As eleições europeias são, reconhecidamente, o acto eleitoral mais difícil para os partidos políticos portugueses face ao acentuado desinteresse que os cidadãos vão demonstrando pelas questões europeias e por esse tipo de eleição.
Pese embora sermos um país de emigrantes, que como se gosta de dizer
deu novos mundos ao mundo, a verdade é que os que por cá ficaram nunca
demonstraram um interesse por aí além pelo que se passava para lá das
fronteiras.
Mesmo com o regresso de muitos emigrantes, com as migrações para
Portugal de tanta gente de outras nacionalidades, os portugueses sempre olharam
a Europa como algo que está para lá dos Pirenéus (porque Espanha, enfim, sempre
se ia e continua a ir ) lá comprar uns
caramelos e uma ...gasolinazinha para quem mora perto da fronteira)e a que se
dá pouca atenção e ainda menos importância.
É certo que os milhões que vem de Bruxelas, de que tanto se ouve falar
mas de cuja aplicação prática muitos desconhecem os efeitos, despertam sempre
alguma atenção mas em boa verdade há muito português bem mais atento aos
milhões que ganha o Ronaldo do que aqueles que vem para Portugal para
supostamente (já lá vamos) contribuírem para o desenvolvimento de todo o país.
E por isso os portugueses olham para a Europa como uma questão
distante a que apenas o futebol (ups...) via Liga dos Campeões e Liga Europa
vai aproximando.
Se a isso somarmos uma das componentes mais presentes no ADN português
que é a inveja (até ela fecha os Lusíadas) e sabendo-se que os lugares na
Europa, de deputados a comissários, são os mais bem remunerados da política não
admira que muitos portugueses não só vivam de costas voltadas para a Europa
como nem queiram ouvir falar de eleições europeias convictos de que votando
estariam a ajudar os “do costume” a irem encher-se de dinheiro.
É triste mas é assim em muito lado e em muita cabeça.
E por isso as eleições europeias tem uma taxa de abstenção que não
cessa de subir traduzindo o tal desinteresse em crescendo dos portugueses pelas
questões para lá dos Pirenéus e pela própria participação de Portugal no processo
de construção europeia que faça da Europa um espaço cada vez mais forte de
Liberdade , de desenvolvimento económico e de solidariedade.
Um caminho a que não há alternativa para uma Europa que continua
entalada entre dois blocos, entre uma Rússia que com esse nome ou de União
Soviética como até 1990 continua a ter uma ambição imperialista e uns Estados
Unidos que periodicamente tendem para o isolacionismo ao sabor de lideranças
sem visão e sem memória de passados a que não convém voltar.
E por isso a Europa é , e tem de continuar a ser, uma Causa nossa.
Nossa.
De todos os portugueses independentemente de maior ou menor fé na
União Europeia, de maior ou menor reconhecimento dos benefícios de pertencermos
a esse espaço de liberdade e desenvolvimento, de maior ou menor simpatia pelas
instituições de Bruxelas e Estrasburgo.
A Aliança defende o projecto europeu, acredita no quanto Portugal ganhou
desde a adesão em 1985 mas não deixa de em simultâneo defender uma nova atitude
na Europa baseada na aprendizagem com os erros cometidos, na recusa de dogmas
sobre a construção europeia e na afirmação de posições que contribuam para um
refundamento da Europa.
Temos Causas.
O crescimento económico , a convergência de rendimentos dos portugueses
com a média europeia, a focagem dos fundos comunitários num investimento que
potencie o tal crescimento económico, o reforço dos fundos de coesão, a
existência de um “cartão vermelho” dos parlamentos nacionais ao processo
legislativo ordinário europeu, a aposta no Mar na inovação e na investigação
são algumas das Causas que os deputados eleitos pela Aliança defenderão
intransigentemente.
A Europa vale a pena.
Eleger deputados da Aliança para darem voz a Portugal também vale a
pena.
Porque também é Nossa!
2 comentários:
Caro Cirilo:
«...na recusa de dogmas sobre a construção europeia e na afirmação de posições que contribuam para um refundamento da Europa.»
Não digo mais nada porque está tudo dito: esta Europa totalitarista não presta; mas a Europa tem de existir -juntos somos ainda alguma coisa, separados, nem nos vêem no mapa.
Interessante é que há pessoas por aí que pensam que a Europa ainda é o centro do mundo -não lêem nada do que se escreve/diz fora.
O próximo PE irá ser importante -para o bem ou para o mal.
Cara il:
Daí a importância de se eleger para o PE gente que saiba o que vai para lá fazer que o que se vai lá decidir.
Nesse aspecto a Aliana está de consciência tranquila.
A lista dá todas as garantias e Paulo Sande é claramente o mais bem preparado de todos os cabeças de lista
Enviar um comentário