sexta-feira, junho 18, 2021

Insistir

Para aqueles que se interessam , ainda que minimamente, pelas coisas da política não será novidade que a vida do Partido Aliança não tem sido cor de rosa ( para essa cor já basta uma desgraça chamada PS que se entretém a dar cabo de um país que devia governar) e que tem atravessado bastantes dificuldades quase desde o seu início.
E digo quase porque a scoisas até começaram por correr bem.
Rapidamente arranjou as assinaturas necessárias à legalização, rapidamente o Tribunal Constitucional declarou a existência legal do partido, rapidamente se montou uma estrutura nacional e se fez um excelente congresso em Évora pouco mais de três meses depois de o partido ter existência legal.
Do congresso saiu um partido mobilizado, a crescer todos os dias, a projectar no cenário político novos protagonistas e entendeu-se que as europeias, ainda para mais com um excelente cabeça de lista como Paulo Sande o foi, seriam um passo importante na afirmação do partido.
Infelizmente assim não foi, por razões já anteriormente referidas noutros textos, e a partir daí as coisas foram-se complicando.
Pessoas que eram para entrar não entraram, pessoas que tinham entrado começaram a dar passos ao lado a preparar os passos atrás, o percurso até às legislativas de Outubro de 2019 já foi um "caminho de pedras" pese embora a esperança nunca perdida de uma representação parlamentar miníma.
Não aconteceu.
E a partir daí houve muita gente que saiu, estruturas que se desagregaram, pessoas que foram à procura noutros lados daquilo que a certa altura teriam dado como certo na Aliança.
Mas o partido não acabou para, admito-o, desilusão de alguns.
Continua a existir, faz das fraquezas forças, vai participar activamente nas autárquicas ora com com listas próprias ora integrada em coligações mas elegendo pela certa autarcas em vários pontos do país.
De grande concelhos do litoral a pequenos concelhos do interior.
A História faz-se com quem está e não com quem esteve e saiu.
Mesmo quando essas saídas, e algumas de pessoas de grande qualidade pessoal e política sem qualquer dúvida, representam o deambular pela comunicação social de alguns (poucos) que preferiram desistir a insistir , não quiseram ajudar o partido a atravessar um período difícil mas não inultrapassável, e que agora se entretém a justificar as saídas de uma forma que não posso concordar.
Porque dizer que sairam porque o projecto falhou não corresponde à verdade.
Sairam porque desistiram, não quiseram insistir, entenderam procurar outros rumos para as suas carreiras políticas sem sequer darem ao Aliança a oportunidade de se reerguer e refazer o seu caminho como já aconteceu com outros partidos que não tiveram sucesso nos seus primeiros combates eleitorais e passados anos chegaram ao Parlamento como, por exemplo, o Bloco de Esquerda.
É pena.
Porque acredito que sem desistentes o caminho seria menos difícil , o sucesso chegaria mais rápido e o Partido Aliança poderia cumprir mais depressa aquilo para que nasceu.
Mas são opções que respeito.
Longos dias tem cem anos...
Depois Falamos.

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