na preparação de uma visita alargada do líder ao distrito de Portalegre que tive oportunidade de conhecer o Matos Rosa numa deslocação preparatória da visita que fiz aos locais que seriam depois visitados por Durão Barroso.
Creio que estabelecemos uma empatia imediata que se prolongou por estes dezoito anos que se seguiram.
Quis o destino, tantas vezes caprichoso e imprevisível, que fosse precisamente o Matos Rosa a substituir-me enquanto secretário geral adjunto quando em meados de 2002 fui nomeado governador civil de Braga e consequentemente deixei a secretaria geral do partido.
E nestes dezasseis anos que se seguiram o Matos Rosa esteve quase sempre na secretaria geral do PSD.
Primeiro como secretário geral adjunto dos secretários gerais José Luís Arnaut, Miguel Relvas, Miguel Macedo e Luís Marques Guedes, e depois ascendendo ao cargo de secretário geral em Junho de 2011 no congresso de Carcavelos.
E nestes sete anos em que foi secretário geral do partido, provavelmente o que mais tempo se manteve no cargo, dele se pode dizer que exerceu as suas funções de uma forma tão consensual, competente e abrangente que se tornou seguramente não só um dos melhores secretários gerais de sempre como também aquele que mais perto esteve dos militantes de base ao longo de todo o tempo que exerceu o cargo.
O que aliás se tornou fácil de comprovar pelas enormes ovações que sempre se ouviam nos congressos quando o seu nome era anunciado como secretário geral.
Devo ao José Matos Rosa algumas atenções e gestos amigos que consolidaram uma amizade que se estabeleceu praticamente desde que nos conhecemos.
Recordo, entre vários outros exemplos possíveis, o dia em que lhe telefonei ( uma das qualidades que sempre apreciei nele é que nunca deixava um telefonema sem atendimento imediato ou devolvendo posteriormente a chamada) pedindo-lhe para vir a um plenário de uma secção do distrito mas prevenindo-o que não esperasse mais de vinte ou trinta militantes na sala porque era essa realidade dessa secção.
A resposta foi pronta dizendo que viria com todo o gosto porque para ele as secções mereciam todas o mesmo respeito e atenção.
E veio!
Com o congresso do passado fim de semana terminou as suas funções como secretário geral.
E terminou-as muito bem organizando de forma exemplar umas eleições directas que se previam  polémicas, com controvérsias e dificuldades várias mas em que a experiência, a sensatez e a natural boa disposição e bonomia do Matos Rosa tornaram fácil o que podia ter sido complicado.
Sai por cima.
Homenageado e aplaudido pelos congressistas que assim lhe tributaram o apreço pela forma exemplar como exerceu o cargo.
Ao longo destes dezoito anos tenho tido no José Matos Rosa um bom amigo.
Daqueles com que não se fala todos os dias nem todos os meses mas que quando com ele falamos parece que a última vez tinha sido no dia anterior.
Estou certo que assim continuará a ser no futuro tal como acredito que o PSD não desperdiçará o seu capital de experiência, sabedoria e popularidade junto das bases.
Porque mesmo sendo secretário geral ,e deputado na Assembleia da República,o Matos Rosa nunca deixou de ser um de nós, militante de base e consciente do quão efémero o poder é.
Também por isso exerceu durante tanto tempo e tão bem o cargo de secretário geral.
Depois Falamos.

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