terça-feira, setembro 13, 2022

O Onze

 O meu artigo desta semana no zerozero.pt
Agora que caminha a passo acelerado para a comemoração do seu primeiro centenário, na próxima quinta feira dia 22, o Vitória Sport Clube no âmbito das iniciativas que vem levando a cabo desde Setembro do ano passado tem em fase final a eleição do “onze” do século.
E o que é afinal o “onze do ´seculo”?
A exemplo do que outros clubes nacionais e estrangeiros já fizeram a iniciativa visa permitir aos associados do clube escolherem aqueles que consideram, posição a posição, serem os melhores de sempre que vestiram a camisola do Vitória na modalidade futebol.
E apenas nessa modalidade perguntarão os que conhecem o ecletismo do clube.
Sim, apenas nessa porque é a única que tem cem anos de prática ininterrupta no clube pelo que só nela se podem escolher os melhores destes cem anos.
Outras modalidades como o ténis de mesa que é segunda modalidade mais antiga em prática continua, o andebol (com interrupções), o basquetebol, o voleibol tem décadas de prática mas não tem cem anos nem nada que se pareça.
E por isso o “onze do século” visa apenas o futebol.
A votação é no site do clube, cada adepto pode votar apenas uma vez porque o sistema informático não permite votações repetidas e os votantes tem de escolher entre um número alargado de jogadores já mencionados no site e que de alguma forma abarcam as dez décadas de existência.
Na votação é escolhido um guarda redes, dois centrais, dois laterais (direito e esquerdo) , médios para as posições “6”, “8” e “10” e três avançados que podem ser pontas de lança, extremos ou mistura de ambos.
Claro que não é possível votar em todos os milhares de jogadores que vestiram a camisola vitoriana(apenas num conjunto creio que de 165 que foram pré seleccionados para a votação) nem nos jogadores da época passada e da actual pelo que há sempre associados que se lembram deste e daquele que deviam estar no lote dos que podem ser votados e não estão.
Aqui ou ali com razão mas creio que o naipe escolhido é suficientemente representativo do que foi o futebol vitoriano nestes cem anos pelo que esta ou aquela ausência não tem significado especial.
Problema, isso sim, é não podermos votar em todos quantos gostaríamos porque especialmente para aqueles que seguem o clube há muitos anos é particularmente difícil escolher uns em detrimento de outros tantas as opções em cima da mesa e eu próprio na hora de votar experimentei algumas dificuldades.
Veremos quem vai ser o “onze” escolhido a cuja divulgação se procederá na Gala do Centenário a realizar no pavilhão multiusos de Guimarães no dia 22 de Setembro, mas é admissível que aqueles que passaram pelo clube em tempos mais recentes tenham vantagem porque a memória das suas exibições estará mais presente e muito em particular junto dos associados mais jovens que previsivelmente serão a maioria dos votantes.
Pela parte que me toca, e com a tal dificuldade em escolher entre várias hipóteses para uma mesma posição, acabei por me decidir por onze jogadores que vi jogar o que excluiu desde logo grande nomes do clube como Silveira, Alexandre Rodrigues, Machado, Ernesto Paraíso e essencialmente Edmur o primeiro “bola de prata” do Vitória.
Para a baliza escolhi Francisco Rodrigues que jogou 13 anos no Vitória mas Damas, Jesus, Neno e Douglas também foram ponderados.
Lateral direito João Costeado, jogador da formação e internacional A pelo Vitória mas José Carlos e Gualter também foram fortes hipóteses.
Para centrais uma dupla fantástica dos anos 60. Joaquim Jorge e Manuel Pinto. Internacionais A pelo Vitória nesses tempos remotos. Alternativas foram Rui Rodrigues e Geromel.
Na lateral esquerda Daniel Barreto que jogou dezoito épocas na primeira equipa e foi dos mais carismáticos jogadores da nossa História.
Mas Osvaldinho e Gregório Freixo também foram opção.
No meio campo “6” e “8” os dois mais emblemáticos “capitães” que vi jogar. António Peres e Abreu. Este último , tal como Costeado, também produto da formação e também internacional A pelo clube.
As alternativas eram muitas e excelentes, de Pedro Mendes a Flávio Meireles passando por Nascimento, Cafu, Adão, mas o que me deixou mesmo pena foi não poder escolher o grande NDinga.
Mas só cabiam dois.
Para médio ofensivo escolhi Pedro Barbosa mas podia ter sido Ademir, Custódio Pinto, Dane , Vitor Paneira, entre outros.
No ataque foi onde tive menos dúvidas. Três goleadores.
Tito, ainda hoje o maior goleador do Vitória no campeonato, Paulinho Cascavel um idolo de várias gerações (mesmo as que não o viram jogar) e segundo “bola de prata” da nossa História e Jeremias um grande ponta de lança que foi o goleador maior de uma equipa, a de 1974/1975, que ainda hoje considero como uma das três melhores que vi no Vitória e que só não chegou bem mais longe no campeonato porque não a deixaram.
Outros nomes como os extremos Romeu (int. A pelo clube), Ibraim, Raphinha, Roldão e Zezinho ou os pontas de lança António Mendes ( primeiro internacional A do Vitória), Soudani, Saganowski e Blanker podiam também ter sido escolhas porque foram dos melhores que vi por cá.
Em paralelo com a escolha do “onze” decorre também a votação para o melhor treinador.
Também aí as hipóteses eram muitas e de excelência.
Rui Vitória, Manuel Cajuda, Quinito, Marinho Peres, Augusto Inácio, Geninho, Raymond Goethals, António Morais, Mário Wilson, Manuel José entre tantos outros.
Estranhamente (lá está, não se pode satisfazer todas as preferências) não constam da lista nomes históricos como Alberto Augusto, Fernando Vaz e essencialmente Jorge Vieira que em 1968/1969 levou o Vitória ao terceiro lugar ficando a três pontos do campeão Benfica ou seja a três pontos do título porque em igualdade pontual tinha vantagem dado o triunfo em Guimarães e o empate na Luz.
Foi uma escolha difícil.
A Taça de Rui Vitória,os terceiros lugares de Quinito e Marinho Peres. E a brilhante trajectória de Cajuda que trazendo o clube do inferno da segunda liga fez um brilhante terceiro lugar e quase fazia segundo apurando o clube para o play off da Champions.
Escolhi José Maria Pedroto.
Não tanto pelos quarto e quinto lugares alcançados e pelo bom futebol jogado mas porque a sua vinda para o Vitória foi o início de uma revolução na mentalidade do clube e dos seus adeptos.
Ao contratar aquele que era, de longe, o melhor treinador português do seu tempo o Vitória mostrou que podia ambicionar chegar mais longe, ser mais forte, discutir cara a cara com os habituais donos dos primeiros lugares.
Com a chegada de José Maria Pedroto o Vitória partia para os vinte melhores anos da sua história futebolística.
Mas isso já são outras histórias...

2 comentários:

Anónimo disse...

O onze de cada um terá muito a ver ( como diz ) com a questão geracional. O meu onze :
Jesus ; Caiçara, Joaquim jorge, Geromel e Daniel; Paulo Bento , N'Dinga e Dane ; Vitor Paneira , Paulinho Cascavél e Roldão. O meu lamento... nâo poder votar no Djalma por não constar nas opções. Treinador - Marinho Peres.
Todos os onzes são discutíveis , mas nem por isso deixarão de ser respeitáveis, pois são o gosto de cada um!

J.M.

luis cirilo disse...

Caro J.M.
As possibilidades são tantas que dificilmente aparecerão dois socios a escolherem equipas iguais. No seu caso tirando Caiçara e Joaquim Jorge os restantes são todos jogadores dos últimos 40 anos o que vinca a tal perspectiva geracional.Quanto ao Djalma devia fazer parte das opções estou de acordo