segunda-feira, janeiro 23, 2023

Leis

 Foto: Kickoff-Duarte Gomes.

Tem provocado alguma celeuma, que só não é maior porque aconteceu num Paços de Ferreira vs Braga, as imagem de meia dúzia de elementos do banco do Braga (jogadores e técnicos) dentro do relvado nos momentos que antecederam o segundo golo bracarense.
Traçam-se até comparações com o sucedido na final do último Mundial entre Argentina e França aquando da marcação das grandes penalidades.
Não são situações rigorosamente idênticas mas tem pontos comuns é claro.
Neste caso, que é o que agora interessa analisar, é perfeitamente óbvio que há uma clara violação das leis do jogo que estipulam que salvo sanções disciplinares cada equipa deve ter em campo onze elementos.
Ora o Braga, com o jogo a decorrer tem dezassete!!!
E se o árbitro não viu porque estava a acompanhar a jogada os fiscais de linha (especialmente o do lado dos bancos) e o quarto árbitro tinham de ver e sinalizarem ao árbitro para a interrupção da partida e punição disciplinar aos "invasores" e técnica à equipa.
Não o fizeram e o Braga no normal curso do lance fez o golo do triunfo.
Que face aos regulamentos violou a verdade desportiva  do jogo.
Dizem alguns que o espirito da lei não foi posto em causa porque a invasão não teve qualquer interferência no desenrolar do lance.
É verdade. 
Mas se há leis elas são para cumprir e os que entraram pelo relvado dentro sabiam perfeitamente que não o podiam fazer ainda que a emoção dos ultimos instantes do jogo ajude a explicar o facto.
Esteve mal a equipa de arbitragem.
Não por responsabilidade  do árbitro mas sim dos seus auxiliares e do quarto árbitro.
E admitir que este lance não fere o espirito da lei, porque não houve interferência na jogada por parte dos invasores, é criar um precedente facilitista que no futuro pode trazer graves problemas ao nosso futebol.
Porque inevitavelmente em lances semelhantes por-se-à novamente a questão de saber se o espirito da lei foi ou não ferido, até consoante o critério na altura adoptado por quem estiver a arbitrar, e isso ainda vai dificultar mais o já difícil trabalho dos árbitros.
E, pior, advogar-se-à o não cumprimento desta e doutras leis do jogo recorrendo ao argumento de que não se está a violar o espírito da lei sempre ao sabor dos interesses particulares de cada infractor.
Duvidam?
Que aconteça lance idêntico num jogo decisivo entre candidatos ao titulo e todas as dúvidas serão desfeitas.
Porque iremos ter "história", suspeições, insultos, cartilheiros aos berros, jartigos de jornal no pró e no contra, polémicas sem fim e sabe-se lá que mais por muito tempo.
Depois Falamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luis Cirilo,

Viu a final do último Mundial? Esta situação (elementos do banco de suplentes dentro das 4 linhas, antes de um golo da sua equipa) aconteceu em algum dos golos?

Consegue jurar a pés juntos que os elementos do banco do Vitória não invadiram as 4 linhas antes do golo de Anderson Silva em Braga? Se eu lhe mostrar uma imagem dos elementos do banco vitoriano dentro de campo antes desse golo, fará um post sobre essa situação?

Obrigado e um abraço.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Vi a final do ultimo Mundial. E vi o que aconteceu com o banco da Argentina como é óbvio. Não devia ter acontecido. Ponto. Quanto ao golo do Anderson não vi nada disso mas admito que a televisão não tenha mostrado. Mas se aconteceu o quarto árbitro ou o fiscal de linha deviam ter sinalizado ao árbitro a e a jogada sido interrompida. Não sou daqueles que acha que o cumprimento das leis é apenas para os outros. Abraço