
A desagregação de freguesias hoje aprovada no Parlamento é um perfeito disparate e um mau sinal que se dá ao país quanto à duração de qualquer reforma por mais pequena que seja.
Apenas serve para satisfazer as pequenas vaidades, estimular os pequenos nichos de poder , satisfazer pequenas clientelas ,alimentar espurias rivalidades locais e atrasar o país.
Para lá de ressuscitar largas centenas de cargos políticos sustentados pelo Orçamento de Estado e perfeiramente dispensáveis.
Partilho a minha experiência no assunto.
Vivo numa freguesia que foi integrada numa união de freguesias. Nada mudou. A freguesia continua e apenas acabou o órgão político especifico.
O atendimento na sede da junta manteve-se, as obras que tinham de se fazer foram feitas, as festas próprias da freguesia continuaram a realizar-se e por aí fora.
É rigorosamente igual apenas com a diferença de haver apenas um executivo e uma assembleia de freguesia em vez de três executivos e três assembleias de freguesia.
Infelizmente é uma das uniões de freguesia que se vai desfazer.
Sem qualquer vantagem para os fregueses e apenas servindo para aumentar os custos.
E pelo país fora são centenas de casos assim.Parabéns especialmente à Iniciativa Liberal que votou contra mas também ao Chega que se absteve.
O PSD estranhamente votou e aplaudiu de pé ( ao lado do PS) o fim de uma reforma que ele próprio tinha feito!
Miguel Relvas dizia hoje com enorme assertividade que este é um processo conduzido pelo " baixo clero parlamentar" e tem toda a razão.
Já não há paciência para tanta pequenez.
Em vez de meterem Eça de Queiroz no Panteão mais valia terem lido os seus livros e perceberem que em tanta coisa nada evoluimos desde o seu tempo.
Depois Falamos.
Nota: O custo desta desagregação vai onerar o Orçamento de Estado em 30 milhões de euros por ano. Seriam muito melhor gastos em áreas prioritárias como a saúde, a educação ou os equipamentos sociais.
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