Vários assuntos dominam a actualidade futebolística nacional e
europeia.
Começando lá por fora há que destacar aquilo que parece ser o fim de
um ciclo no Real Madrid com a equipa merengue a ser eliminada da Taça do Rei e
depois da Liga dos Campeões vendo-se assim impossibilitada de atingir o tal
tetra que ninguém consegue desde há mais de cinquenta anos quando outra equipa “galáctica”
do mesmo Real Madrid conseguiu o feito de vencer cinco taças dos campeões de
forma consecutiva.
Se a isso se juntarem os doze inultrapassáveis pontos de atraso para o
Barcelona na Liga espanhola pode falar-se de um ano de fracasso no clube e do
fim de um ciclo de vitórias que lhes permitiu vencer, entre outros troféus,
quatro ligas dos campeões nos cinco últimos anos.
Para aqueles, no Real Madrid, que com uma arrogância mesclada de
alguma xenofobia diziam que a saída de Ronaldo não teria qualquer influência e
o clube continuaria a ganhar da mesma forma está feita a prova de que não
tinham qualquer razão e que o genial avançado português era mesmo
insubstituível numa equipa onde fazia toda a diferença.
Bem feito!
Ainda lá por fora há a registar mais um fracasso do PSG na Liga dos
Campeões desta feita eliminado por um Manchester United que embora longe de
anos recentes, em termos de qualidade futebolística, continua a ter um naipe de
jogadores que não pode ser menosprezado.
Vencendo em Manchester por 2-1 o PSG terá olhado para o segundo jogo
como um pró forma que mais golo menos golo se resolveria sem dificuldades de
maior.
Enganou-se.
E a sua principal estrela, Neymar, teve mais uma prova do erro que
cometeu ao trocar Barcelona por Paris em busca de ombrear com Ronaldo e Messi
no galarim máximo do futebol mundial porque muito dinheiro não significa
necessariamente muito sucesso e em termos europeus o PSG não é um clube na
primeira linha de candidatura a vencer a Liga dos Campeões.
Cá por dentro duas notas particulares.
Uma para o Benfica que sob o comando de Bruno Lage tem vindo a
recuperar na tabela classificativa, também por força da perda de pontos do Porto
nas duas visitas a Guimarães (empates com Vitória e Moreirense) mas
essencialmente pela justo triunfo no “Dragão”, associando a essa recuperação
pontual uma clara subida na qualidade do futebol exibido em relação aos tempos
de Rui Vitória.
O Benfica hoje joga bem e isso deve-se em grande medida ao novo
treinador ,e à aposta que ele tem feito em jovens que conhece muito bem do
Seixal e que tem trazido à equipa uma qualidade e uma irreverência
assinaláveis, mas também à subida de forma de alguns jogadores que fizeram uma
primeira metade da época muito discreta.
Liderando a tabela, tendo vencido no “Dragão”, em Alvalade e no
D.Afonso Henriques e restando ao Benfica uma saída de risco com a ida a Braga
na ultima semana de Abril, tudo indica que o clube lisboeta é o principal
candidato a vencer a Liga.
A seu tempo se verá.
Finalmente uma palavra para o desagradável caso que opõe Vitória e
Sporting em torno do (não) pagamento da transferência de Raphinha dos “Conquistadores”
para os “leões” efectuada no início da corrente época e que vai agora para
tribunal ao que tudo indica.
A questão é aparentemente simples.
Em Janeiro de 2018 os dois clubes terão acordado a transferência do
jogador, a efecturar no final dessa época, com as contrapartidas financeiras
que ambas as partes terão livremente acordado nas negociações entre as duas
SAD.
No início da corrente época o jogador apresentou-se em Alvalade mas o
dinheiro não se apresentou em Guimarães tendo o Sporting falhado os sucessivos
pagamentos a que se tinha comprometido, até à data, pese embora todos os
esforços do Vitória para receber as verbas a que tem direito.
É portanto natural que o clube vimaranense que ficou sem o jogador
(que tão importante foi para o clube na passada temporada) e sem o dinheiro com
que contava para cumprir os seus próprios compromissos recorra aos meios legais
que tem ao seu dispor para receber as verbas a que tem direito e que durante
meses procurou debalde receber.
Já o Sporting, que não tem dinheiro para pagar Raphinha mas teve
dinheiro para se reforçar no mercado de Janeiro, não tem razão para a
indignação que ostenta (falam até em corte de relações por iniciativa do
devedor e não do credor o que não deixa de ser uma originalidade) porque quem
está em falta é ele e não o Vitória como está bom de ver.
Tratando-se de dois clubes históricos, e que tradicionalmente se dão
bem, espera-se que o assunto se resolva da melhor forma e sem ser necessário o
recurso aos tribunais mas fica o alerta para mais uma situação no futebol
português em que não foi cumprido o que foi combinado.
Ou como se diria noutros lados a palavra dada (ainda) não foi honrada!
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