Querer é poder diz um velho ditado popular que ao contrário de muitos outros ditados provindos da sabedoria das nossas gentes nem sempre tem na realidade a confirmação que muitos gostariam que tivesse.
É que muitas vezes, quase sempre diria, ao “querer” é preciso juntar
outros componentes que são essenciais ao “poder” como o saber, o persistir, o
perseverar, o trabalhar afincadamente, etc, etc, etc.
Sem isso nada feito!
Vem isto a propósito de uma entrevista falhada, chamemos-lhe assim, de
um personagem do nosso palco político que é muito mais uma construção de uma
certa comunicação social sempre atenta, veneradora e obrigada aquilo que
considera uns (pseudo) gurus de esquerda que por alinhavarem duas ou três
frases, de vez em quando, que soam bem passam logo a ser referências políticas mais
pelo facto de as tais frases soarem bem do que pelo seu conteúdo que tantas
vezes é aflitivamente oco.
Pois esse personagem, com relativo impacto nos dois quilómetros
quadrados em redor do Terreiro do Paço, mas olimpicamente desconhecido no resto
do país, em busca de um protagonismo que não consegue decididamente alcançar
por méritos próprios resolveu atacar o partido Aliança e o seu líder ao invés
de se pronunciar sobre tantos outros assuntos que poderiam ter merecido a sua
atenção.
Importará dizer que o referido personagem, cujo ego é decididamente
bem maior que a sua expressão eleitoral (o chamado azar dos Távoras...), antes
de liderar a actual agremiação por ele
fundada já deambulou por outras forças partidárias nomeadamente o Bloco de
Esquerda de onde um dia saiu porque tal como a mãe que foi assistir ao
juramento de bandeira do filho e achava que o seu rebento era o único que
marchava direito também ele se achava dono de uma razão que não tinha expressão
dentro dessa força política.
E saiu.
Do Bloco de Esquerda que não do Parlamento Europeu, para onde tinha
sido eleito por esse partido, e onde ficou até ao último minuto ou até ao
último cêntimo interprete o leitor como muito bem entender.
Pois ,como atrás dizíamos, resolveu a excelsa personagem virar a sua
atenção, ou a sua bílis mais uma vez o leitor escolherá, para a Aliança com o
pobre argumento de que a sua agremiação devia merecer mais atenção mediática do
que esta dado ser liderada por alguém que já tinha sido deputado europeu (peço
o favor de não se rirem) e em Bruxelas tinha deixado “...relatórios que são os
que a Europa fala hoje(sic)...” o que reiterando o pedido para não se rirem
revela bem a altíssima conta em que o personagem se tem a ele próprio.
Matéria em que, aliás, presumo que será mesmo o único!
A par de algumas criticas ao presidente da Aliança que não vou
repetir, nem comentar, porque acho que para se rirem já basta o que basta dos
outros dislates do personagem.
Indo ao centro da questão.
É verdade que a Aliança tem muito mais atenção mediática do que o “Livre”
não só porque o líder da Aliança tem de facto um currículo político muitíssimo
mais vasto (também já foi deputado europeu, já foi primeiro ministro, secretário
de estado,deputado em várias legislaturas,líder parlamentar, presidente de duas
câmaras municipais entre outros cargos políticos, associativos e da área social
que desempenhou) mas também porque a Aliança é um partido nacional, implantado
nos dezoito distritos , nas duas regiões autónomas e na diáspora, que foi capaz
de recolher doze mil assinaturas num mês, merecer a aprovação do Tribunal Constitucional
noutro, ter organização territorial nacional em três meses e ao fim de quatro
realizar um congresso onde estiveram presentes quase mil militantes.
E essa é a diferença que faz toda a diferença.
Porque para além de uma diferença brutal na popularidade e
reconhecimento de cada líder a Aliança é um partido implantado no país ao
contrário do “Livre” que como partido nacional existirá apenas na imaginação de
quem o lidera.
E a prova está no facto de que todos os actos eleitorais a que
concorreu desde 2014 se saldaram por um completo fracasso nos resultados
alcançados.
Por isso bem melhor andaria o seu líder se metesse a mão na
consciência e reconhecesse que o défice de notoriedade está na exacta proporção
da sua inexistência como partido nacional e fizesse a única coisa adequada a
resolver o assunto: Trabalhar!
Trabalhar no terreno, criar organização nacional, filiar militantes,
ter resultados eleitorais e se o conseguir (já é outra questão...) então verá
que um dia talvez possa merecer a mesma atenção que os partidos que tem
existência real .
Porque caso contrário nunca deixará de ser o “flopzinho” que tem sido
desde a sua fundação!
Sem comentários:
Enviar um comentário