domingo, abril 30, 2006

Uma Questão de Honra


Estaremos todos,mais ou menos,de acordo que quando foram aprovadas as directas como método de eleição do lider do PSD ,ninguém estaria a pensar numa disputa entre Marques Mendes e Jose Alberto Pereira Coelho.
Sabia-se que o primeiro,eleito em Pombal,seria sempre candidato mas pensava-se noutras figuras como alternativas.
Por razoes diversas,que agora pouco importam,ninguém se perfilou e MM parecia avançar numa corrida solitária.
Que,aliás,os politicamente correctos e os "salta pocinhas" aproveitaram para imediatas juras de amor eterno.
Eis senão quando,com o espirito de irreverência que sempre o caracterizou,JAPC resolve impedir o estender de passadeira vermelha e o plebiscito anunciado e apresenta-se como candidato.
Admito,como humilde observador do processo,que se calhar nunca se saberão todas as razoes que estiveram na origem do seu avanço,mas em boa verdade também pouco importa.
Sem a máquina do partido,sem a notoriedade do oponente,sem o lastro da comunicação social,sem acesso a documentos tão elementares como os cadernos eleitorais, lá foi fazendo um caminho, que admito dificil, de recolha das 1500 assinaturas para formalizar a candidatura.
E a verdade é que o conseguiu.
Claro que o "sistema" não gosta de ser perturbado e numa conferência fulminante de processos de candidatura,apurou que enquanto o processo de MM estava em ordem (claro,sabiam quem tinha e nao tinha quotas pagas !) o de JAPC tinha cerca de 500 subscritores irregulares por falta de pagamento de quotas e outros problemas menores.
Ou seja,das 1700 subscrições entregues só 1200 estavam regulares.
Misericordiosamente foi-lhe dado um prazo de dois dias para regularizar o processo.
Entretanto,e começando inacreditavelmente pelo proprio presidente do conselho de jurisdição (inacreditavelmente para quem não o conhecer entenda-se)começou,ou continuou,um processo de tentar descredibilizar a candidatura.
Passou-se para a opinião publica a história da falta de pagamento de quotas,das moradas erradas e até de uns "mortos" que seriam subscritores da candidatura.
Simultâneamente para a imprensa passaram a informação de que as assinaturas teriam sido essencialmente recolhidas em Gaia,Gondomar e Oeiras.
Informação que só os serviços que procederam á conferência dos processos podiam ter como é óbvio.
E ,digo eu,como se os militantes dessas concelhias não fossem tão dignas de subscreverem candidaturas como quaisquer outros.
Cereja em cima do bolo,o jornal oficioso do "mendismo" (O Expresso) tentava de forma grotesca vender a ideia de que Luis Filipe Menezes estaria por detrás da candidatura de JAPC.
Enfim,um nojo imenso,métodos indignos da história do partido e um sinal claro do estado a que isto chegou !
Vale que as bases,as tais de quem todos falam mas quase nenhuns respeitam,souberam responder e em apenas dois dias JAPC terá arranjado mais cerca de 800 assinaturas e será candidato á liderança do PSD.
Seja qual for o resultado que venha a obter,louve-se a coragem e o espirito de serviço ao partido face a todas os obstaculos que lhe puseram no caminho.
A sua candidatura transformou-se numa verdadeira questão de honra para todos aqueles que entendem o PSD como um partido de gente livre.
Depois Falamos

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