Tochas

Não é de agora que se verifica o arremesso de tochas por parte das claques dos clubes para dentro dos relvados com a consequência, em muitos casos , de obrigar à interrupção dos jogos até à sua retirada com a consequente quebra de ritmo da partida.

Em Portugal e em muitos outros países, então na América do Sul é fenómeno recorrente, é frequente assistir-se a esta forma de "apoiar" as equipas através da pirotecnia que em boa verdade apenas serve para prejudicar o jogo e colocar em causa a integridade física dos seus participantes.

Devo dizer que já tendo entrado em muitos estádios deste país, e muito em especial no D.Afonso Henriques, em todos eles fui revistado à entrada pelos stewards ou agentes policiais e causa-me uma enorme confusão perceber como alguns continuam a conseguir introduzir nas bancadas petardos, tochas e sabe-se lá que mais.

Ou são mal revistados , eventualmente por receio a desacatos, ou há cumplicidade de quem os revista.

Ou as duas coisas!

A verdade é que as claques, mas muito em especial as claques do Benfica (sim, não me venham com essa intrujice de que o clube de Lisboa não tem claques porque é mentira) continuam a atirar para dentro dos relvados com tudo que lhes apetece limitando-se o clube a pagar gostosamente umas multazinhas que em nada servem para dissuadir os vândalos em questão.

Gostosamente ?

Sim, gostosamente.

Porque no sábado em Guimarães foi patente que o arremesso cirúrgico das tochas se verificou sempre em períodos de grande pressão vitoriana ,em que o clube lisboeta se defendia como podia mas evidenciando grandes dificuldades, pelo que as obrigatórias paragens de jogo constituiram um balsamo para a atrapalhada equipa apoiada pelos "tocheiros".

E essas paragens forçadas, autênticos "time out" ilegais, podem ter valido os três pontos pelo que será com gosto que as multas serão pagas porque no final do campeonato dois ou três pontos podem fazer toda a diferença na questão do título.

E os milhões da Champions dão bem para as multas!

O futebol em Portugal é um nojo cada vez maior e não são as piadéticas afirmações de um piadético secretário de estado que lhe vão devolver a credibilidade há muito perdida.

Tem de ser medidas concretas, duras e repressivas sobre quem infringe de forma continuada as leis e adultera a verdade desportiva.

Sem olhar a cores nem a emblemas.

Com castigos que "doam" de facto e que não sejam suspensos, no dia seguinte a serem decididos,  por um qualquer orgão de apelo como já aconteceu três ou quatro vezes com decisões disciplinares que obrigavam o Benfica a jogar à porta fechada.

Antes que uma desgraça de dimensões imprevisíveis aconteça num qualquer estádio.

Depois Falamos.