Na passada semana escrevi neste espaço sobre a Aliança Democrática que criada em 1979 por Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Teles permitiu a primeira vitória eleitoral de forças não socialistas e significou uma viragem no rumo que Portugal então seguia e que já motivara uma primeira intervenção do FMI.
O seu ideólogo, e proponente, foi Francisco Sá Carneiro um político e
Estadista extraordinário que deixou para os vindouros um pensamento
estruturado, baseado em sólidos princípios e que tinham como referência
fundamental o serviço a Portugal.
Dele, como fundamento maior do seu pensamento político, ficou a
célebre frase “..primeiro Portugal, depois a democracia e só depois a social-democracia…”
deixando bem claro que para ele Portugal estava acima de tudo, vindo a seguir o
regime democrático e só depois o seu partido.
Foi também com base nos ensinamentos colhidos junto de Francisco Sá Carneiro,
de quem foi discípulo dilecto, que Pedro Santana Lopes ousou romper com o
conformismo que parece afectar a área não socialista/comunista de Portugal e
propor uma vasta coligação entre Aliança, PSD e CDS que permitisse aos
portugueses mudarem o rumo de desgraça que o país vem prosseguindo e encetar
outro caminho que levasse Portugal a ser aquilo que tem potencial para ser mas…não
tem sido.
E aqui há que dizer com toda a clareza, porque há quem não o saiba mas
também não faltam os que fazem de conta que não sabem a par dos que fingem não
perceber, que a Aliança não tem qualquer receio em ir sozinha a votos e
enfrentar o veredicto dos portugueses.
Fá-lo-á já em Maio e nas Europeias e depois em Setembro nas regionais
da Madeira como é sabido.
E se o mesmo acontecer nas Legislativas, como tudo indica, será para a
Aliança um gratificante desafio o poder ir a votos com as suas bandeiras, as
suas causas, os seus candidatos e a tranquilidade de nunca tendo sido poder não
lhe poderem ser assacadas responsabilidades de qualquer espécie no estado em
que o país se encontra.
Porque se há matéria em que a Aliança está perfeitamente à vontade é
precisamente nas causas que propõe aos portugueses.
Crescimento económico e competitividade, coesão territorial, um
sistema de saúde com qualidade para todos e não apenas para os que o podem
pagar, valores fundamentais que defende (Liberdade, respeito, decência, mérito,
ordem e autoridade), uma fiscalidade orientada para a desoneração de
contribuintes e empresas, uma aposta na Educação e qualificação dos
portugueses, a defesa do Ambiente, a reforma do sistema político e uma nova
atitude na Europa e face à Europa são algumas das muitas causas que a Aliança
defende e que colocará à apreciação dos portugueses.
É firme convicção do partido que estas causas, os protagonistas que as
defenderão e a convicção com que elas serão afirmadas junto dos portugueses
merecerão da parte destes uma adesão que resultará num excelente resultado
eleitoral e porá o partido em posição de ter uma palavra a dizer no pós
legislativas.
Então porquê a proposta de coligação quando o partido sozinho está em
condições de atingir os seus objectivos?
Precisamente pela mesma razão que levou Francisco Sá Carneiro a criar
outra Aliança em 1979.
Portugal!
Portugal que está mal governado pela Frente de Esquerda e que caminha
para novo resgate e novo período de grande dificuldade para os portugueses face
ao degradar das contas públicas (a dívida pública está em máximos históricos),
à conflitualidade social, á erosão grave da autoridade do Estado, à falência
para que caminha o SNS, à irresponsabilidade do governo em matérias tão
importantes como a protecção civil e a defesa nacional, entre muitos outros
exemplos possíveis e que apontam para um novo “pântano” para que os discípulos
de Guterres e Sócrates encaminham o país.
E isso só pode ser travado se as forças não socialistas tiverem uma
maioria absoluta no parlamento.
Sendo hoje claro para todos (ou quase…) que nenhuma delas pode vencer sozinha
com maioria absoluta e que pelo contrário todas as sondagens apontam para uma
vitória sem maioria do PS o risco de nas próximas eleições sair novo governo
socialista é enorme e não pode ser tratado com a leviandade a que por vezes se
assiste.
Sabendo-se que o método de Hondt favorece as coligações e que um
entendimento pré eleitoral que valorize convergências e subalternize diferenças
tem um efeito galvanizador no eleitorado é óbvio que apenas uma coligação pré eleitoral
entre PSD,CDS e Aliança pode conseguir uma maioria absoluta no Parlamento e
criar condições para a formação de um governo bem melhor que o actual.
E por isso a Aliança propôs esse entendimento.
Ao que se sabe quer PSD quer CDS recusaram.
Um porque mais do que achar que pode ganhar as eleições tem a (pobre) ambição
de contribuir como parceiro menor para um “Bloco Central” que defenda múltiplos
interesses de clientelas várias e o outro porque tem a ilusão de que conseguirá
repetir no país o “fenómeno” irrepetível das autárquicas em Lisboa.
Perdida entre a defesa de interesses de uns e a medição de egos de
outros a área não socialista tem na Aliança a única força política que para
além de fazer oposição ao governo quer seriamente construir uma alternativa
ganhadora à frente de Esquerda e fazer de Portugal um país às direitas.
A seu tempo os portugueses dirão de sua justiça!
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