Do Minho a Timor

Timor,tal como noutro plano Cabo Verde e S. Tomé e Principe ,teve como principal desgraça o ter-se tornado independente sem estar minimamente preparado para isso.
Fruto de uma descolonização apressada,ideológica e tremendamente mal feita,esse longinquo pedaço do antigo Portugal viveu as agruras da guerra civil,de uma brutal ocupação indonésia e atravessa agora as convulsões de um tempo em que as expectativas não correspondidas geraram descontentamento,confronto e profunda insatisfação.
Desde sempre tive uma enorme curiosidade por esse território tão longinquo,mas tão português,em que uma população pela qual em centenas de anos de história Portugal pouco se interessou,sempre manteve uma profunda afectividade por este rectãngulo europeu a que se encontrava ligada por laços administrativos e de comunhão interracial com aqueles que de cá para lá iam.
Anos de convivência amiga com uma ilustre luso/timorense ou timorense/portuguesa,a Natalia Carrascalão (autora da foto que ilustra esta postagem) reforçaram essa empatia que sentia com Timor.
Muita dela oriunda da curiosidade em perceber essa tão forte ligação a um território do outro lado do mundo,europeu,com cultura,hábitos e tradições tão diferentes.
Há que concluir que a forma como Portugal e os portugueses souberam não só dar novos mundos ao mundo,como souberam ir pelo mundo,foi muito diferente do que fizeram outras potências colonizadoras europeias.
E isso,sem mais palavras,explicará porque num tempo em que a tragédia ronda de novo Timor,o motociclista timorense transporta a bandeira do seu País mas também a de Portugal.
É significativo e comovente.
Oxalá Portugal,em Timor,saiba estar de novo á altura das suas responsabilidades !
Porque isso nem sempre aconteceu...
Depois Falamos