sábado, novembro 17, 2012

SAD Sim ou Não?

 Porque o artigo que publiquei no site da Associação Vitória Sempre originou alguma discussão entre adeptos, nomeadamente no fórum da Associação, quero com este texto deixar as coisas claramente esclarecidas para neste momento tão importante para o Vitória não restarem quaisqueres dúvidas sobre a minha posição face, até, ao cargo que ocupo na actual direcção.
Por principio, e escrevi-o várias vezes ao longo dos anos, não sou favorável à criação de Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) que considero introduzirem na governabilidade dos clubes factores de perturbação que podem tornar-se indesejáveis e até causadores de problemas diversos.
Porque passar a gestão do futebol de uma direcção eleita por todos os sócios para uma adminustração eleita por accionistas pode significar, se não houver o cuidado ou a possibilidade de compor a maioria do corpo accionista por adeptos do clube, que meia dúzia de accionistas poderão ficar a mandar mais do que milhares de sócios sem que os una ao clube outro vínculo que não o financeiro.
E também por isso nas eleições de há dois anos, em que integrei a lista encabeçada por Pinto Brasil, defendi que o Vitória não devia constituir uma SAD e manter a gestão do futebol no âmbito da direcção eleita pelos associados.
E em termos de princípios continuo a pensar assim não restem dúvidas.
Mas uma coisa são os princípios que cada um de nós defende e outra a realidade imposta pelas leis sob as quais vivemos e a que devemos natural obediência.
E legislação entretanto aprovada obriga que todos os clubes que disputam competições profissionais constituam  para o efeito uma SAD ou em alternativa uma SDUQ que é uma solução híbrida e que desperta muito pouca ou nenhuma simpatia nas direcções dos clubes.
E portanto gostemos ou não ( e eu não gosto, repito) temos de criar uma SAD.
A lei assim o obriga.
E é sobre isso que os associados do Vitória vão ser chamados a pronunciar-se na Assembleia Geral optando entre termos uma SAD ou uma SDUQ.
Sabendo que a SAD pode trazer investidores importantes para o clube (conforme diligências que tem sido feitas pelo presidente) permitindo resolver a nossa penosa situação financeira enquanto a SDUQ não despertará qualquer interesse nos potenciais investidores deixando ao clube a total responsabilidade da resolução dos problemas.
E por isso não gostando da ideia de termos uma SAD me vejo obrigado a defendê-la.
Deixando claro que o clube deve nela manter a maioria do capital, para o manter ao abrigo de eventuais interesses especulativos de quem apareça apenas para ganhar dinheiro à nossa custa, e salvaguardando no futuro pacto social questões tão importantes como o património que deve permanecer integralmente no clube, a presidência da SAD que deve ser exercida pelo presidente do clube e outras questões importantes como símbolo, bandeira, equipamento e manutenção da sede social e desportiva em Guimarães.
Nessas condições digo sim à SAD esperando que ela seja , de facto e conforme prometido na campanha eleitoral, a solução para os graves problemas financeiros que neste momento vivemos e para as quais não me parece haver outra solução que não a opção pela SAD.
Depois Falamos.

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