Este foi daqueles jogos em que bem se pode aplicar o velho adágio de que até ao lavar dos cestos é vindima!
Porque a selecção portuguesa, depois de uma primeira parte de bom nível em que fora claramente superior aos adversários, tinha feito uma segunda metade do jogo bastante para o fraco e depois de sofrer o golo de Salah não estava a dar indicações de ser capaz de dar a volta ao resultado.
E por isso quando concluídos os 90 minutos e entrando em período de compensação se assistia à manutenção da vantagem egípcia parecia que se estava à beira de uma daquelas surpresas em que o futebol é fértil e a selecção campeã europeia prestes a perder com uma selecção africana que embora tendo qualidade não é do seu nível.
Mas Portugal tem Ronaldo. E tem Quaresma.
E a dois cruzamentos teleguiados do segundo correspondeu o primeiro com dois certeiros remates de cabeça transformando em dois minutos uma eminente derrota numa saborosa vitória e impedindo um resultado que não envergonharia mas desmoralizaria .
De resto foi um ensaio útil embora numa altura da época em que os jogadores já tem muitos minutos em cima e competições em fase de decisão (e nalguns casos como Ronaldo, Gelson, Bernardo, Bruno Fernandes,André Gomes também competições europeias) o que leva a exista uma natural tendência para alguma poupança quer em termos físicos quer no assumir de riscos que possam levar a lesões.
Fernando Santos fez algumas experiências, nomeadamente na defesa, deu oportunidade a alguns jogadores de se entrosarem na selecção mas parece-me evidente que em condições normais dos hoje titulares alguns se forem à Rússia não serão primeiras opções.
Beto, Rolando, Bruno Alves, Rúben Neves são os casos mais evidentes do atrás afirmado.
Essencialmente porque há jogadores lesionados (Pepe,Danilo, William Carvalho por exemplo) que serão sempre primeiras opções à frente dos atrás referidos.
Há contudo um facto curioso que merece ponderação:
No onze titular nenhum joga em Portugal.
E dos cinco suplentes utilizados apenas Gelson e Bruno Fernandes (ainda) jogam na nossa Liga o que confirma que de facto somos um campeonato verdadeiramente periférico incapaz de nele segurar os seus melhores jogadores.
Tendência aliás reforçada pelo facto de nos oito suplentes não utilizados apenas um (Rui Patrício) ser "cliente" do nosso campeonato.
Ou seja nos vinte e quatro convocados por Fernando Santos para este dupla jornada de preparação apenas três jogam na liga portuguesa.
Não é novidade!
Mas dá que pensar.
Em termos individuais destacaram-se , para lá da "sociedade" Ronaldo & Quaresma, Raphael Guerreiro, Rolando e Bruno Alves que rubricaram boas exibições tal como Beto que terá garantido o lugar de terceiro guarda redes para o Mundial.
Moutinho, Bernardo e André Silva estiveram discretos, Cédric pareceu cansado ( a liga inglesa é dura...), Rúben Neves procurou não complicar e João Mário acusou falta de jogos no que se distinguiu da generalidade dos colegas.
Dos entrados, para lá de Quaresma, há que dizer que Gelson animou o ataque, Bruno Fernandes melhorou a ligação entre sectores e trouxe remate de meia distância enquanto Gonçalo Guedes e André Gomes estiveram também eles discretos.
Segunda feira perante a Holanda, um adversário em teoria mais difícil, Portugal fará outro jogo de preparação que permitirá a seleccionador tirar mais algumas duvidas quanto à convocatória para o Mundial.
Depois Falamos.
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