terça-feira, maio 18, 2021

Autárquicas (10) Famalicão

Vila Nova de Famalicão é um município que durante décadas foi governado pelo PS e pelo seu histórico líder , Agostinho Fernandes, sem dar qualquer hipótese ao PSD de recuperar uma câmara que tinha liderado nos primórdios da democracia.
Mas em 2001 tudo mudou.
Dando consequência a um projecto iniciado em 1997, mas que na altura não venceu, o empresário Armindo Costa liderando uma coligação PSD/CDS venceu as eleições e deu início a um ciclo de três mandatos de sucesso e que mudaram a face do concelho.
Em 2013, por força da lei de limitação de mandatos, Armindo Costa saiu e o seu vice presidente, Paulo Cunha, venceu as eleições e completou dois mandatos de absoluto sucesso que davam a entender que a renovação da maioria (e talvez a maior vitória de sempre) seria um quase pró forma nas eleições deste ano.
Só que de forma inesperada Paulo Cunha anunciou, por estes dias, que não seria candidato a um terceiro mandato dado pretender regressar à sua vida profissional de advogado e professor universitário e por considerar, também, que Famalicão precisaria de um presidente para o médio e longo prazo e não para apenas um mandato.
Uma decisão que apanhou quase toda a gente de surpresa e que abre inúmeras interrogações em volta do resultado das eleições.
Não há um sucessor natural, não há um número dois com mediatismo e imagem ganhadora, não há consendo dentro do PSD em volta de quem deve protagonizar a candidatura de molde a garantir a ausência de uma má surpresa eleitoral.
Correm até notícias de que alguém indigitado para o efeito está há mais de um mês em reflexão sem conseguir decidir-se o que não é nada animador para o PSD de Famalicão e para o sucesso da candidatura.
E por isso aquilo que parecia um passeio para a coligação PSD/CDS corre o risco de se tornar num bicudo problema de que a oposição tentará tira todo o partido possível lamentando, provavelmente, não ter sabido mais cedo desta decisão de Paulo Cunha.
Que tem razão ao afirmar que o facto de a lei lhe permitir três mandatos não o obriga a fazê-los, em quem se compreende a vontade de voltar à sua vida profissional, no qual se saúda o desapego pelo poder mas acerca de quem não pode deixar de dizer-se que criou um valente problema ao seu partido.
Veremos como tudo isto vai acabar.
Depois Falamos.

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