Tenho uma longa ligação á comunicação social de carácter local,que advém do gosto pela escrita,por um lado, e das oportunidades que
me tem sido dadas para intervir sob diversas formas na comunicação social vimaranense.
Penso que essa ligação vem do inicio dos anos 80
com alguns tímidos artigos de opinião publicados no jornal "Comércio de
Guimarães" e como colaborador de boa vontade do "Jornal do
Vitória" que como o nome indica era (era porque extinto há muitos anos) o
orgão oficial do clube.
Alias,a vida tem tantas ironias,a minha
colaboração neste ultimo não foi muito duradoura porque já não sei a que
propósito escrevi um texto algo critico sobre o clube e a direcção, já ao tempo
presidida por António Pimenta Machado,não achou piada.
Conclusão?
Vim-me embora porque não aceitei colaborar condicionado a
qualquer tipo de censura.
Depois vieram as rádios locais com todo o
entusiasmo que os desses tempos recordarão e lá estive envolvido desde a
primeira hora; no inicio na "Radio Guimarães" que viria a ser extinta
ao não obter alvará e depois na Radio Fundação.
Relatos e comentários a jogos de
futebol,entrevistas,reportagens,de tudo se fazia um pouco com um entusiasmos e
um empenhamento que hoje não vejo em lado nenhum.
A seguir nova aventura através da colaboração
numa estação pirata de televisão !
Chamava-se TV Covas (depois Televisão Regional
de Guimarães) e proporcionou meses de inesquecíveis momentos de que ficaram,de
facto,grande recordações.
Equipamento artesanal,ilegalidade
absoluta,estúdios clandestinos,antenas moveis para escapar as buscas,locutores
e técnicos sem nenhuma experiência,gravação de programas absolutamente
hilariante,mas mesmo assim,uma audiência absolutamente invulgar em toda a
região de Guimarães.
Foi uma experiência absolutamente fantástica.
Depois,bem depois,a grande aventura de com mais
14 sócios fundarmos um jornal regional.
Chamava-se,ao tempo,"Toural" e fez um
tipo de jornalismo algo diferente do que á época era comum nos outros jornais
da região;mais entrevistas,mais reportagens,rubricas novas como a critica
gastronómica (feita por mim durante muito tempo nos restaurantes da zona...)
enfim um projecto giro.
Por vicissitudes varias os sócios foram saindo e
o próprio jornal mudou de nome passando a chamar-se "Expresso do Ave"
e com essa designação foi publicado durante anos até, como outros, encerrar as
portas devido à falta de sustentabilidade financeira.
Depois as próprias contingências da vida foram-me afastando
da imprensa local ao ponto de o contacto se manter apenas através de um outro
artigo no "Comércio de Guimarães","Noticias de Guimarães"
ou no já citado "Expresso do Ave" fazendo, actualmente, estes dois
últimos jornais apenas parte da memória de um tempo em que o jornalismo
vimaranense era pujante e diversificado.
Curiosamente,ou talvez não,na área política fui
mantendo uma colaboração regular na "Radio Santiago" num programa
chamado "Uns e os Outros" no qual era um dos comentadores dos factos
políticos locais e nacionais.
Terminada essa colaboração em finais de 2004
estava afastado da imprensa local ,em termos de colaboração regular, quando na
mesma Rádio Santiago foi criado um
programa, que penso que ainda hoje se mantém noutro formato, chamado "Fórum
Vitoria" e debatia (e debate) todas as quintas feiras a realidade do
Vitoria
Com outro comentador,um velho amigo (Amadeu Portilha),com posições diversas
das minhas em muitas áreas,até na política,mas com uma amizade que passa ao
largo de tudo isso, o programa apareceu
num tempo especialmente polémico da vida do Vitória (o ano em que desceu de
divisão) e foi uma experiência fascinante de comunicação social local durante os
meses que durou.
Depois dele, e em termos de rádio, apenas o “Contraponto”
da Rádio Fundação com outro amigo de há muitos anos (o António Magalhães) como
moderador e um painel de comentadores dos quatro partidos com representação no
executivo camarário (PSD, PS, CDS e CDU), um programa no qual participei
durante cerca de dois anos e que terminou de forma abrupta em meados de 2017
por força de acções de censura interna com que nenhum dos participantes e o
moderador entenderam pactuar.
E termos de jornais é que a colaboração cessou mesmo muito
por força do encerramento do “Expresso do Ave” e do “Notícias de Guimarães” que eram aqueles em que nos seus últimos anos
de publicação ia colaborando pontualmente.
E devo dizer que para mim , depois de trinta anos de
colaboração regular na comunicação social local, está bem assim.
Há sempre os blogues (incluindo o meu “Depois Falamos”), há
as redes sociais, há onde exprimir opinião com uma liberdade em relação aos
poderes vigentes na sociedade vimaranense que não sei se encontraria noutro
lado ao que vou ouvindo e lendo.
Mas toda a regra tem excepção.
E a minha excepção à regra de por tempo indefinido, quiçá
definitivamente, suspender qualquer colaboração com a imprensa local chama-se “Duas
Caras” e é este inovador projecto de comunicação digital dirigido pela Catarina
Castro Abreu.
Livre, plural, inovador e onde me sinto bem a publicar
semanalmente as minhas opiniões sobre o que quero,e como quero, sem qualquer
constrangimento ou incómodo de quem dirige o projecto.
Pareceu-me adequado dizer isto num artigo que é o
sexagésimo de uma colaboração que me tem dado muito gosto.
E por isso por cá continuarei.
Enquanto o “Duas Caras” quiser e a motivação não faltar
como é evidente!
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