O meu artigo desta semana no zerozero.
Perdoar-me–ão os leitores desta rubrica que não são vitorianos mas a
minha crónica de hoje é sobre as eleições no meu clube que se realizam no
próximo sábado e escolherão os orgãos sociais para o próximo triénio.
E destacando, como adiante se verá, três curiosidades destas eleições.
Devo dizer, desde já, que o Vitória sendo um clube de grande riqueza
associativa terá o seu acto eleitoral disputado por duas listas a exemplo do
que tem acontecido regularmente ao longos dos últimos quarenta anos.
As excepções foram algumas reeleições de António Pimenta Machado sem
oposição, mas também ele teve por várias vezes listas alternativas, e a reeleição
de Júlio Mendes em 2015 num acto eleitoral em que a lista por ele encabeçada não
teve oponente.
Desta vez, e ainda bem que assim é porque é sempre positivo os
associados terem por onde escolher, a lista de recandidatura dos actuais orgãos
sociais tem a oposição de outra lista que apresenta um conjunto de pessoas que
sendo reconehcidamente vitorianas farão todas elas a sua estreia em lides
directivas caso vençam o sufrágio de sábado.
O que será, em termos de Vitória, uma novidade absoluta.
Porque a História do clube, desde sempre, diz-nos que ao longo dos
anos (antes e depois do 25 de Abril) sempre houve dirigentes que foram passando
de umas direcções para outras transportando com eles a experiência que evitava
que tudo fosse novidade para aqueles dentre eles que se estreavam em lides
directivas.
São conhecidos os casos de presidentes que antes de o serem eram
directores, depois vice presidentes antes de chegarem ao cargo máximo do clube
já com alguma experiência do que era dirigir o Vitória.
É uma curiosidade destas eleições o haver uma lista em que todos são
estreantes caso vençam.
Há ainda mais duas curiosidades nestas eleições mas que neste caso o
são claramente pela negativa.
Uma é o escasso número de mulheres candidatas aos orgãos sociais, numa
e noutra lista, e nenhuma a cargos de direcção(Presidente ou vice presidente) o
que é por um lado o persistir em marcar passo face à evolução dos tempos e por
outro uma grande injustiça face ao significativo número de associadas do
Vitória e à qualidade profissional que
muitas delas tem demonstrado nas suas áreas de actividade.
É certo que depois na constituição do elenco directivo poderão ser
nomeadas algumas directoras mas não é mesma coisa que serem candidatas
legitimadas pelo voto dos associados do clube.
A outra curiosidade, mas não novidade, absolutamente negativa é o
ostracismo a que as televisões tem votado este acto eleitoral.
Quer as generalistas, quer as que emitem por cabo, quer aquela
televisão chamada sport-tv que tem cinco canais e em nenhum tem dado a estas
eleições o destaque e a importância que elas realmente tem.
Há tempo para dedicarem centenas de horas semanais , no conjunto das
televisões, à subserviência mais bacoca a três clubes deles dando notícia de
tudo que é importante, pouco importante ou sem importância rigorosamente
nenhuma mas a um acto eleitoral no quarto clube português em massa associativa
e naquele que a seguir aos chamdos “grandes” mais audiências televisivas
garante para isso não há tempo nem interesse.
Acho absolutamente insólito que este acto eleitoral não tenha merecido
das televisões , e especialmente do canal pseudo desportivo sport-tv, a
realização de um debate que fosse entre os candidatos a presidente a
exemplo,aliás, do que já aconteceu no passado entre outros candidatos a
presidente do Vitória.
De facto o frenesim em meterem pelos televisores dentro toda a
mixórdia dos chamados “grandes”, para lá do que desses clubes tem realmente
interesse, tira às televisões o
discernimento de perceberem que há clubes para além desses e de lhes darem o espaço que eles
justamente merecem.
Simplesmente lamentável.
E ainda mais lamentável, se assim se quiser, que o Porto Canal
supostamente um canal nortenho e parceiro do Vitória na trasnmissão das “Galas”
do clube também ele se tenha alheado destas eleições como se fossem algo menor
no panorama desportivo da região e do próprio país.
Não sei quem vencerá as eleições de sábado.
Mas sei que terá pela frente, entre outros grandes desafios, o de continuar a lutar por afirmar o Vitória num universo
comunicacional quase completamente dominado por três clubes que , quais eucaliptos , secam tudo que os rodeia.
2 comentários:
Caro Cirilo:
Então e a «Alternativa» ainda vive, ou morreu antes da praia?
É que as (outras) Alternativas estão a tentar formar uma Alternativa pan-Europeia e...
Como Portugal começou em Guimarães... :) Temos de ir rindo, senão só nos restava atirar mo nos da ponte. Bom, aqui pela Kapital não é preciso -a ponte cai nos em cima!
Cara il:
Só dá mesmo para rir. E não passar debaixo de pontes
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