quarta-feira, janeiro 15, 2025

Sugestão de Leitura

O Natal é em termos de livros uma excelente época para mim.
Como a família já conhece o meu gosto por ler é de há muitos anos uma das principais prendas natalícias o que muito agradeço porque de facto gosto imenso da companhia dos livros.
Este sobre que agora escrevo foi um dos que veio parar ao sapatinho.
Mas mesmo que não viesse tê-lo-ia comprado porque são as memórias (um género literário que aprecio imenso) de um homem que me habituei a admirar como jogador e como cidadão interessado e activo no seu país e nos paises onde trabalhou e cujas comunidades representou no nosso parlamento.
Como jogador foi um dos melhores portugueses de sempre e um dos melhores jogadores mundiais no seu tempo.
Vi-o jogar bastantes vezes e não tenho dúvidas que ele, Chalana e Futre foram os três melhores extremos esquerdos que vi e seguramente dos melhores que alguma vez pisaram relvados nacionais, europeus e mundiais.
Esteve em grandes momentos do futebol nacional e do "seu" Benfica, foi várias vezes campeão nacional, ganhou taças de Portugal, esteve no terceiro lugar do mundial de 1966 e foi campeão europeu pelo Benfica em 1961/1962 entre  muitas outras conquistas.
O livro é uma viagem encantadora por todas as histórias em volta da sua História, os clubes e seleções onde jogou e treinou, as personalidades que conheceu , os grandes adversários que defrontou, a amizade com figuras como Pelé , Jorge Valdano (que escreve o posfácio) e Yashin entre tantos outros e os companheiros e amigos com que partilhou balneários.
Mas é também a história do cidadão.
Que esteve na fundação do sindicato dos jogadores antes de 25 de Abril e que foi deputado pelo CDS em representação do circulo da emigração Fora da Europa e de cujo trabalho no Parlamento resultaram medidas importantes para os emigrantes.
E enquanto vitoriano também relevo as várias referências que faz ao Vitória recordando vários episódios em jogos entre o Benfica e o Vitória e realçando que fomos o primeiro clube português a criar de raiz um complexo desportivo à imagem do que já tinham grandes clubes europeus.
E depois há uma presença constante no livro referida amiudadas vezes.
Eusébio.
O seu maior amigo, o homem que o considerava como o seu "irmão branco, o génio do futebol com quem partilhou mais de 50 anos de uma amizade e um companheirismo inigualáveis.
É um livro magnifico.
Que celebra os 80 anos de António Simões através de 80 capitulos com as suas histórias.
Daqueles que deixa imensa pena quando se chega á última página porque se queriam ainda mais histórias, mais episódios, mais momentos de aprazível leitura.
Depois Falamos. 

Nota: Num livro com prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa e posfácio de Jorge Valdano merece natural e enorme elogio o seu autor, Rui Miguel Tovar, um dos melhores jornalistas portugueses da actualidade. 

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